PENSAI NAS COISAS DO ALTO

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Evangelizar é falar de Cristo.

O evangelismo deve ser uma missão de todo cristão. Ninguém pode se desculpar de não evangelizar, dizendo não saber como fazê-lo. Queremos ser bons evangelistas? Então, que vivamos o evangelho e falemos de Cristo, pois Cristo é o evangelho.
Esta semana, ao fazer compra em um supermercado passei, distraidamente, por um corredor que vendia bolachas, embora eu não quisesse comprá-las. Neste corredor, tinha uma vendedora devidamente uniformizada, a serviço de uma grande empresa de produtos alimentícios, divulgando uma bolacha em lançamento. Como cortesia, ela oferecia bolachas para experimentarmos ali, na hora. Enquanto experimentava a bolacha, a vendedora fazia o comercial do produto. Resultado: comprei a bolacha. Porém, ao chegar em casa fiquei pensando no que me fez comprar o produto. Conclui então, que foi por uma questão simples, mas eficiente; alguém falou da bolacha pra mim embora eu não tenha ido procurar por tal produto. Caso a vendedora ficasse pensando: “esse ai não está com cara que vai comprar bolacha”, ou “nem vou perder meu tempo oferecendo bolacha a esta pessoa, sei que ele não vai querer. Vai até me ignorar.” A função da vendedora era falar da bolacha a todos que passavam por ali, tivessem ou não demonstrado interesse pelo produto.
Evidentemente, o evangelho não é um produto a ser oferecido às pessoas e nem tampouco somos vendedores do evangelho, sob hipótese alguma. Cristo mesmo é o evangelho e nós devemos ser os arautos desse Cristo/evangelho. Contudo, aplicando o evangelismo ao caso acima descrito, pude constatar a importância da evangelização e de se falar de Cristo a todos. Temos a pérola de grande valor, conhecemos as maravilhas de se ter a Cristo como Senhor e Salvador, mas ficamos com medo, indecisos e querendo adivinhar se as pessoas vão nos ouvir, gostar ou nos ignorar enquanto evangelizamos. Por ficarmos com este medo, ficamos paralisados e não falamos de Cristo a ninguém. Temos medo de sermos ignorados porque amamos demais a lisonja. Temos medo de falar de Cristo e ouvirmos um não, porque amamos muito nosso ego. E, por fim, temos medo até das pessoas se interessarem pelo evangelho, pois teremos que investir tempo na continuidade do evangelismo, abrindo mão do nosso individualismo e nosso mundo confortável para discipulá-las, se for preciso. Realmente, somos péssimos evangelistas porque somos excelentes amantes de nosso próprio conforto e reputação. Todavia, quando vivermos o evangelho de Cristo em nossas vidas, quando Cristo for realmente a nossa vida, o evangelismo será inevitável. Se temos falado pouco de Cristo é porque temos pouco dEle em nossos corações. Afinal, já diz as Escrituras que a boca fala do que está cheio o coração.
Precisamos viver mais intensamente o evangelho em nossa vida, para exercermos este privilégio e este dever que é falar de Cristo a todos. Não precisamos sair pela rua, parando a todos para falar de Cristo à força. O que precisamos é sair de nosso conforto e esconderijo pessoal, e sempre que as oportunidades surgirem, e são muitas, falar de Cristo sem se importar com a reação das pessoas. Não sabemos quem irá ignorar ou aceitar a Cristo. Não sabemos aqueles que vão zombar de nós ou suplicar por mais informações da Bíblia. Nossa tarefa não é adivinhar quem irá aceitar ou rejeitar a Cristo. Devemos viver e falar de Cristo naturalmente para todas as pessoas em todo o tempo. É tarefa do Espírito Santo de Deus germinar essa Palavra nos corações dos eleitos de Deus. A nós, cumpre sermos instrumentos de Deus vivendo e falando da Sua preciosa Palavra todos os dias. Olhe ao seu lado, alguém está vendo Cristo em você? Alguém está ouvindo o evangelho através de você? Viva o evangelho e evangelize sempre, pregando a Cristo, pois Cristo é o evangelho. Como disse Calvino: "O mundo é o palco da glória de Deus, e o homem, sendo a testemunha dos grandes atos do Senhor, tem a obrigação de expressar o que viu".

Alexandre Pereira Bornelli

terça-feira, 22 de julho de 2008

BAÚ DA INFELICIDADE

A memória é algo impressionante. Podemos relembrar bons momentos vividos há anos, bem como, relembrar fatos lamentáveis que desejaríamos apagar da nossa vida mas não conseguimos. Como está sua memória? Do que você tem se lembrado mais?
Por causa do pecado, somos inclinados a viver remoendo nosso passado e o passado das outras pessoas, porque sua finalidade é nos fazer viver amargurados e não praticando o perdão, consequentemente, desobedientes à Palavra de Deus. O pecado nos fez especialistas a guardar ressentimentos pela falta de perdão. O benefício disto é absolutamente nulo. Em contrapartida, o prejuízo que isso traz em nossa vida cristã e a nossa vida relacional na igreja, família e amigos é devastador. A causa de vivermos escravizados a este estilo de vida, presos ao passado, é fruto do nosso pecado chamado justiça própria, que resulta em falta de arrependimento e perdão. Este pecado nos faz carregar um baú de ressentimentos e amarguras por fatos do passado. Tudo isto podia ser resolvido através do arrependimento e perdão, que é o normal de todo cristão praticar. Contudo, insistimos em lutar por prevalecer a nossa vontade e não, a vontade do Senhor. E a nossa vontade é retaliar, exigir explicações para que possamos perdoar. Já, a vontade de Deus é totalmente oposta, é para que perdoemos assim como Deus nos perdoou em Cristo Jesus. Isto quer dizer, perdoar sem improperar, sem exigir explicações e de forma unilateral. Outra característica deprimente desse pecado da justiça própria é que ele nos faz lembrar somente do que fizeram contra nós, e não do que fizemos contra as pessoas. A justiça própria sempre advoga a nosso favor, fazendo-nos crer que somos sempre a vítima da situação. Por isso, a todos os momentos, abrimos nosso baú de amargura e falta de perdão contra nosso cônjuge, amigos, pais, irmãos etc, gerando conflito e um péssimo testemunho. Somos capazes de listar uma enormidade de pecados que cometeram contra a nossa pessoa, mas não conseguimos listar um pecado sequer que tenhamos cometido. Essa justiça própria que carregamos é menos que um trapo de imundícia diante de Deus. Tudo isso porque não entendemos como foi o perdão incondicional de Deus em nosso favor. Deus, por ter nos perdoado em Cristo Jesus, não se lembra mais dos nossos pecados! Ou seja, Ele não fica relembrando os nossos pecados confessados. Jesus simplesmente apagou da sua lembrança os nossos pecados! É isso que nos afirma Hebreus 8:12, quando diz: “Pois, para com as suas iniqüidades, usarei de misericórdia e dos seus pecados jamais me lembrarei”. Jesus apagou de sua lembrança os nossos pecados, justamente porque usou de misericórdia e não de justiça, embora foi perfeitamente justo ao fazer isto. Temos a noção da grandeza desse ato de Jesus em nosso favor? Merecíamos tal graça? Evidentemente que não. Conseguimos imaginar como seria nossa vida cristã se Jesus ainda ficasse relembrando os nossos pecados, mesmo após termos confessado? Certamente não teríamos sossego e nem relacionamento íntimo com Ele, assim como não temos paz interior e relacionamento íntimo quando não perdoamos o próximo. Devemos refletir seriamente sobre esta passagem de Hebreus e suplicar ao Espírito Santo para que nos convença da grande graça recebida em Cristo Jesus ao nos perdoar e ao esquecer dos nossos pecados confessados. Sigamos os passos do Mestre, andando como Ele andou (I João 2:6), perdoando como Ele perdoou. Não temos o direito de não perdoar se de fato somos cristãos. O cristianismo é uma vida de constante arrependimento. Portanto, quando não praticamos o arrependimento e, consequentemente, o perdão, não estamos vivendo de fato o verdadeiro cristianismo. Afirmamos que fomos salvos por Jesus, mas fomos salvos de que, se não conseguimos nem mesmo perdoar nosso irmão em Cristo, nosso cônjuge e amigos mesmo tendo sidos perdoados por Deus de uma dívida impagável? Que salvação é essa que nos faz viver amargurados e incapacitados de perdoar e restaurar nossos relacionamentos se temos o Espírito Santo de Deus que nos capacita a isto? Não perdoar é uma forma de vingança, pois sempre usamos o passado para agredir nosso próximo. É como disse Tertuliano: “Você quer ser feliz por um instante? Vingue-se! Quer ser feliz para sempre? Perdoe!”. Temos perdoado ou vivido aprisionados em nosso baú da infelicidade?

Alexandre Pereira Bornelli

terça-feira, 15 de julho de 2008

Acaso sou eu guardador do meu irmão?

Os exemplos de Caim e Filemon

Onde está teu irmão? Como estão vivendo e por onde estão andando nossos irmãos em Cristo? Sentimos falta deles nas reuniões da igreja? Nos preocupamos com a vida espiritual deles? Estão caminhando firmes na fé? Alguns deles estão afastado dos caminhos do Senhor? Precisamos refletir sobre isto, afinal, temos tudo a ver uns com os outros. Temos o dever de cuidar e uns dos outros. Essa história de que não temos nada a ver com nosso irmão é pensamento de quem segue o péssimo exemplo de Caim. Quando Deus perguntou a Caim onde estava seu irmão Abel, ele respondeu “por acaso, sou eu guardador do meu irmão” (Gn. 4:9). Você tem respondido o mesmo quando te perguntam sobre seu irmão?
Primeiramente, devemos entender e crer que somos a igreja de Cristo. Somos corpo de Cristo (ICo. 12:25 a 27) e membros uns dos outros (Rm 12:5 e Ef. 4:25) e por isso, não podemos viver isoladamente. Temos um compromisso espiritual uns com os outros. Somos responsáveis por cuidar uns dos outros e responderemos isto diante de Deus. Precisamos aprender que apesar de vivermos num mundo individualista e egoísta, onde o que interessa é somente o bem-estar de cada um, somos exortados biblicamente a viver de forma a sermos guardiões uns dos outros. Não fiscais uns dos outros, mas suporte em todos os momentos de alegria e, principalmente, de dificuldades. Pessoas que oram em favor dos amigos, que visitam, que vão atrás como instrumentos de Deus, para resgatá-los dos maus caminhos. E, que depois, lutam por manter e cultivar esse bom relacionamento fundamentado na fé em Cristo Jesus. Paulo nos ensina sobre como viver nossa vida sendo uma benção para o nosso próximo ao escrever a carta a Filemon. Primeiramente, aprendemos a importância de estarmos vivendo em comunhão com Deus, tendo uma vida pessoal íntima com Ele. Nos versos 4 a 6 Paulo dá um bom testemunho a esse respeito de Filemon. Paulo destaca a fé e o amor de Filemon para Deus em primeiro lugar. Sim, porque tudo em nossa vida precisa começar com Deus. Nossa vida individual precisa estar em obediência e intimidade com Cristo antes de qualquer outra coisa. Como conseqüência espiritual desse viver íntimo com o Senhor, somos impulsionados naturalmente a nos preocupar com nosso irmão em Cristo e a reanimá-lo na fé. Somos um só corpo, membros uns dos outros, formando a igreja vida do Senhor aqui na terra. Por isto, não podemos viver preocupados somente com a nossa vida. Filemon é um bom exemplo para nós de alguém que amava a Deus e amava seu próximo. No verso 7, Paulo destaca o cristianismo vivo de Filemon ao elogiá-lo por sempre reanimar o coração dos irmãos. Veja que ministério magnífico e pouco visto hoje em dia. Filemon amava tanto a Deus que esse amor se estendia aos seus irmãos. Ele não queria somente o bem estar espiritual dele, mas também, o de seus irmãos. Ele não se alegra simplesmente por estar firme nos caminhos do Senhor, ele queria também ver seus irmãos vivendo do mesmo modo. Filemon percebia quando um irmão estava esfriando na fé, quando estava sendo capturado pelo mundo, pelas riquezas, quando estava se distanciando de Deus e da igreja e se prontificava a reanimar este irmão a voltar para os caminhos do Senhor. Ao invés de criticar, fofocar e excluir o irmão do seu circulo de amizade ou de ser indiferente ao seu afastamento da fé, Filemon se aproximava das pessoas e o reanimavam a voltar para os caminhos do Senhor. Isto é amar a Deus e ao próximo! Em contraste com Caim que diz não ser guardador de seu irmão, temos o bom exemplo de Filemon!
Filemon e Caim são dois exemplos diferentes deixados para nós. O primeiro é para nosso aprendizado e proveito, visto que era pessoa temente a Deus sendo um bom testemunho de vida cristã e de amor ao próximo. Filemon tinha vida espiritual para isso. Já com o exemplo de Caim, temos uma pessoa que somente se preocupa consigo mesmo. Caim não tinha um relacionamento pessoal com Deus e por isso não se preocupava com os demais irmãos. Para Caim era cada um por si. Portanto, aprendamos com o exemplo de Filemon para mantermos nossa vida pessoal com Deus em primeiro lugar para que possamos, consequentemente, ser benção na vida daqueles que precisam de apoio, animo e fortalecimento espiritual. Para os seguidores de Caim, é cada um por si. Para os seguidores de Filemon, o que importa é nossa vida com Deus e a vida do nosso próximo também. A quem temos nos assemelhado, a Caim ou a Filemon?

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Qual modelo de crente você é?

Cada vez os automóveis estão mais luxuosos, oferecendo recursos e opções que geram conforto, tranqüilidade e segurança para os usuários.
Observando estes automóveis, podemos compará-los a determinados crentes. Trata-se de uma reflexão simples mas que pode nos ajudar de alguma forma.

Veja qual modelo de crente é você.


Crente com Air Bag – Assim como funciona no carro, funciona nos crentes também. Basta uma “trombada” ou um “acidente” no relacionamento com o cônjuge, com os irmãos, na igreja etc., e pronto; o air bag temperamental, ou seja, o isolamento e o cinismo, já são automaticamente acionados, funcionando como auto-proteção (na verdade falsa). Tal crente prefere se proteger a ter que tratar o problema, ainda que tenha dores e cicatrizes. Sempre foge dos problemas, por isso nunca cresce e nem tampouco, amadurece. Ao invés de se defender com o uso do seu air bag, que é sua manta protetora, representada pela justiça própria, arrogância, cinismo e isolamento o crente deveria conversar séria e mansamente a respeito dos fatos e orar sobre eles. Não acione seu air bag, pois ele ao invés de salva-lo, poderá sufocá-lo. Não maltratar o próximo quando se sentir confrontado é mandamento divino. “Antes sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus em Cristo vos perdoou”. Ef. 4:32

Crente com retrovisores laterais – Todo carro, seja ele de luxo ou básico, vem com este equipamento de uso obrigatório. Com a mesma finalidade com que os motoristas usam os retrovisores, ou seja, para olharem o que ficou para trás, muitos crentes vivem de igual modo; vivem o tempo todo olhando para o passado, para o que já ficou para trás em sua vida, seja em que área for. Por este fato, não conseguem caminhar progressivamente na vida cristã. Pessoas assim, que vivem com os retrovisores ativos o tempo todo, olhando, revivendo e remoendo o passado, alimentam amargura, ressentimentos, desenterram algo já morto, o que lhes corrói a alma e impede de viver bem no presente, bem como, dificulta a terem boa esperança no futuro. Deixe seus retrovisores de lado, não faça mais uso deles quer nos relacionamentos conjugais quer em outros. Pra isto existe o perdão. Não ressuscite o que já morreu e foi enterrado! Trate os problemas à Luz da Palavra de Deus, perdoe, ore e prossiga para o alvo, que é pra frente, e nunca para trás! O apostolo Paulo não usava seus retrovisores, pois disse: “Deixando as coisas que para trás ficam, e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”. Fl. 3:13 e 14

Crente com buzina – Como existem crentes que gostam de buzinar para os outros, tanto ao dirigirem, mas, principalmente, na vida comunitária da igreja, familiar e relacional. Ao invés de parar, esperar, orar e procurar ter paciência com determinadas situações cotidianas, não! Ficam “buzinando” o tempo todo para as pessoas que o cercam e que os impedem de caminhar do jeito que desejam. Basta alguém lhes atravessar o caminho, interromper seu trajeto, questionar algo, demorar um pouco para lhes atender, exigir um tempo de conversa, um apoio, que o crente egoísta dispara sua buzina, falando incessantemente, exigindo que saiam imediatamente da frente. Tais se acham o centro do mundo. Portanto, desligue e mantenha inativa sua buzina e busque mais a Deus, busque encher-se do Espírito Santo de Deus, pois Ele mesmo é a nossa paciência, nossa paz, nossa longanimidade, misericórdia, etc. “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e, sim, unicamente a que for boa para edificação, conforme a necessidade, e assim, transmita graça os que ouvem”. Ef. 4:29.

Crente com alarme moderno – Devido aos roubos, cada vez mais os carros estão equipados com alarmes sofisticados. Num mero toque, trava-se as portas, sobe-se os vidros, e corta-se o combustível do veículo. E, como existem crentes, homens e mulheres, que se protegem desta forma nos relacionamentos. Ao sentirem uma possível invasão em seu mundo interior, em seus pensamentos e desejos mais secretos, muitos cristãos travam o diálogo, sobem os vidros, e não conversam sobre nada e com mais ninguém. E, caso alguém insista em saber algo sobre seus problemas, suas lutas, desejos, preocupações etc., tentando uma maior aproximação para ajudar, o alarme falatório dispara imediatamente, dando início à críticas ou perduração ainda maior do silêncio, sempre age nos extremos, não deixando ninguém se aproximar nem mais um passo, muito menos continuar o assunto que exija uma conversa séria, de confissão, de abrir-se o coração. “Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros, e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode por sua eficácia, a súplica do justo.” Tg. 5:16

Crente com insulfime - Com a autorização da polícia para que se coloque película nos vidros dos automóveis, muitos aderiram a esta liberação. Muitos crentes, gostando da idéia, aderiram e insufilmaram não só seus carros, mas também e infelizmente, suas vidas para que ninguém os vejam por dentro. Relacionam-se com as pessoas apenas externa e superficialmente. Não conversam sobre sentimentos, lutas, temores porque eles mesmos não querem ser questionados sobre isso. Não mostram nada além do externo. E, quando lhes é exigido mostrar o interior; o que pensam, o que fazem, suas lutas, desejos etc., logo se revestem de uma película superprotetora para que ninguém os veja interiormente. Chegam a pensar que podem se esconder de Deus também (Sl. 139 neles!) Pensam estar protegidos pelo fato de as pessoas não terem acesso ao seu interior, quando na verdade, estão revestidos de uma falsa proteção que não os deixam progredirem na vida cristã. Afinal, somente num relacionamento de andar na luz e de ser conhecido, de confissão uns aos outros, de orar uns pelos outros etc., é que se pode crescer espiritualmente. Tais crentes ficam trancados em suas próprias manias e neuroses e progressivamente caminham para um lugar mais isolado onde enfraquecem na fé. “Se porém, andarmos na luz como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado...” I João 1:7

Crente com ar condicionado – Este tipo de crente não suporta temperaturas quentes ao seu redor, nada que lhe cause certo desconforto ainda que transitório. Busca somente o prazer para si. No decorrer dos dias, muitas vezes a temperatura dos relacionamentos sobe. Isto pode acontecer no relacionamento conjugal, no trabalho, em amizades etc. Porém, se o crente procurar enfrentar estas provações, não fugir delas, mas enfrentá-las, pedindo sabedoria a Deus para tratá-las de acordo com a Palavra de Deus, mesmo que a temperatura esteja alta, a ponto de ferver, certamente este momento difícil servirá de amadurecimento pessoal e espiritual. No entanto, alguns preferem a fuga de sair no meio da conversa, ou nem mesmo mais tocar no assunto, preferem esfriar o assunto com uma piadinha, com uma brincadeirinha ou mesmo desconversar. Entretanto, caso o cristão venha buscar um alívio passageiro para diminuir o calor do momento, passando por cima das provações, abafando-as ao invés de abraça-las (Rm 5:3 a 5 e Tg 1:12), terá um alívio circunstancial e temporário como o oferecido pelo ar condicionado de um veículo, nada mais. É mais prudente permanecer no ambiente quente das provações com a mente em Cristo do que buscar alívio temporário fora da Palavra. “Bem-aventurado o homem que suporta com perseverança a provação; porque depois de ter sido aprovado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor prometeu aos que o ama”. Tg. 1:12

O crente blindado – Existe ainda, os carros blindados. Também, nesta categoria, temos alguns crentes. Pessoas que resistem sobremaneira à vontade de Deus, estando também superprotegidas contra conselhos, opiniões, ensinos, exortações, sugestões, confrontações, pensando estarem em ambiente seguro. Engano! Tais pessoas são crentes ensimesmados, que não enxergam outra coisa senão a si próprio. Vivem olhando para o próprio umbigo, centralizado em si mesmos. O crente blindado, ao contrário do que parece, está totalmente vulnerável, pois sua autoproteção é sintoma evidente de insegurança, imaturidade de quem fugiu a vida toda de relacionamentos que o confrontam. Não seja você, mais um crente blindado que não aceita a vontade de Deus e a exortação dos irmãos, por se achar forte o suficiente para viver a vida por si próprio. Incline seus ouvidos para o Senhor.

“Porquanto aborreceram o conhecimento, e não preferiram o temo do Senhor; não quiseram o meu conselho e desprezaram toda minha repreensão.” Pv. 1:29 e 30

“Mas o que me der ouvidos habitará seguro, tranqüilo e sem temor do mal.” Pv. 1:33

Crente Total flex – A nova do mercado automobilístico agora são os carros bi combustíveis, que funcionam tanto a gasolina quanto a álcool. E a “velha” (pois isso sempre existiu) do “mercado gospel”, são os “crentes bi combustíveis”. Alimentam-se de dois combustíveis (Deus e o mundo) num só tanque: o coração. Abastecem-se do mundo e de Cristo, pensando poder viver desta maneira. Querem Deus e o mundo. Deus e as riquezas. No caso dos carros, o motor foi preparado para funcionar bem com dois combustíveis. Entretanto, o coração do crente não há a menor possibilidade desta mistura dar certo. Não há uma única chance, por mais remota que possa ser, de o cristão genuíno viver a vida cristã dividido entre Deus e o mundo. O motor (coração) irá fundir. Deus não aceita tal divisão. Tiago já nos exortou (cap.4 verso 4): “Irmãos não sabeis que a amizade com o mundo é inimizade com Deus. Todo, pois aquele que quiser ser amigo do mundo, constitui-se inimigo de Deus”.


Alexandre Pereira Bornelli