PENSAI NAS COISAS DO ALTO

terça-feira, 27 de agosto de 2013

O QUE DEUS ESPERA DE NÓS?



Todos nós esperamos algo uns dos outros. Os cônjuges esperam amor, respeito, companheirismo e fidelidade um do outro. Os pais esperam bom relacionamento com os filhos. Os amigos, esperam lealdade. Os filhos, esperam amor, respeito e companheirismo dos pais. Nós esperamos muito de Deus. Mas, o que Deus espera de nós?

Muitos pensam que Deus espera perfeição de seus filhos. Por pensarem isto, vivem afundados em culpa e desespero por verem que nunca atingirão tal exigência. Outros, noutro extremo, pensam que Deus não espera nada de seus filhos. Tais pessoas vivem um cristianismo barato, sem qualquer renúncia e santidade. Quem está certo? Ninguém.

A Bíblia é a prova incontestável que Deus nunca esperou perfeição de seus filhos. Mas, é prova também que Deus espera algo deles. Vemos graves pecados na vida de Davi, vemos medo em Moisés, mentira em Abraão, engano em Jacó. Contudo, Deus nunca os rejeitou por isso. Mas, nem por isso, tais pessoas viveram um cristianismo descompromissado.

Deus espera integridade, espera que pratiquemos a verdade com Ele. Que andemos na luz sem coração dividido, buscando a santidade (Hb 12:14).

É o que declara o salmista no salmo 119:80: Seja o meu coração íntegro para com os teus decretos, para que eu não seja humilhado”. Noutra passagem, Davi ao confessar seu pecado com Bate-Seba (Sl 51:6), afirma que “Deus ama a verdade no íntimo”. Isto nos tranquiliza por um lado porque vemos que Deus nunca esperou perfeição do seu povo. Por outro lado, nos enche de temor porque Ele espera integridade e verdade.

Coração íntegro é apresentado aqui em oposição a um coração dobre e enganoso. É como se o salmista dissesse que todos os que são destituídos de simulação, de falsa espiritualidade, são os que se rendem verdadeiramente a Ele.

Aquele que tem um coração reto e  íntegro diante de Deus, que ama a verdade, que busca ter uma vida de confissão de pecados, uma vida reta jamais terá motivos para se envergonhar.

Em Miquéias 6:8 lemos outra exigência do Senhor: “Ele mostrou a você, ó homem, o que é bom e o que o Senhor exige: pratique a justiça, ame a fidelidade e ande humildemente com seu Deus”. E, quem praticara a justiça, quem amará a fidelidade e andará humildemente com Deus senão aqueles que forem íntegros de coração?

Alguém já disse que é melhor um mundano declarado do que um cristão dividido. Aquele que deseja Deus e o mundo é considerado adultero para com Deus (Tiago 4:4). Estes serão objetos de humilhação porque servirão de motivo de zombaria pelos ímpios.

Portanto, pensar que Deus exige perfeição ou que Ele nada exige são duas heresias que precisamos resistir. Ambos os grupos usam isso como desculpa para uma vida livre no pecado. Mas não é esse o ensinamento da Bíblia. Devemos entender à luz das Escrituras que precisamos perseguir a santidade e a integridade para com Deus.


Alexandre Pereira Bornelli 

sábado, 24 de agosto de 2013

QUE SER É ESSE?

A quantidade de evangélicos no Brasil está crescendo. Porém, isso não deve ser comemorado. Explico. Naturalmente entendemos isto, pois as universidades têm proliferado em todo o país, mas os profissionais que dela saem, em sua maioria, não são muito qualificados. Existe quantidade, mas não qualidade. 

O mesmo fenômeno ocorre ocorre na área religiosa. Igrejas surgem a cada instante, porém são poucos os genuínos cristãos. Afinal, que povo é esse que diz ser cristão, mas que vive como um ímpio qualquer?

Pessoas, famílias e igrejas estão impregnadas com o mundanismo, estão proclamando uma coisa e vivendo outra. Homens e mulheres que afirmam ler a Bíblia e orar, mas que estão endurecidos pelo engano do pecado. Continuam vivendo egoisticamente, ensimesmados, mundanizados, religiosamente, em constante conflito familiar, pessoal, na sociedade e na vida comunitária da igreja.

O problema está em quem: em nós ou em Deus? A pergunta pode ser ingênua, porém, precisa ser respondida corretamente. Sabemos que o erro está em nós. Mas, na prática, alegamos como o jovem rico que temos feito tantas coisas boas. Com isso, transferimos nossa culpa aos outros e até a Deus.

Em I Coríntios 5:17, lemos que "se alguém está em Cristo é nova criatura, as coisas velhas já se passaram, eis que tudo se fez novo". Esta é a descrição perfeita do verdadeiro cristão. Coisas velhas, tais como, ser dominado pela magoa, ressentimento, ira, inveja, maledicência, pornografia, palavreado torpe, glutonaria, bebedice e outras coisas mais, não devem fazer parte mais da vida normal do cristão.

Quando dizemos então, que somos cristãos, devemos pensar nestas coisas. Nossa vida é coerente com nosso testemunho? E mais, nossa vida está de acordo com as Escrituras? Temos nos arrependido constantemente, temos praticado o perdão, a confissão de pecados?

Que ser é esse que se diz nova criatura, mas que ainda vive na prática das coisas velhas? Ser cristão é apenas dizer que somos cristãos? É ter apenas alguns costumes melhores? É não fazer certas coisas, ou é ser uma nova criatura, com novos desejos, novos objetivos, não mais dominado pela nossa vontade carnal, mas ter prazer em obedecer a vontade de Deus? Pense nisso.

Alexandre Pereira Bornelli

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

O QUE AINDA ESTAMOS ESPERANDO?



O numero de cristãos insatisfeitos tem sido alarmante. Com isso, o testemunho para os incrédulos é de que Cristo não é suficiente. São cristãos que estão esperando que Jesus faça algo mais em suas vidas, do que Sua morte na Cruz.  

Mas, afinal, Jesus precisa fazer algo a mais pra que possamos experimentar verdadeira alegria e satisfação em nossa vida? A cruz de Cristo não foi suficiente?

A insatisfação na verdade acontece em nossa vida quando somos idólatras. No momento em que colocamos o dinheiro, os bens, nossa própria vida, nossa família ou outras coisas como alvos principais e finais em nossos corações, ironicamente, nos tornamos mais insatisfeitos.

Isto, porque estas coisas não podem cumprir com o que prometem, ou seja, nos dar felicidade real e duradoura. Sempre que alcançamos nossos objetivos terrenos, logo nos sentimos novamente decepcionados e buscamos outros e outros objetivos. Não tem fim essa busca por significado e alegria nas coisas materiais.

Entretanto, quando Jesus Cristo é tudo para nós, quando nos rendemos a Ele, quando passamos a viver para Sua glória, a alegria invade e domina nossa vida independentemente das circunstâncias. Trata-se de uma alegria profunda, a despeito de podermos passar por aflições. 

Nada mais precisa ser acrescentado na vida daqueles que já creram em Jesus. O que precisamos é arrepender por termos buscado alegria em fontes erradas. Viver esperando algo mais do que ter a Jesus é idolatria. É usar a Cristo para atingir um outro objetivo que não Ele mesmo. A Cruz de Cristo foi e sempre será a obra consumada do Senhor. 

Recomendo a leitura do livro de John MacArthur Jr. cujo nome é: À procura de algo mais.
 
Alexandre Pereira Bornelli

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

EXISTE VAZAMENTO EM SUA VIDA?



Grande quantidade de água de uma piscina pode desaparecer lentamente se tiver um pequeno vazamento na estrutura. Uma pequena fenda pode levar a um rompimento trágico em uma barragem. Um pequeno vazamento em sua vida pode causar sérios problemas. Existe vazamento em sua vida?

Todos nós, indistintamente, buscamos prazer e alegria na vida. Seja no estilo de vida que for, a princípio, fomos atrás de felicidade, ainda que hoje estejamos profundamente tristes. 

Buscar alegria é inerente ao ser humano e é muito bom que a busquemos. O problema, no entanto, surge em nossa busca. Em qual fonte temos buscado a verdadeira alegria? No dinheiro? No casamento? No sucesso? Lazer? Conhecimento? Sexo? Reputação? Comida? Viagens? Relacionamentos? Esportes? Em vestir-se bem? A lista é enorme.

Muitas coisas lícitas dessa vida podem nos trazer alegria, tal como um bom casamento, filhos, emprego, saúde, amigos, etc. Todavia, essas fontes são esgotáveis e temporais, sujeitas a desapontamentos e perdas. 

Para os que creem em Jesus Cristo e O tem como Senhor e Salvador de suas vidas, existe uma alegria duradoura e eterna reservada a eles. Agostinho afirma que: “Existe uma alegria que não é concedida aos que não amam a ti (ó Deus), mas apenas aos que o amam por Ti somente. Tu mesmo és a alegria deles”. Nosso coração não deve estar preso nas bênçãos de Deus, senão no próprio Deus.

Nossa verdadeira alegria não está em ter coisas, mas sim em ter a Cristo como tesouro maior. Como diz C. H. Spurgeon: “O estado mais feliz de um cristão é o de mais santidade. Como o calor próximo do sol é o mais intenso, assim é a felicidade mais junto de Cristo. Nenhum cristão usufrui desse conforto enquanto tem os olhos fixos em coisas sem valor. Não culpo os ímpios por se atirarem aos seus prazeres. Que tenham sua satisfação. Isso é tudo o que eles têm para usufruir, mas os cristãos têm de buscar seus prazeres e alegrias numa esfera superior às insípidas frivolidades do mundo. Correr atrás de coisas fúteis é perigoso para almas renovadas”.

O apóstolo Paulo aprendeu a estar feliz em toda e qualquer situação, boa ou ruim (Fl 4). Daí que podemos afirmar que ninguém nasce sabendo ser alegre, nós nascemos mestres em reclamar e murmurar, por causa do pecado que habita em nós. Precisamos aprender na escola da Palavra de Deus a sermos alegres, a ter a verdadeira alegria cristã, que é Cristo mesmo!

Portanto, se somos cristãos e não desfrutamos de alegria, independentemente das circunstâncias, estamos com algum vazamento em nossa vida, ou seja, estamos buscando alegria em coisas passageiras, como diz Billy Sunday: Se você não tem alegria na vida cristã, existe vazamento em algum lugar de seu cristianismo”. J. C. Ryle diz que “sem Cristo, ninguém será verdadeiramente feliz neste mundo, ainda que desfrute das melhores circunstâncias da vida”.

O que fazer? Devemos orar a Deus suplicando por arrependimento para que estes vazamentos sejam vedados com a verdadeira alegria que é ter a Cristo como nosso tesouro maior,  antes que este vazamento se rompa causando alagamentos e maiores estragos em nossa vida, na vida da nossa família e na comunhão da igreja.

ALEXANDRE PEREIRA BORNELLI

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

CORAÇÃO DE SEBO



Nossa sensibilidade aos acontecimentos da vida não são padronizados. Existem determinados fatos que nos sensibilizam mais do que outros e o que nos sensibiliza pode causar indiferença noutras pessoas. Isso é normal e pode até trazer equilíbrio em nossos relacionamentos. 

Porém, quando a questão é a Palavra de Deus, precisamos igualmente ter um coração sensível, se queremos andar em santidade. Sensibilidade bíblica não é ser fraco, mas sim, pronto em obedecer a Palavra e arrepender dos pecados. 

Quando lemos as Escrituras somos levados pelo Espírito Santo a refletir sobre nossa própria vida, o que precisa ser mudado, abandonado ou mesmo progredido. Quando temos sensibilidade à Palavra, imediatamente iremos suplicar a Deus por misericórdia e graça para praticar aquilo que ouvimos ou lemos. 

Todavia, a falta dessa sensibilidade nos faz pensar somente no que o nosso cônjuge, filhos, pais, irmãos e amigos precisam mudar. Para o insensível de coração, sua vida está sempre em harmonia com as Escrituras, muito embora seja apenas um religioso.

Davi diz no Salmo 119 versos 69 e 70: Os soberbos têm forjado mentiras contra mim; não obstante, eu guardo de todo coração os teus preceitos. Tornou-se-lhes o coração insensível, como se fosse de sebo.” Soberbos são aqueles que vivem autonomamente, que não se importam com Deus. Examinar a própria vida à luz da Palavra não é prática de tais pessoas. 

A expressão “coração de sebo”, segundo João Calvino[i], deve-se ao fato de que “a gordura do corpo humano, como informa os fisiologistas, é absolutamente insensível, sendo as partes membranosas e magras as únicas que são sensíveis. De acordo com isso, gordura do coração é usada com muita propriedade para expressar a insensibilidade, estupidez ou sensualidade daqueles sentimentos ou afeições de que o coração é considerado a sede”.

Devemos cuidar para que nosso coração não se torne insensível à Palavra, sabendo que apesar  de gostarmos de ouvir sermão, reunir, cantar e até orar, podemos ainda assim, ter coração de sebo se não oramos por arrependimento genuíno em nossa própria vida!

Portanto, quando a Palavra não mais no incomoda, quando arrependimento é coisa do passado em nossa vida, quando pedir perdão ou perdoar são práticas incomuns, o diagnóstico bíblico é que temos um coração de sebo, cínico para com Deus e cheio de justiça própria. A insensibilidade, na verdade, é incredulidade. Seu coração é de sebo?

ALEXANDRE PEREIRA BORNELLI


[i] Salmos, volume 4, pag. 225

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

VOCÊ É UM CRENTE PREGUIÇOSO?



A preguiça nunca foi valorizada. Não há benefícios em ser preguiçoso. A preguiça deve ser combatida de forma muito séria, pois pode levar uma pessoa a ruína, tanto material quanto espiritualmente. Como alguém pode ser um crente preguiçoso?

Aquela pessoa que deseja ser santo sem buscar a santidade é preguiçoso. Tal pessoa ora: "Senhor, santifica minha vida enquanto eu durmo e enquanto estou fazendo as coisas que gosto". Ora, isto é a oração do preguiçoso e do negligente. Ele deseja as coisas certas, santificação; mas, da forma errada, ou seja, desde que não lhe custe nada. 

J. C. Ryle disse que "não há santificação sem luta". Realmente, não há. Luta contra os desejos da carne, luta contra a própria preguiça de querer que Deus nos torne santos sem qualquer participação nossa, luta contra nossa natureza pecaminosa. Santificação não acontece num piscar de olhos como a regeneração.

Portanto, desejar ser santo não é tudo. A Bíblia diz em Hebreus 12:14 que devemos seguir a santificação. Isso implica no fato de que temos responsabilidades quanto a isto.

J. Sidlow Baxter também afirma que "nenhum assunto que já ocupou os pensamentos dos crentes deve ser mais urgente do que o da santificação pessoal".  Você pensa, deseja e busca a santificação? Spurgeon afirma claramente que "a santificação é o lado visível da salvação". 

Vemos então, que a santificação é algo que exige nossa participação diária. É claro que Deus é quem opera o desejo primeiro em nós, mas devemos responder a este operar. 

Santificação pessoal é a busca por andar nos caminhos de Deus, por obedecer à Sua Palavra e tê-la como regra de fé e prática. Isso é algo que devemos buscar todos os dias.

Esclarecendo um pouco mais este operar de Deus e a nossa participação, nossa luta pela santificação, lemos C.H. Spurgeon que diz em seu livro O Alfabeto de Ouro, pag. 66: "A graça não nos trata como toras de madeira ou pedras, que são arrastadas por animais adestrados ou máquinas, mas como criaturas dotadas de vida, razão, vontade e forças ativas que se dispõem e são capazes de mover-se se porventura houver necessidade. Deus opera em nós, mas é para que possamos querer e agir de acordo com seu beneplácito".

Aprendemos que devemos ser santos e para que isto aconteça, devemos lutar todos os dias por observar, guardar e amar a lei de Deus, o que fará com que lutemos contra o pecado, a cobiça e os prazeres da carne. Como está sua luta?

Alexandre Pereira Bornelli