As pessoas mais bajuladoras são, via de regra, as
mais interesseiras. Os mais bajulados são, via de regra, aqueles que podem
satisfazer os interesses dos bajuladores. Você conhece alguém bajulador, do tipo que se aproxima sempre inflando
o ego das pessoas com elogios? É preciso estar alerta contra esse tipo de
pessoa.
Bajular é como moeda falsa que circula em muitos lugares, onde se pretende obter vantagens por meio ilícito, astuto e através de manipulação. Bajulador é alguém que finge ser amigo, finge ter boas intenções, mas que no fundo sua motivação é reprovável, é alguém puramente interesseiro.
A Bíblia traz um ótimo exemplo que nos exorta sobre o
perigo da bajulação. Jesus em Mateus 22:15 a 22 foi alvo de bajulação pelos
seus adversários. Neste texto, que Jesus é indagado a respeito do tributo,
alguns fariseus e herodianos queriam capturar Jesus e começaram o dialogo
bajulando o mestre com segundas
intenções.
Os fariseus chegaram (verso 16) mansamente como quem realmente
acreditam ser Jesus o Mestre verdadeiro que ensina o caminho de Deus a todos,
de acordo com a verdade. Ora, será que os fariseus realmente criam nas palavras
que disseram a Jesus?
Evidentemente que não. Veja quanta astúcia desses homens!
Eles queriam impressionar e seduzir Jesus com palavras doces para que o Mestre,
hipnotizado pelo elogio, respondesse o que eles queriam para ser usado de prova
contra o próprio Jesus mais tarde.
A leitura indispensável dos versículos nos
mostra que Jesus não se deixou seduzir pelas palavras dos fariseus. Jesus
ignorou a bajulação porque sabia da intenção dos fariseus. Embora Jesus fosse
realmente Mestre e ensinasse o caminho de Deus a todos, os fariseus falaram
tais palavras com objetivo de guerrear e derrubar a Jesus (Sl 55:21).
Ao ouvir
a indagação, Jesus, sabiamente, disse para dar a César o que é de César e a
Deus, o que é de Deus. Jesus não ficou nenhum pouco impressionado com o falso
elogio recebido e respondeu divinamente a questão.
Ao contrário de Jesus, temos alguns exemplos
negativos de pessoas que foram seduzidas por elogios e bajulações e que pagaram
caro por isso. Temos Sansão, Salomão e Ezequias como três vítimas da perigosa
bajulação. A primeira vítima, Sansão, era um alvo a ser vencido. Homem forte,
poderoso e guerreiro que o exército filisteu estava tentando derrotá-lo com
armas poderosas. Porém, o que o derrotou de verdade?
Foi o amor fingido de uma
mulher filistéia que o fez deitar em seu colo, certamente derramando sobre seus
ouvidos doces palavras de elogio a ponto de Sansão dormir tranquilamente. E foi
então, após ser bajulado e muito elogiado, que Sansão teve seus cabelos
cortados perdendo sua força, vindo a experimentar o gosto amargo da derrota.
Com Salomão, vemos que não foi a força dos inimigos externos que o venceram,
embora fossem muitos. Mas, sem dúvida, foi a bajulação e os elogios constantes,
as palavras doces de suas numerosas esposas que o fez desviar e cair. Qual foi
o maior erro da terceira vítima, o rei Ezequias? Sabemos que não foi a espada
de Senaqueribe e nem as ameaças de Rabsaqué. O erro fatal do rei foi dar
ouvidos às lisonjas dos embaixadores da Babilônia. A bajulação foi mais fatal
do que as armas em todos estes casos.
Devemos,
portanto, estar alertas contra as bajulações. Existem amigos sinceros que
realmente podem nos encorajar com palavras por algo que fizemos, sem intenção
má. Contudo, é preciso sempre manter a humildade, que é nossa real condição
diante de Deus.
O perigo é que existem pessoas que procuram descobrir
antecipadamente qual o gosto, preferência e até carência pessoal dos outros
para acertar o ponto fraco da pessoa, conseguindo o que deseja com seus elogios
e bajulações. Satanás também usa de tudo para nos roubar a santidade.
Quando não
consegue pela violência e intimidação, apela para a falsa paz e a aprovação
sorridente de muitos para massagear nosso ego, e nos fazer afrouxar as rédeas
da santidade. A bajulação do mundo envenena muitas almas cristãs, fazendo-as
fraquejarem na luta pela santidade e resistência aos princípios contrários á
Palavra do Senhor. Todo crente, seja jovem ou velho, homem ou mulher, precisa
estar vacinado contra os bajuladores deste mundo.
Lembremo-nos que Judas traiu a
Jesus não lhe dando um tapa, um soco, uma rasteira ou uma facada, mas sim, com
um beijo, um evidente sinal de bajulação. Evidentemente que neste caso, tudo estava
debaixo da soberania de Deus. Obviamente, Jesus não foi ludibriado pela bajulação de Judas, pois ele conhece o mais íntimo do nosso coração. Contudo, o princípio da bajulação é visto com muita
clareza na astúcia de Judas e serve de alerta para todos nós que estamos vulneráveis tanto a bajularmos quanto a sermos bajulados. Que Deus nos dê sinceridade e motivações puras em todas as nossas atitudes, conforme Sua Palavra nos exorta.
2 comentários:
Muito bom esse estudo.Nos alerta do perigos da bajulação.
Excelente, aprendi muito.
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