PENSAI NAS COISAS DO ALTO

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Verdades eternas versus verdades temporais.


                            
Nossa falta de alegria cristã está associada à nossa falta de gratidão por tão grande salvação em Cristo Jesus. No momento é que nossos olhos se fixam nesta terra somente, nossa alegria nos é roubada, porque aqui tudo é instável, incerto, corruptível e temporal.
O apóstolo Pedro, em sua primeira Carta, capítulo 1, versos 3 a 7 destaca esta verdade de forma profunda.  Diz o texto: “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, reservada nos céus para vós outros que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para revelar-se no último tempo. Nisso exultais, embora, no presente, por breve tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que uma vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo...”
Dentre tantas e tantas preciosas verdades deste texto bíblico, queremos apenas destacar o contraste entre as verdades eternas e as provações temporais. Pedro destaca as preciosas verdades eternas: regeneração, ressurreição de Jesus, herança incorruptível, reservada nos céus, somos guardados pelo poder de Deus, nossa salvação final. Devemos observar a natureza dessas dádivas graciosas de Deus. São eternas, nada pode tirá-las de nós, porque estão garantidas na pessoa de Jesus Cristo. São incorruptíveis, nunca murcham, estão reservadas nos céus para os salvos em Cristo! Por esta razão, Pedro diz no verso 6: “Nisto exultais”. Ora, se estas verdades com estas qualificações eternas e imutáveis não gerar alegria em nós, algo está errado com nossa vida cristã. Pedro diz os dois lados da mesma verdade. Se, por um lado temos estas preciosas dádivas de Deus, por outro, somos alertados no verso 6 que se necessário passaremos por provações. Interessante o método de Pedro. Primeiro ele mostra as verdades eternas e imutáveis para depois, falar que por “breve tempo” e “se necessário” passaremos por provações. Ter algo com o que comparar é fundamental. Diante das verdades eternas e imutáveis, Pedro diz que as provações só acontecerão em nossas vidas quando realmente forem necessárias. E  quem decide ser necessário ou não é Deus. Mesmo que não entendamos, isso não quer dizer que elas não sejam necessárias. Deus é quem sabe todas as coisas. E o contraste está no fato das provações serem por “breve tempo”. Para muitos de nós que passamos ou que conhecemos pessoas que estão passando por provações, sabemos que no momento elas parecem intermináveis. Isto acontece porque estamos sem referencial, sem a visão correta da eternidade. Quando meditamos nas dádivas eternas que Pedro destacou, todas as provações realmente são breves, ainda que durem anos, porque o que ganhamos em Cristo jamais terá fim. Daí que Pedro apresenta primeiro o que é eterno para depois, falar da brevidade das provações. Quando estivermos em provação que parecem não ter fim, precisamos meditar nas dádivas eternas de Deus. O contraste nos conforta, como diz o Salmista no Salmo 119:50: “O que me consola na minha angústia é isso: que a Tua Palavra me vivifica”. Neste caso, as provações tomarão proporções menores e breves, ainda que difíceis de suportar, sem dúvidas. Mas elas se nos incomodará menos ante a certeza das nossas dádivas eternas. E, se meditarmos ainda que as provações não acontecem ao acaso em nossa vida, mas tão somente quando Deus vê a real necessidade delas, ou seja, para que nossa fé seja apurada e para que o caráter de Cristo seja formado em nós, tudo isso para o louvor e glória de Jesus Cristo, ai então nossa reação diante delas muda, ainda que as circunstâncias externas continuem as mesmas. É que lemos no livro, Efésios o Deus Bendito, de autoria de Hermisten Maia Pereira da Costa, pag. 28: “A gratidão deve guiar nosso relacionamento com Deus. Não há um caminho mais direto (à gratidão), do que o de tirarmos nossos olhos da vida presente e meditar na imortalidade do céu.” Que as verdades eternas ocupem nosso coração e nossas orações, para que tenhamos uma vida alegre, cheia de gratidão e esperança, para que quando a necessária provação surgir, tenhamos a certeza de que, além de  serem necessárias para nós, são também breves em comparação com o que ganhamos em Cristo Jesus, para não desanimarmos, mas permanecermos esperançosos nas promessas do Senhor.

Alexandre Pereira Bornelli

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