PENSAI NAS COISAS DO ALTO

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

31 de dezembro

Mais um ano está passando
é o tempo que está voando
os anos se vão, a vida é como a neblina
Assim é que a Bíblia nos ensina.

Desenvolvei, com tremor e temor, a nossa salvação
é a ordem de Deus a todos, sem extinção
buscando a santidade em oração
Lutando para não cair em tentação

Tentação de ir vivendo por viver
até chegar ao ponto de não mais crer nisto:
que fomos salvos unicamente pela Graça, pelo sacrifício de Jesus Cristo!

31 de dezembro é momento de reflexão
como foi nossa vida de oração?
Como cristãos, temos uma única opção:
Clamar a Deus que ganhe mais e mais o nosso coração

Desperdiçamos o ano que se passou
se não cremos mais que Ele realmente nos amou
um amor indescritível, de tal maneira
que nos constrange a amá-lo a vida inteira

Nossa vida está nas mãos do Criador
apesar de sermos um povo pecador
Salvos pela Graça, para andar na Luz
fruto da preciosa vida e morte de Jesus

Seja velho, jovem, homem ou mulher
Ninguém deve viver a vida como quiser
Clamemos a Deus por arrependimento
neste ano ainda, enquanto há tempo.

Façamos planos e até retrospectiva
mas, não deixemos de lado o que mais vale nesta vida:
buscar a santidade e viver obediente
Este é o dever de todo aquele se diz crente.

Alexandre Pereira Bornelli

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

O dever de todo homem

Fala-se muito em direitos e deveres hoje em dia. A maioria sabe dos seus direitos, porém, poucos procuram saber quais são seus deveres. Como filhos de Deus, temos direitos e deveres. Certamente você sabe seus direitos conquistados unicamente pelo sangue de Cristo. Todavia, você sabe qual é o seu dever como cristão? Ninguém está desobrigado de cumprir este dever, nem mesmo o jovem cristão!
Ninguém melhor para nos exortar do que Salomão. Ele que foi considerado pela Palavra de Deus, o homem mais sábio desta terra (depois de Jesus, obviamente). Em Eclesiastes 12: 13 e 14 ele nos exorta: “De tudo o que se tem ouvido, a suma é: teme a Deus, e guarda os seus mandamentos, porque isto é o dever de todo homem. Porque Deus há de trazer a juízo todas as obras, até as que estão ocultas, quer sejam boas, quer sejam más.”
Com esta mensagem podemos fazer uma retrospectiva do ano que está se encerrando, nos indagando: esse ano nosso temor a Deus aumentou? Guardamos mais os seus mandamentos em nosso viver diário?
Foi de excelente proveito nosso ano se estamos temendo mais ao Senhor e guardando mais os seus mandamentos (Sl 119: 11 e 127; PV 6:3 ). Caso contrário, mais um ano se passou e apesar da nossa empresa ter sido um sucesso, nossos estudos concluídos, alguns objetivos terrenos realizados, fracassamos como cristãos se o nosso temor a Deus não progrediu e se não guardamos mais os seus mandamentos do que no passado. E não é difícil avaliarmos isto em nossa vida. Pois, não há como dizermos que temos temor (reverência) à Deus e à sua Palavra se somos desobedientes a ela ( Jó 28:28; PV 1:7; João 14:21 e I João 1:6). Nossa obediência às Escrituras é o termômetro fiel do nosso temor a Deus. Este ano fomos mais obedientes a Deus? Sim ou não?
A ordem “teme a Deus” é paralela à ordem “guarda os seus mandamentos”. Isto quer dizer que a verdadeira reverência para com Deus deve manifestar em nossa obediência a Ele, porque isto é o dever de todo homem, para isto que o homem existe. Guardar os mandamentos é nosso dever e não, nossa opção. Não temos o direito de avaliar se compensa ou não guardá-los.
Isto tem tudo a ver com o verso 14. Avaliar quais têm sido nossas obras ,mesmo enquanto jovens cristãos, nos dará o resultado exato da profundidade do nosso temor a Deus e do tanto que guardamos Seus mandamentos. O só pensar em nossas obras já nos causa terror? Então, certamente temos negligenciado nosso dever de temer a Deus e guardar os seus mandamentos. O julgamento por Deus de nossos pensamentos e atos é um tema dominante em todo o livro de Eclesiastes (3:17; 11:9; 2Cor 5:10). Esse “temor a Deus” (v.13) nos traz a certeza de que com Deus não se brinca, de Deus não se zombra, porque haveremos de colher tudo o que semearmos (Gl. 5:6), e também a certeza de que Deus há de trazer a juízo toda as nossas obras.
Nosso dever, portanto, é viver e desfrutar da vida como sendo uma dádiva de Deus (Ec. 2:24); aproveitar ao máximo cada oportunidade para a glória de Deus (Ec. 9:10); viver a vida em reverência para com Deus (Ec. 12:13); viver essa vida com uma consciência do juízo futuro (Ec. 12:14).

Alexandre Pereira Bornelli

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Ler não é tudo. Alimentar-se, sim.

"Ninguém se alimenta decorando cardápio", já disse um pensador do passado. Nada resolve com relação à nossa necessidade de alimentação, irmos a um bom restaurante, sentarmos numa cadeira confortável, com uma temperatura agradável, sermos bem atendidos por um garçom educado e lermos um cardápio irresistível, se não nos alimentarmos realmente.
Igualmente, nada resolve nossa necessidade espiritual o fato de somente frequentarmos uma boa igreja, onde somos bem recebidos, onde o clima é agradável e a exposição da Palavra feita de forma correta, se não nos alimentarmos espiritualmente das verdades ali ensinadas, em atitude humilde, demonstrando uma real necessidade da pessoa de Jesus Cristo. Ninguém se alimenta, espiritualmente falando, apenas decorando ou lendo a Bíblia. É preciso ler com fé e praticar os ensinamentos de Jesus. Assim como é perda de tempo pagar um nutricionista para ter um novo cardápio alimentar, se no dia-a-dia nossa alimentação continuar a mesma, ainda que o novo cardápio esteja pendurado por um bom imã na porta da geladeira, também é ter o nosso "cardápio" (a Bíblia) aberta diante de nós, sem que nos alimentemos dela. É preciso recebermos e acolhermos em nosso coração, com fé, a inarredável e inspirada Palavra de Deus a fim de sermos transformados diariamente por ela. Podemos ler, decorar versículos, histórias bíblicas, achar as parábolas lindas, mas se nossa leitura é especulativa, sem fé, sem crença, lemos apenas com a mente natural investigativa. Isto de nada aproveita. Não nos contentemos com os lugares onde nos reunimos, nem no tanto que sabemos da Bíblia, se não estamos sendo edificados pessoalmente pela Palavra. Mas, nos preocupemos no tanto que estamos praticando, fazendo com que os ensinamentos de Jesus se tornem uma realidade em nossa vida, nos negócios, no namoro, casamento, profissão, lazer e em todos os nossos relacionamentos, destacando, o familiar.
Pois, assim como uma pessoa pode permanecer desnutrida e até morrer de fome, naturalmente falando, com um excelente cardápio aberto à sua frente; assim também, um cristão pode permanecer desnutrido espiritualmente, mesmo com a Bíblia aberta em algum local da sua casa ou empresa, afinal, ninguém é alimentado espiritualmente, apenas por ler e decorar algumas partes da Bíblia.
ALEXANDRE PEREIRA BORNELLI

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Orgulho-me da minha humildade

Não são poucas as vezes que escutamos alguém contando vantagem por considerar-se humilde. É algo estranho, mas acontece. Afinal, quem é humilde, verdadeiramente humilde, não pode se gabar disso sob o risco de perder a humildade. Jesus foi o exemplo máximo da verdadeira humildade. A Bíblia toda prova esta verdade. Mas, em Filipenses 2, existe toda uma concentração desta descrição. Por nenhum momento de sua vida, Jesus contou vantagem sobre milagres, curas, acontecimento que fez. Ao contrário, as pessoas queriam muitas vezes fazê-lo rei e Ele não as deixou por adiante tal projeto, por estar fora da vontade de Deus (João 6:15). Jesus não chamou a atenção para si, mas sempre deixou claro que veio fazer a vontade do Pai, que O enviou.
Aprendamos com Jesus o que é humildade então, vendo em Sua vida algo que apontava para outra pessoa, no caso Deus-Pai.
Porém, o que tem acontecido hoje em dia é que muitos cristãos cheios de si mesmos, procuram a todo custo fazerem-se grandes aos olhos da igreja onde reúnem, da esposa, filhos e da sociedade em geral. São pessoas que procuram atrair a atenção toda para si mesmas, vangloriando-se que fazem tudo certo, que são cumpridores da lei, dão dízimos, pagam impostos, pagam suas contas em dia, não olham com olhar impuro, são pacientes, bons maridos, boas esposas, ótimos membros da igreja onde reúnem, são sempre honestos, jutos, etc. Há aqueles que não têm sequer vida moral para se gabar e, por iso, são logo descartados, sua má intenção é desmascarada por uma vida marcada por problemas sociais, profissionais e relacionais. No entanto, há os que são, natural e moralmente melhores (naturalmente, repita-se). Essa classe de cristãos são os disciplinados, são aqueles que fazem as obras citadas logo acima. Essas qualidades naturais acima descritas devem fazer parte de todo cristão, mas nada tem a ver com santidade, que é onde vemos raízes da verdadeira humildade. Podemos ser bem qualificados, naturalmente falando, mas espiritualmente isso não traz benefício algum. O que tem ocorrido é que os cristãos naturalmente bem qualificados em termos de caráter (como alguns exemplos citados acima) são, em sua maioria, soberbos, orgulhosos por serem assim. Pensam que isso traz méritos diante de Deus. Colocam-se superiores aos demais. Orgulham-se por serem disciplinados, calmos, trabalhadores, honestos, bons maridos, ótimos vizinhos, etc. Deus procura ou procurou alguma vez pessoas assim? Não. Moralismo não tem nada a ver com santidade, embora a santidade leva-nos a sermos moralmente corretos. Mas, o contrário não é verdadeiro. Deus procura pessoas com coração contrito, quebrantado e não, com coração inchado pela justiça própria (Is. 57:15). Deus não se revela aos orgulhosos, àqueles que se gabam de suas qualidades naturais, mas sim aos humildes. Humildade é estar vazio de si mesmo, não tendo justiça própria, é estar ciente de que somos totalmente dependentes de Deus e que sem Ele nada podemos fazer (João 15:5). Humildade é também deixar que Jesus cresca em nós enquanto nós diminuamos em nossa vontade e justiça próprias (João 3:30). Consequentemente, é estar cheios de Deus. Nada de bom caráter, bons comportamentos externos, bons costumes, estrita observância a tradição religiosa tem valor a Deus. Que nos diga o jovem rico de Lucas 18, que tinha um curriculun natural impecável, mas, um interior condenável. Deus olha nossos corações, nossas motivações (I Sm 16:7). Por isso Paulo, que excedia a todos em qualidades naturais, concluiu que pela carne não tinha condições para atingir requisitos de santidade, escolhendo o caminho de conhecer o Senhor Jesus progressivamente, dizendo em Filipenses 3:9,9 : "...e ser achado nele, não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que vem de Deus pela fé, para conhecê-lo e a virtude de sua ressurreição". Paulo podia se gabar de seu curriculun natural, mas viu que isso não valia de nada. Aprendamos com ele que o conhecimento progressivo e verdadeiro do Senhor nos faz humildes, por nos mostra, ao mesmo tempo, Sua Santidade e nossa pecaminosidade (Is 6 e Os 6:3).
Concluindo, trazemos o precioso ensinamento de Russell P. Shedd, em seu excelente livro Lei, Graça e Santificação, pag. 61: "Não é pela ambição humana que podemos aumentar a santidade, mas por Sua decisão, pela qual Ele a compartilha conosco. Deus se revela a quem quer conhecê-lo, a quem não se orgulha em sua própria justiça. Comunica-Se com todo homem que O busca de todo coração (Is 55:6)."
E, poucas linhas adiante, conclui: "Um indivíduo pode ser altamente moral, mas se a disposição do coração com que atua não corresponde àquela que Deus exige ou aprova, mesmo crendo que está no caminho para o céu, está no caminho largo para o inferno". Que nos gloriemos somente na Cruz de Cristo.
ALEXANDRE PEREIRA BORNELLI

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Solo espinhoso e o coração do preguiçoso


Dentre os muitos e preciosos ensinamentos da parábola do Semeador (Mateus 13:1 a 23), queremos apenas destacar sobre a semente que caiu em solo espinhoso, deixando outras abordagens para outra ocasião.
Naturalmente, o solo espinhoso, verso 7, é aquele solo que tem outros moradores, outras raízes crescendo e disputando o mesmo lugar onde foi plantada uma boa semente. É um palco de constante disputa, de um conflito interminável entre sementes que querem um lugar ao sol. Vencerá ou prevalecerá aquela que conseguir fixar suas raízes mais profundamente. É possível imaginar a luta, a verdadeira batalha incansável que acontece entre a semente e os espinhos. É um contra o outro o tempo todo. Isto acontece, porque o terreno não foi limpado antes de ser lançada a semente. Achou um terreno todo cheio de espinhos e simplesmente, por preguiça, apenas lançou-se a semente junto aos espinhos. E nasça quem quiser.
O solo espinhoso representa o coração de muito dos filhos dos homens. O coração é como o solo, capaz de produzir bons frutos. Pena que muitos corações são como o campo do preguiçoso (PV. 24:30,31). A descrição deste texto de provérbios é muito real, diz: “Passei junto ao campo do preguiçoso e junto à vinha do homem falto de entendimento; e eis que tudo estava cheio de cardos, e a sua superfície coberta de urtigas, e o seu muro de pedra estava derrubado”. O preguiçoso não cuida do que é seu. É como vemos hoje em dia uma data vazia na cidade, sem cuidados. Não tem muro, cerca e por isso, acaba virando depósito de lixo. Todos que por ali passam jogam alguma coisa. O mato está sempre alto, não tendo espaço pra qualquer planta boa nascer. Assim também é o coração do cristão preguiçoso. Está sem muros, ou seja, sem discernimento, sem a proteção da Palavra de Deus devido à preguiça para as coisas espirituais. O cristão preguiçoso não dá a devida importância, não vê problemas em cultivar preocupações deste mundo e viver abandonando os cuidados espirituais. Ele até quer que a Palavra nasça e cresça, mas não faz nada para isso, não confessa pecados, não procura ter uma vida íntegra, não prioriza as coisas de Deus. Pelo contrário, vive para as coisas do mundo e somente no domingo, religiosamente, dedica o dia para as coisas espirituais. Um coração assim vira depósito das preocupações deste mundo e do engano nas riquezas e todo tipo de mal que advém destas duas pragas que germinam e dão frutos terríveis.
Este é o homem com o coração semelhante ao solo espinhoso. Ele não chega a rejeitar sua fé e a desprezar totalmente a Palavra de Deus. Todavia, não dá prioridade a ela. Quer que ela cresça, achando um espaço em seu coração em meio a tantas outras coisas que estão sendo cultivadas ali. Se conseguir germinar assim, ótimo. Ele é um homem duplo, quer cultivar espinhos e a boa semente; quer cultivar o pecado e a Palavra de Deus, quer se dedicar totalmente a este mundo e as coisas do Senhor, quer amar as riquezas e a Deus; quer desfrutar do futuro e do agora. Duas coisas lutando pelo mesmo lugar, para fixar raízes e germinar. Cultiva todo tipo de semente em seu coração, domingo e apenas domingo cultiva um pouco a boa semente (Palavra de Deus). Novamente, no restante da semana, cultiva urtigas, representados pelas preocupações com este mundo e engano das riquezas, como diz Mattew Henry em seu comentário do Novo Testamento: “Tais preocupações consomem o vigor da alma que deveria ser usado em coisas divinas. Nos distraem quanto ao nosso dever, e mais tarde nos causam os maiores problemas.Aqueles que são excessivamente atarefados, e que se mostram cuidadosos em relação a muitas coisas, normalmente negligenciam aquilo que é mais necessário e importante.”
O que prevalecerá em nosso coração? Certamente o que temos mais cultivado. Nosso coração tem sido semelhante ao solo espinhoso? Semelhante ao campo do preguiçoso? É tempo de arrependimento, confissão, limpeza destas pragas que tem sufocado a Palavra de Deus em nosso coração.

Alexandre Pereira Bornelli

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Diferentes ou esquisitos?

Podemos dizer que ser cristão implica em crer que Jesus Cristo é o único Deus verdadeiro, que veio a esta terra e como homem, morreu em nosso lugar na cruz pra pagar os nossos pecados, para ser Senhor e Salvador das nossas vidas , a fim de que vivamos em obediência à Sua Palavra, em busca pela santidade pessoal. Considerando que isso é uma realidade em nós, então, conclui-se que devemos ser pessoas diferentes, com valores, preocupações, interesses, prioridades diferentes. Diferentes de quem? Ora, daqueles que não crêem em Jesus como nós cremos. Jesus em nós é o que faz a diferença. Ser cristão não é, como infelizmente pensam alguns, frequentar às reuniões da igreja, ter amigos cristãos, decorar alguns versículos bíblicos, manter hábitos religiosos e moralmente bons, e por ai vai. Isso é ser esquisito. Ser cristão é ser diferente. É andar como Cristo andou (I João 2:6), é ser nova criatura onde as coisas velhas já ficaram para trás (II Cor. 5:17), é estar livre da velha vida afastada de Cristo, onde vivíamos segundo nossos próprios pensamentos e vontades (Ef. 2). Perguntemo-nos então, se somos diferentes ou esquisitos. Diferente é aquele que diz ter a Palavra de Deus como regra de fé e prática e tem vivido fazendo tal uso dela. É aquele que apesar de seus pecados cometidos esporadicamente, se arrepende, volta seu coração e sua mente em obediência às Escrituras. Onde e com quem e estiver, vive coerentemente com o que diz crer, apesar das limitações e dificuldades. Procura sempre fugir do pecado, dos lugares onde possa sentir-se tentado, desenvolve uma vida pessoal de oração, não menospreza as coisas espirituais e trava uma constante luta contra o orgulho de pensar não precisar dos conselhos da Palavra de Deus. Tudo isso conforme ele mesmo afirma crer, procura também viver em seu dia-a-dia, ainda que em lutas e tropeções, porém, sempre seguidos de arrependimento. Por outro lado, ser esquisito é aquele que se diz cristão, mas que vive contrariamente à Palavra de Deus. Diz-se crente, mas nunca ora, vive desprezando as coisas espirituais e não tem a Bíblia como manual de vida. Para ele, o arrependimento é coisa pra se pensar no futuro, embora diga que a Palavra de Deus exige que nos arrependamos hoje dos pecados. Seu conselheiro é ele mesmo, suas idéias, seu prazer, seus pensamentos, embora diga que a vontade de Deus é boa, perfeita e agradável. Fala-se uma coisa, mas vive-se outra. Não há ser mais esquisito do que esse!Qual é então, o grau de obediência prática que temos em relação à Palavra de Deus? Isto nos faz ser diferentes ou esquisitos. Afinal, podemos estar vivendo como pessoas esquisitas quando pensamos ser diferentes. A obediência a Deus é que determinará se somos um ou outro.

Alexandre Pereira Bornelli

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

O forte e o fraco Sansão

Ler Juízes capítulos 13 a 16.
Muitas riquezas podem ser extraídas da história de Sansão. É como se estivéssemos diante de um banquete. Não conseguimos aproveitar todas as coisas em uma única refeição, embora elas estejam disponíveis à nossa frente. É isso que este artigo se propõe. Ele é apenas uma refeição dentre muitas outras que podem ser feitas por cada um de nós, diante deste banquete, onde o “prato” do dia é Sansão seduzido pelo tempero do mundo.
O que mais se destaca da história de Sansão? Não erraram os que pensaram em força. Porém, sedução é algo que está tão evidente quanto a força na vida de Sansão. Ser seduzido é ser levado para o lado, ser desencaminhado.
A nação de Israel estava sob opressão dos filisteus e Deus anuncia que nascerá um menino, que crescerá sob cuidados especiais (Jz 13:5), não podendo ter seus cabelos cortados como sinal do pacto de Deus com ele. Sansão seria o instrumento de Deus para libertar o povo de Israel da opressão dos filisteus. Sproul, um renomado escritor cristão afirmou um detalhe importante, disse que o povo de Israel se acostumou com a opressão dos filisteus, pois estes eram um povo, embora inimigo, civilizados, educados. Por um bom tempo Sansão realmente foi um instrumento nas mãos de Deus. Estava caminhando bem, usando sua força super-humana dentro da vontade de Deus e mantendo seu voto de nazireu em sigilo. Por vários versículos, lemos o quanto Deus estava com Sansão, cuidando dele de modo especial. Esse lado da vida de Sansão nos impressiona, porque não imaginamos o que é ter uma força física dessa à nossa disposição. Vejamos o outro lado do mesmo Sansão.
Logo no início do cap. 16 lemos uma proeza desumana que Sansão fez. Ele pegou as portas das cidades, com ambos os umbrais, arrancou-as juntamente com a tranca e, pondo-as sobre os ombros, levou-as até o cume do monte que está defronte de Hebrom. Calcula-se que tenha caminhado com esse peso todo, aproximadamente 50 km!!! Estava comprovado que na força física ninguém o vencia. Os filisteus, inimigos do povo de Israel, sabendo disto, usaram a estratégia certa, a isca certa para o peixe certo. É o que nos conta o capítulo 16 a partir do verso 4. Dalila surge para destruir Sansão. Sim, o que um leão (14:6) e mil homens (15:16) não conseguiram fazer, ou seja, vencê-lo, agora tal objetivo está nas mãos de uma mulher. Fisicamente Dalila era inofensiva a ele. Mas, com um coração astuto e cheio de maldade ela se tornara perigosa. Logo após demonstrar tamanha força física carregando as portas da cidade, diz o verso 4 que Sansão se afeiçoou a uma mulher do vale de Soreque, cujo nome era Dalila. Resumindo (não deixem de ler os cap. 13 a 16), os príncipes dos filisteus contrataram Dalila por um preço, para seduzir Sansão e extrair dele o segredo da sua força. Ora, seus cabelos não eram mágicos, mas eram símbolos da aliança de Deus com Sansão. Sua força estava em Deus, mas Deus condicionou manter sua força à fidelidade de Sansão em não contar a ninguém o real motivo. Porém, toda a força física de Sansão o fez altivo, dono de si, preparando-o para a queda. A Bíblia mesmo diz que o orgulho precede a queda. Sansão experimentou isso. Aquele que tinha rasgado um leão ao meio pensava poder brincar com a tentação. Aquele que estava firme em Deus estava, agora, fraco diante de Dalila. Se o pecado viesse em forma de “leão”, com aparência perigosa, lutaríamos contra ele. Contudo, nosso inimigo vem como “anjo de luz”. O pecado vem com aparência inofensiva, como Dalila e não como um leão. A verdade é que o relacionamento de Sansão com Dalila era jugo desigual. Ele tinha um relacionamento com Deus, ela, não. Embora ela fosse supostamente bonita, aparentasse ser inofensiva, dócil, uma moça pra casar, era na verdade, astuta e má. Sansão, seduzido pela beleza da mulher, não via maldade nenhuma em estar com ela. Por 3 vezes Dalila tenta seduzir Sansão, para saber o segredo de sua força. Igualmente por 3 vezes Sansão mentiu a ela. Ele estava brincando com a tentação chamada Dalila. Após o fracasso de Dalila por 3 vezes, ela ainda não desistiu. Isto prova como o pecado não desiste de nós! Nossa luta e resistência contra o pecado, como diz Hebreus, deve ser até o sangue. O verso 16 do cap. 16 diz que Dalila importunou (seduziu) Sansão todos os dias para que lhe entregasse o segredo da sua força. Dalila então partiu pra sedução emocional, dizendo que ele não a amava, pois estava escondendo seu segredo e zombando dela. Coitadinha? Que nada! Mas, Sansão ficou com dó e caiu na conversa dela, pois desprezou a força da tentação. O forte agora é fraco. Ela conseguiu então seduzi-lo de vez (16:19). Neste momento, já era pra Sansão ter desconfiado da intenção maligna da mulher, pois nas 3 vezes que ele mentiu pra ela, os filisteus vieram para tentar pega-lo e ele escapou facilmente. Porém, ele não cria que estava correndo perigo se relacionando com ela. Julgava forte e íntegro o bastante para manter-se fiel a Deus. Como Pedro que disse a Jesus que todos podiam negá-lo, menos ele. Sabemos que Pedro foi o primeiro a negar. Esse é o nosso coração (Jr. 17:9). Pela insistência diária da mulher, Sansão não suportou sua sedução e abriu-lhe o coração, dormindo no colo da mulher após contar-lhe todo o segredo (16:18). Impressionante! Sansão se rendeu á tentação e ainda dormiu no colo da mulher. Dormindo com o inimigo! Parecia um momento romântico entre ambos. Contudo, era o começo de algo terrível na vida de Sansão. Ele estava se entregando ao pecado. Fora infiel com Deus e vai pagar caro por isso. Aquele homem forte, valente, vitorioso em grandes batalhas, agora está entregue e impotente nas mãos de seus inimigos. Quem antes brincava com a tentação, agora é alvo de zombaria e motivo de diversão dos filisteus. Com os olhos vazados, sem sua força dada por Deus, Sansão era zombado por todos (16:21 a 25). Todavia, ainda não era o fim. Passou por um período terrível, colhendo tudo o que plantou (Gl 6:7). Então, seus cabelos começaram a crescer em sinal de arrependimento. Então, clamou a Deus para que Deus lhe desse força para se vingar dos filisteus. Misericordiosamente, Deus o atendeu e lhe deu novamente força e ele derrubou as colunas do palácio, matando mais pessoas do que em toda a sua vida, porém, vindo a morrer também.
São muitas a lições para todos nós. A primeira delas é que também nascemos com um chamado especifico para sermos um instrumento nas mãos de Deus, santos num mundo pecaminoso (Ef. 1:4). A segunda, é que precisamos crer que nosso namoro com as “Dalilas”, com as coisas do mundo, são totalmente prejudiciais à nós. Todos aqueles que querem ser amigos do mundo, são infiéis, verdadeiros adúlteros espirituais e inimigos de Deus (Tg 4:4. I João 2:15 a 17). Não podemos brincar com a tentação. Não somos capazes de brincar com a tentação sem cair em pecado, embora pensemos como Sansão que sim. Temos inimigos ao nosso redor querendo a todo instante nos afastar da vontade de Deus e, mesmo assim, temos brincando com coisas que devemos levar muito a sério. Por mais sedutores e, aparentemente inofensivos, nossos relacionamentos fora dos princípios de Cristo devem ser evitados. É momento de nos perguntar se temos ido ao encontro de coisas, lugares e pessoas que deveríamos fugir. Com qual “Dalila” temos nos relacionado? Qual paixão pelas coisas do mundo tem nos importunado diariamente, querendo nos fazer cair em pecado? Não podemos brincar com a tentação, menosprezá-la, por isso a melhor coisa a fazer é o que Paulo recomendou a Timóteo o que José fez, ou seja, fugir! Aprendamos com Sansão que todos nós, por melhores que possamos pensar ser, por mais fortes fisicamente que sejamos ou por mais autoconfiantes que pensamos ser, a verdade é que somos frágeis e impotentes diante da tentação sem a graça de Deus. Que abandonemos todos os tipos de relacionamentos prejudiciais à nossa vida cristã urgentemente. Tudo o que estivermos plantando, isso colheremos. Sansão que o diga.

Alexandre Pereira Bornelli

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Pandemia espiritual é pior do que a gripe suína.

O mundo vive de epidemias. Naturalmente falando, a mais perigosa, talvez, até hoje foi a gripe espanhola que matou milhares de pessoas. Atualmente, o mosquito da dengue agradece por ter perdido o foco das atenções para gripe suína. Ninguém mais se preocupa com a dengue após a pandemia da gripe suína anunciada. Verdadeiro ou falso o que dizem sobre ela por ai, o fato é que o mundo está alarmado e com medo. Cinemas, shoppings, lojas, vôos, viagens de ônibus, tudo está sendo evitado e todos são suspeitos até que provem o contrário. O caos aumenta devido a não descoberta da vacina. Porém, pensemos por um momento: se alguém afirmasse ter a vacina em mãos, qual seria a reação do povo? O que faríamos?
Há uma pandemia muito pior que a gripe suína, espanhola ou qualquer outra e que tem tomado conta do mundo todo. Porém, poucos, pouquíssimos, tem se preocupado com ela. Falamos do pecado. Sim, o pecado entrou no mundo antes de qualquer doença e tem destruído a vida de milhares de pessoas e de famílias inteiras. E mesmo assim, poucos são os que procuram a cura. Não adianta usarmos máscara, lavarmos as mãos com álcool gel para evitá-lo. A Bíblia afirma que “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3:23). Não corremos o risco de sermos infectados pelo pecado; nós já nascemos em pecado (Sl 51: 5). Embora, necessariamente, pela graça de Deus, nem todos os sintomas do pecado se manifestem na vida de todos nós, todos eles habitam em nosso coração (Marcos 7:21 a 23) e, somos, potencialmente capazes de praticar cada um deles. Os sintomas do pecado são fáceis de diagnosticar: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, contendas, ciúmes, iras, facções, dissensões, invejas, bebedices, orgias e coisas semelhantes a estas, conforme Gálatas 5:19 a 21 afirma. Entretanto, poucos se vêem pecadores, e alguns que tem vaga noção, pensam não tratar-se de algo tão terrível assim, conforme a Bíblia afirma ser. Poucos também estão conscientes desta situação trágica em que se encontram, por isso não vêem necessidade de Cristo e por esta razão o mundo não está alarmado e nem lutando contra o pecado. Não se fala em pecado! Nisso, o pecado agradece, pois sem causar preocupação nas pessoas, sem ser considerado algo perigoso, pode desenvolver-se e continuar destruindo vidas tranquilamente, mantendo as pessoas longe de Deus, cegas para as coisas espirituais e ativos para os prazeres carnais. Pensemos se tivéssemos tanta preocupação com o pecado como temos com a gripe suína? Se tivéssemos os mesmos cuidados, evitando lugares, pessoas, situações de risco onde o pecado está sendo praticado, como temos com a gripe suína. Pensemos se ao menor sintoma dele, procurássemos auxílio nas Escrituras, com amigos cristãos, como seria diferente! O problema é que temos certeza de que somos fracos e vulneráveis ao vírus da temida gripe e que ele pode ser fatal, quando, ao mesmo tempo, nos achamos imunes ao pecado ou, no máximo, pensamos que ele não é tão destruidor quanto a Bíblia afirma ser. Com a gripe suína somos precavidos e fugimos de onde ela possa estar com mais presença. Todavia, com o pecado somos negligentes e despreocupados. Vamos vivendo como se ele não existisse ou não fosse destruidor.
Embora não tenhamos acesso à vacina da gripe suína, temos acesso à cura para o pecado que tem como mais grave sintoma nos manter mortos para Deus. A boa notícia é que existe cura para sermos libertos do poder do pecado! Porém, esta verdade nos anima? Nos traz alívio pra alma? Para sermos curados, basta crermos na pessoa de Jesus como o único Deus verdadeiro, como Senhor e Salvador da nossa vida que estaremos livres do poder do pecado, embora ele continue habitando em nós até que Cristo volte pela segunda vez. A Bíblia afirma em João 3:16 que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu único filho para que todo o que nEle crer não pereça, mas tenha a vida eterna”. Já cremos em Jesus? E os que já creram, continuam lutando contra o pecado diariamente em sua vida? O crer em Jesus como Senhor e Salvador é o único “remédio” eficaz e instantâneo para abolir o sintoma mais terrível do pecado, a nossa separação eterna de Cristo. Peçamos então ao Espírito Santo que nos convença urgentemente da necessidade de crermos em Jesus Cristo e da necessidade de continuarmos a lutar contra o pecado, pois como pecadores condenados ao inferno, não há outro caminho para a vida eterna senão o crer unicamente em Jesus como Senhor e Salvador pessoal da nossa vida, como diz Romanos 10:9: “Se, com a tua boca confessares Jesus como Senhor, e em teu coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo

Alexandre Pereira Bornelli

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Seguros estamos nas mãos de Deus


Quando estou passeando com meu filho a pé, ele tem 3 anos, sempre procuro segurar na mão dele pra evitar um imprevisto ao atravessar a rua, por exemplo. Embora estejamos de mãos dadas, percebo que ele está andando distraidamente sem se preocupar em segurar firme na minha mão, pois sabe que estou segurando firme na mãozinha dele. Isto o dá segurança.
Com Deus é a mesma coisa. Não temos condições de segurar em “Sua mão”. Embora insistamos em cantar “segura na mão de Deus, pois ela te sustentará...”, precisamos crer que isto não é possível. Deveríamos mudar a letra e cantar, “seguro estou nas mãos de Deus". Afinal, somos incapazes, por nós mesmos, de nos manter seguros nas “mãos” de Deus. O humanismo tenta nos convencer que conseguimos segurar firmes na mão de Deus, pois isto traz mérito ao homem. Por toda a história do povo de Israel vemos o contrário, ou seja, que foi a mão de Deus que os sustentava, segurava e provia todas as coisas, apesar das infidelidades e pecados insistentes do povo. Isso é confirmado em Isaías 41:13: “Porque eu, o Senhor teu Deus, te seguro pela tua mão direita; e te digo: Não temas; eu te ajudarei”. Esta é também a nossa história!Precisamos crer realmente que é Deus quem segura a nossa mão, quem sustenta a nossa vida e não, o contrário. Embora estejamos de “mãos dadas” com Deus, metaforicamente falando, nossa mão está sendo totalmente segura pela dEle. Não temos capacidade de segurar nas “mãos” do Senhor. É ele quem rege e nos guia a cada passo, nos segurando pela mão. Isto quer dizer que dependemos do Senhor a cada segundo e para todas as coisas. Graças a Deus que não somos nós que estamos segurando na “mão” dEle e, sim, que estamos sendo segurados pela sua “mão”! Isto é pura misericórdia do Senhor, pois se Ele deixasse para que segurássemos em sua “mão” estaríamos perdidos. Crer nessa verdade é fundamental, pois quem acredita que está segurando na “mão” de Deus, acredita também que ele e Deus contribuem para seu cuidado conjuntamente. Ora, isto fere a Cruz, a soberania e a providência total do Senhor em nossas vidas. Humanamente, isto pode trazer alegria ao coração de muitos, porque pensam ter méritos por estarem segurando nas “mãos” de Deus. A glória é então dividida entre o homem e Deus. Isso ofende diretamente a Cruz de Cristo e sua glória absoluta sobre nossas vidas. De outro lado, falar que estamos sendo totalmente seguros pela boa “mão” de Deus, afeta nosso orgulho, nosso eu e nossa estrutura. E foi para isso que Cristo veio em nossas vidas. Porém, enaltece a Cruz e dá toda glória ao Senhor. Isto é o evangelho!
Portanto, creiamos que é somente Deus quem nos sustenta e segura nossa “mão”, exercendo total controle e sustento em nossas vidas. Estamos seguros em Cristo graças à sua poderosa “mão” que não solta da nossa. Do contrário, a muito estaríamos à deriva neste mundo mal e perverso! Seguros estamos nas mãos de Deus!
Alexandre Pereira Bornelli

terça-feira, 28 de julho de 2009

Se Deus não me escolhesse

"Creio na doutrina da eleição porque tenho absoluta certeza que, se Deus não me escolhesse, eu jamais O escolheria. Tenho certeza que Ele me escolheu antes de eu nascer, ou do contrário nunca me escolheria depois disso." Charles Haddon Spurgeon

Não há o que acrescentar a esta maravilhosa verdade acima transcrita. Então, vamos pensar um pouco nos preciosos ensinamentos que ela nos ensina. Comecemos então nos perguntando se alguém tem condições, por si próprio, de escolher Deus como Senhor e Salvador de sua vida?
Segundo as Escrituras, a depravação do ser humano foi total. Numa linguagem securitária, o pecado causou perda total em todos nós. Não há a mínima possibilidade de sermos reaproveitados, pois tudo foi severamente marcado e danificado pelo pecado. Precisamos nascer de novo, sermos feitos novas criaturas, deixando as coisas velhas para trás (II Cor. 5:17). A Bíblia mesmo diz que “não há um justo, nem um sequer, não há quem entenda, não há quem busque a Deus; todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há um sequer.” (Rm 3:10 a 12).
Talvez não estejamos convencidos pelo Espírito Santo sobre nossa condição conforme descrito em Romanos, a ponto de honestamente concordar com o texto Bíblico e com o depoimento pessoal de Spurgeon. Quem sabe nosso orgulho pecaminoso esteja tão ativo que nos deixa cegos a respeito de nós mesmos, fazendo-nos crer que tivemos méritos na salvação. Quem sabe, pensamos que fomos nós que escolhemos e aceitamos a Jesus; que fomos nós que O buscamos primeiro, que O encontramos, quando na verdade foi o contrário que aconteceu. Foi Ele quem nos aceitou, encontrou e nos amou primeiro (I Jo. 4:19). A Bíblia diz em II Coríntios que "tudo provém de Deus que nos reconciliou consigo mesmo por meio de Cristo...". Isto, Ele fez unicamente por Sua graça, antes da fundação do mundo. Tudo provém de Deus! Spurgeon cria na sua incapacidade de ir a Cristo e de O escolher. Ele realmente cria que foi escolhido por Deus e que esta escolha foi feita antes da fundação do mundo, o que demonstra que não foi por nada que ele tenha feito e muito antes dele a desejar. Ele ainda afirma que se fosse para Deus o escolher depois de seu nascimento, Deus jamais o faria, porque não veria motivo algum, como não viu ao escolhê-lo antes também. Mas, o fato de o ter escolhido antes da fundação do mundo, como o fez com todos os eleitos seus, foi para deixar sem qualquer dúvida que tal salvação foi puramente um ato da misericórdia e da soberana vontade de Deus. Precisamos realmente crer nessas verdades urgentemente, e sermos eternamente gratos por ela.
Acaso temos vivido ainda pensando além do que convém a respeito de nós mesmos? Temos enchido o peito de orgulho por ternos sido escolhidos por Deus, como enchemos quando somos escolhidos para ser titular de um time de futebol por jogarmos bem, ou para alguma vaga em algum emprego? Ali, pode ter sido por mérito nosso (embora tudo esteja dentro da vontade de Deus). Contudo, com respeito a nossa salvação, foi tão somente pela graça maravilhosa do Senhor. Tudo provém de Deus! Em Mateus 11:25 e 26 lemos que Deus se revela a alguns e se oculta a outros. Isso é soberania absoluta e eleição total! E porque Deus age assim, perguntamos indignados com nossa justiça (que não passa de um trapo de imundícia)? O verso 26 dá uma maravilhosa explicação: “Sim, ó pai, porque isso foi do seu agrado”. Ou seja, foi da vontade absoluta e soberana de Deus se ocultar a alguns e se revelar a outros. Isto espanca qualquer mérito nosso, pois todos nós merecíamos o inferno e nem todos vamos para lá, porque foi do agrado do Senhor escolher uns e não outros. Não sabemos o porquê disso. Ninguém explica esse e tantos outros mistérios registrados na Bíblia, afinal, “quem compreendeu a mente do Senhor, ou quem foi o seu conselheiro...”? (Ler também Rm. 9:20; 11:33 a 36 E Dn. 4:35). Então, só nos resta orar em gratidão e com toda humildade como fez Salmista no Salmo 139:6, quando disse que “tal conhecimento é maravilhoso demais para mim, sobremodo elevado que não posso atingir”. Assim sentenciou nosso Deus em Isaías 55:8: “Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos, diz o Senhor. Porque, assim como o céu é mais alto do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos”. Martinho Lutero disse: "não conheço muitos caminhos que Deus me faz andar, mas conheço muito bem o meu guia", e isso nos basta. Somos chamados a crer sempre e, em alguns casos, a entender também. Somente Deus entende Deus. Somos seres humanos e assim o seremos para sempre, o que deve nos colocar em nosso devido lugar como criaturas limitadas diante de um Deus ilimitado e soberano. João Calvino, na Exposição de Romanos (Rm 8:7), página 267, diz que "...a vontade humana é em todos os aspectos oposta à vontade divina, pois assim como há uma grande diferença entre nós e Deus, também deve haver entre a depravação e a retidão."
Só nos restar em oração, suplicar para que o Espírito Santo quebrante nosso coração (Isaías 57:15), nos convencendo genuinamente destas verdades: que fomos escolhidos por Deus, que foi Ele que nos aceitou incondicionalmente, que não tínhamos condições alguma de O escolher e que essa escolha dEle foi antes da fundação do mundo, do contrário, como diz Spurgeon, Ele jamais nos escolheria. Tenhamos a certeza que se Deus não nos escolhesse primeiro, nós também jamais o escolheríamos.
Alexandre Pereira Bornelli

domingo, 19 de julho de 2009

Pequenos reparos

Os casados vão me entender melhor. Sabe aquele dia que você tirou pra descansar, pra não fazer nada? Então, justamente neste dia que você está de "jáque" aparece muitas tarefas pra se fazer em casa. Lembra-se daquelas coisinhas que você disse pra sua esposa que ia dar um jeito? Então, chegou o dia! De repente, sua esposa te ve esparramado no sofá ou andando à toa pra lá e pra cá, afinal é feriado ou fim de semana mesmo e, carinhosamente, diz: "benhê, 'jáque' você não ta fazendo nada, pendura esses 12 quadros na parede pra mim, depois, arruma a torneira da pia, o abajur, o jardim, o varal, etc?" E assim vai o fim de semana todo, "jáque" você não estava fazendo nada mesmo. Engraçado que são pequenas coisas, pequenos reparos que você nâo notava que faziam tanta falta, até arrumá-los. Essas pequenas coisas estragadas bagunçam o andamento da casa, tornando as atividades do lar mais complicadas. O homem não dá muito valor em vaso a ser pendurado, em torneira pingando (desde que nao encareça muito a conta de água), em pendurador de toalhas quebrado, em falta de varal, etc. Mas, as mulheres dão o devido valor e com razão. Em contrapartida, quando a geladeira (principalmente), a internet (essa então é prioridade) ou a TV (indispensável pra você) estragam, imediatamente são arrumados ou trocados por novos, antes mesmo de sua mulher ter percebido que estragaram. Mas, as demais coisas da casa, que fazem parte da enorme lista feminina sem tanta importância para os homens, sempre são deixadas pro último segundo, do último minuto, da última hora, do último dia do prazo, injustamente. A regra é que priorizamos arrumar as coisas mais significantes e as que julgamos ser de maior valor pra nossa comodidade.
A mesma coisa acontece em nossa vida cristã. Damos mais atenção e tentamos resolver os "grandes" pecados, as grandes faltas, as desavencas mais notórias que julgamos particularmente mais graves. Isto é bom, mas não é tudo. Não são das grandes coisas que estamos falando e, sim, das pequenas, das coisinhas do nosso dia-a-dia, dos "pequenos" pecados, das desavenças aparentemente insignficantes, das "mentirinhas", e por ai vai. São nestas que tropeçamos, embora não vejamos urgência em resolvê-las. Todavia, são essas mesmas "coisinhas" que travam a engrenagem da nossa vida diária, fazendo-nos viver com nosso relacionamento com Deus e com o próximo muito abaixo do nível do que deveríamos viver. Talvez não temos dado suficiente atenção para aquela "mentirinha", aquela piada com duplo sentido, aquele vocabulário sensual dito de vez enquando, para certas más companhias, certos programas de TV, certos vídeos do youtube, pois os julgamos inofensivos e praticados raramente. Contudo, estejamos certos de que Deus abomina tais "pecadinhos" mesmo que esporádicos, assim como abomina os "pecadões", pois ofendem igualmente Sua Santidade, além de fazer um grande mal à nossa saúde espiritual. Como já disse Willian Shaskepeare: "As pequenas mentiras fazem o grande mentiroso". Então, é hora de resolver os pequenos reparos em nossa vida cristã à Luz da Palavra de Deus.
Quem sabe você não consiga identificar um problemão, um "pecadão" hoje na sua vida que inspire urgente solução. Contudo, deve haver pequenos reparos em seu vocabulário, comportamento, costume, lazer, namoro, em seus relacionamentos em casa, na escola, na igreja, com os pais, filhos, marido, esposa, que precise ser consertado pra que a engrenagem da sua vida possa voltar a funcionar em paz e a perfeita comunhão com Deus, restaurada. Não nos enganemos, precisamos urgentemente nos arrepender das pequenas coisas também, a fim de podermos gozar de paz com Deus novamente.
Não desprezemos, não procrastinemos e não adiemos mais os pequenos reparos da nossa vida cristã para o próximo fim de semana, para o próximo feriado ou próximo acampamento de casais ou de jovens. Nem esperemos acumular uma porção de coisinhas para começarmos a resolver. Peçamos graça de Deus para fazermos todos os reparos em nossoa vida cristã hoje, dando contínua manutenção, fazendo os reparos que forem sendo necessários à luz da Palavra de Deus com um profundo e genuíno arrependimento.
ALEXANDRE PEREIRA BORNELLI

terça-feira, 7 de julho de 2009

O fazendeiro e nós.

A passagem registrada em Lucas 12, a respeito do fazendeiro que teve uma colheita invejável, tendo enchido seus celeiros a ponto de ter que construir outros e dito a si mesmo: “Alma, tens em depósito muitos bens para muitos anos; descansa, come, bebe, regala-te” serve de alerta a todos os cristãos, fazendeiros ou não.
Muitos cristãos tem se envaidecido por serem ricos, cheios de posses, com lucros recordes a cada mês. Vejam que não há problema em ser rico, ter posses, lucros etc. O problema está em se envaidecer, descansar e confiar a vida nisso esquecendo-se de que é algo passageiro, terreno. Além do que, Deus pode em questão de pouco tempo, nos fazer ficar sem as riquezas, seja tirando-as de nós ou, ou nos tirando dela (pela morte). Assim, de nada adiantará confiar em nossos celeiros ou contas bancárias, por melhores que estejam. Por outro lado, isto não quer dizer que não devamos ser diligentes em nossa profissão ou que seja errado ir bem financeirmente. O foco é onde está o nosso coração. Jesus chamou o fazendeiro de louco por estar confiando sua tranquilidade e sua vida, no que tinha colhido. A censura de Jesus não era porque ele era rico, mas porque confiava em sua riqueza.
Contudo, o foco desta devocional é no perigo de descansarmos e confiarmos numa outra “riqueza”; o conhecimento. Antes, falamos do perigo de confiarmos no celeiro cheio, agora, falamos do perigo de confiarmos no cérebro cheio. O que isto quer dizer? É algo sutil, mas precisa ser considerado. É imprescindível investirmos na leitura da Bíblia e algo muito bom, termos o bom hábite de ler bons livros cristãos, comentários bíblicos, etc. Contudo, podemos estar incorrendo no mesmo erro do fazendeiro, acumulando coisas e confiando nelas. Tanto a colheita do fazendeiro quanto nossa leitura são coisas boas em si mesmas. O erro está em como estamos lidando com elas. Podemos estar enchendo nosso cérebro de uma irretocável teologia, e apenas isso. Podemos estar confiando que isto basta diante de Deus, chegando a dizer: “Pronto, já li, já sei os 5 pontos do calvinismo, sei muito sobre a reforma e os reformadores, aprendi a criticar uma pregação, a ser rigoroso no que assistir e ler. Cérebro, tens em depósito muitos bens teológicos para muitos anos; descansa, come, bebe, regala-te”. Nossa confiança como cristãos tem sido apenas no conhecimento teológico correto? No tanto que temos armazenado de teologia em nossa mente? Nosso “filtro” crítico pode estar ativado, não deixando escapar quase nada que não esteja em perfeita harmonia com a boa teologia reformada, enquanto nossas vidas podem ainda estar em total desacordo com os padrões bíblicos. Isso é uma tragédia!! É a clássica questão teoria x prática, que Jesus sempre enfatizou citando como exemplo negativo os fariseus. Sejamos sinceros, quantos cristãos há que são leitores assíduos de comentários bíblicos, lêem Calvino, Spurgeon, A.W.Pink, John Piper, A. Tozer, Augustus Nicodemos, Herminstein Maia e apesar da ótima leitura que fazem e que devem continuar fazendo, estão apenas armazenando tais conhecimentos sem suplicar que o Espírito Santo vivifique tais verdades em seus corações, para terem suas vidas transformadas a cada dia. Não podemos descansar no fato de estarmos com nossa mente cheia de informação teológica correta para, em seguida, sentar e ficar vivendo do jeito que estávamos. Seria a mesma atitude do fazendeiro que foi alertado por Jesus no fato de que estava confiando em algo que não era digno de confiança.
Jesus não é contra o celeiro e o cérebro cheios! Ele é contra confiarmos no que está dentro do celeiro assim, como é contra ficarmos confiantes apenas no tanto de teologia armazenada em nosso cérebro, sem que pratiquemos os princípios cristãos em nosso dia-a-dia, nos relacionamentos entre marido e mulher; pais e filhos; entre os irmãos, etc.
Observemos se nosso cérebro não está cheio e nosso coração vazio, para não ficarmos pensando que estamos seguros, enquanto, na verdade, estamos loucos, ou seja, tendo atitude insana, confiando em algo que não é digno de confiança.

ALEXANDRE PEREIRA BORNELLI

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Existe prazer no pecado?

Pecado é, essencialmente, desobediência a Deus. Seja qual for o pecado, ele não deixa de ser um ato de desobediência aos mandamentos do Senhor. Desobedecer a Deus é o que de pior pode fazer o ser humano. Diante disto, será possível afirmar que existe prazer no pecado?
Pensemos em Adão e Eva. Será que eles sentiram prazer quando pecaram? Mesmo sendo um prazer temporário, pode-se dizer que sim. Afinal, estavam com a falsa promessa de que seriam iguais a Deus se comessem o tal fruto. Será que isso não gerou prazer no pecado do primeiro casal? Parece-nos que sim. Sendo sinceros, podemos confessar que muitas vezes sentimos prazer em nossos pecados, sejam eles, de glutonaria, bebedice, inveja, vingança, pornografia etc. Evidente que são prazeres transitórios, mas existe prazer. Se não houvesse tal prazer, ainda que transitório, o pecado perderia sua força. Afinal, o pecado é assim, para que voltemos a praticá-lo sempre. A própria Bíblia afirma que existe prazer no pecado. É certo que se trata de prazer transitório, mas ele existe. Vemos isto em Hebreus 11: 24 e 25, quando diz que “Pela fé Moisés, sendo já homem feito recusou ser chamado filho da filha de Faraó, preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado...”Ou seja, Moisés abriu mão do seu direito e dos altos privilégios de viver no palácio de Faraó, tendo todas a regalias por ser neto dele, para ser maltratado juntamente com o povo de Deus. A única explicação para esta escolha de Moisés está registrada logo no inicio do versículo 24, “Pela fé...”. O que Moisés estava vendo e experimentando no palácio, como filho da filha de Faraó era algo muito mais atrativo, naturalmente falando, do que qualquer outro convite. No entanto, ele preferiu ser maltratado junto com o povo de Deus. Humanamente não há lógica trocar o palácio pelo sofrimento. Contudo, sua fé nas promessas de Deus foi capaz de fazê-lo recusar os prazeres transitórios do pecado, fazendo-o preferir ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir os prazeres do Egito. Essa fé era forte, porque era fundamentada nas promessas de Deus. Foi ela que motivou Moisés a abrir mão do prazer transitório do pecado. Foi a certeza de que seguir e servir a Deus é algo melhor que Moisés abriu mão. Vejamos o verso 26: “... porquanto considerou o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do Egito, porque contemplava o galardão”. A fé sempre nos leva a viver pelas promessas de Deus apesar dos atrativos e convites deste mundo em vivermos somente para o aqui e agora. A eternidade era o foco de Moisés, por isso os prazeres deste mundo se tornaram menos atraentes a Ele. Moisés preferiu ser maltratado junto com o povo de Deus a desfrutar das riquezas do Egito, porque contemplava o galardão. Caso seus olhos e seu coração não estivessem na eternidade, o pecado seria irresistível. Moisés sabia que ele era peregrino neste mundo. Que lições preciosas isto traz a nós!
A Bíblia deixa claro (Hb. 11:24 e 25) que existe prazer no pecado, senão ninguém ou poucos pecariam. O fato é que este prazer, além de carnal e contrário a Deus, é ainda temporário. Mesmo assim, nenhum ser humano sem a visão da graça de Deus, da eternidade com Cristo, faz a mesma escolha de Moisés. Quem não tem a visão da Santidade de Deus e da nossa eternidade com Ele, não vê problemas em curtir os prazeres do pecado. Para que possamos ter condições de dizer não ao pecado hoje, não sendo seduzidos pelo seu prazer temporário, precisamos estar vivendo com a mente e os olhos nas coisas que hão de vir, em nossa eternidade com Cristo. Sem esta visão, inegavelmente escolheremos o prazer transitório do pecado em nosso dia-a-dia. Outra preciosa lição que aprendemos com este texto é que aqueles que amam a Deus, também amam estar entre o povo de Deus, ainda que seja para sofrer juntamente com ele. Moisés abriu mão do conforto e das companhias do palácio de Faraó para sofrer com o povo de Deus, porque tinha a visão correta de não trocar o eterno pelo transitório e de que é melhor estar entre os que amam a Deus sofrendo do que estar festejando entre os ímpios. Por isto, temos a urgente necessidade de ter a mesma visão bíblica que teve Moisés, visão da eternidade, a fim de sermos governados por ela. Com isso, o prazer temporário do pecado perderá forças, e o desejo de viver e se relacionar entre os irmãos será mais forte em nós do que qualquer outro conforto entre os ímpios.
Alexandre Pereira Bornelli

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Resolva firmemente

Precisamos considerar algo impressionante no capítulo primeiro de Daniel. A chegada dele e dos seus 3 companheiros em Babilônia, cativos, nos traz uma preciosa e desafiadora lição pra nossa vida hoje: será possível mantermos fidelidade a Deus em um lugar hostil e de clara oposição à nossa fé?
Ao lermos o capítulo 1, vemos que Daniel e seus 3 companheiros passaram por rigoroso controle para servirem ao Rei Nabucodonosor (v.4). Posteriormente, lemos que o Rei determinou que eles fossem alimentados com as finas iguarias que ele mesmo (rei) se alimentava. Era pra Daniel ficar eufórico com esta notícia. Não por estar cativo, obviamente, mas por ter o direito de comer a “melhor comida”. Todavia, sua reação foi diferente. Ele pediu ao chefe dos eunucos para poder se alimentar de outras coisas. Estranho não é mesmo? Isto, porque Daniel tinha discernimento do lugar onde estava. Ele sabia que a terra ali era idólatra e politeísta. Sabia também, apesar da pouca idade (aproximadamente 14 anos), que o Rei era uma pessoa idólatra e não temente a Deus. Daniel estava se posicionando com relação a sua fé. Ele não queria se contaminar com as comidas de uma terra idólatra, queira deixar clara a separação de caráter e integridade entre ele e o rei. Vemos isto no verso 8, quando lemos que “resolveu firmemente Daniel não contaminar-se com as finas iguarias do rei...”. Deus lhe foi misericordioso e lhe concedeu esta graça. Então ele passou a se alimentar de legumes e milagrosamente, desenvolveu-se melhor do que os que se alimentaram da do rei.
Alguns princípios vitais nos são ali ensinados. Primeiro, que fidelidade e compromisso com Deus não depende da idade. Daniel tinha uns 14 anos quando chegou a Babilônia e mesmo assim, não se intimidou ou acovardou-se diante da pressão do rei o dos demais do palácio. Ele temia ao Senhor e não aos homens. Segundo, que precisamos ter discernimento quanto ao lugar e momento que estamos vivendo. Nosso mundo é um mundo idólatra e cheio de deuses como o de Daniel. Não podemos nos alimentar das coisas do mundo, tais como, novelas, pornografia, certas musicas, filmes, lugares, amizades etc. Ainda que todos estejam festejando este banquete oferecido diariamente, nós não devemos participar dele. Só tem esta atitude quem tem discernimento espiritual. Terceiro, precisamos resolver firmemente não nos contaminar com o mundo. Não podemos resolver isto uns pelos outros. É algo individual. É certo que Deus é quem nos capacita a isto, mas ele não nos forçará a tanto. Precisamos orar e resolver que quanto no que depender de nós, que não iremos nos alimentar das coisas do mundo. Quarto, precisamos aprender a dizer não às coisas aparentemente sutis, pois elas nos fortalecerão nas demais. Parecia algo sem importância o fato de Daniel comer a mesma comida do rei. Quem de nós iria recusar este banquete? Entretanto, Daniel tinha uma firme postura e discernimento. Este primeiro “não” dito por Daniel ao banquete a ele oferecido foi o pontapé inicial e determinante para muitos outros “nãos” que ele disse em toda a sua vida. Se Daniel tivesse iniciado se cativeiro se contaminando e fraquejando, muito provavelmente, ele teria maiores dificuldades em dizer não quando foi forçado a parar de orar (cap. 6) por exemplo.
Daniel é um exemplo de que espiritualidade, integridade e fidelidade não dependem de circunstâncias externa favoráveis. O ambiente em que ele vivia era totalmente hostil, contrário à sua fé, muito mais do que o ambiente em que vivemos. Mesmo assim Deus lhe capacitou a permanecer fiel, não se dobrando diante de ameaças e tentações. Precisamos aprender a dizer não sem medo de sermos ignorados, ridicularizados e reprovados. O “segredo” deste jovem a se comportar tão fiel assim a Deus foi que ele tinha discernimento espiritual porque mantinha uma vida de oração e leitura da lei de Deus. Resolvamos também hoje, pela graça de Deus, não nos contaminar com as finas comidas deste mundo, para isso peçamos sabedoria e discernimento do Alto.
Alexandre Pereira Bornelli

terça-feira, 2 de junho de 2009

CLIQUE AQUI

Nunca o pecado esteve tão descaradamente acessível. Não é preciso esforço para termos oportunidade de pecar. Antigamente para se ter acesso a pornografia, era preciso, por exemplo, entrar numa banca de revista tendo o risco de encontrar algum conhecido por ali. Atualmente, basta acessarmos a internet com a boa intenção de vermos uma notícia esportiva que, antes de a encontrarmos, veremos uma foto ou frase pornográfica "piscando" e se oferencendo à nossa frente. Basta um clique com o mouse e pronto, o estrago está feito. O mouse parece estar sendo atraído a clicar. É preciso grande esforço para contê-lo. "Vamos, clique aqui, depressa, aproveite enquanto está sozinho em casa ou no quarto. Aproveite!" Tudo parece acontecer sigilosamente. Quem já não recebeu uma proposta assim? O que fazer diante dessa tentação tão acessível?
Inúmeros são os cristãos que clicaram nessas tentadoras armadilhas do diabo e a partir dali tornaram-se viciados em pornografia levando sua vida e a de sua família ao caos espiritual.
Diante desta facilidade em pecarmos, só há um meio eficaz que nos protege. Não estamos falando de técnicas, métodos, segredos e truques a serem aprendidos. Não estamos recomendando nenhum livro com o nome - 5 maneiras de não clicar em pornografia - nada disso. O que nos protege tem o nome de temor ao Senhor. Temor ao Senhor é reverência por Deus que se expressa em submissão à Sua vontade.
Lembremos de José. Quando esteve sozinho com a mulher de Potifiar, depois de insistentes e indecentes convites para se deitar com ela na ausência do marido, José se recusou a fazê-lo mesmo sendo servo, estando sujeito a ordens e devendo obediência. Porque José recusou o convite? Foi por medo de ser descoberto? Porque ele não era "homem" o suficiente? Ou porque ela não fez o tipo dele? NDA. Isso mesmo, nenhuma das alternativas está correta. José tinha vivo em sua mente o temor a Deus. "Pecaria eu contra Deus" foi a resposta dele (Gn. 39:9). Noutras palavras, isso se chama temor a Deus. E foi justamente esse temor que o livrou e que nos livra hoje também. Mas, esse temor a Deus não surge por acaso e nem nasce da noite para o dia em nossa vida. Ao contrário, ele é fruto de um andar diário com Deus em integridade, confissão de pecados, arrependimento, amor pela Palavra e vida de oração.
Portanto, não busquemos por técnicas para não pecar. Elas não existem. É preciso que diariamente cultivemos uma comunhão com Deus através da leitura da Palavra, vida de oração, piedade e luta contra o pecado. Assim sendo, mesmo estando fisicamente sozinhos diante do pecado, teremos a certeza viva de que Deus está conosco e o temor a Ele que foi um dia plantado, regado, cultivado e fortalecido durante os dias anteriores, nos salvará nessa hora tão difícil. A leitura da Palavra, a vida de oração nos capacitará a combater a tentação, mesmo ela sendo tão acessível como num clique de um mouse ou de um controle de televisão. Esse temor a Deus nos fará dizer como José disse: pecaria eu contra Deus?
Ou desenvolvemos um temor a Deus ou nada, absolutamente nada, nos inibirá de pecar.
Alexandre Pereira Bornelli

terça-feira, 5 de maio de 2009

Turistas ou peregrinos?

A exortação bíblica "não ameis o mundo nem as coisas que há no mundo" tem sido ignorada por muitos cristãos. É grande o número deles vivendo neste mundo como se fossem turistas, desfruntando de tudo como se tivessem passeando por aqui, conhecendo pessoas e lugares novos. Não hesitam em viver dia-a-dia, minuto-a-minuto, lutando para conquistar espaço aqui e agora e, com isto, poder desfrutar de todos os prazeres promovidos por este sistema mundano. Vivem como se não existisse céu e como se a salvação dada por Deus fosse apenas uma questão a se desfrutar e considerar futuramente, no céu.
Em contrapartida, é raro encontrarmos cristãos vivendo como peregrinos, forasteiros, como se não pertencentes a este mundo. Cristãos comprometidos seriamente com a Palavra, que não negociam os valores espirituais em detrimentos dos terrenos, pois sabem que estão por aqui de passagem e que prestarão contas da sua vida ao Deus Soberano. Sim, são cristãos que vivem na terra e são bons exemplos em seus afazeres, mas seus corações estão amarrados aos valores espirituais. Pensam nas coisas do Alto e isto determina suas vidas e seus valores. Não se esquecem por um minuto que são cidadãos do céu, embora vivendo na terra.
Infelizmente, esta tem sido a marca registrada da maioria dos cristãos contemporâneos, um alarmante número de crentes turistas, ao invés de peregrinos nesta terra.
Alexandre Pereira Bornelli

terça-feira, 14 de abril de 2009

A purificação do leproso

O primeiro acontecimento depois que Jesus desceu do monte (após o sermão do monte), descrito por Mateus capítulo 8 é o encontro de Jesus com um leproso. Grande multidão o seguia e um leproso se aproxima dele. Isto nos traz preciosas lições.
A primeira lição foi o fato do leproso ter se aproximado de Jesus. Estavam ali presentes, frente a frente, o mais Santo e o mais impuro. Ao se aproximar de Jesus, o leproso o adorou dizendo (v.2): “ Senhor, se quiseres, podes tornar-me limpo.” Bem objetivo em seu desejo, o leproso demonstra que cria no poder de Jesus, pois certamente ele ouviu de longe o sermão do monte. Tal leproso demonstra uma fé correta. Afinal, diz Hebreus 11:6: “Ora, sem fé é impossível agradar a Deus; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que Ele existe...” O leproso não pergunta a Jesus se Ele pode curá-lo, não diz que Ele tinha o dever de purificá-lo, apenas afirma crer que Jesus tinha poder para isto, ao dizer “Se quiseres...”. O leproso tinha consciência de sua impureza e por isso sabia não ter direito algum. Mesmo assim, tinha fé para crer no poder de Jesus em purificá-lo.
A segunda lição que nos edifica é a atitude de Jesus. Diz o verso 3 que “Jesus, pois, estendendo a mão, tocou-lhe dizendo: Quero, sê limpo. No mesmo instante ficou purificado da sua lepra.” O fato de Jesus ouvir o leproso já é algo inusitado para os judeus que mantinham distancia total dos leprosos. Era comum os leprosos ficarem de longe para pedir socorro (Lucas 17:12) Porém, mesmo este leproso se aproximando, Jesus ainda estendeu a mão e o tocou. Isto para o judeu era algo inaceitável, pois quem tocasse num leproso estaria contaminado. Mas, Jesus que era sem pecado, não corria este risco. Ao ser tocado, imediatamente o leproso ficou limpo, graças ao poder do Jesus Divino. É assim que acontece quando o Senhor Jesus opera. Ele disse ao leproso “Quero” e este ficou puro. Em Gênesis vemos a mesma ordem “Haja Luz e houve luz”. Quando o Deus onipotente fala, tudo acontece no mesmo instante.
A terceira lição está registrada no verso 4, quando Jesus disse para o agora ex-leproso ir mostrar-se ao sacerdote. Isto porque o sacerdote, embora não tivesse o poder de curar a lepra, nem os médicos tinham (2Reis 5:7), lhe incumbia declarar a pessoa pura ou impura, conforme os sintomas. Jesus bem que podia curar o leproso e pronto. Mas, conforme ele mesmo disse em Mateus 5:17 que não veio para revogar a lei e sim cumpri-la, foi que deu a ordem. Vemos a razão disto em Levítico 14 que diz que o leproso tinha que se apresentar ao sacerdote para receber a declaração de purificação e assim ser restabelecido á sociedade. Isto servira de testemunho ao povo de que Jesus respeitava a lei mosaica e de que Ele tinha poder pra fazer o que nenhum sacerdote tinha, curar leprosos. A lepra excluía a pessoa de todos. Uma das características terríveis da lepra é que ela torna o leproso insensível a dor, sendo este capaz de se ferir ou se machucar e vir a morrer por infecção. O leproso, conforme descrevem os estudiosos, se assemelhava a um morto-vivo. Considerando que a lepra na Bíblia é sinal de pecado (Ex; Mirian, Nm 12:10);
Considerando que todos pecaram (Rm 3:23), e que nascem em pecado (Salmo 51);
Considerando que a salvação pertence somente ao Senhor (Jonas 2:9);
Considerando que o pecado também nos torna insensíveis para com Deus e nos faz viver sem bons relacionamentos (Ef 4:19);
É que somos totalmente atraídos e cativados pelo imensurável amor de Jesus Cristo ao morrer por cada um de nós na Cruz, pecadores condenadas a separação eterna de Jesus, sem qualquer condição de ir a Deus por conta própria, mortos em seus delitos e pecados (Ef. 2) e, por isso, insensíveis à voz Deus. Mesmo diante deste quadro fúnebre, Jesus tomou sobre si o nosso castigo (Is 53), se fez pecado por nós (IICor 5:21) para que fôssemos feitos justiça de Deus. Jesus não apenas tocou pecadores impuros como eu e você, mas Se entregou por nós. Ele é o nosso Sumo Sacerdote (Hb. 4:12).
É a este Deus que devemos adoração, santidade, pureza e consagração, pois éramos como o leproso e, assim como ele, fomos salvos e purificados por Graça e Misericórdia, simplesmente porque Jesus nos disse “Quero, sê limpo”, mesmo não tendo dever nenhum de fazê-lo. Que vivamos então como pessoas salvas e puras para honra e glória do Senhor.

Alexandre Pereira Bornelli

terça-feira, 7 de abril de 2009

Desculpa qualquer coisa

Quando estamos reunidos em família ou com amigos e alguém nos ofende com palavras ou age ironicamente para nos humilhar, e continua ali como se nada tivesse acontecido, nos sentimos mal. Porém, ao se despedir, o ofensor diz com um sorriso “amarelo” e um tapinha em nossas costas: “desculpa qualquer coisa”. Em seguida vai embora. Pergunta: Ele reconheceu o erro? Houve sincero arrependimento?
Conhecemos bem esta situação, afinal, possivelmente já agimos como o tal ofensor, e também já fomos uma dessas vítimas que sofreu o dano e ficou sem saber o que dizer diante de um pedido de desculpa tão hipócrita desses.
Agora, se há uma irrefutável verdade é a de que todos nós agimos assim com Deus num momento ou noutro de nossa caminhada cristã. Sabemos que somos pecadores e que nascemos em pecado (Salmo 51). Porém, lemos em I João 1:9 que “se confessarmos os nossos pecados Ele é fiel e justo para nos perdoar...”. Como deve ser essa confissão? Muitos cristãos se contentam ao fim do dia, em dizer rapidamente: “Senhor, perdoa meus pecados”. Porém, precisamos ir além desta confissão geral e supérflua. Observemos o que a Bíblia nos ensina em Marcos 7:20. Ela diz que é que “do coração do homem procede os maus pensamentos, as prostituições, os furtos, os homicídios, os adultérios, a cobiça, as maldades, o dolo, a libertinagem, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a insensatez.” O que há de especial neste texto? Notemos que a Bíblia faz questão de dar nomes aos pecados que moram e que saem do meu e do seu coração, embora salvos pela Graça de Deus. Nomes tais como homicídio, cobiça, inveja...!! E, não foi por acaso que esta lista está registrada nas Escrituras. Também lemos em Gálatas 5:19 a 21 sobre os frutos da carne. Porque então a Bíblia não disse apenas que do coração do homem procede um monte de pecado? Porque lemos quais os pecados especificamente que saem do nosso coração? Uma das finalidades é para que saibamos o perigo que corremos se não estivermos cheios do Espírito Santo. Outra, possivelmente é para que saibamos os pecados que moram em nosso coração para que oremos e vigiemos sobre cada um deles. É mais fácil lutarmos quando sabemos especificamente quem são nossos adversários. Uma vez que a Bíblia faz questão de registrar os pecados, dando-lhes nomes, não devemos nós, ao cometê-los, também arrepender e confessar os pecados, citando-lhes os nomes? Não para que Deus saiba, pois Ele nos conhece antes da fundação do mundo. Mas, para que nós enfrentemos nossa depravação frente a frente. Ora, sabemos quando pecamos pela glutonaria, inveja, pornografia, adultério, cobiça, maus pensamentos, prostituição, soberba etc. Então, se sabemos o pecado que cometemos, devemos igualmente ao confessar, dizer: “Senhor, pequei pela glutonaria (por exemplo). Senhor, sou dominado pela comida. Me liberte desse pecado. Em nome de Jesus, amém”. Ou, podemos comer além do limite, prejudicando nossa saúde e ultrapassando a normalidade e necessidade do nosso corpo e dizer apenas: “Senhor, perdoa meus pecados. Amém”. Qual dessas orações seria a mais sincera, profunda e bíblica? Qual delas evidencia um arrependimento mais sincero? Qual delas expõe mais o nosso coração diante de Deus? Creio que a primeira.
Precisamos aprender a confessar exatamente os pecados que cometemos, seja eles quais forem. Não caiamos na vala da maioria que peca e depois desabafa, dizendo “Senhor perdoa meus pecados”. De quais pecados você está pedindo perdão? Seja específico. Para a nossa cura e libertação precisamos aprender a citar o pecado exato que cometemos. Precisamos urgentemente parar de nos contentar em fazer aquelas confissões gerais, vagas, teóricas e supérfluas que mal servem para descansar nosso sentimento de culpa, quanto mais para nos trazer um sincero arrependimento genuíno. Em nossas confissões, devemos dizer claramente: “Senhor cometi esse e esse e mais esse pecado, me perdoa de cada um deles para a honra do teu nome”. Esta sincera confissão nos trará uma sincera cura, pois ao escutarmos com nossos próprios ouvidos exatamente os pecados que cometemos, certamente seremos mais impactados por nossa depravação e, consequentemente, mais atraídos e cativados pela Graça de Deus que perdoa homens e mulheres tão pecadores quanto a mim e a você.


Alexandre Pereira Bornelli.

terça-feira, 17 de março de 2009

Quanto aos moços e moças

Do ponto de vista do mundo, a juventude é fase ideal para curtir a vida, fazer o que quiser, aproveitar o máximo o que a vida oferece, custe o que custar. Afinal, esta fase irá passar e não há tempo para se perder. No entanto, do ponto de vista Bíblico, vemos uma instrução totalmente diferente ao jovem.
O livro de Tito 2: 6 a 8 traz uma séria advertência aos jovens cristãos. Primeiramente, o jovem cristão deve entender que ele precisa ser exortado por aqueles mais experientes na fé. O momento pós-moderno que vivemos ensina e estimula a vivermos individualmente e do jeito que bem entendermos. Cada um é a sua própria referência. Tudo é relativo. Por isto, os jovens não querem mais dar ouvidos aos pais, aos pastores e aos mais velhos. Contudo, precisamos aprender a receber exortação dos mais experientes na fé para o nosso próprio bem. Mas, que tipo de exortação? Uma exortação que estimula os jovens a serem criteriosos, ou seja, que saibam viver a vida levando tudo sob a aprovação da Palavra de Deus. Deve também o jovem ser exortado a ser pessoalmente padrão de boas obras. Não simplesmente de boas obras no meio da igreja, mas principalmente, fora dela, nos ambientes onde precisa se relacionar com ímpios. Deve o jovem ser exortado a estudar a Bíblia, a ser íntegro em sua vida, em seus relacionamentos, a ser reverente com as coisas de Deus. E, por último, neste texto, o jovem deve ser exortado a ter um palavreado sadio, puro, agradável a Deus. Esse é o padrão de Deus para todos os seus filhos, especificamente, neste caso, para os jovens cristãos. Este é o padrão deve-se buscar dia-a-dia, através da ajuda do Espírito Santo de Deus.
Entretanto, não somos advertidos e exortados a viver sem entendimento, sem saber a finalidade de tudo isso. Paulo, na parte final do verso 8, diz que tudo isso é para que “o adversário seja envergonhado, não tendo indignidade nenhuma que dizer a nosso respeito”. Sim, nós temos adversários. E, nos versos 11 a 15 do mesmo capítulo, Paulo também deixa claro outro motivo pelo qual devemos viver uma juventude sensata, justa e piedosa, procurando e aguardando a manifestação da glória de Deus, motivados pelo sacrifício de Cristo, buscando a todo instante a purificação pessoal, sendo obediente a tudo isso. A razão de tudo isso é a mais nobre possível, a Glória de Deus. Lemos que foi devido à graça de Deus ter se manifestado salvando-nos, educando-nos para abandonar as paixões mundanas e viver no presente século uma vida justa, santa e piedosa, tendo como esperança a bendita manifestação da glória de Deus que devemos viver uma vida santa diante de Deus e dos homens.
A aplicação prática deste texto nos faz imediatamente pensar em como temos vivido até agora? De forma justa, piedosa, santa, com linguajar puro? Temos sido jovens que aceitam exortação dos mais velhos ou vivemos arrogantemente por nossos próprios caminhos? A conclusão que o texto nos leva é nos fazer refletir sobre nossos caminhos e nos levar a um arrependimento e um novo viver santo, piedoso e debaixo de um discipulado constante.
Alexandre Pereira Bornelli

terça-feira, 10 de março de 2009

Três importantes ferramentas.

Seria estranho ver um marceneiro usando uma faca de cozinha para serrar a madeira ou uma cozinheira, usando um serrote para cortar a carne. Por mais que estejam com boas intenções, tanto um quanto o outro não conseguirão bom êxito em seus ofícios. Para cada ocasião e profissão existem as ferramentas certas.
Para os cristãos isto não é diferente. Deus nos deixou as ferramentas certas para que nossa vida cristã seja trabalhada e amoldada ao caráter de Cristo, fazendo-nos crescer em intimidade com Ele. Aqueles que desejam desenvolver a salvação em Cristo precisam conhecer as ferramentas certas que podem lhes ajudar na árdua, mas edificante tarefa de caminhar com Deus nestes dias de perversidade, sensualidade, violência e promiscuidade geral ao nosso redor. Eis 3 dessas ferramentas, ou, meios de graça para nosso desenvolvimento como cristãos.
1) Bíblia. Isto mesmo. Parece óbvio dizer que a Palavra de Deus é a primeira e mais poderosa ferramenta que nos ajuda a crescer em intimidade com Deus. Entretanto, quão poucos cristãos a lêem regularmente. Como são poucos os que a conhecem como um todo, como a vontade revelada de Deus para seus filhos. E, como são poucos os que a tem como a inerrante Palavra de Deus. Portanto, é preciso usar diariamente esta preciosa ferramenta ao nosso alcance, lendo-a todos os dias com um coração obediente e sedento por conhecê-la e praticá-la.
2) Oração. Jesus era um homem (enquanto na terra) de oração. Sabemos que a oração não muda Deus, não serve para manipulá-lo ou para fazê-lo ceder em sua soberana vontade. No entanto, ainda que a vontade de Deus esteja decretada, ainda assim precisamos orar para que ela seja feita. Devemos orar para que o Espírito Santo vivifique a Palavra de Deus em nosos corações. Orar é estar em comunhão com Deus, é escutar sua voz e também a oportunidade de colocarmos diante dEle nossas petições sob sua vontade final. Precisamos orar mais.
3) Comunhão dos irmãos. Como precisamos uns dos outros, bem mais do que pensamos. Precisamos muito desta comunhão, deste viver constante em comunhão uns com os outros. Deus nos colocou reunidos em parte de sua igreja para desenvolvermos amizades sadias e profundas, para sermos guardadores e suporte uns dos outros. Sozinhos somos presas fáceis, somos vacilantes, inconstantes, desanimamos fácil ante os desafios. É preciso, portanto, cultivarmos uma comunhão, primeiro com Deus e, consequentemente, isso vazará em nossos relacionamentos com irmãos, com a igreja onde reunimos. Precisamos buscar comunhão pessoas (ainda que sejam poucas) para andar junto a nós, orar juntos, desabafar e confessar nossas fraquezas uns aos outros.
Temos observado estas 3 ferramentas à nossa disposição para crescermos em intimidade com Deus? Ou, queremos que essa intimidade caia do céu, que nossa fé aumente enquanto estamos dormindo, assistindo televisão ou vivendo ociosamente, negligenciando estas ferramentas? É preciso ler a Palavra de Deus diariamente, meditar no que lemos, orar a respeito do que lemos e colocarmos em prática em nosso dia-a-dia. Igualmente, precisamos buscar a comunhão de outros irmãos para compartilhar nossa vida, vitórias e derrotas, para andarmos juntos. Os que estão querendo crescer em Deus mas que tem negligenciado estas 3 ferramentas essenciais, sabem agora onde estão falhando e podem, com a ajuda do Espírito Santo, reverter isto.
Que seja este o momento de refletirmos sobre este assunto tão fundamental e urgente em nossa vida. E, que nos arrependamos e entendamos que querer apenas não basta, é preciso usar os meios de graça que somente assim Deus transformará nossas vidas.
Alexandre Pereira Bornelli.

quarta-feira, 4 de março de 2009

A começar em mim

Quem já ouviu a rádio CBN deve ter reparado na propaganda incentivando a ética no Brasil. Diz a propaganda, grosso modo, que muitos reclamam que o Brasil não tem jeito, que não da certo, que o país não é ético, quando eles mesmos não são em seu dia-a-dia. A mensagem da propaganda é que a ética no Brasil tem que começar com cada brasileiro, pois o Brasil nada mais é do que a soma dos brasileiros.
Enquanto escutava esta propaganda hoje, entre uma notícia e outra, pensei que o mesmo acontece com os cristãos em relação à igreja que é o corpo vivo de Cristo sobre a terra. Quantos cristãos, talvez nós sejamos um deles, constantemente reclamam da comunidade onde reúnem, criticam a frieza dos irmãos com Deus, a falta de amor ao próximo, a existência dos grupinhos, a falta de evangelismo, de visitações aos enfermos, de isso ou aquilo. Emprestando a idéia da propaganda, a conclusão que chegamos é que se existe essa falha no local onde reunimos, antes de ser culpa do próximo, é minha primeiro. Afinal, a igreja nada mais é do que a soma dos cristãos! O mesmo princípio se aplica à família. Logo, se a igreja está falhando em sua missão como corpo de Cristo é porque seus membros estão falhando individualmente em seu compromisso com Deus. Sabemos que somos membros uns dos outros, sabemos que nós, os cristãos reunidos, é que formamos a verdadeira igreja de Cristo e não, o lugar físico onde reunimos. É preciso então experimentar isso na prática. Você eu que cremos em Jesus Cristo somos, juntamente com todos os demais que creêm em Jesus Cristo como Senhor e Salvador, a igreja viva de Deus na terra (I Pedro 2:5). Afinal, Deus não habita em templos feitos por mãos humanas. Isto quer dizer que nós é que somos o templo vivo de Deus, habitação do Espírito Santo! Portanto, se a igreja não vai bem é porque cada um de nós não está vivendo individualmente, conforme a Palavra de Deus. Não há como fugir disto. Somos totalmente responsáveis pelo viver da igreja. Diz um provérbio chinês que antes de querer mudar o mundo, devemos dar três voltas dentro da nossa casa. Claro, pois ali há muito que mudar antes de queremos mudar o mundo. Esta é a idéia que devemos ter sobre a igreja. Antes de queremos mudar a comunidade onde somos membros, devemos suplicar a Deus para que nos mude primeiro e, então, Deus começará em cada um de nós um avivamento que afetará toda a igreja, ou seja, todos os demais irmãos. Isto tem que começar comigo. Você deve dizer o mesmo a respeito de si. Como bons fariseus, temos exigido isso dos outros sem que estejamos experimentando primeiro em nossa vida. É preciso parar de criticar e começar a orar. Sempre esperamos que as coisas comecem com o próximo. O problema é que o próximo também espera que isto comece conosco. Por isso, todos vivem esperando pelo outro e ninguém ou, poucos, tem feito alguma coisa. É preciso pensar seriamente sobre isto.
Portanto, comecemos examinado nossa própria vida. Uma vez que sou parte da igreja de Cristo, preciso clamar a Ele por arrependimento para uma nova vida, embora já seja um cristão. A começar em mim (e cada um deve dizer isto a respeito de si próprio), Deus precisa quebrar os corações para sermos mais obedientes á sua Palavra, a fim da igreja experimentar um novo viver, uma nova realidade como corpo de Cristo. Não há como dizer que minha cabeça está doendo, mas que eu estou bem. Assim é com a igreja. Quando individualmente estamos fora dos padrões Bíblicos, quando apenas criticamos, quando não nos envolvemos na causa de Cristo, toda a igreja será afetada. O contrário também é verdadeiro. Quando vemos os problemas na igreja, e eles de fato existem, devemos parar de criticar e ver nosso próprio problema refletido no corpo de Cristo. Esperamos que o outro se arrependa, quando estamos precisando disso mais do que ele. Comecemos então, orando a Deus, nos quebrantando diante dEle, reconhecendo que não temos sido obedientes e, sim, negligentes. Quando isso acontecer toda a igreja será mais comprometida com a Palavra e mais fiel à sua vocação aqui na terra.
Alexandre Pereira Bornelli.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Santidade, a ordem de Deus a todos!

A Bíblia é repleta de exortações. Há exortações específicas para determinado grupo de pessoas. Num momento exorta aos ricos e aos que querem ficar ricos sobre o perigo das riquezas (ITm. 6:17), noutro, exorta os filhos a serem obedientes, honrando pai e mãe (Ef. 6:1 a 3) e, em seguida, exorta aos pais para não provocarem a ira nos filhos (Ef. 6:4).
Embora existam exortações específicas conforme vimos acima há também exortações que englobam todos os crentes. Servem tanto aos pais quanto aos filhos; aos homens e as mulheres; aos ricos e aos pobres; aos adultos e aos jovens. Trata-se da ordem clara de Hebreus 12:14 onde lemos: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor”. Esta exortação de Hebreus precisa ser obedecida às pressas uma vez que os crentes estão vivendo submersos e dominados pela busca da satisfação pessoal a todo custo, não importando se estão agradando a Deus. Hoje em dia, falar em santidade em grupo de jovens é assunto causa indisposição e até murmuração em muitos deles. Alguns velhos igualmente não suportam a necessidade que tem de buscar a santidade no lar, nos negócios, no lazer, etc. Apesar de muitas vezes, estes grupos manifestar o desejo por intimidade com Deus, paradoxalmente, buscam intimidade sem passar pelo caminho da santidade prática. Não há possibilidade disto acontecer. Os jovem acham pesado demais e uma perda de tempo falar e buscar a santidade. Pensam que santidade a Deus é um castigo imposto aos seus filhos, quando na verdade é uma benção e a nossa salvação diária sobre o pecado. Os velhos se julgam vividos e experientes demais para serem exortados e instruídos a este mesmo respeito. Querem aproveitar os anos, naturalmente falando, que lhes restam conforme julgam ser melhor. Com estes pretextos, muitos cristãos tem vivido uma vida impura e imersa no pecado. Esquecem, porém, que santidade não é uma opção dada por Deus aos seus filhos. A santidade é algo que Deus ordenou a todos os seus filhos, seja você jovem, velho, homem ou mulher, presbítero, diácono, pastor ou membro, casado ou solteiro, ninguém escapa da necessidade de buscar a santidade pessoal. É na verdade, uma demonstração do amor de Deus. Nenhum cristão pode dizer: “buscar a santidade não é pra mim”. Ninguém pode alegar motivos para descumprir esta exortação, seja dizendo não ser endereçada a ele ou mesmo, julgando, arrogantemente, já tê-la cumprido satisfatoriamente. Nenhuma desculpa pode ser dada a fim de justificar nossa negligencia ao comando divino de seguirmos a santidade em nossa vida diária. Seja qual for a nossa ocupação profissional, nossa condição financeira, nosso estado civil, nada serve como desculpa diante de Deus. Ou seguimos a santidade em nossa vida ou não seguimos. Não há meio termo. Ou obedecemos a Palavra ou a desobedecemos. Isto, porque “Deus não nos chamou a impureza e sim, a santificação” (I Ts. 4:7)
No entanto, esse caminho da santidade deve ser seguido com prazer e gratidão a Deus e não, por obrigação, de forma legalista. Não se trata de castigo dado á nós, mas, sim, de uma graça de Deus concedida a nós. Pode acontecer de estarmos ainda um pouco desconfiados da urgente e total necessidade de santificação. Contudo, é preciso levar a Deus em oração nossa impossibilidade de andar por este caminho sem a imprescindível ajuda do Espírito Santo, que nos conduzirá por este caminho, apesar das dificuldades, apesar da oposição deste mundo, eliminando nossa desconfiança e implantando em nós um desejo progressivo de viver por este caminho sempre. Seguir a santidade é fugir e lutar contra o pecado. É andar na luz com Deus e obedecer em amor os seus mandamentos. Seguir a santidade é uma vida de arrependimento genuíno, é caminhar em obediência prazerosa à Palavra de Deus, é odiar o pecado e prosseguir rumo à pureza e o comprometimento pessoal com o Senhor Jesus Cristo durante nossa caminhada diária.

Alexandre Pereira Bornelli

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Não estamos sós!

É impressionante como, principalmente, os cientistas, e também muitas outras pessoas gastam seu tempo e seu dinheiro procurando provar a existência de outros seres vivos fora da Terra. Estão à procura incessante de extraterrestres, como se existisse poucos terrestres para se conhecer e ajudar. Agora pouco escutei num jornal, mais uma daquelas tantas notícias dizendo que não estamos sós, pois estão desconfiando de vidas inteligentes em novos planetas.
O fato é que temos muitos terrestres que podiam ser alvo de pesquisa e de ajuda humanitária, material e espiritual, mas que são postos de lado à margem da sociedade. Infelizmente, as possíveis vidas em outros planetas tem ofuscado as vidas deste planeta, pois não geram vínculos, não nos pedem atenção, ajuda financeira e nem comida na porta de casa (esperamos que não!).
Diante da dúvida de existirem seres extraterrestres, o que confirmaria a tese de que não estão sós no mundo, um fato é verdadeiro; nós cristãos realmente não estamos sós. Isto é fato! Calma, não estou falando que há marcianos entre nós, embora possamos confundir algum amigo com um deles. Deixando o humor pobre de lado, digo que é preciso crermos de fato que por onde quer que vamos, não estamos sós. As vezes nos esquecemos da sublime verdade de que mesmos sozinhos no trabalho, em casa, viajando, dormindo, acordado, comendo, praticando esporte, correndo, parado, sempre tem Alguém junto de nós. Contudo, ninguém parece muito se interessar por este nobre fato.
Quando Jesus subiu ao céu, João 14 relata bem este fato, disse (versos 16 e 17): "Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; vós o conheceis, porque ele habita convosco e estará em vós." Vejamos que Jesus subiu ao céu mas não nos deixou sozinhos aqui na terra. Logo, não estamos sós, mesmo estando sozinhos. Os que nasceram de novo, que creram e confessaram a Jesus Cristo como Senhor e Salvador de suas vidas, receberam o Espírito Santo de Deus, que é Deus e que hoje habita em seus corações, os guiando a uma vida de obediência da Palavra de Deus. Em Mateus 28, final do verso 20, vemos a mesma verdade que conforta e consola o coração do cristão: "E eis que estou convosco todos os dias até a consumação do século." Novamente concluímos que não estamos sós, uma vez que Ele estará conosco todos os dias até a consumação do século! Quem falou com toda a autoridade sobre o assunto foi Davi, no Salmo 139. Ali vemos clara e especialmente a onipresença de Deus. Não havia lugar que Davi pudesse se esconder de Deus, assim como não há lugar em que a Maria, Sebastião, Carlos, Fernando, Guilherme, Henrique, Tereza, Silvana, Raquel, Tiago, Alexandre, Robson e qualquer outra pessoa possa também se esconder de Deus. Isto tem que ficar claro de uma vez por todas para o nosso próprio bem. Isso não é uma ameaça aos cristãos e muito menos um tipo de terrorismo espiritual. É a verdade bíblica que deve confortar e consolar nosso coração. Nosso Deus, mediante o Espírito Santo, está conosco, Ele habita em nós todos os dias, em todos os momentos até a consumação do século. Ele nunca nos deixará! Em contrapartida, a mesma verdade requer que vivamos em santidade (Hebreus 12:14). Não basta apenas sabermos que o Espírito Santo está conosco e pronto. É preciso vivermos para glorificá-lo e honrá-lo em nossa vida diária. É preciso nos relacionarmos com Ele em temor, obediência e santidade.
Talvez estejamos vivendo temendo somente a presença das pessoas, tais como esposa, filhos, amigos, pastor e extraterrestres para alguns, nos esquecendo da presença viva do Espírito Santo em nossa vida. Estamos buscando saber da presença de vida a trilhões de distância da terra, enquanto nos esquecemos de que há Alguém vivo dentro de nós! O que esta verdade deve gerar em nossa vida cristã? A resposta é temor e compromisso. Temor por ser este Deus soberano, onipresente. Temor pelo habitar do Espírito Santo que nos guia a toda a verdade. E, compromisso, pois o Espírito Santo é um Deus relacional, que se interessa pela vida de cada um, que tem como objetivo guiar-nos a toda a verdade, nos revelando Cristo. Isto, inevitavelmente, nos faz viver em santidade. Que esta sublime verdade gere, no mínimo, estes dois resultados em nossa vida, temor e compromisso, para que vivamos sabendo que por onde quer que andemos, o que quer que façamos, não estamos sós, o Espírito Santo está conosco, e Ele é Deus, o Deus triúno. Não estamos sós.
Alexandre Bornelli

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Nem ansioso, nem ocioso.

"Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, considera os seus caminhos, e sê sábio. Não tendo ela chefe, nem oficial, nem comandante, no estio prepara seu pão, na sega ajunta o seu mantimento. Ó preguiçoso, até quando ficarás deitado? Quando te levantarás do teu sono? Um pouco para dormir, um pouco para toscanejar, um pouco para encruzar os braços em repouso, assim sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, e a tua necessidade com um homem armado." (Provérbios 6:6 a 11)
"Por isso vos digo: Não andeis ansiosos pela vossa vida, quando ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vossa vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que as vestes?
...
Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia seu próprio mal" (Mateus 6:25 e 34)
A Bíblia muitas vezes traz verdades que, aparentemente, são opostas, quando na verdade, são complementares. Quem de nós não anda ansioso pelo que iremos comer, beber, vestir, fazer, ser, ter e pelo nosso corpo? Na passagem de Mateus, vemos Jesus ensinando sobre a importância da confiança plena na providência de Deus para até mesmo as questões elementares da vida. Isto é o melhor antídoto contra a ansiedade: confiar plenamente no amor de Deus em todos os aspectos da nossa vida. Mas, será mesmo possível vivermos sem nos preocupar com o que teremos para comer, beber e vestir amanhã? O desafio da Bíblia para cada um de nós que cremos em sua inerrância é fazer-nos viver o hoje na confiança plena no amor de Deus por nós.
Devido ao pecado que em nós habita, tendemos ou a ser ansiosos, duvidando que Jesus realmente suprirá nossas necessidades ou, ociosos, não fazendo nada e esperando tudo acontecer, apesar da nossa preguiça e comodidade. Tanto a ansiedade quanto a ociosidade, são pecados. O texto de Provérbios diz para aprendermos com a formiga a não sermos preguiçosos e ociosos. Noutras palavras, não devemos ficar deitado "em berço esplêndido" aguardando tudo cair do céu. Embora Deus não precisa de nossa ajuda para nada, Ele, graciosamente, em algumas coisas, nos torna seus cooperadores. E, neste aspecto, temos nossa cooperação no sentido de fazer nossa parte para, depois, confiar o resultado a Deus. Portanto, se por um lado, viver tenso, preocupado a todo instante se teremos nossas necessidades básicas supridas é falta de fé na providência e amor de Deus, por outro, viver ocioso, não fazendo nada, assentado em nossa preguiça, evidencia um entendimento errado quanto a nossa responsabilidade diante de Deus. Depois, de nada adiantará chorarmos e lamentarmos as consequências, pois "assim sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, e a tua necessidade como um homem armado" (Provérbios 6:11).
Portanto, não devemos ficar ansiosos e não podemos ficar ociosos. Isso na prática não é fácil de se resolver, visto que o pecado nos leva para um dos extremos. Creio que o ensinamento de Jesus, nesta passagem é para confiarmos totalmente no amor e na providência de Deus enquanto fazemos nossa parte, trabalhando honestamente, tendo nossa ocupação levada a sério e sendo bons testemunhos em nosso trabalho. Devemos sim trabalhar, mas crer que o sustento vem unicamente das mãos de Deus, sendo Ele mesmo quem nos dá capacidade e condição espiritual, emocional, física e material para fazer nossa parte diligentemente, enquanto aguardamos o resultado que vem somente das Sua Soberana vontade. Este ensinamento de Mateus não é para ficarmos sentados em nossas confortáveis poltronas esperando alguém vir nos suprir. Aprendamos com a formiga! Enquanto Deus nos der condições para trabalhar, devemos ser diligentes para cumprirmos com nossa obrigação e responsabilidade, sempre depositando e creditando nosso sustento ao Senhor. O que muitas vezes nos leva a ser ansiosos pelo amanhã é justamente o fato de ficarmos ociosos hoje. Devemos levantar todos os dias e dobrar os joelhos em oração, suplicando por graça e fé para enfrentar o dia, fazer o que tem que ser feito com responsabilidade e fé, vivendo cada dia na presença de Deus como se fosse nosso último dia, a fim de sermos obedientes ao Senhor, para que tenhamos nossa consciência limpa diante de Deus, podendo então, aguardar confiantemente o cumprimento da Sua vontade que é boa, perfeita e agradável (Rm 12).

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Decisões prévias

Decisões prévias podem muito nos ajudar na vida. Neste começo de ano, ao sair de férias com a família, por exemplo, decida previamente que não infringirá as Leis de trânsito. Decida isto antes de pegar a estrada, será melhor.
Nossa vida espiritual também é beneficiada com decisões prévias. É certo que é Deus quem opera em nós tanto o querer como o efetuar com relação à salvação e a tudo mais (Filipenses 2:13). Contudo, como cristãos, podemos querer obedecer a Deus, podemos estar dispostos a ser obedientes aos preceitos bíblicos. Isto já é uma decisão prévia que nos beneficiará como filhos de Deus. Como é Ele quem opera todas as coisas, então, é certo dizer que até mesmo este nosso querer foi gerado pela Sua vontade. É estranho pensar assim, mas o fato de querermos obedecer a Deus não é mérito nosso e sim, graça de Deus que gerou essa vontade em nós. O fato é que podemos, diante de Deus, decidir viver obedientes à Sua Palavra a todo instante, apesar das circunstâncias. Uma vida consagrada ao Senhor, decidirá obedecer aos preceitos bíblicos em qualquer situação, apesar das dificuldades. Decisões prévias espirituais também podem nos ajudar a permanecer em uma vida de santidade ao Senhor. Por onde quer que andemos , o que quer que façamos, podemos estar decididos, pela graça de Deus, a obedecer aos seus mandamentos, sem considerar as conseqüências. Seja em relação as nossas amizades, lazer, profissão, negócios, tudo se beneficiará se estivermos predispotos a obedecer a Deus. O Espírito Santo, que é o árbitro em nosso coração (Cl. 3:15) nos guiará a toda a verdade e nos alertará, mediante a paz de Deus em nosso coração, para sabermos se estamos ou não obedecendo a Deus no que estamos fazendo. Uma das vantagens de estamos resolvidos a obedecer a Deus é que o faremos sem murmuração. O fato de decidirmos previamente não quer dizer, sob hipótese alguma, que temos condições, por nossa própria força, determinação e competência, de nos guiar pelo melhor caminho. Salomão já disse que “Há caminhos que ao homem parece reto, mas o fim deles é a morte” (Pv. 14:12). Nossos caminhos não nos conduzem a um bom lugar. O profeta Jeremias - 17:9 – da mesma forma nos alerta: “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e desesperadamente corrupto, quem o conhecerá?” Para queremos obedecer ao Senhor, precisamos, antes de tudo, ter uma vida íntima com Ele, cheia do Espírito para que nossas decisões estejam em conformidade com as Escrituras, pois não temos a mínima capacidade e condição de nos guiar pelo caminho da santidade e da obediência a Deus sem a preciosa e imprescindível ajuda do Espírito Santo de Deus. O que nos cabe é pedir por Graça para que o Espírito Santo nos convença que o melhor caminho é realmente, obedecer ao Senhor. Em I Coríntios 2:2, o apóstolo Paulo nos deixou um belo exemplo de uma decisão que tomou em sua vida, ao dizer: “Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e este crucificado”. Lembremos também da pergunta feita por Jesus ao paralítico em João 5:6: “Queres ser curado?”. O paralítico não respondeu diretamente que desejava a cura. Ao contrário, ficou transferindo a culpa de não ter sido curado para as pessoas ao seu redor. Podemos aproveitar o princípio desta passagem e responder se queremos ou não, obedecer a Deus? O Senhor não está interessado em escutar nossas justificativas, nossos lamentos, murmurações e desculpas. Ele quer saber de uma coisa apenas, queremos de fato obedecê-Lo?
Não podemos viver nossa vida cristã sem resolver esta questão. Quando, pela Graça de Deus, temos a condição de obedecer a Deus, somos preservados de cair em muitas tentações. Consideremos que Deus jamais obrigou alguém a obedecer-Lhe à força. O amor de Deus nos constrange e por isso, o obedecemos com prazer. Decidir obedecer a Deus não nos isentará de possíveis pecados, mas será uma proteção a mais que nos ajudará a permanecermos fiéis ao Senhor, sendo mais resistentes às tentações. Comecemos este ano, suplicando a Deus por graça para que queiramos e estejamos mais dispostos a obedecê-Lo sem murmuração, sem desculpas, sem justificativas por não estarmos obedecendo. Confiemos que Ele tem o melhor para nós, e que esse melhor é nos conformar a imagem e semelhança de seu Filho Jesus Cristo, que foi obediente até a morte, e morte de Cruz, conforme a bela descrição de Filipenses 3.


Alexandre Pereira Bornelli