PENSAI NAS COISAS DO ALTO

quarta-feira, 28 de julho de 2010

6 coisas que o Senhor aborrece e uma que abomina

PV 6: 16 a 19

Neste primeiro item , dentre outros seis restantes, trataremos rapidamente, sem qualquer pretensão de esgotar o assunto, sobre estes versículos de provérbios que podem nos exortam em nosso viver diário. Os 6 demais itens, serão postados em sequência para não sobrecarregar a leitura. É importante, para uma melhor compreensão e enriquecimento, ler os textos bíblicos citados.
Iniciemos perguntando a nós mesmos, o que mais nos aborrece ou nos entristece? O que nosso amigo, pai, mãe, irmão, faz que nos entristece? Se nos pedissem pra fazer uma lista, quantos itens ela teria? Certamente, de tempo em tempo esta lista aumentará á medida que iríamos lembrando de mais e mais coisas. Conhecemos uma lista de algumas coisas que aborrece a Deus? Já paramos para pensar que podemos estar vivendo com certas práticas que O aborrece, podendo ser até abominação aos Seus olhos? Prestemos atenção na lista de Provérbios 6:16 a 19, pois Deus deixou claro que se aborrece de tais práticas e que abomina a última. Que fique claro que esta lista não é exaustiva, ou seja, não é completa. Existem certamente mais coisas que O aborrece, muitas delas, derivadas desses itens.
O primeiro item da lista são olhos altivos. Noutras palavras, são olhos elevados, arrogantes, orgulhosos, presunçosos. Deus condena a arrogância dos homens, pois isso contraria a sabedoria divina (PV. 8: 12 e 13; IS 2: 12 a 17; SL 18:27 e SL 101:5). Um dos alvos da vida cristã é vencer a altivez (SL 131), visto que Deus odeia o olhar altivo (PV 21:4). O verdadeiro cristão deve lutar diariamente contra sua tendência pecaminosa de ter olhar altivo, de achar que tem o controle da vida em suas mãos, que não depende de Deus para nada. Como são nossos olhos? Somos pessoas arrogantes? Cheias de nós mesmos? Achamos que controlamos nossa vida? O que tem olhar altivo aborrece ao Senhor.
ALEXANDRE PEREIRA BORNELLI

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Academia da santidade


Com a moda das academias de musculação se proliferando, a mais recente é a academia ao ar livre para o pessoal da terceira idade (ATI). Algo que tem acontecido em academias de musculação com certa freqüência é o fato de um jovem se matricular e já começar a orgulhar-se, desde já, de seus músculos a seu amigo que não quis matricular-se. O novato, somente com a confirmação da sua matrícula, já está festejando sua nova forma física, embora não tenha praticado nem mesmo um dia de treinamento. O outro vê isso e fica assustado com tal atitude, pois não viu qualquer diferença exterior, apenas em seu orgulho interior que o faz acreditar estar forte, quando ainda permanece fraco como sempre esteve. A única diferença, até agora, entre os dois amigos é que um é matriculado e o outro, não.
Para os cristãos existe a academia da santidade. Onde fomos “matriculados” por Deus, através da justificação, para praticarmos diariamente os exercícios para desenvolvermos a santidade. E, quantos de nós estamos nos gabando de estarmos vivendo em santidade, quando na realidade, estamos apenas matriculados na “escola” da santidade. Nem mesmo essa “matrícula” é mérito nosso. Foi Cristo, sem qualquer mérito e obra do homem, que nos colocou ali, através da justificação. O caminho de santificação exige cooperação do crente. A santidade, ao contrário da justificação, exige de cada crente um exercício diário nos “aparelhos” da oração, leitura Bíblia, participação das reuniões da igreja e da Ceia do Senhor, que a fortalecem e a desenvolvem. De nada adianta gabar-se por ter sido “matriculado”, justificado, sem que diariamente, pratique a santidade. Por um lado, todos que foram redimidos por Deus Pai, foram para sempre igualmente justificados. Ninguém, realmente salvo, é menos ou mais justificados do que o outro. Somos tão justificados quanto é John Piper, J. C. Ryle, Wiiliam Hendriksen, Mattew Henry, o ladrão da cruz, a mulher adúltera e qualquer mendigo alcançado pela Graça Soberana de Deus. Isto nos choca! Em Efésios 2:8 e 9 temos a resposta disso, quando lemos “porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie.” Um pouco antes, no capitulo 1:4, diz que “assim nos escolheu nele antes da fundação do mundo...”! Porém, quando o assunto é santificação, temos que analisar de forma diferente. Isso, porque na santificação existe nossa participação. A santificação é algo que admite crescimento e graus de intensidade em cada crente, o que não ocorre na justificação. É certo que não somos nós que nos santificamos, senão que participamos do processo do Espírito Santo de Deus, quando, justamente, vivemos com os meios de graça a poucos citados como práticas constantes em nossa vida. Ou seja, ninguém será santificado sem uma vida diária com Deus. Se por um lado não existe cristão menos ou mais justificado que outro, é certo que existe cristão menos e mais santificado. O grande teólogo reformado J. C. Ryle diz que “As Escrituras certamente nos ensinam que para seguir a santidade, o verdadeiro crente precisa exercer esforço pessoal e trabalho tanto quanto a fé (Gl. 2: 20, I Co 9:26; 2 Co 7:1; Hb 4: 11 e 12:1)”[i]. Isto quer dizer que você pode ter sido justificado, matriculado por Deus na academia da santidade, que é o propósito pelo qual fomos redimidos, mas não estar trilhando o caminho da santidade, não estar “malhando” com os exercícios que fortalecem a santidade pessoal. Pode estar contente por ter sido justificado, apenas, como o jovem que se contenta com a simples matrícula na academia. No entanto, a prova real dos que foram realmente justificados é que estão sendo, dia-a-dia, santificados, cooperando com o Espírito Santo de Deus, exercitando-se na santidade todos os dias (Hb 12:14). Não se trata de fazer força para ser certinhos, bonzinhos, educados, modestos, humildes, etc. Nossa participação diz respeito a permanecermos em Cristo (João 15), a obedecermos os seus mandamentos, andando na Verdade, arrependendo, lendo a Bíblia, etc.. Não é que precisamos dizer: “de agora em diante farei isso ou serei assim”. Não. Isto é moralismo e sua durabilidade é tão longa quanto uma neblina da manhã. O que devemos fazer é orar para que Deus nos capacite a usar os meios de graça: leitura da Bíblia, reunião da igreja, oração, para que através deles, nossa fé seja aumentada e uma vez aumentada, nos mantenha nos caminhos do Senhor que são santos. Santidade é caminhar pelos caminhos do Senhor, é falar, pensar, agir, viver para a Glória de Deus (I Co 10:31). E isto, não depende só de Deus, mas de cada um de nós também. A. W. Tozer já disse que “Santos sem santidade são a tragédia do cristianismo”. E J. C. Ryle novamente nos adverte dizendo: “O homem que professa ser um verdadeiro crente, enquanto se contenta com um baixíssimo grau de santificação, se é que tem algum, e que friamente diz que “nada pode fazer”, exibe um quadro lamentável, além de ser um homem muito ignorante.”[ii] Temos cooperado com a santidade ou temos sido causa dessa tragédia, de cristãos sem santidade?

Alexandre Pereira Bornelli
[i] J. C. Ryle, Santidade, sem a qual ninguém verá o Senhor, pag. 17
[ii] Idem, pag. 48,49

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Ponto frágil

Indubitavelmente, o pecado cometido descrito em Gênsesi 3, afetou toda a raça humana, conforme nos ensina a Palavra de Deus. Apesar do estrago geral no ser humano, tornando-o inimigo de Deus por natureza (Ef. 2), o pecado afetou-nos com mais profundidade em determinadas áreas. O Evangelho de Marcos (7:21) nos mostra a lista negra dos pecados que habitam no coração de todas as pessoas, quer pecadoras convertidas ou descrentes.
Entretanto, nem todos nós temos fragilidades nas mesmas áreas, embora sejamos, potencialmente, capazes de todo o pecado que possa existir. Somos potencialmente capazes de roubar um simples chocolate e também, de cometer um homicídio. Basta, para isso, que nos afastemos da comunhão com o Senhor. Podemos dizer então, que todos nós somos igualmente terríveis pecadores diante de Deus, embora não tenhamos praticado todos os pecados de que somos capazes. Isso precisa ficar claro para nós. Mesmo assim, cada um foi afetado em maior grau, e em determinadas áreas, ficando mais vulnerável em questões distintas. Por exemplo: Davi foi um homem valente, líder, guerreiro, mas foi um péssimo pai de família e sua vulnerabilidade ficou evidenciada em seu adultério. Noé foi obediente ao extremo ao construir a arca, mas embriagou-se no final da vida, dando péssimo testemunho. Eli era um sacerdote, mas seus filhos desprezavam ao Senhor. Pedro era homem corajoso, mas acovardou-se negando o Senhor, enquanto que Estevão foi apedrejado por não se acovardar.
Com isso, vemos que todos nós somos potencialmente covardes, adúlteros, homicidas, medrosos, etc, conforme a descrição de Marcos 7:21. Todavia, cada um de nós, e sabemos bem disso, temos um ponto mais frágil, que nos afeta com mais gravidade, algo em que constantemente caímos em tentação. Talvez para muitos, a bebida alcoólica não seja um problema real, mas quem sabe, a pornografia seja. Para outros, que são moralmente mais corretos, não seja uma luta tão árdua evitar a promiscuidade, enquanto que para outros, ela os têm cativado frequentemente. Quem sabe, cometer adultério não lhe seja uma tentação diária, mas, provavelmente, para alguns é um adversário a ser vencido constantemente. A glutonaria para certas pessoas é fácil de ser evitada, mas pode ser difícil vencer a cobiça. Os exemplos são muitos. Ninguém é melhor ou pior por fazer isso ou evitar aquilo.
O que devemos ter em mente diante de tudo isso é que somos todos, igualmente pecadores e carentes da Graça de Deus. Caso não tenhamos cometidos todos os pecados que temos lido e visto nos jornais atualmente, isso se deve única e exclusivamente à Graça de Deus que nos tem preservado, pois somos potencialmente capazes de cometer todos os pecados que temos visto pelo mundo. Somente nos resta então, orar ao Senhor para termos essa certeza que somos pecadores terríveis, com grande potencial para gabaritarmos na lista dos pecados descritos em Marcos. Na mesma oração, peçamos a Deus que nos sonde e nos mostre em quais áreas somos ainda mais vulneráveis, para que com a ajuda do Espírito Santo, reforcemos nelas, o nosso vigiar e orar. Afinal será, preferencialmente nessas áreas vitais, que o inimigo nos tentará com mais intensidade. Não se trata de dar atenção somente nestas áreas específicas, ma sim, reforçar nelas o cuidado.

Alexandre Pereira Bornelli

terça-feira, 6 de julho de 2010

Em tempos de copa do mundo

Quando o assunto é futebol, a conversa parece não ter fim. Em tempos de copa do mundo, então, o futebol toma proporções ainda maiores nas conversas de bar, clube, roda de amigos e final de culto nas igrejas evangélicas. Todo mundo tem um palpite, uma convocação melhor, crítica então, nem se fala. O fato é que o assunto vaza naturalmente na boca do povo. Nada há de errado nisso, desde que seja algo moderado.
Entretanto, o que dizer do silêncio que impera nas conversas entre os cristãos, especificamente falando, quando o assunto é santidade, justificação, perdão dos pecados, arrependimento, amor ao mundo, honestidade, mansidão, unidade, amor ao próximo e tantos outros? Para assuntos como estes, não há nem mesmo tantos pitacos, idéias, experiências a serem compartilhadas, não há vibração, entusiasmo, restando apenas um fúnebre silêncio que indica um desinteresse total sobre o assunto, fruto de uma vida cristã desnutrida. Observa-se isso quando acaba a reunião da igreja, onde foi exposta a Palavra de Deus. Neste momento, as pessoas disparam a falar sobre futebol, por exemplo. Quase que não há oportunidade para uma roda de 6 pessoas, de todos falarem tamanho o volume de idéias, criticas, observações que fazem. Todos ali estão munidos de argumentos porque leram na internet, jornais, escutaram nas rádios, viram e ouviram na TV repetidas vezes sobre as seleções, os melhores, piores de cada país, as jogadas polêmicas, chances de classificação, etc. Por isso que ao se encontrarem, sobram argumentos e lhes falta tempo para esgotar o assunto.
Fica claro então que o silêncio ou a falta de entusiasmo em falar das coisas do reino de Deus é resultado direto de um coração dividido. Não há como fugir dessa triste conclusão, pois a Bíblia mesmo diz que “a boca fala do que está cheio o coração”. Não há como dizer que temos um coração voltado pra Deus, arrependido, que busca ao Senhor se não falamos, conversamos, nos enriquecemos de assuntos bíblicos em nossas freqüentes conversas. Evidente que o cristão não tem que falar somente as coisas do Reino de Deus 24h por dia, para evidenciar um coração realmente convertido. Todavia, o assunto que deve naturalmente fluir e predominar entre os cristãos e ser motivo de entusiasmo maior deve ser sobre a vida eterna a salvação operada por Cristo. Porém, isso somente acontecerá se o nosso coração estiver realmente ganho e conquistado pela verdade do Evangelho. Afirmar o contrário é desacreditar nas palavras de Jesus.
Em tempos de copa do mudo, podemos falar de futebol, obviamente. Claro que podemos! Mas a questão que devemos nos perguntar é: só falamos disto? Falamos também e mais até, sobre as questões eternas? Com quais delas vibramos e nos alegramos mais: com a vitória do Brasil e a derrota da argentina, ou com o amor de Deus, a eleição, a vida do corpo de Cristo? Este é um bom termômetro que mede nossa espiritualidade.

Alexandre Pereira Bornelli – copa do mundo 2010.