É conhecida a frase: “nenhum sucesso
no mundo compensa o fraco no lar”. O problema é que num mundo de pessoas cada
vez mais egoístas e dispostas a sacrificar tudo, inclusive a família para obter
reconhecimento e riquezas, esta frase já não tem tanto significado, embora seu valor precise ser resgatado.
Na Bíblia temos pelo menos dois
casos evidentes de pessoas que tiveram sucesso no ministério, mas que
fracassaram no lar. Eli é o primeiro. Sendo um sacerdote piedoso, lhe faltou
responsabilidade como pai, pois seus filhos eram pessoas que “não se importavam
com o Senhor” (I Sm 2:12). O segundo foi Samuel, que entra em cena depois da
morte de Eli. Samuel tinha uma vida pública correta, mas seu lar estava
desmoronado, pois seus filhos também não andaram em seus caminhos, tornando-se
gananciosos, aceitando suborno e pervertendo a justiça (I Sm 8:3). Parece que a
tristeza de Eli se repetiu na vida de Samuel.
Eli e Samuel foram como leões em
seus ministérios, suportando adversidades, combatendo o erro com coragem e
prontos para servirem a Deus com obediência. Contudo, em seus respectivos lares
foram como coelhos, ariscos, calados, fugindo e se omitindo ao menor sinal de
adversidades.
Talvez sejamos assim também. Pessoas que no ministério e no
serviço da igreja são confiáveis, dedicadas, sempre presentes, bons ouvintes, bons
conselheiros, pessoas que evitam o erro, admoestam em amor, sabem dar direção
bíblica e ter uma vida de oração.
Mas, podemos incorrer no mesmo erro de Eli e
Samuel, e sermos um zero a esquerda no lar. Maridos e pais ausentes, que não
cultivaram a presença e o temor de Deus na família, homens que desprezam a
Bíblia e preferem fugir dos problemas a recorrer a Deus em oração estando
dispostos a sacrificar-se por preservar a fé, a comunhão e o temor de Deus no
ambiente familiar. Pessoas que a igreja aceita como líder, mas que a própria família
não o respeita por falta de testemunho cristão. Homens, cujo todos os filhos
dos membros queriam tê-lo como pai, menos seus próprios filhos. Não é esse o
padrão de um servo de Deus.
Precisamos rever como está nossa vida no lar. Não
priorizemos nossa vida pública. Os primeiros responsáveis que teremos de
prestar contas será nossa própria família. A família é o termômetro da nossa
espiritualidade.
Alexandre Pereira Bornelli
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