PENSAI NAS COISAS DO ALTO

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

NÃO SOLTE SUA IMAGINAÇÃO.


Somos potencialmente capazes de pensar em muitas coisas, boas e ruins. Nossa mente é hábil nesta arte. Por isso, precisamos desenvolver esse dom da maneira correta. Como devemos então, usar nossa mente, nossos pensamentos e imaginações? 

Temos um bom exemplo com Jeremias. Quando o profeta estava triste e abatido, ele buscou consolo da maneira correta, dizendo em Lamentações de Jeremias 3:21: ”Quero trazer à memória o que me pode dar esperança”. E, nos versos 22 a 26 ele descreve o que desejava trazer à memória: a fidelidade, bondade e as misericórdias de Deus.  Jeremias não usava seus pensamentos para imaginar e  projetar uma tragédia ainda maior, embora, certamente, era tentado a fazê-lo.

Semelhantemente, em nossa vida diária lutamos com o problema da projeção negativa. Os pais que têm filhos pequenos sofrem muito com isso. Ao menor sinal de um choro desnecessário ou de um comportamento errado de seus filhos, imaginam e projetam que terão um filho frágil e problemático a vida toda. É como colocar um pequeno inseto na lente de um datashow, que projetará a imagem bem maior na parede.

Nossa mente nos castiga com projeções negativas constantemente. Sofremos muito com isso porque não aprendemos a pensar e a projetar em nossa mente a realidade das coisas, conforme a bondade, o consolo do Espírito Santo e as misericórdias de Deus que se renovam a cada manhã. 

A prova disto é que ao menor sinal de falta de sustento, de doença ou perdas, ficamos desesperados e projetamos um futuro trágico, inclusive, desamparados pelo Senhor.

No entanto, a Palavra de Deus nos ensina a levar nosso pensamento cativo a Cristo (2 Coríntios 10:4,5), nos ensina também a pensar no que é bom, de boa fama, respeitável (Fl 4:8) além de nos advertir, como vimos, a trazer a memória as misericórdias de Deus. 

Não é pensamento positivo, de forma alguma. É pensar na Palavra de Deus para que Ela ganhe e renove nossa mente, aumentando nossa fé e confiança em Jesus Cristo.

Portanto, precisamos educar nossa mente a pensar e imaginar de acordo com a Palavra de Deus. Caso contrário, ela nos castigará com suas vãs e perigosas imaginações.

Alexandre Pereira Bornelli

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

O QUE FALAR NESTE FIM DE ANO PARA AS PESSOAS?


Neste fim de ano iremos confraternizar com nossos familiares, amigos e irmãos em Cristo. Certamente, falaremos e ouviremos muitas palavras do tipo: “tenha um feliz ano novo”, “boas festas”, “saúde e paz”, etc. 

No entanto, apesar da nossa sinceridade, tais palavras são “chavões” que falamos por tradição e costume, pois não temos o poder de fazer com que elas se realizem e, fora de Jesus Cristo, nada disto é realmente possível de se acontecer.

Vejamos como a Bíblia nos ensina a usar corretamente nossas palavras com o nosso próximo. Não são palavras mágicas, nem “chavões”, macetes ou algo assim para a vida dar certo. Somos ensinados a falar algo que realmente pode edificar as pessoas.

Em Efésios 4:29, Paulo nos exorta: “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e, sim, unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e assim, transmita graça aos que ouvem”.  “Torpe” aqui, segundo John Stott [i], é “palavra que se emprega para árvores podres e frutos podres[ii]”. Ou seja, algo que faz mal.

Resumidamente, Paulo nos ensina que devemos usar esse dom que Deus no deu, a fala que nos distingue de todos os animais, de modo construtivo e não para prejudicar as pessoas. E, de certa forma, quando desejamos algo bom, mesmo que sinceramente, mas sem apresentar-lhes a pessoa de Jesus que dá real e total significado a tudo e a todos, estamos prejudicando as pessoas fazendo-as crer que é possível ter realização, paz, alegria, felicidade fora de Jesus Cristo. 

Então, que falemos em todo tempo e também nesta época do ano, a respeito de Jesus, Sua vida, morte e ressurreição; falemos da necessidade que todos nós temos de nascer de novo (João 3:3), que há esperança de vida eterna nEle,  enfim, falemos das promessas de Deus uns aos outros. Afinal, esta é a real necessidade de todos nós: ouvirmos o evangelho de Jesus Cristo! 

Foi em verdades assim que o profeta Jeremias em Lamentações 3: 21 a 23, pensou: “Quero trazer à memória o que me pode dar esperança, graças ao grande amor do Senhor é que não somos consumidos, pois suas misericórdias são inesgotáveis, renovam-se a cada manhã, grande é a sua fidelidade!” Falemos do que realmente traz esperança e alegria eterna para as pessoas!

Entretanto, sabemos que “a boca fala do que está cheio o coração” (Mt 12:34). Assim, se de fato somos novas criaturas, nossas palavras de esperança serão a respeito de Jesus Cristo e não, palavras de autoajuda, expressões decoradas e sem realidade. Nossa boca expressa a pureza ou a impureza do nosso coração! 

ALEXANDRE PEREIRA BORNELLI


[i] A mensagem de Efésios, pag. 139.
[ii] Mateus 7:17-18 e 12:33

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

CRISTÃO TODO DIA.


Martin Luther King Jr. afirmou que “para muitos cristãos, o cristianismo é uma atividade dominical, que às segundas-feiras não mais lhes interessa”. O problema realmente é este, pois departamentalizamos nossa vida, onde nos finais de semana buscamos as coisas do Alto (Cl 3) e, no restante da semana, buscamos somente as coisas da terra.

Entretanto, ser cristão é a principal e mais sólida identidade que temos, pois ela precede em importância a todas as outras funções que exercemos. Sem Cristo nada tem valor e significado.  

Por isso, Paulo afirma em I Coríntios 10: 31: “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, façais tudo para a glória de Deus”.  Noutras palavras, Paulo disse: “Não se esqueçam de que vocês são cristãos também ao comerem, beberem ou quando estão fazendo outras coisas na vida comum de vocês”.

Diante destas verdades, jamais nos esqueçamos de que ser cristão é carregar o bom nome de Cristo todos os dias em nossa vida.  E que esta verdade gere temor em nosso coração para que vivamos de maneira digna da vocação a qual fomos chamados para viver, seja em qualquer lugar que estivermos (Efésios 4:1). 


 ALEXANDRE PEREIRA BORNELLI

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

O JARDINEIRO FIEL.


Damos muito valor a determinadas áreas da nossa vida enquanto que desprezamos outras. Preferimos malhar na academia todos os dias a fazer exame cardiológico uma vez por semestre. Esse desequilíbrio tão acentuado não faz bem.

Na área espiritual o mesmo problema ocorre. Valorizamos mais nossas atitudes do que propriamente nossas motivações e pensamentos. Basta perguntarmos quantos de nós cristãos, nos preocupamos com o que pensamos durante o dia? Nossos pensamentos glorificam a Deus ou vamos vivendo com nossa mente à deriva?

Deus não apenas conhece como também nos julgará conforme nossos pensamentos, como disse Spurgeon: “Deus punirá os pensamentos pecaminosos e as obras do pecado. Que nenhum de nós suponha que o Senhor não conhece nossos pensamentos, pois ele tem uma janela no mais íntimo de cada alma, uma janela que não temos como fechar. O olho de Deus nos vê, da mesma forma que observamos a colméia de abelhas em um vidro. A Bíblia diz: " A sepultura e a destruição estão abertas diante do Senhor; quanto mais os corações dos homens!". O homem é totalmente visível para Deus. Com o céu não há segredos. Porque o que fazemos em um lugar escondido do coração é tão visível quanto as ruas diante de olhos que vêem tudo.

Por isso, John Stott nos alerta: “O que semeamos em nossas mentes, colhemos em nossos corações”.  Ao invés de passarmos a vida toda arrancando frutos indesejáveis, tratemos diretamente com a árvore. Nossas atitudes são frutos de nossos pensamentos.

Vejamos o ciclo descrito por Huston Smith e observemos que tudo começa no pensamento: “Semeia-se um pensamento, colhe-se um ato. Semeia-se um ato, colhe-se um hábito. Semeia-se um hábito, colhe-se um caráter. Semeia-se um caráter, colhe-se um destino.” De maneira semelhante, James Allen disse que bons pensamentos geram bom frutos. Maus pensamentos geram maus frutos - e o homem é seu próprio jardineiro.”

O que fazer então para pensarmos corretamente? Thomas Manton nos mostra o caminho: “Os pensamentos vãos estarão conosco mais prontamente, a não ser que a Palavra habite ricamente em nosso coração. As operações do nosso espírito são como nosso tesouro e armazém. A mente atua naquilo que encontra dentro de si mesma, assim como o moinho tritura tudo o que é posto nele - quer seja palha (refugo) quer seja grão. Por essa razão, se queremos nos prevenir de pensamentos malignos e divagações fúteis durante o dia, temos que  guardar a Palavra no coração.”
                                                                                                    
Portanto, é nosso dever orar a Deus, pois “a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e as vossas mentes em Cristo Jesus” (Fl 4:7). Paulo também nos exorta em Colossenses 3:2: “pensai nas coisas lá do alto” e em 2 Coríntios 10:5, Paulo diz para “levar cativo todo nosso pensamento a Deus”, ou seja, amarrá-lo à Palavra de Deus, não deixando-o solto. O resultado é que iremos “pensar no que é respeitável, justo, puro, amável, de boa fama”, como Paulo nos ensina em Filipenses 4:8.



ALEXANDE PEREIRA BORNELLI

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

MENTES PECAMINOSAS.


Existe um programa de científico na TV cujo nome é “Mentes criminosas”, onde alguns especialistas tentam diagnosticar possíveis pessoas que possuem mentes criminosas, fazendo alguns testes específicos. Pode ser que alguém passe no teste e saia de lá feliz por isso. 

Contudo, a Bíblia afirma categoricamente que todos nós temos mentes pecaminosas. Veja o que diz somente estes textos de Romanos 3:10,11,12 e 23: “não há um justo sequer;”;  não há quem busque a Deus”, “todos se desviaram, tornaram-se juntamente inúteis”, “não há ninguém que faça o bem, não há nem um sequer”; “todos pecaram e carecem da glória de Deus”.

Davi, ciente de ter nascido com esta mente pecaminosa, confessou no Salmo 51: “Eu nasci na iniquidade e em pecado concebeu minha mãe.” 

 Portanto, ainda que, pela Graça de Deus, nunca venhamos a materializar certos pecados, sabemos que somos potencialmente capazes de praticar todos eles, pois “nosso coração é um inferno em miniatura e só pode ser aberto debaixo da Graça de Deus”, como já disse Charles Henry Mackintosh.

O Evangelho de Lucas, capítulo 7: 21,22, registra os terríveis habitantes de nosso coração: “adultério, homicídio, prostituição, imoralidades sexuais, roubos, cobiças, maldades, engano, inveja, devassidão, calúnia, arrogância e a insensatez.”

Ei o teste feito no programa. Selecionaram 4 pessoas, porém, 3 delas eram contratadas pelo programa para emitirem sempre as mesmas opiniões. Apenas o quarto elemento, que não sabia desse combinado, estava realmente sendo testado. 

Os especialistas mostravam um objeto com uma forma vazia e 3 outros objetos que poderiam encaixar no orifício do primeiro objeto, como se fosse um quebra-cabeça de uma peça só. O teste exigia que as 4 pessoas olhassem a certa distância para os objetos e falassem qual deles encaixava perfeitamente no espaço. O detalhe era que eram formas convencionais e fáceis de acertar. No início, a pessoa que estava realmente sendo testada tinha uma opinião diferente das outras três e sustentava sua opinião. Porém, com o passar do tempo, este 4º elemento começou a perceber que só ele divergia e que os outros 3 sempre tinham a mesma opinião. Sem desconfiar que estava tudo combinado entre os 3, este quarto elemento, com medo por estar sendo o único a escolher o objeto diferente, começou a refugar em sua posição. Mesmo estando claro que a forma escolhida pelos 3 estava errada, que era visivelmente bem maior ou bem menor do que o espaço a ser preenchido, ele começou a dar a mesma resposta que eles. Resultado: mesmo tendo certeza que estava errado ao seguir os outros 3, ainda assim, este quarto elemento escolheu seguir a opinião deles!
No programa, poderia haver alguém que passasse no teste dos especialistas, não sendo diagnosticado como possível mente criminosa. Todavia, no teste bíblico, todos nós reprovamos pois, como vimos, nascemos com mente pecaminosa que nos faz agir como o 4º elemento no teste do programa, imitando os ímpios e o mundo, seja no comportamento, na vestimenta, no vocabulários, hábitos, namoros, lazer, por medo medo de sermos diferentes. 

Portanto, cientes de que temos mente pecaminosa, devemos nos lembrar também que ao nascermos de novo (João 3:3) não somos mais escravos do pecado e por isso podemos e devemos deixar de imitar os ímpios e o mundo, para seguirmos firmemente pelo caminho da justiça, fé, pureza, amor e paz com aqueles que, de coração puro, invocam o Senhor (II Tm 2:22). 

ALEXANDRE PEREIRA BORNELLI