Nossa
falta de alegria cristã está associada à nossa falta de gratidão por tão grande
salvação em Cristo Jesus. No momento é que nossos olhos se fixam nesta terra
somente, nossa alegria nos é roubada, porque aqui tudo é instável, incerto,
corruptível e temporal.
O
apóstolo Pedro, em sua primeira Carta, capítulo 1, versos 3 a 7 destaca esta
verdade de forma profunda. Diz o texto:
“Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor
Jesus Cristo, que, segundo a sua muita misericórdia, nos regenerou para uma
viva esperança, mediante a ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para
uma herança incorruptível, reservada nos céus para vós outros que sois
guardados pelo poder de Deus, mediante a fé, para a salvação preparada para
revelar-se no último tempo. Nisso exultais, embora, no presente, por breve
tempo, se necessário, sejais contristados por várias provações, para que uma
vez confirmado o valor da vossa fé, muito mais preciosa do que o ouro
perecível, mesmo apurado por fogo, redunde em louvor, glória e honra na
revelação de Jesus Cristo...”
Dentre
tantas e tantas preciosas verdades deste texto bíblico, queremos apenas
destacar o contraste entre as verdades eternas e as provações temporais. Pedro
destaca as preciosas verdades eternas: regeneração, ressurreição de Jesus,
herança incorruptível, reservada nos céus, somos guardados pelo poder de Deus,
nossa salvação final. Devemos observar a natureza dessas dádivas graciosas de
Deus. São eternas, nada pode tirá-las de nós, porque estão garantidas na pessoa
de Jesus Cristo. São incorruptíveis, nunca murcham, estão reservadas nos céus
para os salvos em Cristo! Por esta razão, Pedro diz no verso 6: “Nisto exultais”. Ora, se estas verdades
com estas qualificações eternas e imutáveis não gerar alegria em nós, algo está
errado com nossa vida cristã. Pedro diz os dois lados da mesma verdade. Se, por
um lado temos estas preciosas dádivas de Deus, por outro, somos alertados no
verso 6 que se necessário passaremos por provações. Interessante o
método de Pedro. Primeiro ele mostra as verdades eternas e imutáveis para
depois, falar que por “breve tempo” e “se necessário” passaremos por provações.
Ter algo com o que comparar é fundamental. Diante das verdades eternas e
imutáveis, Pedro diz que as provações só acontecerão em nossas vidas quando
realmente forem necessárias. E quem
decide ser necessário ou não é Deus. Mesmo que não entendamos, isso não quer
dizer que elas não sejam necessárias. Deus é quem sabe todas as coisas. E o
contraste está no fato das provações serem por “breve tempo”. Para muitos de
nós que passamos ou que conhecemos pessoas que estão passando por provações,
sabemos que no momento elas parecem intermináveis. Isto acontece porque estamos
sem referencial, sem a visão correta da eternidade. Quando meditamos nas
dádivas eternas que Pedro destacou, todas as provações realmente são breves,
ainda que durem anos, porque o que ganhamos em Cristo jamais terá fim. Daí que
Pedro apresenta primeiro o que é eterno para depois, falar da brevidade das
provações.
Quando estivermos em provação que parecem
não ter fim, precisamos meditar nas dádivas eternas de Deus. O contraste nos
conforta, como diz o Salmista no Salmo 119:50: “O que me consola na minha angústia é isso: que a Tua Palavra me
vivifica”. Neste caso, as provações tomarão proporções menores e breves,
ainda que difíceis de suportar, sem dúvidas. Mas elas se nos incomodará menos
ante a certeza das nossas dádivas eternas. E, se meditarmos ainda que as
provações não acontecem ao acaso em nossa vida, mas tão somente quando Deus vê
a real necessidade delas, ou seja, para que nossa fé seja apurada e para que o
caráter de Cristo seja formado em nós, tudo isso para o louvor e glória de
Jesus Cristo, ai então nossa reação diante delas muda, ainda que as
circunstâncias externas continuem as mesmas. É que lemos no livro, Efésios o
Deus Bendito, de autoria de Hermisten Maia Pereira da Costa, pag. 28: “A gratidão deve guiar nosso relacionamento com Deus. Não há um caminho
mais direto (à gratidão), do que o de tirarmos nossos olhos da vida presente e
meditar na imortalidade do céu.” Que
as verdades eternas ocupem nosso coração e nossas orações, para que tenhamos
uma vida alegre, cheia de gratidão e esperança, para que quando a necessária
provação surgir, tenhamos a certeza de que, além de serem necessárias para nós, são também breves
em comparação com o que ganhamos em Cristo Jesus, para não desanimarmos, mas
permanecermos esperançosos nas promessas do Senhor.
Alexandre Pereira Bornelli
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