PENSAI NAS COISAS DO ALTO

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Não sejas sábio aos teus próprios olhos

“Não sejas sábios aos teus próprios olhos: teme ao Senhor e aparta-te do mal; será isto saúde para o teu corpo e refrigério para os teus ossos. " Pv. 3: 7 e 9


Temos aqui uma sentença fácil de entender, mas difícil de praticar. Não ser sábio aos próprios olhos não quer dizer que devemos ser ignorantes, burros ou algo assim. Antes, nos exorta a viver considerando todas as coisas à Luz da Palavra de Deus, não vivendo como se Deus não existisse ou, embora existindo, não tenhamos a necessidade da aprovação da Palavra de Deus para tudo que formos fazer. Esta exortação de Salomão proíbe de sermos orgulhosos, pensando que sabemos como viver neste mundo sem a total dependência de Deus. O pecado fez todos nós pensarmos que somos sábios por nossa conta. E este provérbio vem para destruir essa pretensiosa e pecaminosa maneira de viver. Adão e Eva pensaram que eram sábios aos próprios olhos ao rejeitaram a ordem de Deus, crendo que não teriam problemas ao comerem o fruto proibido. Quantos cristãos estão fazendo as mesmas escolhas hoje em dia por se julgarem sábios! Quando fazemos algo ou tomamos alguma decisão sem levar a Deus em oração, sem antes pedir sabedoria do alto para fazer a vontade de Deus, estamos sendo sábios aos nossos próprios olhos. Isto é algo que devemos ter em mente em cada atitude nossa, seja em nossos relacionamentos ou em nossa vida individual. Ser sábio aos próprios olhos é algo terrível. Na verdade, é pecado porque é orgulho. Todos os que vivem de forma sábia aos próprios olhos não temem realmente ao Senhor e não se apartam do mal. Observemos a construção gramatical do provérbio: “não sejas sábio aos teus próprios olhos: teme ao senhor e aparta-te do mal...”. Para que haja temor ao Senhor é preciso não ser sábio aos próprios olhos. Uma coisa exclui a outra. Os que temem ao Senhor não vivem de forma sábia aos próprios olhos, antes submetem todas as coisas à aprovação da Palavra de Deus, pois sabem que necessitam da indispensável atuação do Espírito Santo para tudo. Doutro modo, os que se julgam sábios aos próprios olhos não temem ao Senhor, porque vivem no seu dia-a-dia conforme sua própria vontade, escolhendo por conta própria seus caminhos, não deixando que Deus lhes mostre o certo e o errado, a maneira santa de viver e de agir, de comprar e vender, de se relacionar, de trabalhar etc. Tais pessoas não se preocupam com isso, pois se acham sábios o bastante para ter discernimento próprio sobre as coisas desta vida. São arrogantes e soberbos.
Consequentemente, os sábios aos próprios olhos não conseguem apartar-se do mal, pois não têm condições de discernirem a vontade de Deus sem a ajuda do Espírito Santo, visto que “há caminhos que ao homem parece reto, mas o fim deles é a morte” (Pv 14:12). Já os que temem ao Senhor e que, portanto, não são sábios aos próprios olhos, mas sim, aos olhos do Senhor, são libertos de muitos pecados justamente por temerem ao Senhor, por receber dEle, discernimento e sabedoria para viver a vida cristã com saúde e refrigério espiritual. Aos olhos de quem somos sábios: aos nossos ou aos de Deus?
Alexandre Pereira Bornelli

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Fé como um grão de mostarda

No Evangelho de Mateus capítulo 17, verso 20, lemos: “E lhes respondeu: Por causa da pequenez da vossa fé. Pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: passa daqui para acolá, e ele passará. Nada vos será impossível”. Os discípulos lhes perguntaram porque não conseguiram expulsar o demônio do jovem lunático e então, verso 20, lemos o desabado de Jesus, devido a incredulidade e o fracasso dos discípulos.
Certamente há muitas lições nesta rica passagem bíblica, mas enfocaremos apenas nos aspecto da fé pequena, que foi tida como menor do que um grão de mostarda. Menor, porque Jesus disse “se tiverdes fé como um grão de mostarda...”, ou seja, eles nem mesmo tinham a fé como o grão de mostarda! Olha que Jesus estava falando aos discípulos, homens que estavam andando com Ele e que já tinham conseguido expulsar demônios em outras ocasiões, pois tinham recebido poder para isso (Mt 10:1).
Fé é um dom de Deus (Ef. 2:8)! E, como todo dom, precisa ser exercitado, colocado em prática, testado, provado. Pensemos no maior exemplo bíblico de fé. Abraão recebeu o título bíblico de pai da fé! Porém, será que a fé de Abraão já nasceu grande, ao ponto de já ter sido chamado pai da fé logo no inicio de seu chamado? Evidentemente que não. Afinal, Deus falou para ele sair da terra e da parentela (Gn 12). De início ele não saiu nem da terra e nem da parentela, obedecendo tal ordem somente um tempo depois. Em outro momento, Abraão mentiu sobre sua esposa Sara, dizendo ser sua irmã. Ainda, em falta evidente de uma grande fé nas promessas de Deus, de certa forma duvidou que poderia ter um filho com Sara, mesmo Deus afirmou que teria. O resultado dessa falta de fé foi que arrumou o filho da pressa, chamado Ismael, com sua criada. Pagou caro por isso. Nesses erros e fracassos, Abraão foi arrependendo-se e aprendendo a depositar sua fé nas promessas de Deus e a esperar em Deus. Sua fé, certamente inicialmente menor que um grão de mostarda foi crescendo num ambiente ideal para seu desenvolvimento, no terreno das promessas de Deus. Após longo período, muitos fracassos, decepções e arrependimentos, quando realmente recebeu o filho da promessa, Isaque, Deus provou o seu coração e sua fé ao máximo, lhe pedindo que sacrificasse Isaque (Gn. 22). Que luta certamente Abraão teve quando recebeu a ordem! Mas, sua fé já tinha sido muito fortalecida nesse Deus soberano a amoroso. Então, sua fé que já não era uma simples semente de mostarda, mas sim uma grande árvore devido ao tempo e ao terreno onde foi cultivada, foi evidenciada e Abraão estava pronto a sacrificar seu filho não sabendo se Deus o livraria, mas crendo que poderia até mesmo ressuscitá-lo. Sabemos o fim da história. Uma voz do céu lhe disse: “Agora sei que temes a Deus, porquanto não negasto teu filho, teu único filho” (Gn. 22:12). Então, o Senhor o livrou desse ato. Isto, porque Deus queria definitivamente o coração de Abraão e não, o seu filho. Deus não tem prazer em tirar algo de nós, simplesmente por tirar. O que Ele quer é ganhar mais o nosso coração, é nos mostrar o quanto tememos a Ele!
Aprendemos que todos nós, assim como o Pai da Fé, recebemos uma fé menor do que um grão de mostarda no início de nosso chamado. Mas, ela não pode e nem deve ser desprezada. Antes, precisa ser cultivada no ambiente da Palavra de Deus, das promessas divinas, para que cresça e se fortaleça. Afinal, fé como grão de mostarda, apesar de ser pequena, em razão de seu ininterrupto e vital contato com seu ambiente nutritivo na Palavra de Deus, cresce cada vez mais até se tornar uma árvore muito grande. Foi esse crescimento que vemos na vida de Abraão. Fé como semente de mostarda é o tipo de confiança em Deus que não desiste imediatamente nem cede ao desespero quando seus esforços não alcançam êxito imediato. Ao contrário, ela mantém sempre contato com Deus e, portanto, continua a orar, sabendo que Deus, em seu tempo e modo próprios, fará a Sua vontade. Diante disto, pensemos no tamanho que está a nossa fé? Tem algum “Isaque” em nosso coração que Deus precisa retirar para evidenciar a quem amamos mais? Nossa fé é medida pela nossa obediência e temor à Palavra de Deus.
Alexandre Pereira Bornelli