PENSAI NAS COISAS DO ALTO

terça-feira, 6 de março de 2012

Você está convencido?

A Bíblia, de Gênesis a Apocalipse, dentre outras coisas, mostra que Deus é Santo e que o homem é pecador. Todavia, aqueles que ainda não foram alcançados pela graça do Senhor, não têm ideia do que isso significa. Mas  e  nós, cristãos, estamos convencidos desta verdade?
É possível que muitos de nós que dizemos ser cristãos, tenhamos apenas uma noção da santidade de Deus e do nosso pecado.  Porém, ter noção disto não é suficiente, precisamos estar convencidos desta verdade. Todavia, ninguém é convencido da sua miséria e pecado diante de Deus senão unicamente através do atuar do Espírito Santo de Deus. Portanto, qual a diferença entre saber e estar convencido a respeito do pecado? É comum em nossas amizades dizermos que tal pessoa é convencida. Isto se da quando tal pessoa não tem nenhuma dúvida quanto a si mesma, seja por se achar bonita, inteligente, talentosa ou outra coisa semelhante. Ainda que ninguém mais pense assim dela, tal pessoa convencida vive com a certeza de que realmente é alguém excepcional. Há, porém, aquele que tem uma noção, que até passa por momentos em que acredita ser bom em alguma coisa, mas ainda é duvidoso quanto à sua real capacidade. Num momento acredita ser, noutro seguinte, desacredita totalmente de seu potencial. Este não está convencido.
Precisamos meditar em nossa vida com relação ao pecado. Estamos de fato convencidos que somos realmente pecadores? Esta verdade está sedimentada em nosso coração? Mesmo que em algumas igrejas, pastores mal orientados (alguns mal intencionados) digam o contrário, levando uma mensagem de autoajuda, para melhorar a autoestima, mensagem antropocêntrica, estamos convencidos por Deus, de que somos miseráveis pecadores merecedores do inferno? Ou, porventura, pensamos não sermos tão pecadores assim, por ter sido criados em um ambiente bom, por não termos ficha na polícia e por sermos trabalhadores? Isto é uma questão de suma importância e faz toda a diferença em nosso relacionamento com Deus e com o próximo. Lembremos, por exemplo, da oração do fariseu e do publicano registrada em Lucas 18:10 a 14? “O fariseu, em pé, orava de si para si mesmo, desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, ladrões, corruptos e adúlteros, nem ainda como este publicano; jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho”. Em contrapartida, “o publicano, estando em pé, longe, nem ousava levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim pecador!” O fariseu relacionava errado com Deus, julgando ter méritos próprios e, consequentemente, relacionava errado com seu próximo ao julgá-lo.  O publicano mesmo ouvindo a oração absurda do Fariseu, não o retrucou, não se defendeu, apenas pediu misericórdia a Deus. Qual dos dois estava convencido de que era pecador e que precisava totalmente de Deus? Sem dúvidas era o publicano. E, porque sabemos disto? Pela sua oração. Afinal, a boca fala do que está cheio o coração. Quando não estamos convencidos que somos pecadores e que merecemos o inferno, relacionamos errado com Deus e com o próximo. Como tem sido nossas orações? Como temos reagido quando um irmão peca: julgamos, condenamos, ridicularizamos, fofocamos ou oramos por ele e procuramos ajudá-lo, sabendo que se não for a graça de Deus, fazemos o mesmo e até pior. O Espírito Santo de Deus precisa nos convencer a respeito da santidade de Deus e da nossa miséria e pecado.  É o que Romanos nos diz no capítulo 3:23: “pois todos pecaram e carecem da glória de Deus.” E, Davi no Salmo 51 afirma categoricamente que nasceu em pecado.
Aprendemos então que não basta apenas termos uma noção de que somos pecadores. Precisamos, na verdade, estar convencidos, derrotados pelo Espírito Santo de Deus de que nascemos em pecado e que por isso, pecamos e precisamos desesperadamente da salvação que há em Cristo Jesus. Aprendemos também, que o fato de estarmos convencidos por Deus da nossa depravação e pecado, tem profundas influências positivas em nossa vida com Deus e com os irmãos. Estar convencido de que somos pecadores não é o mesmo que apenas saber que o homem é pecador. Podemos saber disso na teoria, mentalmente ou de tanto escutarmos pregações a respeito. Mas, se em nosso viver, ainda predomina o orgulho, a altivez, arrogância, independência é prova incontestável de que precisamos ainda ser ganhos por Deus e convencidos de que em nós, em nossa carne, não habita bem algum. Entretanto, quando a certeza da nossa depravação e da nossa indignidade diante de Deus inundam nosso coração, começamos a experimentar o que é a verdadeira humildade e o verdadeiro cristianismo, que é estar vazio de si mesmo e cheio de Deus e a cada dia, diminuir em nós mesmos, em nossa vontade própria, para que Jesus cresça cada dia mais (João 3:30). Aquele que foi convencido de seu pecado dirá: “não mais eu mas Cristo vive em mim” (Gl 2:20).

ALEXANDRE PEREIRA BORNELLI

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