PENSAI NAS COISAS DO ALTO

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Fala que eu não te escuto

Todos os nossos relacionamentos têm algo em comum: o diálogo. Seja com Deus, que nos fala através da Sua Palavra e nós, através das orações, seja nos relacionamentos familiares, conjugais, entre amigos, na área profissionail, todos eles para ter boa saúde precisam de diálogo, diga-se, de um bom diálogo. Imaginemos responder a Deus sem termos escutado o que Ele tem a nos dizer. Seria o caos. Aquele que só quer falar e não escutar está condenado a não desfrutar de bons relacionamentos, seja com Deus ou com o próximo. Ouvir e não apenas falar, deve fazer parte do nosso dia-a-dia. Quantos de nós já respondemos a alguém hoje antes de o ouvirmos? Em muitos casos, o que há é monólogo. Ouvir não é o simples ato de escutar por escutar. Ouvir é prestar atenção com interesse no que o outro diz para tentar compreender a mensagem. Portanto, salvo algum problema físico de surdez, todos nós estamos aptos a escutar, mas muitos desses são inaptos para ouvir. Escutam porque não conseguem tapar os ouvidos o suficiente, ou sair de perto daquele que fala. Mas, não ouvem, porque não param de falar enquanto deveriam se calar.
A Bíblia diz em Provérbios 18:13 que "responder antes de ouvir e estultícia e vergonha". Muitos de nós cometemos esse grave erro em nossos relacionamentos. Que vergonha é responder antes de ouvir! Já fizemos isso em casa hoje? É como colocar os carros na frente dos bois. No calor de um debate ou de uma discussão verbal, muitos se defendem, tentando justificar o fato de responderem antes de ouvir a outra parte, dizendo que já sabiam o que o outro iria dizer. Pura malandragem! A Bíblia chama isso de estultícia e vergonha. Portanto, se queremos amadurecer em nossos relacionamentos, não podemos tentar prever o que o outro irá dizer. Precisamos realmente aprender a escutar, interagir, entrar no mundo da conversa, ouvir com calma, ficar quieto e interessado no que o outro tem a nos dizer, ainda que seja aquilo mesmo que pensávamos ser. Quando conseguimos calar e sossegar nossa alma agitada, que quer falar ante de ouvir é um evidente sinal de que estamos amadurecendo e praticando mais a Palavra de Deus. Esse é um detalhe que passa despercebido em nosso dia-a-dia. Observemos quantas vezes desobedecemos este provérbio e veremos o porquê entramos muito em discussões inúteis e guerras verbais que poderiam ser evitadas se obedecêssemos esta verdade bíblica. Entre marido e esposa, pais e filhos e irmãos estamos sempre sendo desafiados a ouvir antes de responder. Experimentemos a ouvir corretamente, tentando entender e compreender o outro, a dor, angústia, alegria, medo, ansiedade e preocupações do outro para depois, somente depois, termos algo a responder. Veremos que isso não é fácil, mas é necessário. Afinal, ouvir não é ficar quieto enquanto o outro fala, sendo que em nosso coração estamos "falando" e "sentenciando" interiormente enquanto ouvimos. Ao contrário, ouvir é um ato calmo, que sujeita o ouvinte a mudar sua resposta se necessário for porque o que ouviu mostrou-lhe a verdade para a qual estava cego.
Agora podemos entender a razão do texto de Tiago 1:19: "Sabeis estas coisas, meus amados irmãos. Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar." Tiago diz esta verdade pois sabe que é uma dificuldade universal. Se formos ser honestos e é imprescindível que sejamos, veremos que em nossa experiência muitas e muitas vezes, para não dizer em todas elas, fazemos o contrário: somos prontos para falar, prontos para nos irar e tardios para ouvir. Eis uma forte razão de nossos relacionamentos serem cheios de discussões, divisões, discórdias, iras e murmurações. Não é à toa que temos dois ouvidos e uma boca. Precisamos ouvir antes de responder, para não ter que responder a Deus por essa desobediência à Sua Palavra.


Alexandre Pereira Bornelli

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Tabela de preocupações

"Um capelão militar elaborou, certa vez, uma "Tabela de Preocupações", baseando-se nos problemas que homens e mulheres haviam lhe trazido durante os anos que tinha trabalhado naquela função. Ele concluiu que as preocupações se encaixavam nas seguintes categorias:
• Preocupações com coisas que nunca aconteceram - 40%
• Preocupações com decisões tomadas no passado e que não podem ser mudadas - 30%
• Preocupações com enfermidades que nunca aconteceram - 12%
• Preocupações com adultos, crianças e amigos (que eram capazes de tomar conta de si mesmos) - 10%
• Preocupações com problemas verdadeiros - 8%
De acordo com essa tabela, 92% de todas as preocupações referem-se a situações que não podemos controlar e que deveriam ser deixadas nas mãos de Deus."

Olhando com sinceridade na tabela acima, nossas preocupações se encaixam em qual percentual? O que mais "rouba" nossa alegria e tranquilidade emocional e espiritual? Com que temos nos preocupado mais? Achamos que podemos resolver as coisas ficando ansiosos e preocupados? Como tratar com isso?
Jesus nos deixou em Mateus 6:25 a 34 uma grande lição sobre como sermos libertos da ansiedade que é fruto das preocupações dessa vida. Neste texto, lemos no verso 25: "Não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem de vestir.." Depois, logo no verso seguinte, Jesus nos dá exemplos das aves do céu que "não semeiam, não colhem nem ajuntam em celeiros; contudo vosso Pai celeste as sustenta." Em seguida faz a pergunta: "Não valei vós muito mais do que as aves"? Jesus ainda diz que por mais que andemos ansiosos, nada acrescentaremos à nossa vida, nem um dia a mais sequer (verso 27).  No verso 33, após novos exemplos sobre os lírios do campo, Jesus afirma que devemos buscar em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas nos serão acrescentadas. Não é que buscando o reino teremos tudo o que quisermos. Não é isso. O que Jesus disse que é que devemos nos preocupar com o que realmente vale à pena que é o reino de Deus, pois à medida que o buscamos, nossas necessidades básicas da vida serão supridas. Arrematando o assunto nesta passagem, Jesus diz no veso 34: "Portanto, não vos inquietais com o dia de amanhã, pois o amanhã tará os seus cuidados; basta cada dia o seu próprio mal". Ou seja, não busquemos o mal do dia seguinte.
Temos que encarar a dura realidade de que a maioria de nossas ansiedades está enraizada na falta da nossa confiança em Deus. Ainda não cremos que realmente é Deus quem cuida de cada um nós. Simplesmente não acreditamos que Ele é suficientemente grande e suficientemente capaz de cuidar da nossa vida, de nos manter e manter também as pessoas que amamos, estando elas perto ou longe de nós. Porém, quando conhecemos verdadeiramente a Deus, é fácil entendermos como nossas preocupações são inúteis na maior parte do tempo!
Alguns textos da Bíblia podem nos ajudar nesse grande desafio de confiarmos mais no Senhor, sabendo que Ele está cuidando de nós, mesmo que aos nossos olhos naturais isso não pareça realidade. Leiamos estes versículos e oremos para que eles sejam realidade em nosso coração dia após dia.
"Os que confiam no SENHOR serão como o monte de Sião, que não se abala, mas permanece para sempre." Salmo 125:1
"Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós." 1 Pedro 5:7
"Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo onhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças." Filipenses 4:6

Que possamos realmente lançar sobre Jesus Cristos nossas preocupações e ansiedades, porque Ele, de fato, cuida de nós. Como fazer isto? Primeiramente, temos que reconhecê-Lo como Senhor e Salvador da nossa vida, para nos tornar filhos de Deus (João 1:12). Depois, à medida que as preocupações surgem e tentam nos dominar, oramos a Deus para sermos diligentes e responsáveis no que devemos fazer, mas entregando em oração nossas ansiedades quanto ao futuro. Afinal, o futuro para nós é totalmente incerto enquanto que para Deus, ele já é conhecido antes da fundação do mundo! Praticando esta verdade, nossa fé aumentará e descansaremos mais no cuidado de Deus. Isso em nada nos fará negligentes, mas sim, diligentes, crendo que devemos ir vivendo responsavelmente, em conformidade com as Escrituras, mas não carregando sobre nossos ombros as preocupações e ansiedades desta vida, porque não temos condições alguma de suportá-las.

Alexandre Pereira Bornelli

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

AMOU DE TAL MANEIRA

Irmãos, está pronto a 2ª tiragem do CD do Conjunto Âncora da Alma - AMOU DE TAL MANEIRA, gravado originalmente em 1996!

Nele contém músicas com letras Bíblicas que tanto edificarão os crentes, quanto evangelizarão pessoas que ainda não conhecem a Jesus Cristo.

O Salmo 1 é cantado, o Salmo 42, o texto de João 3:16 inspirou a canção Amou de tal maneira, o texto de Hebreus 6:18 a 20 inspirou a canção Âncora da Alma e assim por diante.

São 10 lindas canções que certamente edificarão sua vida e a vida de alguém que você está evangelizando ou queira evangelizar.

Esta 2ª tiragem está em capa econômica, ou seja, O CD contém os nomes das músicas impressos nele, mas não contém a tradicional capa de plástico com as letras das músicas. O CD está protegido por uma simples capa de papel, todo em branco, e não contém as letras das músicas impressas, as quais poderão ser requisitas por email.

Por isso, o CD está custando apenas R$5,00 a unidade (+ custo de frete em caso de envio por corrreio).

Além de estar adquirindo músicas com letras Bíblicas que tanto edificarão sua vida e da sua família, querendo, poderá também presentear um amigo ou parente que ouvirá o Evangelho através das músicas.

Aos interessados, tratar por este email abornelli@uol.com.br

Fraternalmente,

Alexandre P. Bornelli

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Fracasso ou pecado?

Ninguém gosta de fracassar. Nos negócios, nos relacionamentos entre amigos, familiares e amorosos ou no esporte, o sentimento de fracasso por não atingir a meta esperada ou por não conquistar o que se pretendia, é algo indesejado por todos nós. O vice-campeão, dizem, é um perdedor como os demais. Nossa cultura exigente e sedenta por conquistas, vitórias e sucessos não abre espaço para perdedores. Nossos filhos, muitas vezes, sofrem com isso, pois crescem sob ameaças dos pais para serem os primeiros da classe. "Não quero a segunda melhor nota, você tem que ser o número 1", dizem alguns pais.
Esse sentimento terrível de fracasso também aterroriza os cristãos. E não deveria. O que deveríamos evitar a todo e qualquer custo é o pecado e não, o fracasso, que são coisas diferentes. Fracassar traz culpa pessoal por não termos atingido um determinado objetivo pessoal. Fracasso é algo que todos, mesmo aqueles que não conhecem a Deus, sentem todas as vezes que são vencidos pelas circunstâncias da vida. Pecar diz respeito a um problema muito mais grave. Refere-se a algo que ofende a Deus. Fracasso é algo natural e está centrado em nós mesmos; pecado é algo espiritual e está relacionado com nossa ofensa a Deus. A Bíblia trata de pecado e não de fracasso. Em I João 1: 5 a 9 somos ensinados a confessar nossos pecados e não, os nossos fracassos. Davi no Salmo 51, confessou diante de Deus seu pecado e não, o seu fracaso. Adão, em Gênesis 3, pecou diante de Deus e não, fracassou diante de Deus. Jesus morreu por nossos pecados e não, por nossos fracassos. Mas, por sermos, desde pequenos, estimulados e ensinados a não fracassar, para não envergonharmos a família e a nós mesmos, crescemos na vida cristã confundindo pecado com fracasso. Jerry Bridges disse que "estamos mais preocupados com nossa "vitória" sobre o pecado do que com o fato de que nosso pecado entristece o coração de Deus. Não conseguimos tolerar nenhuma falha em nossa luta contra o pecado porque somos orientados para o sucesso, em vez de nos conscientizarmos de que o pecado é ofensivo a Deus."
Aprendemos então que peado é muito mais grave que fracasso. E, que devemos andar em obediência a Deus e não em busca de vitória, pois a obediência é orientada em direção a Deus; a vitória é orientada em direção a nós mesmos. E mais, a vitória é subproduto da obediência, por isso devemos cuidar mais em sermos obedientes, se queremos obter vitória sobre o pecado. Bridges, completa sua idéia dizendo que "isto pode parecer apenas uma discussão semântica, mas há uma sutil atitude de egoísmo na raiz de muitas de nossas dificuldades com o pecado." E então, estamos mais preocupados com nosso fracasso diante de Deus e das pessoas, como se Deus esperasse mais de nós, como se Ele não conhecesse nossa pecaminosidade? Ou, estamos preocupados em não pecar porque isso ofende a Santidade de Deus? O fracasso é superado por nova conquista. O pecado é superado somente com o genuíno arrependimento. É oportuno nos perguntar: temos sentindo remorso pelo nosso fracasso, ou, genuíno arrependimento pelos nossos pecados? O que está em jogo, nossa vergonha como pessoa ou o desonrar o glorioso nome de Cristo? É algo que devemos refletir com urgência.

Alexandre Pereira Bornelli

terça-feira, 11 de outubro de 2011

O Consolador

São inúmeras as vezes que precisamos de consolo durante nossa vida cristã. Os motivos são variados: seja por termos perdido alguma pessoa querida, seja por uma situação financeira complicada, por doenças, fracassos pessoais, desamparo familiar, desemprego, filhos que se rebelam, pais ausentes, e outros motivos mais. E não são poucos aqueles "consoladores" que, apesar da boa intenção, acabam piorando ainda mais a situação, tentando nos consolar dizendo conhecer alguém que está passando por momento mais difícil do que o nosso. Isso, por si só, não é capaz de nos consolar. Tais palavras são como anestésicos de curtíssima duração. Afinal, saber que alguém também perdeu um filho de forma mais trágica é capaz de consolar alguém que acabou de perder um filho? Saber de alguém que está pior financeiramente é capaz de consolar outro que está em situação um pouco menos grave? Saber que um ladrão roubou mais na casa do vizinho do que na minha, me consola? Estes tipos de consolo que todos nós damos e recebemos ao longo da nossa vida não podem, realmente, consolar um coração marcado por alguma perda. O que pode então nos consolar?
Jesus Cristo, quando ressuscitou e subiu ao céu, sabendo que precisaríamos de consolo durante nossa peregrinação nesta terra, pois somos humanos e frágeis, sujeitos a tristezas, decepções, ansiedades, medos e perdas prometeu que nos enviaria o consolador. No evangelho de João, capítulo 14, quando os discípulos estavam com medo e tomados pela incerteza da vida sem a presença física de Jesus, ouviram do Mestre no verso 16 e 17: "E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não no vê, nem o conhece; vós o conheceis porque ele habita convosco e estará em vós". Eis o que pode nos consolar realmente: o Espírito Santo de Deus! E este Consolador, o Espírito Santo que é Deus, habita em todos aqueles que nasceram de novo, que receberam a Jesus Cristo como Senhor e Salvador da sua vida.  A conclusão é que somente os cristãos podem ser verdadeiramente consolados pelo Espírito Santo Consolador em meio as tragédias da vida. Consolo não é resolução de problemas, mas é algo que apesar das perdas e apesar dos problemas, sustenta a fé em Jesus, traz certo conforto a alma, dando-lhe a certeza de que mesmo sem a devida compreensão dos fatos no momento, crê que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus (Rm 8:28). E, para a surpresa de muitos, este bem não é necessariamente resolução de problemas e sucesso na vida. Este bem que Paulo nos mostra em Romanos 8 é o fato de que todas as coisas cooperam para formar o caráter de Jesus em nós. É o que diz o verso 29: “...para serem conformes à imagem de seu Filho...” Este é o bem de Deus para todos nós! É a mesma verdade experimentada pelo Salmista, no Salmo 42, quando estava abatido, orou: "Por que estás abatida ó minha alma? Por que te perturbas dentro em mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei. a ele, meu auxílio e Deus meu".  O Salmo 121 nos mostra a verdade. "Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do Senhor que fez o céu e a terra" . No Salmo 119:50 vemos a mesma verdade dita pelo Salmista: "O que me consola na minha angústia é isto: que a tua palavra me vivifica." O profeta Isaías fortalece esta verdade bíblica ao dizer no capítulo 51:12: "Eu, eu sou aquele que vos consola...". Somente o Espírito Santo, usando a Palavra de Deus é capaz de consolar um coração abatido e angustiado.
Portanto, aprendemos que precisamos nascer de novo para receber o Espírito Santo Consolador. Aprendemos que o único consolo que podemos ter e oferecer a outros é falando da Palavra de Deus, do amor e da necessidade de render-se ao Senhor Jesus. Aprendemos também, que o Espírito Santo Consolador usa a Palavra de Deus, as verdades eternas, as promessas divinas e a vida dos irmãos em Cristo para nos consolar quando precisarmos de consolo. Aprendemos que nada, além do Espírito Santo pode nos consolar e confotar. E, por último, aprendemos que este consolo é crer e descansar que Deus nos ama, quer o melhor pra nós e que a Sua vontade é boa, perfeita e agradável (Rm 12). Deus é Soberano aconteça o que acontecer. Que o Senhor me ajude a crer mais e mais nessa verdade eterna!

Alexandre Pereira Bornelli

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Sombra e água fresca.

Estive participando da conferência Fiel na semana passsada, onde estiveram pregando a Palavra de Deus alguns irmãos, tais como John Piper, Stuart Olyott, Augustus Nicodemus, Franklin Ferreria dentre outros. O tema foi evangelização e Missões. Teríamos muito o que compartilhar, mas, em poucas linhas, quero testemunhar um pequeno assunto que me chamou a atenção.
O irmão Stuart Olyott falou sobre o livro do profeta Jonas. Em apertada síntese, nos deixou claro que no livro todo Jonas está lutando em fazer sua própria vontade, resistindo por fazer a vontade de Deus. Essa é, igualmente, a luta nossa de cada dia: a nossa vontade ou a de Deus? Vemos no último capítulo (4), verso 5,  quando Jonas então, a contra gosto, pregou aos ninivitas e estes se converteram, que o profeta se afundou em crise ira porque Deus perdoou o povo a quem ele (Jonas) não queria ver perdoado. Jonas, na verdade, queria que as coisas acontecessem do seu jeito e, como Deus não lhe atendeu, o profeta então mergulhou em ira e tristeza. Ao sair da cidade, Jonas (v.5), assentou-se e fez uma enramada e ficou aguardando para ver o que aconteceria com Nínive. Deus então (v.6) fez nascer uma planta que subiu por cima do profeta, para fazer sombra nele, livrando-o do seu desconforto. Imediatamente, Jonas se alegrou pelo conforto que a planta lhe trouxe. Contudo, diz a Palavra que "Jonas, pois, se alegrou em extremo por causa da planta". Onde estava a alegria de Jonas? Na planta, não em Deus. Em momento algum, Jonas agradece a Deus por ter enviado a planta. Porém, no dia seguinte (v.7), Deus enviou um verme que secou toda a planta, retirando então, a sombra, o conforto do profeta. Neste momento, Jonas se irou sobremaneira, a ponto de preferir morrer (v.8).
O que Deus queria era mostrar ao próprio Jonas quem realmente ele era: egoísta e amante de si mesmo! Deus nos vê como realmente somos, nós é que não temos a real visão de nós mesmos. Por isso, Deus queria mostrar ao profeta como ele não amava os ninivitas, mas sim, amava somente seu próprio conforto e sua própria vontade.
Portanto, precisamos aprender a não lutar por nossa vontade, mas sim, procurar fazer a boa, perfeita e agradável vontade de Deus (Rm 12) em todos os nossos relacionamentos. Quando buscamos nossa própria vontade, todos os nossos relacionamentos são prejudicialmente afetados, seja com Deus, o cônjuge, os filhos, pais, amigos.
Aprendemos também a agradecer o bem que Deus nos envia, crendo que tudo vem dEle e não murmurar quando algo some de nossas mãos. Quando a nossa alegria verdadeira estiver em Deus, iremos assim como o apóstolo Paulo, aprender a viver contente em toda e qualquer situação, tanto de fartura, quanto de escassez, tanto de sombra, quanto de sol forte e mesmo quando nossa vontade própria é desconsiderada. Para se alegrar quando se tem sombra e água fresca não precisa ser cristão, todas as pessoas gostam disso. Somente aqueles que têm a Deus, ao Senhor Jesus como seu tesouro maior é que podem se alegrar na sombra ou no sol, tendo ou não tendo sua vontade e seus desejos satisfeitos.

Alexandre Pereira Bornelli