PENSAI NAS COISAS DO ALTO

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Diferentes ou esquisitos?

Podemos dizer que ser cristão implica em crer que Jesus Cristo é o único Deus verdadeiro, que veio a esta terra e como homem, morreu em nosso lugar na cruz pra pagar os nossos pecados, para ser Senhor e Salvador das nossas vidas , a fim de que vivamos em obediência à Sua Palavra, em busca pela santidade pessoal. Considerando que isso é uma realidade em nós, então, conclui-se que devemos ser pessoas diferentes, com valores, preocupações, interesses, prioridades diferentes. Diferentes de quem? Ora, daqueles que não crêem em Jesus como nós cremos. Jesus em nós é o que faz a diferença. Ser cristão não é, como infelizmente pensam alguns, frequentar às reuniões da igreja, ter amigos cristãos, decorar alguns versículos bíblicos, manter hábitos religiosos e moralmente bons, e por ai vai. Isso é ser esquisito. Ser cristão é ser diferente. É andar como Cristo andou (I João 2:6), é ser nova criatura onde as coisas velhas já ficaram para trás (II Cor. 5:17), é estar livre da velha vida afastada de Cristo, onde vivíamos segundo nossos próprios pensamentos e vontades (Ef. 2). Perguntemo-nos então, se somos diferentes ou esquisitos. Diferente é aquele que diz ter a Palavra de Deus como regra de fé e prática e tem vivido fazendo tal uso dela. É aquele que apesar de seus pecados cometidos esporadicamente, se arrepende, volta seu coração e sua mente em obediência às Escrituras. Onde e com quem e estiver, vive coerentemente com o que diz crer, apesar das limitações e dificuldades. Procura sempre fugir do pecado, dos lugares onde possa sentir-se tentado, desenvolve uma vida pessoal de oração, não menospreza as coisas espirituais e trava uma constante luta contra o orgulho de pensar não precisar dos conselhos da Palavra de Deus. Tudo isso conforme ele mesmo afirma crer, procura também viver em seu dia-a-dia, ainda que em lutas e tropeções, porém, sempre seguidos de arrependimento. Por outro lado, ser esquisito é aquele que se diz cristão, mas que vive contrariamente à Palavra de Deus. Diz-se crente, mas nunca ora, vive desprezando as coisas espirituais e não tem a Bíblia como manual de vida. Para ele, o arrependimento é coisa pra se pensar no futuro, embora diga que a Palavra de Deus exige que nos arrependamos hoje dos pecados. Seu conselheiro é ele mesmo, suas idéias, seu prazer, seus pensamentos, embora diga que a vontade de Deus é boa, perfeita e agradável. Fala-se uma coisa, mas vive-se outra. Não há ser mais esquisito do que esse!Qual é então, o grau de obediência prática que temos em relação à Palavra de Deus? Isto nos faz ser diferentes ou esquisitos. Afinal, podemos estar vivendo como pessoas esquisitas quando pensamos ser diferentes. A obediência a Deus é que determinará se somos um ou outro.

Alexandre Pereira Bornelli

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

O forte e o fraco Sansão

Ler Juízes capítulos 13 a 16.
Muitas riquezas podem ser extraídas da história de Sansão. É como se estivéssemos diante de um banquete. Não conseguimos aproveitar todas as coisas em uma única refeição, embora elas estejam disponíveis à nossa frente. É isso que este artigo se propõe. Ele é apenas uma refeição dentre muitas outras que podem ser feitas por cada um de nós, diante deste banquete, onde o “prato” do dia é Sansão seduzido pelo tempero do mundo.
O que mais se destaca da história de Sansão? Não erraram os que pensaram em força. Porém, sedução é algo que está tão evidente quanto a força na vida de Sansão. Ser seduzido é ser levado para o lado, ser desencaminhado.
A nação de Israel estava sob opressão dos filisteus e Deus anuncia que nascerá um menino, que crescerá sob cuidados especiais (Jz 13:5), não podendo ter seus cabelos cortados como sinal do pacto de Deus com ele. Sansão seria o instrumento de Deus para libertar o povo de Israel da opressão dos filisteus. Sproul, um renomado escritor cristão afirmou um detalhe importante, disse que o povo de Israel se acostumou com a opressão dos filisteus, pois estes eram um povo, embora inimigo, civilizados, educados. Por um bom tempo Sansão realmente foi um instrumento nas mãos de Deus. Estava caminhando bem, usando sua força super-humana dentro da vontade de Deus e mantendo seu voto de nazireu em sigilo. Por vários versículos, lemos o quanto Deus estava com Sansão, cuidando dele de modo especial. Esse lado da vida de Sansão nos impressiona, porque não imaginamos o que é ter uma força física dessa à nossa disposição. Vejamos o outro lado do mesmo Sansão.
Logo no início do cap. 16 lemos uma proeza desumana que Sansão fez. Ele pegou as portas das cidades, com ambos os umbrais, arrancou-as juntamente com a tranca e, pondo-as sobre os ombros, levou-as até o cume do monte que está defronte de Hebrom. Calcula-se que tenha caminhado com esse peso todo, aproximadamente 50 km!!! Estava comprovado que na força física ninguém o vencia. Os filisteus, inimigos do povo de Israel, sabendo disto, usaram a estratégia certa, a isca certa para o peixe certo. É o que nos conta o capítulo 16 a partir do verso 4. Dalila surge para destruir Sansão. Sim, o que um leão (14:6) e mil homens (15:16) não conseguiram fazer, ou seja, vencê-lo, agora tal objetivo está nas mãos de uma mulher. Fisicamente Dalila era inofensiva a ele. Mas, com um coração astuto e cheio de maldade ela se tornara perigosa. Logo após demonstrar tamanha força física carregando as portas da cidade, diz o verso 4 que Sansão se afeiçoou a uma mulher do vale de Soreque, cujo nome era Dalila. Resumindo (não deixem de ler os cap. 13 a 16), os príncipes dos filisteus contrataram Dalila por um preço, para seduzir Sansão e extrair dele o segredo da sua força. Ora, seus cabelos não eram mágicos, mas eram símbolos da aliança de Deus com Sansão. Sua força estava em Deus, mas Deus condicionou manter sua força à fidelidade de Sansão em não contar a ninguém o real motivo. Porém, toda a força física de Sansão o fez altivo, dono de si, preparando-o para a queda. A Bíblia mesmo diz que o orgulho precede a queda. Sansão experimentou isso. Aquele que tinha rasgado um leão ao meio pensava poder brincar com a tentação. Aquele que estava firme em Deus estava, agora, fraco diante de Dalila. Se o pecado viesse em forma de “leão”, com aparência perigosa, lutaríamos contra ele. Contudo, nosso inimigo vem como “anjo de luz”. O pecado vem com aparência inofensiva, como Dalila e não como um leão. A verdade é que o relacionamento de Sansão com Dalila era jugo desigual. Ele tinha um relacionamento com Deus, ela, não. Embora ela fosse supostamente bonita, aparentasse ser inofensiva, dócil, uma moça pra casar, era na verdade, astuta e má. Sansão, seduzido pela beleza da mulher, não via maldade nenhuma em estar com ela. Por 3 vezes Dalila tenta seduzir Sansão, para saber o segredo de sua força. Igualmente por 3 vezes Sansão mentiu a ela. Ele estava brincando com a tentação chamada Dalila. Após o fracasso de Dalila por 3 vezes, ela ainda não desistiu. Isto prova como o pecado não desiste de nós! Nossa luta e resistência contra o pecado, como diz Hebreus, deve ser até o sangue. O verso 16 do cap. 16 diz que Dalila importunou (seduziu) Sansão todos os dias para que lhe entregasse o segredo da sua força. Dalila então partiu pra sedução emocional, dizendo que ele não a amava, pois estava escondendo seu segredo e zombando dela. Coitadinha? Que nada! Mas, Sansão ficou com dó e caiu na conversa dela, pois desprezou a força da tentação. O forte agora é fraco. Ela conseguiu então seduzi-lo de vez (16:19). Neste momento, já era pra Sansão ter desconfiado da intenção maligna da mulher, pois nas 3 vezes que ele mentiu pra ela, os filisteus vieram para tentar pega-lo e ele escapou facilmente. Porém, ele não cria que estava correndo perigo se relacionando com ela. Julgava forte e íntegro o bastante para manter-se fiel a Deus. Como Pedro que disse a Jesus que todos podiam negá-lo, menos ele. Sabemos que Pedro foi o primeiro a negar. Esse é o nosso coração (Jr. 17:9). Pela insistência diária da mulher, Sansão não suportou sua sedução e abriu-lhe o coração, dormindo no colo da mulher após contar-lhe todo o segredo (16:18). Impressionante! Sansão se rendeu á tentação e ainda dormiu no colo da mulher. Dormindo com o inimigo! Parecia um momento romântico entre ambos. Contudo, era o começo de algo terrível na vida de Sansão. Ele estava se entregando ao pecado. Fora infiel com Deus e vai pagar caro por isso. Aquele homem forte, valente, vitorioso em grandes batalhas, agora está entregue e impotente nas mãos de seus inimigos. Quem antes brincava com a tentação, agora é alvo de zombaria e motivo de diversão dos filisteus. Com os olhos vazados, sem sua força dada por Deus, Sansão era zombado por todos (16:21 a 25). Todavia, ainda não era o fim. Passou por um período terrível, colhendo tudo o que plantou (Gl 6:7). Então, seus cabelos começaram a crescer em sinal de arrependimento. Então, clamou a Deus para que Deus lhe desse força para se vingar dos filisteus. Misericordiosamente, Deus o atendeu e lhe deu novamente força e ele derrubou as colunas do palácio, matando mais pessoas do que em toda a sua vida, porém, vindo a morrer também.
São muitas a lições para todos nós. A primeira delas é que também nascemos com um chamado especifico para sermos um instrumento nas mãos de Deus, santos num mundo pecaminoso (Ef. 1:4). A segunda, é que precisamos crer que nosso namoro com as “Dalilas”, com as coisas do mundo, são totalmente prejudiciais à nós. Todos aqueles que querem ser amigos do mundo, são infiéis, verdadeiros adúlteros espirituais e inimigos de Deus (Tg 4:4. I João 2:15 a 17). Não podemos brincar com a tentação. Não somos capazes de brincar com a tentação sem cair em pecado, embora pensemos como Sansão que sim. Temos inimigos ao nosso redor querendo a todo instante nos afastar da vontade de Deus e, mesmo assim, temos brincando com coisas que devemos levar muito a sério. Por mais sedutores e, aparentemente inofensivos, nossos relacionamentos fora dos princípios de Cristo devem ser evitados. É momento de nos perguntar se temos ido ao encontro de coisas, lugares e pessoas que deveríamos fugir. Com qual “Dalila” temos nos relacionado? Qual paixão pelas coisas do mundo tem nos importunado diariamente, querendo nos fazer cair em pecado? Não podemos brincar com a tentação, menosprezá-la, por isso a melhor coisa a fazer é o que Paulo recomendou a Timóteo o que José fez, ou seja, fugir! Aprendamos com Sansão que todos nós, por melhores que possamos pensar ser, por mais fortes fisicamente que sejamos ou por mais autoconfiantes que pensamos ser, a verdade é que somos frágeis e impotentes diante da tentação sem a graça de Deus. Que abandonemos todos os tipos de relacionamentos prejudiciais à nossa vida cristã urgentemente. Tudo o que estivermos plantando, isso colheremos. Sansão que o diga.

Alexandre Pereira Bornelli

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Pandemia espiritual é pior do que a gripe suína.

O mundo vive de epidemias. Naturalmente falando, a mais perigosa, talvez, até hoje foi a gripe espanhola que matou milhares de pessoas. Atualmente, o mosquito da dengue agradece por ter perdido o foco das atenções para gripe suína. Ninguém mais se preocupa com a dengue após a pandemia da gripe suína anunciada. Verdadeiro ou falso o que dizem sobre ela por ai, o fato é que o mundo está alarmado e com medo. Cinemas, shoppings, lojas, vôos, viagens de ônibus, tudo está sendo evitado e todos são suspeitos até que provem o contrário. O caos aumenta devido a não descoberta da vacina. Porém, pensemos por um momento: se alguém afirmasse ter a vacina em mãos, qual seria a reação do povo? O que faríamos?
Há uma pandemia muito pior que a gripe suína, espanhola ou qualquer outra e que tem tomado conta do mundo todo. Porém, poucos, pouquíssimos, tem se preocupado com ela. Falamos do pecado. Sim, o pecado entrou no mundo antes de qualquer doença e tem destruído a vida de milhares de pessoas e de famílias inteiras. E mesmo assim, poucos são os que procuram a cura. Não adianta usarmos máscara, lavarmos as mãos com álcool gel para evitá-lo. A Bíblia afirma que “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3:23). Não corremos o risco de sermos infectados pelo pecado; nós já nascemos em pecado (Sl 51: 5). Embora, necessariamente, pela graça de Deus, nem todos os sintomas do pecado se manifestem na vida de todos nós, todos eles habitam em nosso coração (Marcos 7:21 a 23) e, somos, potencialmente capazes de praticar cada um deles. Os sintomas do pecado são fáceis de diagnosticar: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, contendas, ciúmes, iras, facções, dissensões, invejas, bebedices, orgias e coisas semelhantes a estas, conforme Gálatas 5:19 a 21 afirma. Entretanto, poucos se vêem pecadores, e alguns que tem vaga noção, pensam não tratar-se de algo tão terrível assim, conforme a Bíblia afirma ser. Poucos também estão conscientes desta situação trágica em que se encontram, por isso não vêem necessidade de Cristo e por esta razão o mundo não está alarmado e nem lutando contra o pecado. Não se fala em pecado! Nisso, o pecado agradece, pois sem causar preocupação nas pessoas, sem ser considerado algo perigoso, pode desenvolver-se e continuar destruindo vidas tranquilamente, mantendo as pessoas longe de Deus, cegas para as coisas espirituais e ativos para os prazeres carnais. Pensemos se tivéssemos tanta preocupação com o pecado como temos com a gripe suína? Se tivéssemos os mesmos cuidados, evitando lugares, pessoas, situações de risco onde o pecado está sendo praticado, como temos com a gripe suína. Pensemos se ao menor sintoma dele, procurássemos auxílio nas Escrituras, com amigos cristãos, como seria diferente! O problema é que temos certeza de que somos fracos e vulneráveis ao vírus da temida gripe e que ele pode ser fatal, quando, ao mesmo tempo, nos achamos imunes ao pecado ou, no máximo, pensamos que ele não é tão destruidor quanto a Bíblia afirma ser. Com a gripe suína somos precavidos e fugimos de onde ela possa estar com mais presença. Todavia, com o pecado somos negligentes e despreocupados. Vamos vivendo como se ele não existisse ou não fosse destruidor.
Embora não tenhamos acesso à vacina da gripe suína, temos acesso à cura para o pecado que tem como mais grave sintoma nos manter mortos para Deus. A boa notícia é que existe cura para sermos libertos do poder do pecado! Porém, esta verdade nos anima? Nos traz alívio pra alma? Para sermos curados, basta crermos na pessoa de Jesus como o único Deus verdadeiro, como Senhor e Salvador da nossa vida que estaremos livres do poder do pecado, embora ele continue habitando em nós até que Cristo volte pela segunda vez. A Bíblia afirma em João 3:16 que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu único filho para que todo o que nEle crer não pereça, mas tenha a vida eterna”. Já cremos em Jesus? E os que já creram, continuam lutando contra o pecado diariamente em sua vida? O crer em Jesus como Senhor e Salvador é o único “remédio” eficaz e instantâneo para abolir o sintoma mais terrível do pecado, a nossa separação eterna de Cristo. Peçamos então ao Espírito Santo que nos convença urgentemente da necessidade de crermos em Jesus Cristo e da necessidade de continuarmos a lutar contra o pecado, pois como pecadores condenados ao inferno, não há outro caminho para a vida eterna senão o crer unicamente em Jesus como Senhor e Salvador pessoal da nossa vida, como diz Romanos 10:9: “Se, com a tua boca confessares Jesus como Senhor, e em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo

Alexandre Pereira Bornelli