Damos muito valor a determinadas
áreas da nossa vida enquanto que desprezamos outras. Preferimos malhar na
academia todos os dias a fazer exame cardiológico uma vez por semestre. Esse
desequilíbrio tão acentuado não faz bem.
Na área espiritual o mesmo problema
ocorre. Valorizamos mais nossas atitudes do que propriamente nossas motivações
e pensamentos. Basta perguntarmos quantos de nós cristãos, nos preocupamos com
o que pensamos durante o dia? Nossos pensamentos glorificam a Deus ou vamos
vivendo com nossa mente à deriva?
Deus não apenas conhece como também nos julgará conforme nossos
pensamentos, como disse Spurgeon: “Deus punirá os pensamentos
pecaminosos e as obras do pecado. Que nenhum de nós suponha que o Senhor não
conhece nossos pensamentos, pois ele tem uma janela no mais íntimo de cada
alma, uma janela que não temos como fechar. O olho de Deus nos vê, da mesma
forma que observamos a colméia de abelhas em um vidro. A Bíblia diz: " A sepultura e
a destruição estão abertas diante do Senhor; quanto mais os corações dos homens!". O
homem é totalmente visível para Deus. Com o céu não há segredos. Porque o que
fazemos em um lugar escondido do coração é tão visível quanto as ruas diante de
olhos que vêem tudo.
Por isso, John Stott nos alerta: “O que semeamos em nossas mentes, colhemos em
nossos corações”. Ao invés de passarmos a vida toda arrancando
frutos indesejáveis, tratemos diretamente com a árvore. Nossas atitudes são
frutos de nossos pensamentos.
Vejamos o ciclo descrito por Huston Smith e observemos que tudo começa no
pensamento: “Semeia-se um
pensamento, colhe-se um ato. Semeia-se um ato, colhe-se um hábito. Semeia-se um
hábito, colhe-se um caráter. Semeia-se um caráter, colhe-se um destino.” De
maneira semelhante, James Allen disse que “bons
pensamentos geram bom frutos. Maus pensamentos geram maus frutos - e o homem é
seu próprio jardineiro.”
O
que fazer então para pensarmos corretamente? Thomas Manton nos mostra o
caminho: “Os pensamentos vãos estarão conosco
mais prontamente, a não ser que a Palavra habite ricamente em nosso coração. As
operações do nosso espírito são como nosso tesouro e armazém. A mente atua
naquilo que encontra dentro de si mesma, assim como o moinho tritura tudo o que
é posto nele - quer seja palha (refugo) quer seja grão. Por essa razão, se
queremos nos prevenir de pensamentos malignos e divagações fúteis durante o
dia, temos que guardar a Palavra no coração.”
Portanto, é nosso dever orar a Deus, pois “a paz de Deus, que excede todo o
entendimento, guardará os vossos corações e as vossas mentes em Cristo Jesus”
(Fl 4:7). Paulo também nos exorta em Colossenses 3:2: “pensai nas coisas lá do alto” e em 2 Coríntios 10:5, Paulo diz para
“levar cativo todo nosso pensamento a
Deus”, ou seja, amarrá-lo à Palavra de Deus, não deixando-o solto. O
resultado é que iremos “pensar no que é
respeitável, justo, puro, amável, de boa fama”, como Paulo nos ensina em
Filipenses 4:8.
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