PENSAI NAS COISAS DO ALTO

sábado, 30 de março de 2013

QUAL O TAMANHO DA SUA FÉ?



Você tem fé? Qual o tipo de fé que você tem? Fé na fé? Fé não é pensamento positivo. Sua fé é em algo morto que nada pode mudar sua vida, como time de futebol, por exemplo? 

Fé um dom de Deus, diz a Bíblia em Efésios 2:8. Portanto,ninguém pode gloriar-se de ter fé em Jesus Cristo, pois isto foi graça de Deus. Não há mérito nosso. Contudo, cabe a nós desenvolvê-la ou atrofiá-la, dependendo do desenvolvimento dela em nossa vida.

Veja o que Jesus responde aos discípulos em Lucas 17: 6: “Se vocês tiverem fé do tamanho de uma semente de mostarda, poderão dizer a esta amoreira: Arranque-se e plante-se no mar, e ela lhes obedecerá.”

A semente de mostarda é algo minúsculo e na época de Jesus era a menor semente que existia. Segundo Roy Zuck, “a semente de mostarda é tão pequena que cerca de 750 sementes pesam um simples grama. No entanto, apesar de tão diminuta, a mostardeira pode atingir uma altura de 3,5 a 4,5 metros em um ano!”

A pergunta que devemos responder, portanto, é: “Mesmo tendo uma fé pequena, ela é a fé bíblica? Minha fé tem crescido visivelmente, a ponto de estar confiando mais nas promessas de Cristo, tendo uma vida mais santa e dedicada a Ele?” 

Tom Wells, em seu edificante livro - FÉ DOM DE DEUS - pag. 10, afirma: "Quando pergunto, "A fé é dom de Deus?, tenho em mira a tua fé. Não estou falando da mera capacidade de crer a qual todos partilhamos. A crença nesta coisa ou naquela pessoa faz parte da vida diária, e muito. Mas estou olhando para a espécie de fé em que o homem se volta do seu pecado para confiar no Senhor Jesus Cristo."

Talvez sua fé ainda esteja minúscula. Não importa. A questão é saber se ela é a fé bíblica, a fé unicamente na pessoa de Jesus e se ela está crescendo. Podemos saber isso, porque a fé verdadeira não é estéril, ao contrário, ela produz frutos e também não é algo morto ou estático, mas crescente que se desenvolve a medida que se nutre das próprias promessas de Jesus em Sua na Palavra.

Quanto mais fé, mais santidade, mais comprometimento com Cristo, mais obediência, e, por outro lado, menos incredulidade, menos desconfiança na Palavra de Deus e menos confiança em nós mesmos.  Uma coisa é certa no ensino de Tom Wells, pag. 84:"se hei de ter fé em Deus e em Cristo, devo conhecer as Sua declarações e reivindicações. Não admira que as Escrituras falem que a fé vem pelo ouvir a Palavra concernente a Deus e a Cristo! E é justamente isso que a Bíblia nos dá."

ALEXANDRE PEREIRA BORNELLI

terça-feira, 26 de março de 2013

O VENENO DA BAJULAÇÃO.


          As pessoas mais bajuladoras são, via de regra, as mais interesseiras. Os mais bajulados são, via de regra, aqueles que podem satisfazer os interesses dos bajuladores. Você conhece alguém  bajulador, do tipo que se aproxima sempre inflando o ego das pessoas com elogios? É preciso estar alerta contra esse tipo de pessoa.

         Bajular é como moeda falsa que circula em muitos lugares, onde se pretende obter vantagens por meio ilícito, astuto e através de manipulação. Bajulador é alguém que finge ser amigo, finge ter boas intenções, mas que no fundo sua motivação é reprovável, é alguém puramente interesseiro.

A Bíblia traz um ótimo exemplo que nos exorta sobre o perigo da bajulação. Jesus em Mateus 22:15 a 22 foi alvo de bajulação pelos seus adversários. Neste texto, que Jesus é indagado a respeito do tributo, alguns fariseus e herodianos queriam capturar Jesus e começaram o dialogo bajulando o mestre  com segundas intenções. 

Os fariseus chegaram (verso 16) mansamente como quem realmente acreditam ser Jesus o Mestre verdadeiro que ensina o caminho de Deus a todos, de acordo com a verdade. Ora, será que os fariseus realmente criam nas palavras que disseram a Jesus?

Evidentemente que não. Veja quanta astúcia desses homens! Eles queriam impressionar e seduzir Jesus com palavras doces para que o Mestre, hipnotizado pelo elogio, respondesse o que eles queriam para ser usado de prova contra o próprio Jesus mais tarde. 

A leitura indispensável dos versículos nos mostra que Jesus não se deixou seduzir pelas palavras dos fariseus. Jesus ignorou a bajulação porque sabia da intenção dos fariseus. Embora Jesus fosse realmente Mestre e ensinasse o caminho de Deus a todos, os fariseus falaram tais palavras com objetivo de guerrear e derrubar a Jesus (Sl 55:21).

  Ao ouvir a indagação, Jesus, sabiamente, disse para dar a César o que é de César e a Deus, o que é de Deus. Jesus não ficou nenhum pouco impressionado com o falso elogio recebido e respondeu divinamente a questão. 

Ao contrário de Jesus, temos alguns exemplos negativos de pessoas que foram seduzidas por elogios e bajulações e que pagaram caro por isso. Temos Sansão, Salomão e Ezequias como três vítimas da perigosa bajulação. A primeira vítima, Sansão, era um alvo a ser vencido. Homem forte, poderoso e guerreiro que o exército filisteu estava tentando derrotá-lo com armas poderosas. Porém, o que o derrotou de verdade? 

Foi o amor fingido de uma mulher filistéia que o fez deitar em seu colo, certamente derramando sobre seus ouvidos doces palavras de elogio a ponto de Sansão dormir tranquilamente. E foi então, após ser bajulado e muito elogiado, que Sansão teve seus cabelos cortados perdendo sua força, vindo a experimentar o gosto amargo da derrota. 

Com Salomão, vemos que não foi a força dos inimigos externos que o venceram, embora fossem muitos. Mas, sem dúvida, foi a bajulação e os elogios constantes, as palavras doces de suas numerosas esposas que o fez desviar e cair. Qual foi o maior erro da terceira vítima, o rei Ezequias? Sabemos que não foi a espada de Senaqueribe e nem as ameaças de Rabsaqué. O erro fatal do rei foi dar ouvidos às lisonjas dos embaixadores da Babilônia. A bajulação foi mais fatal do que as armas em todos estes casos.

Devemos, portanto, estar alertas contra as bajulações. Existem amigos sinceros que realmente podem nos encorajar com palavras por algo que fizemos, sem intenção má. Contudo, é preciso sempre manter a humildade, que é nossa real condição diante de Deus. 

O perigo é que existem pessoas que procuram descobrir antecipadamente qual o gosto, preferência e até carência pessoal dos outros para acertar o ponto fraco da pessoa, conseguindo o que deseja com seus elogios e bajulações. Satanás também usa de tudo para nos roubar a santidade.

 Quando não consegue pela violência e intimidação, apela para a falsa paz e a aprovação sorridente de muitos para massagear nosso ego, e nos fazer afrouxar as rédeas da santidade. A bajulação do mundo envenena muitas almas cristãs, fazendo-as fraquejarem na luta pela santidade e resistência aos princípios contrários á Palavra do Senhor. Todo crente, seja jovem ou velho, homem ou mulher, precisa estar vacinado contra os bajuladores deste mundo. 

Lembremo-nos que Judas traiu a Jesus não lhe dando um tapa, um soco, uma rasteira ou uma facada, mas sim, com um beijo, um evidente sinal de bajulação. Evidentemente que neste caso, tudo estava debaixo da soberania de Deus. Obviamente, Jesus não foi ludibriado pela bajulação de Judas, pois ele conhece o mais íntimo do nosso coração. Contudo, o princípio da bajulação é visto com muita clareza na astúcia de Judas e serve de alerta para todos nós que estamos vulneráveis tanto a bajularmos quanto a sermos bajulados. Que Deus nos dê sinceridade e motivações puras em todas as nossas atitudes, conforme Sua Palavra nos exorta.

ALEXANDRE PEREIRA BORNELLI

domingo, 17 de março de 2013

SEMINARIO MARTIN BUCER

IRMÃOS, esta semana o mana virtual estará suspenso pois estou na semana de estudos no Seminário Martin Bucer, em São José dos Campos-SP.
Tem sido muito edificante o contato com os professores e os demais colegas seminaristas do Brasil todo que estão aqui!!!
Deus permitindo, semana que vem retornamos com as mensagens normalmente.
Grande abraço a todos.
Alexandre

quinta-feira, 14 de março de 2013

CUIDADO: TOMADA!


Aqueles que têm crianças em casa sabem que é comum,  recomendável e prudente tapar as tomadas para evitar que os pequenos por curiosidade e desconhecimento do perigo, possam se envolver em tragédias.  Porém, não é comum, que os pais se preocupem com este perigo se seus filhos já são maiores. 

Algo semelhante acontece com os cristãos. É certo que o pecado nos tenta independentemente da nossa idade. Mas, é certo também que não devemos cair em tentação independentemente da nossa idade. Não é normal um cristão com anos de conversão, precisar ser advertido contra os mesmos pecados de um cristão neófito, assim como a criança, depois de certa idade, não precisa mais ser vigiada para não por o dedinho na tomada.

Chega um momento da vida que os perigos são outros, pois os antigos foram superados. Igualmente, na vida cristã não podemos ser eternamente crianças, tendo que ser vigiados contra os mesmos pecados e tentações do inicio da nossa vida cristã. Quando isso acontece é sinal de nanismo e imaturidade, fruto de nossa omissão na busca por crescimento espiritual.

Porém, ainda existem cristãos com anos e anos de conversão cometendo os mesmos pecados de sempre. Tais pessoas lotam as salas pastorais para serem advertidos, exortados e orientados em relação a pecados que já deveriam ter superado pela caminhada cristã que têm. 

Reflita neste instante: As pessoas ainda precisam ficar te aconselhando a “não por o dedinho na tomada do mundo, do álcool, da impureza, da mentira, da sensualidade, da pornografia, das más amizades, do ressentimento, da rebeldia, etc?” Você ainda tenta experimentar estas coisas esperando ser feliz nelas ou tentar provar que a Bíblia está errada?

Essa não é a vontade de Deus para nós.  Ao contrário, Ele quer que amadureçamos na fé (Oseias 6:3).  Não que podemos ou temos o direito de cair em pecados novos. Longe disto. Isto seria transformar a graça de  Deus em libertinagem como Paulo combate em Romanos 6. Mas, permanecer preso aos mesmos pecados é um sinal de estagnação espiritual e de atrofia da vida cristã. É uma clara evidência de que não estamos desenvolvendo nossa salvação com temor e tremor, conforme Filipenses 2:12.

Nem pecados velhos nem novos, devemos odiar a todos com a mesma intensidade. Contudo, é mais coerente com o crescimento cristão superarmos velhos hábitos pecaminosos e cada vez cairmos menos nas mesmas tentações. Aquele vive na prática do pecado é porque não conhece Aquele que morreu justamente pelos nossos pecados!

ALEXANDRE PEREIRA BORNELLI

segunda-feira, 11 de março de 2013

CUIDADO: NÃO ENTRE!


É interessante notarmos que quando um lugar é muito perigoso as placas sinalizam para não entrarmos no local. Podemos exemplificar um lugar onde tem fios de alta tensão, certamente a placa indicará para não entrarmos, pois o risco de uma descarga elétrica fatal é enorme.

A Bíblia também nos traz advertência como esta. Em Mateus 26: 41 vemos o aviso do Senhor aos discípulos: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação”. Jesus falou isto no contexto onde havia deixado os discípulos por um pouco de tempo a fim de orar. Quando voltou, todos estavam dormindo, entregues a si mesmos! 

Esta advertência de Jesus, embora curta, traz muitas verdades. John Owen, em seu livro – Para Vencer  o Pecado e a Tentação, pag. 160, explica com muita praticidade o que Jesus quis dizer: “Nessas palavras, há três coisas: 1) o mal contra o qual elas advertem – a tentação; 2) o meio pelo qual ela prevalece – quando entramos nela; 3) a maneira de evitá-la – vigiar e orar.”

Podemos entender então, que Jesus estava advertindo  seus discípulos e a nós também, que a tentação não é pecado em si, mas é o passo anterior ao pecado, daí o seu perigo. A tentação mostra toda a nossa fraqueza, porque antes de sermos tentados nos achamos fortes o suficiente para resistirmos ao que outras pessoas não suportaram. 

Jesus nos ensina que precisamos ter discernimento do Alto para percebermos o que nos tenta e fugirmos dela. Sabemos que somos tentados pela nossa própria cobiça, conforme o ensino de Tiago 1: 14. Somos tentados porque somos pecadores e mesmo que vivéssemos isoladamente, ainda assim seríamos tentados e pecaríamos. A despeito disso, coisas externas também nos tentam porque encontram respaldo em nossa natureza pecaminosa. Por isso, devemos buscar direção de Deus para estarmos atentos com relação a esse perigo.

E a forma com que podemos evitar entrar em tentação e, consequentemente, pecar, segundo Jesus mesmo nos ensina é vigiando e orando. Não podemos separar um do outro. Somente vigiar não resolve porque não podemos vencê-la pelas nossas próprias forças. Somente orar não resolve, porque temos que cooperar nesse processo de santificação. Não podemos orar e continuar indo a lugares que nos induzem a pecar. 

Portanto, fica a advertência a todos nós: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação”. Estejamos atentos, sempre vigiando e orando, para não entrarmos em tentação, porque quando alguém negligencia isto, está no meio do furacão pensando estar seguro.

ALEXANDRE PEREIRA BORNELLI

segunda-feira, 4 de março de 2013

EFEITO SANFONA


É comum vermos pessoas empolgadas em fazer regime, principalmente nas segundas-feiras, depois de comerem churrasco e doce no fim de semana. Geralmente, esses regimes são de durações meteóricas. Tais pessoas não querem realmente pagar o preço que o regime exige. Apenas estão temporariamente incomodados com peso na consciência pelo abuso alimentar, coisa que superam e esquecem com facilidade. Geralmente este peso some na próxima refeição, ficando somente o peso corporal.

Outros, entretanto, um pouco mais esforçados e determinados, conseguem atingir o objetivo de abaixar de peso. Contudo, não são determinados o suficiente para manter-se assim. Após chegarem ao peso ideal, ficam satisfeitos e negligenciam a necessidade de continuar o regime. E o temido “efeito sanfona” acaba desorientando e castigando as pessoas.

Na vida cristã não é diferente. São muitos aqueles que após abusarem de coisas ilícitas, sentem peso na consciência, porém, nada mais que isso. Então, começam o processo para aliviá-la, fazendo coisas do tipo: ir mais a reunião da igreja, ler um pouco a Bíblia, fazer uma oração, fazer votos e promessas para Deus, ajudar alguém e por ai vai. Todavia, estas coisas são ineficientes, porque nasceram de um coração apenas incomodado e não arrependido.

Outras pessoas, porém, conseguem caminhar um pouco. Elas são capazes de praticarem por mais tempo e de forma mais visível a santificação. Conseguem abandonar algumas amizades erradas, deixam alguns vícios, participam mais da vida da igreja, tentam restaurar os relacionamentos rompidos e coisas assim. Todavia, por não se arrependerem genuinamente, tais procedimentos não têm vida longa. E ficam sofrendo pelo “efeito sanfona” espiritual. Ora estão cheios do Espírito, ora vazios. 

Começar não é o grande problema, mas sim, manter-se no caminho iniciado. Quando começamos errado, não caminhamos muito tempo. Quando a motivação é a nossa justiça própria e o nosso orgulho de conseguir fazer algo, logo somos vencidos pelo desânimo. 

É interessante que a Palavra de Deus nunca desmereceu a iniciativa dos cristãos, mas também nunca a supervalorizou. Não basta começarmos bem, se não nos mantivermos firmes na fé pela graça de Deus. Todos nós começamos bem animados a vida cristã. Creio que ninguém a iniciou desanimado. Mas, então, porque desanimamos e não mantemos a chama acesa?

É o que lemos em Gálatas 5:7: “Corríeis bem, quem vos impediu de continuardes a praticar a verdade?” Paulo não desmereceu o início dos cristãos, mas advertiu-os em relação a pouca duração que isso teve. Em I Timóteo 1: 19, lemos: “...mantendo a fé e a boa consciência que alguns rejeitaram e, por isso, naufragaram na fé.” Isto quer dizer que não basta termos lampejos de boa consciência em certas fases da vida. Ao contrário, devemos manter, dar continuidade e viver sempre com a boa consciência porque se rejeitarmos isso, iremos naufragar na fé. 

Em I Pedro 2:12 também somos ensinados a manter o nosso procedimento exemplar entre os ímpios. Nas palavras de Pedro, lemos: “...mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas boas obras, glorifiquem a Deus no dia da visitação”. Pedro tem em mente uma vida exemplar e não apenas sermos exemplos em certas épocas da nossa vida. Em I Coríntios 16:13, Paulo diz: “Estejam vigilantes, mantenham-se firmes na fé...” Em Efésios 6: 14: “Assim, mantenham-se firmes, cingindo com cinto da verdade...” e muitos outros textos. 

Percebemos então que a iniciativa não é o nosso maior problema, mas sim, a continuidade. Deus não se impressiona com nossas iniciativas e não devemos nos impressionar também. Quando a graça de Deus é desprezada não há condições de se manter no caminho estreito, de manter a boa consciência e continuarmos no caminho da santidade. Sempre desfrutaremos de bons começos e péssimos fins.  Não desprezemos os dias dos pequenos começos, mas também, não nos contentemos apenas por termos começado algo bem. Antes, oremos para que Deus nos ajude a perseverar no caminho da santificação, evitando o “efeito sanfona espiritual” que nunca foi o desejo de Deus para seus filhos.

ALEXANDR PEREIRA BORNELLI