PENSAI NAS COISAS DO ALTO

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Existe prazer no pecado?

Pecado é, essencialmente, desobediência a Deus. Seja qual for o pecado, ele não deixa de ser um ato de desobediência aos mandamentos do Senhor. Desobedecer a Deus é o que de pior pode fazer o ser humano. Diante disto, será possível afirmar que existe prazer no pecado?
Pensemos em Adão e Eva. Será que eles sentiram prazer quando pecaram? Mesmo sendo um prazer temporário, pode-se dizer que sim. Afinal, estavam com a falsa promessa de que seriam iguais a Deus se comessem o tal fruto. Será que isso não gerou prazer no pecado do primeiro casal? Parece-nos que sim. Sendo sinceros, podemos confessar que muitas vezes sentimos prazer em nossos pecados, sejam eles, de glutonaria, bebedice, inveja, vingança, pornografia etc. Evidente que são prazeres transitórios, mas existe prazer. Se não houvesse tal prazer, ainda que transitório, o pecado perderia sua força. Afinal, o pecado é assim, para que voltemos a praticá-lo sempre. A própria Bíblia afirma que existe prazer no pecado. É certo que se trata de prazer transitório, mas ele existe. Vemos isto em Hebreus 11: 24 e 25, quando diz que “Pela fé Moisés, sendo já homem feito recusou ser chamado filho da filha de Faraó, preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir prazeres transitórios do pecado...”Ou seja, Moisés abriu mão do seu direito e dos altos privilégios de viver no palácio de Faraó, tendo todas a regalias por ser neto dele, para ser maltratado juntamente com o povo de Deus. A única explicação para esta escolha de Moisés está registrada logo no inicio do versículo 24, “Pela fé...”. O que Moisés estava vendo e experimentando no palácio, como filho da filha de Faraó era algo muito mais atrativo, naturalmente falando, do que qualquer outro convite. No entanto, ele preferiu ser maltratado junto com o povo de Deus. Humanamente não há lógica trocar o palácio pelo sofrimento. Contudo, sua fé nas promessas de Deus foi capaz de fazê-lo recusar os prazeres transitórios do pecado, fazendo-o preferir ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir os prazeres do Egito. Essa fé era forte, porque era fundamentada nas promessas de Deus. Foi ela que motivou Moisés a abrir mão do prazer transitório do pecado. Foi a certeza de que seguir e servir a Deus é algo melhor que Moisés abriu mão. Vejamos o verso 26: “... porquanto considerou o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do Egito, porque contemplava o galardão”. A fé sempre nos leva a viver pelas promessas de Deus apesar dos atrativos e convites deste mundo em vivermos somente para o aqui e agora. A eternidade era o foco de Moisés, por isso os prazeres deste mundo se tornaram menos atraentes a Ele. Moisés preferiu ser maltratado junto com o povo de Deus a desfrutar das riquezas do Egito, porque contemplava o galardão. Caso seus olhos e seu coração não estivessem na eternidade, o pecado seria irresistível. Moisés sabia que ele era peregrino neste mundo. Que lições preciosas isto traz a nós!
A Bíblia deixa claro (Hb. 11:24 e 25) que existe prazer no pecado, senão ninguém ou poucos pecariam. O fato é que este prazer, além de carnal e contrário a Deus, é ainda temporário. Mesmo assim, nenhum ser humano sem a visão da graça de Deus, da eternidade com Cristo, faz a mesma escolha de Moisés. Quem não tem a visão da Santidade de Deus e da nossa eternidade com Ele, não vê problemas em curtir os prazeres do pecado. Para que possamos ter condições de dizer não ao pecado hoje, não sendo seduzidos pelo seu prazer temporário, precisamos estar vivendo com a mente e os olhos nas coisas que hão de vir, em nossa eternidade com Cristo. Sem esta visão, inegavelmente escolheremos o prazer transitório do pecado em nosso dia-a-dia. Outra preciosa lição que aprendemos com este texto é que aqueles que amam a Deus, também amam estar entre o povo de Deus, ainda que seja para sofrer juntamente com ele. Moisés abriu mão do conforto e das companhias do palácio de Faraó para sofrer com o povo de Deus, porque tinha a visão correta de não trocar o eterno pelo transitório e de que é melhor estar entre os que amam a Deus sofrendo do que estar festejando entre os ímpios. Por isto, temos a urgente necessidade de ter a mesma visão bíblica que teve Moisés, visão da eternidade, a fim de sermos governados por ela. Com isso, o prazer temporário do pecado perderá forças, e o desejo de viver e se relacionar entre os irmãos será mais forte em nós do que qualquer outro conforto entre os ímpios.
Alexandre Pereira Bornelli

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Resolva firmemente

Precisamos considerar algo impressionante no capítulo primeiro de Daniel. A chegada dele e dos seus 3 companheiros em Babilônia, cativos, nos traz uma preciosa e desafiadora lição pra nossa vida hoje: será possível mantermos fidelidade a Deus em um lugar hostil e de clara oposição à nossa fé?
Ao lermos o capítulo 1, vemos que Daniel e seus 3 companheiros passaram por rigoroso controle para servirem ao Rei Nabucodonosor (v.4). Posteriormente, lemos que o Rei determinou que eles fossem alimentados com as finas iguarias que ele mesmo (rei) se alimentava. Era pra Daniel ficar eufórico com esta notícia. Não por estar cativo, obviamente, mas por ter o direito de comer a “melhor comida”. Todavia, sua reação foi diferente. Ele pediu ao chefe dos eunucos para poder se alimentar de outras coisas. Estranho não é mesmo? Isto, porque Daniel tinha discernimento do lugar onde estava. Ele sabia que a terra ali era idólatra e politeísta. Sabia também, apesar da pouca idade (aproximadamente 14 anos), que o Rei era uma pessoa idólatra e não temente a Deus. Daniel estava se posicionando com relação a sua fé. Ele não queria se contaminar com as comidas de uma terra idólatra, queira deixar clara a separação de caráter e integridade entre ele e o rei. Vemos isto no verso 8, quando lemos que “resolveu firmemente Daniel não contaminar-se com as finas iguarias do rei...”. Deus lhe foi misericordioso e lhe concedeu esta graça. Então ele passou a se alimentar de legumes e milagrosamente, desenvolveu-se melhor do que os que se alimentaram da do rei.
Alguns princípios vitais nos são ali ensinados. Primeiro, que fidelidade e compromisso com Deus não depende da idade. Daniel tinha uns 14 anos quando chegou a Babilônia e mesmo assim, não se intimidou ou acovardou-se diante da pressão do rei o dos demais do palácio. Ele temia ao Senhor e não aos homens. Segundo, que precisamos ter discernimento quanto ao lugar e momento que estamos vivendo. Nosso mundo é um mundo idólatra e cheio de deuses como o de Daniel. Não podemos nos alimentar das coisas do mundo, tais como, novelas, pornografia, certas musicas, filmes, lugares, amizades etc. Ainda que todos estejam festejando este banquete oferecido diariamente, nós não devemos participar dele. Só tem esta atitude quem tem discernimento espiritual. Terceiro, precisamos resolver firmemente não nos contaminar com o mundo. Não podemos resolver isto uns pelos outros. É algo individual. É certo que Deus é quem nos capacita a isto, mas ele não nos forçará a tanto. Precisamos orar e resolver que quanto no que depender de nós, que não iremos nos alimentar das coisas do mundo. Quarto, precisamos aprender a dizer não às coisas aparentemente sutis, pois elas nos fortalecerão nas demais. Parecia algo sem importância o fato de Daniel comer a mesma comida do rei. Quem de nós iria recusar este banquete? Entretanto, Daniel tinha uma firme postura e discernimento. Este primeiro “não” dito por Daniel ao banquete a ele oferecido foi o pontapé inicial e determinante para muitos outros “nãos” que ele disse em toda a sua vida. Se Daniel tivesse iniciado se cativeiro se contaminando e fraquejando, muito provavelmente, ele teria maiores dificuldades em dizer não quando foi forçado a parar de orar (cap. 6) por exemplo.
Daniel é um exemplo de que espiritualidade, integridade e fidelidade não dependem de circunstâncias externa favoráveis. O ambiente em que ele vivia era totalmente hostil, contrário à sua fé, muito mais do que o ambiente em que vivemos. Mesmo assim Deus lhe capacitou a permanecer fiel, não se dobrando diante de ameaças e tentações. Precisamos aprender a dizer não sem medo de sermos ignorados, ridicularizados e reprovados. O “segredo” deste jovem a se comportar tão fiel assim a Deus foi que ele tinha discernimento espiritual porque mantinha uma vida de oração e leitura da lei de Deus. Resolvamos também hoje, pela graça de Deus, não nos contaminar com as finas comidas deste mundo, para isso peçamos sabedoria e discernimento do Alto.
Alexandre Pereira Bornelli

terça-feira, 2 de junho de 2009

CLIQUE AQUI

Nunca o pecado esteve tão descaradamente acessível. Não é preciso esforço para termos oportunidade de pecar. Antigamente para se ter acesso a pornografia, era preciso, por exemplo, entrar numa banca de revista tendo o risco de encontrar algum conhecido por ali. Atualmente, basta acessarmos a internet com a boa intenção de vermos uma notícia esportiva que, antes de a encontrarmos, veremos uma foto ou frase pornográfica "piscando" e se oferencendo à nossa frente. Basta um clique com o mouse e pronto, o estrago está feito. O mouse parece estar sendo atraído a clicar. É preciso grande esforço para contê-lo. "Vamos, clique aqui, depressa, aproveite enquanto está sozinho em casa ou no quarto. Aproveite!" Tudo parece acontecer sigilosamente. Quem já não recebeu uma proposta assim? O que fazer diante dessa tentação tão acessível?
Inúmeros são os cristãos que clicaram nessas tentadoras armadilhas do diabo e a partir dali tornaram-se viciados em pornografia levando sua vida e a de sua família ao caos espiritual.
Diante desta facilidade em pecarmos, só há um meio eficaz que nos protege. Não estamos falando de técnicas, métodos, segredos e truques a serem aprendidos. Não estamos recomendando nenhum livro com o nome - 5 maneiras de não clicar em pornografia - nada disso. O que nos protege tem o nome de temor ao Senhor. Temor ao Senhor é reverência por Deus que se expressa em submissão à Sua vontade.
Lembremos de José. Quando esteve sozinho com a mulher de Potifiar, depois de insistentes e indecentes convites para se deitar com ela na ausência do marido, José se recusou a fazê-lo mesmo sendo servo, estando sujeito a ordens e devendo obediência. Porque José recusou o convite? Foi por medo de ser descoberto? Porque ele não era "homem" o suficiente? Ou porque ela não fez o tipo dele? NDA. Isso mesmo, nenhuma das alternativas está correta. José tinha vivo em sua mente o temor a Deus. "Pecaria eu contra Deus" foi a resposta dele (Gn. 39:9). Noutras palavras, isso se chama temor a Deus. E foi justamente esse temor que o livrou e que nos livra hoje também. Mas, esse temor a Deus não surge por acaso e nem nasce da noite para o dia em nossa vida. Ao contrário, ele é fruto de um andar diário com Deus em integridade, confissão de pecados, arrependimento, amor pela Palavra e vida de oração.
Portanto, não busquemos por técnicas para não pecar. Elas não existem. É preciso que diariamente cultivemos uma comunhão com Deus através da leitura da Palavra, vida de oração, piedade e luta contra o pecado. Assim sendo, mesmo estando fisicamente sozinhos diante do pecado, teremos a certeza viva de que Deus está conosco e o temor a Ele que foi um dia plantado, regado, cultivado e fortalecido durante os dias anteriores, nos salvará nessa hora tão difícil. A leitura da Palavra, a vida de oração nos capacitará a combater a tentação, mesmo ela sendo tão acessível como num clique de um mouse ou de um controle de televisão. Esse temor a Deus nos fará dizer como José disse: pecaria eu contra Deus?
Ou desenvolvemos um temor a Deus ou nada, absolutamente nada, nos inibirá de pecar.
Alexandre Pereira Bornelli