PENSAI NAS COISAS DO ALTO

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Cristianismo é vida: pratique-o!

O excesso de estudo teórico aliado à falta de prática gera cansaço, enfado e esgotamento. Para pouco se aproveita o excesso de conhecimento se ele não é transformado em atitude prática na vida. Na verdade, é a prática que estimula a continuidade dos estudos, dos treinos e de todo processo de aprendizagem.

É comum sabermos de alguém que estuda muito a Bíblia, que lê regularmente bons livros teológicos, que é membro assíduo de determinada igreja evangélica há anos, mas que se encontra cansado, exausto e esgotado com Deus, não desfrutando de uma vida feliz. O excesso de estudo sobre teologia, aliado à falta da prática da própria teologia aprendida, inevitavelmente, leva ao esgotamento e ao enfado espiritual. Isto, porque não é pelo muito saber, ler, escutar e falar que se adquire vigor espiritual. Se não houver a prática do que se aprende, tudo não passa de conhecimento teórico e, portanto, inútil ao crescimento e desenvolvimento pessoal. Uma coisa precisa da outra: a teoria da prática e a prática, da teoria; “a fé sem obras é morta” e as obras sem fé, também são mortas. Salomão, em sua inigualável sabedoria já nos advertiu em Eclesiastes 12:12 que “...não há limites para fazer livros, e o muito estudar é enfado da carne”. Tanto no aspecto natural, quanto no espiritual, o muito estudar (sem a prática) resulta em enfado. O evangelho de Mateus, no capítulo 7, verso 24 também nos traz o precioso ensinamento de Jesus sobre o homem que construiu sua casa sobre a rocha e o outro, sobre a areia. Nesta parábola, Jesus está ensinando sobre os dois fundamentos, e diz que “todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou sua casa sobre a rocha”. O enfoque de Jesus está no praticar o que se ouve. Note que na continuação da parábola, Jesus conta sobre o insensato, o homem que construiu sua casa sobre a areia. Insensato, porque ouviu e não praticou, ao contrário do que fez o prudente. Ouvir e não praticar é ser insensato.

O melhor antídoto contra a insensatez, o cansaço e o enfado espiritual é a prática da Verdade. Quando a Bíblia começa a fazer parte do nosso dia-a-dia, quando ela começa determinar e dirigir nossos relacionamentos, negócios e lazer, nos sentimos passamos a viver de forma melhor diante de Deus e das pessoas. Aprendemos e praticamos e, quanto mais praticamos, mais vemos os resultados e os frutos do que aprendemos. Então, iremos continuar buscando mais e mais conhecimento, para que gere mais e mais prática e santidade em nossa vida cristã. Assim, o conhecimento e a prática hão de caminhar sempre juntos em perfeita harmonia, como deve ser. Não basta ouvir, ler ou estudar somente. É preciso dar um passo a mais; é preciso praticar! O cristianismo é algo dinâmico, é Cristo em nós. Aquele que diz ser cristão e não pratica os ensinamentos de Cristo, está se enganando. Jesus sempre advertiu sobre a importância de não somente ouvirmos, mas praticarmos Sua Palavra (Tiago 1:22 diz - “Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes...)

Portanto, é hora de começarmos a praticar o que já sabemos, seja muito ou pouco, não importa. É momento de tirar a teologia do armazém cerebral e colocá-la no coração, nas mãos, nos pés, nos olhos, na língua, nos ouvidos. Não espere saber mais para começar a praticar. Pratique hoje o que você já aprendeu sobre as Escrituras. A prática sem a teologia correta é tão errado quanto à teologia correta, sem a prática. Refletindo, podemos concluir que uma pessoa cheia de conhecimento bíblico, mas que não pratica o que conhece é semelhante a uma caixa d´água cheia de água potável, mas que está lacrada. De nada adianta aquela água potável se não há como matar a sede dos que precisam. A pessoa que quer praticar sem antes conhecer a teologia correta é como uma torneira aberta que está ligada a uma caixa d´água vazia. Nada sairá, apesar do esforço e da boa intenção. Por outro lado, aqueles que estão com seus “reservatórios” cheios, ou seja, suas mentes cheias da Palavra de Deus, praticando dia-a-dia os ensinamentos de Jesus, certamente alimentarão a si próprios e a muitos outros. Quando assim vivermos, o enfado dará lugar ao vigor espiritual; o desânimo ao ânimo; a tristeza dará lugar à alegria e a desilusão à esperança. Lembre-se: cristianismo é vida: pratique-o!


Alexandre pereira bornelli

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Diga-me com que andas, na universidade.

Universidade não é igreja, óbvio. Isto quer dizer que o jovem cristão deve ter redobrado cuidado com amizades de professores e colegas de turma que, salvo raríssimas exceções, são pessoas que não conhecem a Deus e, por isso, são pessoas que vivem contrariamente à Sua Palavra. Criar alguns vínculos e afinidades na universidade pode ser fatal para sua vida cristã. Diante disto, podemos perguntar: a universidade é algo proveitoso ou prejudicial ao jovem cristão? Ela é proveitosa e prejudicial. Veremos, porém, que ela pode ser mais prejudicial do que proveitosa ou vice-versa.

Algumas fases da vida são marcantes na vida do jovem, entre elas, ingressar numa universidade. E este fato, como todos os demais, tem seus dois lados. O lado positivo de ser universitário é o fato de ser um ótimo começo para um futuro profissional, visto que a universidade tem por finalidade preparar bons profissionais. O lado prejudicial é o ambiente promíscuo, pornográfico e sensual deste lugar. Amizades profundas construídas ali geralmente destroem muito do caráter cristão do jovem. Afinal, o ambiente universitário hoje é mais de festa do que de estudo. Os encontros extraclasses são regados com os ingredientes da sensualidade e bebedice, em animados churrascos de turma com pessoas que vivem na prática do pecado. Sexo, drogas, bebidas e sensualidade sãos os produtos mais consumidos nas universidades hoje em dia; bem mais do que cultura e conhecimento. Quem já passou pela universidade ou está passando por uma, sabe do que estou falando. Claro, você pode não se envolver com isso pela Graça de Deus, mas não pode negar que isto aconteça. Portanto, aqueles que ainda aguardam ansiosos por se tornarem universitários, que considerem atentamente os dois lados desta mesma moeda e se preparem, fortalecendo-se na fé e nas boas amizades cristãs que já possui.

Uma boa atitude para não ser vítima de amigos que queira te levar para longe de Deus, é cultivar as boas amizades com jovens cristãos. As Escrituras nos exortam com relação a isto, dizendo que não devemos apenas fugir das paixões da mocidade, da aparência do mal, da tentação, dos amigos que nos estimulam a pecar, mas que devemos também, seguir a paz e a justiça com os que de coração puro invocam o Senhor (II Timóteo 2:22). Ou seja, devemos fugir do ambiente e das programações extraclasses que nada tem a ver com o curso, bem como evitar as amizades com pessoas impuras, que amam e praticam o pecado, e nos voltar, caminhar em direção daqueles que amam a Deus, evitam o pecado ao máximo e buscam a santidade. Sozinho todos nós somos presas fáceis. No entanto, as boas amizades nos fortalecem e nos ajudam a permanecer firmes em Deus.

Isto, porque a entrada do jovem na universidade tem sido o grande vilão dos jovens cristãos. Muitos jovens que vinham bem na caminhada cristã passam a encontrar sérias dificuldades em se manter firmes na fé dentro do ambiente universitário, justamente por causa das novas amizades formadas ali. Por andar junto e festar junto com os demais, a porta para o para uma vida afastada de Deus se abre diante do jovem. Então, a Palavra de Deus começa a a ser considerada ultrapassada e sem sentido. Consequentemente, os amigos que prezam pela santidade, pela pureza sexual e moral, antes valorizados, agora são desprezados e trocados por pessoas irreverentes e que não querem nada com Deus. Isto é uma das formas de se conformar com o mundo que Paulo nos exorta em Romanos 12:1 e 2. A questão é que ser universitário hoje em dia é um grande desafio espiritual para o jovem. Desconsiderem as raras exceções, mas o fato é que muitos universitários passam mais horas em bares, festas de turma, rodas de cerveja e conversação torpe do que na sala de aula ou dentro de uma biblioteca estudando.

Não quero desanimar nenhum jovem a ingressar na universidade, pelo contrário, quero encorajá-lo a estudar para passar no vestibular e a continuar estudando durante o curso (ao invés de cair na gandaia) para ser um profissional bem qualificado. A intenção é alertar aos que estão na iminência de ingressar na universidade e exortar os que já se encontram nela, para que se firmem cada vez mais na fé em Cristo Jesus, vivendo uma vida íntima com o Senhor, não dispostos a negociar os padrões Bíblicos por nada, não dispostos a trocar a verdade pela mentira, a santidade pela impureza, as boas amizades cristãs pelas más amizades construídas e firmadas com pessoas descompromissadas com Deus. Para isso, estar firme em Deus, lutar pela santidade pessoal e não criar vínculos mais do que o necessário na universidade, são fatores essenciais a todos os jovens cristãos, assim como evitar ao máximo estar nas comemorações e festas de turma onde a bebida e a sensualidade são os motivos do encontro. A Bíblia é clara ao nos exortar a buscar a santidade (Hb. 12:14) e isto, em todos os lugares, inclusive dentro das universidades. Deus é fiel e é mais forte do que as tentações que sofremos. Por isso, Ele é capaz de garantir nossa integridade espiritual durante os longos anos universitários sem que nos contaminemos com o mundanismo presente ali. É um desafio ser sal e luz dentro de uma universidade. Encare esse desafio. Tomando estas atitudes firmados na Palavra de Deus, o testemunho do jovem cristão na universidade será consequência, o falar de Cristo para as outras pessoas será algo natural e se tornará um prazer evangelizar. O jovem cristão não mais invejará aqueles amigos que permanecem na vida imersa no pecado, antes terá compaixão deles e falará da salvação que há em Cristo Jesus. O mais importante de tudo é que isto glorifica a Deus.


Alexandre P. Bornelli

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Não é fácil obedecer a Deus, como Noé!

Ao ouvir sobre a conhecida e fascinante história de Noé, qual a primeira e mais preciosa lição espiritual que vem em sua mente? Vou arriscar uma resposta: obediência. A minha resposta é exatamente esta.Obedecer a Deus, humanamente falando, nos é impossível. Isto, porque o pecado que ainda habita em nós (embora salvos da sua escravidão) nos fazem resistentes a submeter-nos ao Senhor Jesus e à Sua Palavra. O pecado de Adão e Eva tem se repetido em nossos dias. Deus nos dá determinada ordem expressa nas Escrituras e nós, nos julgando ter uma opção melhor a seguir, desobedecemos a Deus. Isto, porque o pecado que em nós habita, nos faz ver somente desvantagens em obedecer e andar nos caminhos de Deus. Pensamos ter caminhos melhores (Pv. 14:12).Porém, Noé, embora sendo um pecador como nós, nos traz um precioso exemplo de obediência extrema a Deus, fortalecendo nossa esperança a obedecermos a Deus como sendo a melhor escolha que possamos fazer (Gn. 6:22). Quando Deus escolhe a Noé para fazer a Arca (Gn. 6:12 e 13), pois iria dar fim de toda carne, porque a terra estava cheia de violência dos homens (Gn. 6:13), não foi uma escolha aleatória, ao acaso, ou por não ter achado outra pessoa. Deus escolheu Noé pois viu nele um homem que o temia. Assim a Bíblia descreve Noé: "Eis a história de Noé: Noé era homem justo e íntegro entre seus contemporâneos, Noé andava com Deus" (Gn. 6:9). Uma vez escolhido por Deus, Noé agora tem uma missão difícil e absurda, naturalmente falando. Difícil, porque como iria fazer uma arca conforme a ordem Deus sem maquinário de marceneiro à sua disposição, sem um engenheiro e um arquiteto para lhe auxiliar nas contas, cálculos, projetos e execução da obra? E onde conseguir as madeiras, pregos, colas? E, também era absurda, porque nunca havia chovido na face da terra. "Mas uma neblina subia da terra e regava toda a superfície do solo" (Gn. 2:6). Pra que então construir uma arca sendo que nunca havia chovido? Tinha lógica humana a ordem de Deus? Para Noé e para nós, não tinha lógica nenhuma. Entretanto, Noé obedeceu mesmo contra a sua lógica.Uma característica importante é que a obediência de Noé não foi concluída da noite para o dia. Não era algo que lhe custaria obedecer por algumas horas ou dias. Seria uma questão de muitos anos, mais ou menos, 120 longos anos(1) de fé, obediência e perseverança. O ingrediente contrário era, além da dificuldade humana da própria obediência, era aguentar firme diante das zombarias das pessoas que só pensavam em comer, beber e casar, que não se preocupavam com Deus e com o que iria acontecer. Seus contemporâneos só queriam festa e curtir a vida (Mt. 24:37 a 39 e Lc 17: 26 a 27), enquanto Noé continuava dia após dia obedecendo a Deus sem ver uma gota de chuva, somente gotas de seu suor, fruto da sua maravilhosa obediência.Podemos aprender preciosas lições com esta breve meditação. A primeira lição que aprendemos é a importância de andarmos com Deus. Será que Deus olha para nós e diz o mesmo que falou para Noé? Será que somos cristãos íntegros e justos entre nossos contemporâneos? A segunda lição, é sobre a importância de obedecermos a Deus, independentemente da tarefa a ser realizada. Por mais estranha, absurda e sem lógica que nos possa parecer a ordem de Deus, devemos obedecer com fé, sabendo que Deus sabe de todas as coisas e que Ele é bom. A terceira preciosa lição nos diz que devemos iniciar nossa obediência hoje, não estabelecendo uma data final para pararmos com ela. Não podemos estipular um prazo ao Senhor, dizendo: "Vou obedecer Senhor, mas se daqui tantos dias não ver resultado nenhum, desisto". Nossa obediência deve ser total, até o fim do propósito de Deus. A quarta lição importante para nós é que devemos obedecer a Deus independentemente das circunstâncias ao nosso redor. Noé sofreu oposição e zombaria como ninguém. O ambiente onde Noé vivia era de despreocupação total com o futuro. O que importava para o povo era satisfazer-se em comer, beber e casar. Noutras palavras, o povo queria curtir o momento e satisfazer as necessidades do dia, apenas. Todos estavam em clima de festa, enquanto Noé e seus filhos cumpriam fielmente a ordem de Deus. A obediência de Noé a Deus, foi integral. Assim deve ser nossa obediência também, apesar das circunstâncias muitas vezes desfavoráveis ao nosso redor, apesar das críticas e zombarias por estarmos servindo a Deus e buscando a santidade num mundo que só pensa em comer, beber e divorciar. Que ninguém e nada nos impeça de viver uma vida íntegra ao Senhor, de buscar conhecer a vontade de Deus e obedecer aos seus mandamentos com fé e alegria. Que não nos distraiamos com os prazeres dessa vida, muitos deles lícitos, a ponto de esquecermos da importância de nos preparar para sermos encontrados fiéis a Deus. Devemos nos preocupar muito mais em obedecer a Deus, estando preparados para a Sua volta, do que em comer, beber, casar, se formar profissionalmente, ter filhos, ganhar dinheiro, ter sucesso, embora nada disso seja pecado em si mesmo. A questão é prioridade e consciência de que Jesus voltará e que iremos prestar contas a Ele a respeito do que temos feito com nossa vida. Obedecer a Deus inclui não somente fazer coisas, como também, deixar de fazer muitas delas, tais como: deixar o ressentimento e perdoar o próximo, deixar a mentira e falar a verdade, fugir da impureza e buscar a santidade, a lista é extensa. Pensemos no exemplo de Noé, para servirmos com alegria e obediência ao Deus de Noé, que é o mesmo ontem, hoje e o será para todo sempre. A obediência de Noé que durou aproximadamente 120 anos significa que nossa vida toda deve ser de obediência a Deus e não somente, alguns momentos dela. Foi isso que disse Oswald Chambers: " O que caracteriza uma vida íntegra a Deus não são os êxtases, mas sim, a obediência a Sua Palavra."
NOTAS.
(1) Conforme sugere C. H. Mackintosh em seu Estudo sobre o Livro de Gênesis, Lisboa, 1965, pag. 77; 120 anos foi o tempo aproximado para Noé terminar a Arca.

Alexandre P. Bornelli

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Até que o orgulho nos separe.

A morte sempre foi a maior responsável por separar os casais. Porém, ela nunca foi a única. O orgulho, apesar de manter o corpo dos cônjuges vivos, apesar de manter o sangue em circulação e a respiração ativa, é capaz de matar o relacionamento do casamento, eliminando a harmonia e o amor entre o casal. Então, dizer - até que o orgulho nos separe - é algo que deve fazer parte dos votos matrimoniais.
Instituído pelo próprio Deus, o casamento é uma benção e uma das áreas mais eficazes a revelar as virtudes mas, também, os problemas de caráter, personalidade e temperamento dos cônjuges. Nesta divina instituição, não há como se manter escondido um do outro por muito tempo e ainda assim, desfrutar de um bom relacionamento conjugal à luz da Palavra de Deus. Os cônjuges, de duas uma: ou submetem-se aos padrões e princípios de Deus, ou então, o casamento caminhará de mal a pior. Neste contexto, o matrimônio pode representar tanto uma benção, quanto uma maldição para o casal. Tudo vai depender de ambos aplicarem ou não os princípios Bíblicos em suas vidas individuais e no relacionamento conjugal. Não existe sorte ou azar no casamento. Existe o praticar ou não a Palavra de Deus. Evidentemente que este praticar a Palavra, não isenta marido e mulher de possíveis conflitos, divergências e tribulações na vida a dois, frutos do pecado que ainda habite em nós, apesar de salvos pela Graça. O fato é que quando o casal não se submete a Autoridade Divina, não há como construir-se um casamento sólido, feliz e promissor. Pois, Deus é o sustentador do casamento, da fidelidade do casal, do respeito mútuo, do perdão, amor, da amizade que deve existir e persistir durante toda a vida.
Levando em consideração o orgulho em nossa vida, percebemos que a origem da maioria das desavenças no casamento ou nos relacionamentos em geral, é causado por este pecado. Lutando contra o pecado do orgulho que também o afetava, Agostinho afirmou categoricamente: “O orgulho é a única fonte de todas as enfermidades, porque é a fonte de todos os vícios”. O mesmo autor nos deixou outra máxima: “O orgulho não é grandeza, e sim inchação. O que está inchado parece grande, mas não tem saúde”. Pouca coisa desgasta tanto um relacionamento, do que a presença ativa do orgulho. O orgulho desmorona casamentos, põe fim a relacionamentos antigos, desfaz novas amizades, torna as pessoas ensimesmadas e fecha novas oportunidades de se desenvolver como pessoa e mais ainda, como cristão. Deus reprova o orgulho, porque o vê como pecado (Pv.21:4). Expressando o mesmo entendimento de Agostinho, Teofrasto, um irmão do passado, também contribui dizendo: “É preciso definir o orgulho como uma paixão que faz com o que o homem, entre tudo quanto há neste mundo não estime outra coisa senão a si próprio”. De forma bastante prática, La Rochefoucauld, também um irmão do passado, assim registrou: “Se não fôssemos orgulhosos, não nos queixaríamos do orgulho dos demais”. E, por fim, para entendermos o mal que o orgulho faz na vida do cristão, D. M. Lloydes Jones, um grande teólogo e homem de Deus, com autoridade assim definiu: “O orgulho, manipulado pelo diabo, leva ao ciúme, à inveja, ao ressentimento por não estarmos sendo apreciados e alguém estar sendo posto diante de nós. Deste modo o diabo pode derrubar uma igreja ou comunidade; e isto tem sido feito muitas vezes.”
Não devemos permanecer inertes em relação ao mal provocado por este pecado. Só há um meio eficaz de tratarmos com ele, é à luz da Palavra de Deus, confessando-o como pecado (I João 1:9 diz – Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça). Quanto mais cedo reconhecermos que o orgulho é pecado, quanto antes o confessarmos e o abandonarmos, mais nosso casamento, nossa família, nossa vida espiritual, nossas amizades e nossa vida cristã pessoal serão preservados pelos efeitos restauradores recebidos pela confissão genuína dos pecados. De outro lado, quanto mais encobrirmos nosso orgulho, dando a ele outro nome qualquer para evitar tratá-lo como pecado, tanto mais seremos escravizados por ele e teremos nossos relacionamentos definhando como uma planta cujas raízes estão fora da terra.

Alexandre P. Bornelli