PENSAI NAS COISAS DO ALTO

quarta-feira, 27 de junho de 2012

CARDÁPIO DA SANTIDADE


Todos aqueles que se submetem a um regime físico terão que reeducar a alimentação. Deverão abster-se de certos alimentos (muitos deles saborosos) para, em seu lugar, ingerir outros, mais saudáveis. As refeições serão em mais vezes diárias, porém menos calóricas. Além disso é preciso não ficar “beliscando” doces e aperitivos entre as refeições. O preço a ser pago pela nova disciplina alimentar é alto, mas os resultados aparecem à medida que se obedece o cardápio.
Embora nem todas as pessoas precisem ou desejem fazer regime, o fato é que na vida cristã todos nós, indistintamente, precisamos seguir o cardápio da santidade que a Bíblia nos apresenta. Precisamos parar de nos alimentar de coisas simplesmente agradáveis para alimentarmos de algo espiritualmente nutritivo. Para isso, precisamos nos alimentar mais vezes da Palavra de Deus diariamente e menos das coisas mundanas.  
Em I Tessalonicenses 4, versos de 1 a 8, somos exortados: “1.Finalmente, irmãos, nós vos rogamos e exortamos no Senhor Jesus que, como de nós recebestes, quanto à maneira por que deveis viver e agradar a Deus, e efetivamente estais fazendo, continueis progredindo cada vez mais; 2. porque estais inteirados de quantas instruções vos demos da parte do Senhor Jesus. 3.Pois esta é a vontade Deus: a vossa santificação, que vos abstenhais da prostituição; 4. que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra, 5. não com o desejo de lascívia, como os gentios que não conhecem a Deus; 6. e que, nesta matéria, ninguém ofenda nem defraude a seu irmão; porque o Senhor, contra todas estas coisas, como antes vos avisamos é o vingador, 7. porquanto Deus não nos chamou para a impureza, e sim para a santificação. 8. Dessarte, quem rejeita estas coisas não rejeita o homem, e sim a Deus, que também vos dá o seu Espírito Santo.”
Dentre várias verdades deste rico texto, queremos destacar somente algumas para a nossa meditação. A primeira é que nossa vida deve agradar a Deus. Isso nos leva a repensarmos como temos vivido; para agradar a nós mesmos, aos outros ou a Deus? Iremos agradar a Deus vivendo em obediência a Ele e em santidade (I João 2:6). Segunda verdade, se acaso já estamos nesse caminho de santidade, que continuemos progredindo nele. Ou seja, ninguém se torna mestre em santidade. Não há ninguém que possa dizer ter alcançado um nível de santidade tal que possa parar de busca-la. Devemos viver em santificação constante e deve ser algo progressivo, ou seja, devo estar em maior santidade hoje do que estive no passado, caso contrário algo está errado comigo (Hb 12:14, Oséias 6:3). Terceira verdade, Paulo deixa claro que a santificação é a vontade de Deus para todos nós. Ninguém escapa disto. Não há dúvidas quanto a isso e nem mesmo precisamos orar neste sentido. Devemos orar para Deus nos capacitar nessa busca, mas orar para saber se devemos ou não buscar a santificação é perda de tempo. A quarta verdade está diretamente relacionada com a anterior. Santidade não é algo teórico, abstrato ou apenas de palavras. Paulo começa dizendo que a santificação é abster-se prostituição. Este conselho vale tanto para os solteiros como para os casados. Onde há sinais de prostituição ou impureza moral, física e espiritual devemos fugir dali. O quinto aspecto totalmente prático da santificação é que devemos  viver de tal forma que nosso corpo  glorifique e honre a Deus. Não podemos ter um discurso correto de santidade e vivermos de forma contrária. Nosso corpo, que é o templo do Espírito Santo de Deus (I Pe 2:5) deve evidenciar esta verdade, tendo uma vida não controlada pela lascívia, pelo desejo carnal desenfreado, mas sim, controlada pelo Espírito Santo de Deus. A sétima verdade a ser destacada é que Paulo reforça a razão pela qual fomos chamados e salvos por Deus. No verso 7 ele deixa claro que “Deus não nos chamou para a impureza, e sim, para a santificação”. Essa verdade deve estar sedimentada em nosso coração. Quando crermos, de fato, nisso, viveremos de modo agradável a Deus. Caso contrário, se não entendemos que Deus nos chamou para a santificação não fará sentido para nós a preocupação em agradá-Lo e nem em buscarmos a santificação nesse mundo. A última verdade que destacamos é que Paulo não avoca para si a autoridade final da exortação. Ao contrário, ele deseja que tenhamos temor de Deus, ao dizer que se rejeitamos estas verdades, estamos rejeitando ao próprio Deus que as instituiu. De fato, pois será a Deus unicamente que iremos prestar contas da nossa vida.
Portanto, se desejamos seguir pelo caminho da santidade, devemos nos alimentar de Deus mais vezes durante o dia e de forma melhor, fazendo uso dos meios de graça, tais como: leitura diária da Palavra, oração e comunhão dos irmãos. Para progredirmos nesse caminhar e seguir o cardápio da santidade devemos nos abster das coisas do mundo e nos alimentar das coisas de Deus. Embora tenhamos nossos compromissos e responsabilidades, podemos manter nossa comunhão com Deus fazendo tudo isso para a Sua glória. Reflitamos também nestas questões: a) nossa vida tem agradado a Deus?; b) temos progredido na santidade?; c) temos entendido que buscar a santificação diária é uma ordem de Deus, sendo Sua vontade para cada um de nós?; d)  temos realmente fugido da prostituição, impureza e todo tipo de imoralidade?; e) o desejo de lascívia, ou, o desejo carnal descontrolado, tem dominado nossos pensamentos, atitudes e imaginações? e; f) quem rejeita estas verdades absolutas está rejeitando o próprio Deus e terá que prestar contas disso a Ele no dia final. 

Alexandre Pereira Bornelli

quarta-feira, 20 de junho de 2012

VOCÊ JÁ APRENDEU A DIZER "NÃO"?


Mais importante do que aprender outro idioma é aprender a falar não. O cristão deve ser alguém que tenha firmeza e convicção para, em muitos e muitos casos, dizer “não” a convites e propostas que lhe são feitos.
Ser alguém com medo de falar não, quando necessário, por medo de rejeição ou outro qualquer, é pedir para ser um depósito de lixo aonde todos vêm e jogam uma piada indecente, um palavreado impróprio, um convite ilícito, um relacionamento antibíblico, um convite para pornografia, drogas e tudo mais. O jovem, especialmente, sofre muito com isso, porque teme perder certos relacionamentos, teme ser excluído de certos grupos, perder amizades e busca aceitação social. A questão é quando dizemos “não” para as coisas contrárias à Palavra de Deus, estamos evidenciando um caráter cristão que está em correta formação. Preferimos agradar a Deus ou aos homens?
Em Provérbios 1:10, lemos: “Filho meu, se os pecadores seduzir-te, não o consintas”. A exortação aqui é clara: devemos dizer “não” para aqueles que estão nos seduzindo e induzindo ao pecado. Esta sedução vem em convites, muitas vezes, de aparência inofensiva, tais como: uma festinha de faculdade, um churrasco de turma, uma viagem, uma saída para tal lugar, um relacionamento amoroso, uma amizade errada, um comportamento rebelde, etc. Por isso precisamos estar cheios do Espírito de Deus para termos discernimento e estarmos sensíveis à paz de Deus que é o arbitro em nosso coração, sinalizando quando estamos em desobediência ao Senhor (Cl 3:15). Quantos jovens possuem medo de dizer não para seus amigos por receio de perder a amizade e, em função disto, estão aceitando convites totalmente pecaminosos. Você é um cristão que consegue dizer “não” às coisas erradas? O cristão deve ser alguém com opinião, com coragem, tendo a Bíblia como sua regra de fé e prática e procurando sempre glorificar a Deus em tudo o que faz. Não importa do que irão nos chamar, se irão nos criticar ou aprovar, se perderemos algo que todos estão fazendo, que está na moda, etc. O que importa é obedecermos a Deus e aos seus mandamentos, dizendo “não” quando alguém quer nos induzir ou seduzir a pecar. Você tem dito “não” por amor ao Senhor, ou, tem preferido agradar seus amigos que não amam a Deus? Ninguém irá dizer “não” por você. É uma decisão sua que irá acontecer à medida que entender o quanto custou para Jesus os pecados que Ele pagou e suportou na Cruz.

ALEXANDRE PEREIRA BORNELLI

segunda-feira, 18 de junho de 2012

PORQUE GUARDAR A PALAVRA DE DEUS NO CORAÇÃO?


Pode nos parecer óbvio, mas você já percebeu que o coração (sentido, vontade e emoções) é o alvo final onde a Palavra de Deus deve chegar? Evidente que até a Palavra chegar no coração ela passa pelo ouvir, pela mente, pela compreensão e assimilação. Todavia, o lugar final que a Palavra precisa chegar e se arraigar, não é no ouvido, na mente, na compreensão, mas sim, no coração do pecador. Isso porque o pecado afetou primeiramente o coração do homem. A partir da queda, o coração do homem foi deformado e todas as suas faculdades foram distorcidas, bem como tudo o mais no ser humano, decorrente disto. É isto que lemos no Evangelho de Marcos, capítulo 7: 21 a 23 diz: “Porque de dentro do coração dos homens, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura: Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem”. Podemos observar, diante da clareza do texto, que o problema não está no que o homem faz, mas sim, no que ele é. Pecamos porque somos pecadores e não o contrário. Nosso coração está corrompido pelo pecado e não pode, naturalmente, agradar a Deus. Tanto é verdade, que Deus diz que nos daria um novo coração (nova natureza) para então, pela sua Graça, podermos amá-lo (Ezequiel 36:26). Trata-se de um novo coração que deseja amar a Deus e que luta contra o pecado. Por isto, agora Deus disse para O amarmos de todo o nosso coração, pois antes do novo nascimento isso era impossível! Ora, se o problema do homem causado pelo pecado está em seu coração é preciso que a Palavra de Deus atinja o coração do homem para libertá-lo do poder do pecado. Daí que o Salmista, disse no Salmo 119:11: “Guardo no coração a tua Palavra para não pecar contra Ti”. Ele sabia e nós precisamos saber também que guardar a Palavra na mente não resolve nosso problema. Conhecer a Bíblia, concordar com ela, achá-la importante, nada disso tem eficácia suficiente para nos proteger de pecar. É preciso que a Palavra de Deus chegue e permaneça onde o pecado se instalou: em nosso coração. Richard Baxter de forma muito sábia e bíblica, disse: “Se você quiser ser curado, precisa colocar a pomada sobre a ferida. Ora, a ferida, a doença, está no seu coração; e se você não introduzir a Palavra no seu coração, onde está a doença, eu não vejo como você poderia esperar a cura. A alma não será magicamente santificada pelo mero ouvir ou repetir de algumas palavras bonitas, como os feiticeiros fazer para curar doenças, ou para parecer que as curam. É a verdade aplicada ao coração que pode curá-lo. Se você não pensar e repensar nas Escrituras, como pode esperar que venham a penetrar no seu coração?”  O conselho de Baxter é tremendo, porque de forma simples mas profunda, nos alerta para a importância também de meditarmos na Palavra de Deus diariamente. Devemos pensar e repensar nas Escrituras mas, só podemos fazer isto se esta Palavra estiver em nossa mente, através da nossa leitura diária, para depois, descer até o coração. O problema nosso, portanto, não é meramente de ordem moral, mau comportamento ou algo desse tipo que possa ser tratado, curado ou melhorado com novas posturas, autoajuda ou conselhos de homens. Nosso problema chama-se pecado e para este problema só há uma solução: a Palavra de Deus! Por isso o único remédio eficaz é a Palavra de Deus arraigada em nosso coração.
Que possamos então ler e meditar diariamente (Josué 1:8 e Salmo 1) na Palavra de Deus, orando para que o Espírito Santo aplique toda  a Palavra de Deus em nosso coração para que possamos experimentar uma salvação diária do pecado. Não nos contentemos em conhecer intelectualmente a Palavra de Deus, pois ela precisa estar em nosso coração, direcionando nossa vontade, desejo e emoções para a glória de Deus..

Alexandre Pereira Bornelli

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Verdades eternas versus verdades temporais.


                            
Nossa falta de alegria cristã está associada à nossa falta de gratidão por tão grande salvação em Cristo Jesus. No momento é que nossos olhos se fixam nesta terra somente, nossa alegria nos é roubada, porque aqui tudo é instável, incerto, corruptível e temporal.
O apóstolo Pedro, em sua primeira Carta, capítulo 1, versos 3 a 7 destaca esta verdade de forma profunda.  Diz o texto: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, reservada nos céus para vós outros que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo. Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo...”
Dentre tantas e tantas preciosas verdades deste texto bíblico, queremos apenas destacar o contraste entre as verdades eternas e as provações temporais. Pedro destaca as preciosas verdades eternas: regeneração, ressurreição de Jesus, herança incorruptível, reservada nos céus, somos guardados pelo poder de Deus, nossa salvação final. Devemos observar a natureza dessas dádivas graciosas de Deus. São eternas, nada pode tirá-las de nós, porque estão garantidas na pessoa de Jesus Cristo. São incorruptíveis, nunca murcham, estão reservadas nos céus para os salvos em Cristo! Por esta razão, Pedro diz no verso 6: “Nisto exultais”. Ora, se estas verdades com estas qualificações eternas e imutáveis não gerar alegria em nós, algo está errado com nossa vida cristã. Pedro diz os dois lados da mesma verdade. Se, por um lado temos estas preciosas dádivas de Deus, por outro, somos alertados no verso 6 que se necessário passaremos por provações. Interessante o método de Pedro. Primeiro ele mostra as verdades eternas e imutáveis para depois, falar que por “breve tempo” e “se necessário” passaremos por provações. Ter algo com o que comparar é fundamental. Diante das verdades eternas e imutáveis, Pedro diz que as provações só acontecerão em nossas vidas quando realmente forem necessárias. E  quem decide ser necessário ou não é Deus. Mesmo que não entendamos, isso não quer dizer que elas não sejam necessárias. Deus é quem sabe todas as coisas. E o contraste está no fato das provações serem por “breve tempo”. Para muitos de nós que passamos ou que conhecemos pessoas que estão passando por provações, sabemos que no momento elas parecem intermináveis. Isto acontece porque estamos sem referencial, sem a visão correta da eternidade. Quando meditamos nas dádivas eternas que Pedro destacou, todas as provações realmente são breves, ainda que durem anos, porque o que ganhamos em Cristo jamais terá fim. Daí que Pedro apresenta primeiro o que é eterno para depois, falar da brevidade das provações. Quando estivermos em provação que parecem não ter fim, precisamos meditar nas dádivas eternas de Deus. O contraste nos conforta, como diz o Salmista no Salmo 119:50: “O que me consola na minha angústia é isso: que a Tua Palavra me vivifica”. Neste caso, as provações tomarão proporções menores e breves, ainda que difíceis de suportar, sem dúvidas. Mas elas se nos incomodará menos ante a certeza das nossas dádivas eternas. E, se meditarmos ainda que as provações não acontecem ao acaso em nossa vida, mas tão somente quando Deus vê a real necessidade delas, ou seja, para que nossa fé seja apurada e para que o caráter de Cristo seja formado em nós, tudo isso para o louvor e glória de Jesus Cristo, ai então nossa reação diante delas muda, ainda que as circunstâncias externas continuem as mesmas. É que lemos no livro, Efésios o Deus Bendito, de autoria de Hermisten Maia Pereira da Costa, pag. 28: “A gratidão deve guiar nosso relacionamento com Deus. Não há um caminho mais direto (à gratidão), do que o de tirarmos nossos olhos da vida presente e meditar na imortalidade do céu.” Que as verdades eternas ocupem nosso coração e nossas orações, para que tenhamos uma vida alegre, cheia de gratidão e esperança, para que quando a necessária provação surgir, tenhamos a certeza de que, além de  serem necessárias para nós, são também breves em comparação com o que ganhamos em Cristo Jesus, para não desanimarmos, mas permanecermos esperançosos nas promessas do Senhor.

Alexandre Pereira Bornelli

segunda-feira, 4 de junho de 2012

DEUS NÃO É FIEL A NÓS.


Há vários erros teológicos que ainda precisam ser extirpados da nossa mente, pois nos levam a práticas erradas na vida cristã. Um desses erros que deve ser combatido é o que diz que Deus é fiel à nós. Soa muito bonito cantarmos e até crermos nisso, porque amarra Deus ao homem. Mas, isso não é Bíblico.
Ao crermos que Deus é fiel à nós, podemos concluir que seja lá o que fizermos ele nos abençoará e “passará a mão” em nossa cabeça. Isto é o mesmo que dizer que vamos caminhando do nosso jeito neste mundo, conforme nossos pensamentos e desejos e Deus que trate de vir atrás nos abençoando. Definitivamente, precisamos crer que Deus não é fiel à nós. Não questionamos a fidelidade  nem o caráter santo de Deus sob hipótese alguma . O que descartamos é a afirmativa de que Ele é fiel à nós. Isso Ele não é. A quem então, Deus é fiel?
No evangelho de Lucas capítulo 1, verso 37, lemos: “Porque para Deus não haverá impossíveis em todas as suas promessas”. Isto elimina a crença de que Deus é fiel à mim. Na verdade, Deus é fiel somente às suas próprias promessas. Tudo o que Ele prometeu Ele é fiel para cumprir e de fato, cumprirá. O objeto da fidelidade de Deus não é o homem, mas, sim, Ele mesmo. Nós, como cristãos, é que precisamos andar em obediência a vontade dEle para  experimentamos Sua fidelidade. No livro de Números 23:19b, lemos: “Porventura, tendo ele prometido, não o fará? Ou, tendo falado, não o cumprirá?” Esta é a base bíblica da fidelidade de Deus. Tudo o que Ele prometeu, isso fará. Isto pode gerar mal estar em alguns, porque o pecado nos fez desejar ser o centro de todas as coisas, até mesmo da fidelidade de Deus. Esta decepção é causada também porque existem muitas pessoas decepcionadas com Deus porque esperam coisas que Ele jamais prometeu pelas Escrituras. Um exemplo que nos ajuda a entender esta verdade  de que Deus é fiel às Suas promessas e não ao homem deliberadamente é a vida de Abraão. Este servo de Deus obedeceu ao Senhor indo sacrificar seu filho Isaque, porque cria na promessa de Deus que da descendência dele (Abraão), Deus faria uma grande nação. Essa fé na promessa de Deus fez com que Abraão obedecesse a Deus e desfrutasse da Sua fidelidade. Podemos observar que Abraão não estava indo sacrificar seu filho porque cria que Deus era fiel a ele. O que o fez obedecer foi crer na fidelidade de Deus em cumprir Sua própria promessa. Isso faz toda diferença em nossa vida. Foi o que João Calvino disse: “Seja o que for que Deus tenha que fazer, inquestionavelmente o fará, se ele o tiver prometido.” Lamentações de Jeremias 3:23 reforça esta verdade: “As suas misericórdias não têm fim. Novas são a cada manhã; grande é a sua fidelidade”.  Josué 21:45 diz: “ Palavra alguma falhou de todas as boas coisas que o Senhor prometera à casa de Israel, tudo se cumpriu”. A certeza de que Deus não é fiel à nós, também é vista claramente no texto de II Timóteo 2:13: “Se somos infiéis, Ele permanece fiel, pois de maneira nenhuma pode negar-se a si mesmo”. Mesmo que sejamos infiéis a Deus, desobedecendo a Sua Palavra, o que realmente acontece, Deus permanece fiel porque não pode ir contra Sua própria natureza. A fidelidade de Deus não depende de nada, de nenhum outro acontecimento, não está condicionada a nenhum outro ato. Deus é fiel a Si mesmo e às Suas promessas e, consequentemente, não a cada um de nós. Experimentaremos dessa fidelidade se estivermos andamos em Seus caminhos, caso contrário, não. Deuteronômio 7:9 diz: “Saberás, pois, que o Senhor teu Deus é Deus, o Deus fiel, que guarda a aliança e a misericórdia até mil gerações aos que o amam e cumprem os seus mandamentos”.  O falso evangelho quer colocar o homem no centro e fazer Deus um agente a seu serviço. Crer que Deus é fiel somente ao que Ele mesmo prometeu é crer no verdadeiro evangelho. Para podermos experimentar a fidelidade do Senhor, não tem outro caminho senão andar nos caminhos de Deus em santidade e obediência. É justamente essa fidelidade de Deus a Si mesmo, junto com Sua imutabilidade que nos dá segurança. Afinal, o que seria de nós se Deus fosse fiel à nós e não a Si próprio? Sua fidelidade seria inconstante como a nossa. Por isso que Hebreus 10:23 nos afirma e consola: “Retenhamos firmes a confissão da nossa esperança, porque aquele que fez  a promessa é fiel”.  E o Salmista aumenta esse consolo ao nos dizer no Salmo 119:90: “A tua fidelidade estende-se de geração em geração”. E Tiago 1:17 nos diz que em Deus “não pode existir variação, ou sombra de mudança” e isso com relação ao que Ele próprio prometeu realizar. Deus tem poder para fazer todas as coisas, mas fará o que somente o que Ele mesmo determinou realizar. Creiamos, portanto, sem reservas da fidelidade de Deus a Si mesmo e andemos obedientes e em santidade para desfrutarmos dessa fidelidade.

Alexandre Pereira Bornelli