PENSAI NAS COISAS DO ALTO

quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Ano novo, vida velha?

O tradicional abraço acompanhado do voto “feliz ano novo” é a marca da virada do ano. Você quer um ano novo ou uma vida nova?Como teremos um feliz ano novo, se a ainda somos velhas criaturas? Como experimentar uma felicidade se ainda permanecemos no pecado? Existe algo mágico na virada do ano? A vida se torna nova com a chegada do ano novo? É possível deixar as tristezas, angustias, decepções, perdas e erros sepultados com o ano que se passou? Evidentemente que não. Trazemos conosco as marcas da nossa negligência como cristãos, dos nossos pecados não confessados e até os confessados, pois o perdão de Deus não anula nossa colheita. Como, então, temos a ousadia, conhecedores das Escrituras que devemos ser, de dizer e desejar um ano novo para as pessoas, sem que desejemos também um encontro transformador com o Senhor Jesus?A Bíblia é muito clara em II Coríntios 5:17, ao dizer que “quem está em Cristo é nova Criatura, as coisas velhas passaram eis que tudo se fez novo”. Portanto, há somente um caminho para termos um feliz ano novo, um feliz amanhã novo; é quando realmente cremos em Jesus Cristo e somos transformados em novas criaturas. De criaturas de Deus, o que toda a raça humana é, passamos a ser filhos Seus, o que somente os creram em Seu nome são (João 1:12). E, aquele que experimentou o novo nascimento (João 3) é testemunha de que ao sermos ganhos pelo amor do Senhor que invade nossa vida, somos impulsionados e constrangidos por esse amor a amá-lo também, como resposta, pois “ nós O amamos porque Ele nos amou primeiro” (I João 4:19). Individualmente, passamos a crer no Senhor Jesus, passamos a confessá-lo como Senhor e Salvador da nossa vida, cremos que nascemos em pecado e que estávamos totalmente separados Dele e que a morte de Jesus Cristo (que é o Deus encarnado) nos livrou da ira santa de Deus, nos trazendo ao Pai, nos fazendo aceitos diante Dele. Tudo, graças ao sangue de Jesus. Isto é totalmente diferente de crer que existe um Deus. É crer que na pessoa de Jesus Cristo como Senhor da nossa vida.Crendo assim, podemos realmente experimentar um feliz ano novo, e mais do que isto, uma feliz vida nova! Todos os dias serão novos. Continuaremos pecadores, mas agora, crendo em Jesus, somos pecadores salvos, aceitos por Deus incondicionalmente. Podemos experimentar uma alegria indizível de pertencer ao Criador e Sustentador do universo. E, por estarmos agora em Cristo, tudo se fez novo em nossa vida, novos valores, prioridades, gostos, desejos, prazer. Podemos então, dizer não apenas feliz ano novo, mas sim, feliz vida nova. Daqui pra frente, será uma nova vida. Creia em Jesus Cristo como Senhor e Salvador da sua vida e experimente essa nova vida para sempre.
Alexandre Pereira Bornelli

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Adeus ano velho, INfeliz ano novo!

Nesta época do ano as pessoas, de forma especial, se confraternizam como nunca fizeram durante todo o ano que se passou. Trocas de presentes no feriado do dia 25 de dezembro (para aqueles que comemoram o Natal, o que eu não faço) e de abraços na virada do ano, são regras para muitos. O clima de fim de ano é de festa e tudo parece estar bem entre a família, parentes e amigos. O sorriso permanece no rosto, mas o coração indica um sentimento diferente.
É momento oportuno para fazermos uma retrospectiva da nossa vida e refletir sobre o ano que está para se acabar. Precisamos considerar que tivemos muitas horas, dias, semanas e meses para construirmos uma vida cristã sadia e íntegra, muitas oportunidades dadas por Deus para nos rendermos mais a Ele, buscando mais a santidade e a pureza. Tudo isto, resultaria em encontros alegres, edificantes e descontraídos em família e como igreja nestes últimos dias do ano. Mas, a realidade, muitas vezes, é outra. Para os que aproveitaram bem o tempo que se passou é momento de muita alegria estar reunidos com a família e os irmãos em Cristo no fim do ano onde é a chance dos parentes se encontrarem com mais tempo disponível. No entanto, aqueles que passaram o ano e não aproveitaram o tempo para desenvolver a vida cristã e aumentar a intimidade com os irmãos, devem repensar o tempo perdido. Afinal, devemos refletir sobre o que fizemos durante o ano todo para o nosso crescimento espiritual. Crescemos no conhecimento da Palavra de Deus? Aumentamos e fortalecemos nosso relacionamento com o Senhor Jesus? Estas duas coisas governam todos os demais relacionamentos da nossa vida. Quando buscamos conhecer mais a Palavra com humildade e sinceridade, somos levados a amar mais ao Autor dela e amando mais a Cristo, inevitavelmente, amamos mais o nosso próximo, que inclui nosso cônjuge, filhos, pais, irmãos, etc. Por outro lado, quando apenas passamos o ano lendo a Bíblia religiosamente, com um coração orgulhoso, ressentido, amargurado e desobediente, o resultado é desastroso e refletirá negativamente não somente em nossa própria vida cristã como afetará todos os nossos relacionamentos. Isto, porque a vida cristã é relacionamento. Relacionamos tanto com Deus quanto com o próximo a vida toda. Portanto, de nada adianta dizermos que estamos amando mais a Jesus, se não amamos de fato e de verdade nosso próximo. Um bom termômetro do nosso relacionamento correto com Cristo é o nosso relacionamento com o próximo. Não há como afirmarmos que mantemos um bom relacionamento com Jesus se não conseguimos viver bem em família, como igreja e na sociedade. É o que diz I João 2:9: "Aquele que diz estar na luz e odeia a seu irmão até agora está nas trevas." Trocando em miúdos, temos: "Não adianta falarmos e até orarmos que amamos Deus se não temos demonstrado amor cristão (perdão, por exemplo) para com nosso próximo no dia-a-dia." Por outro lado, o amor cristão é uma das evidências do nosso amor a Deus. É o que diz o verso (v. 10) do mesmo texto: "Aquele que ama a seu irmão permanece na luz e nele não há nenhum tropeço". E, a seguir, vemos a conclusão com a leitura do verso 11: "Aquele, porém, que odeia a seu irmão está nas trevas, e anda nas trevas, e não sabe para onde vai, porque as trevas lhe cegaram os olhos."
Reconsiderando que tivemos o ano todo para por em prática estas verdades de amar a Deus e ao próximo, não podemos nos desculpar por não termos conseguido por estas coisas em prática. Nossa vida deveria ser o ano todo de comunhão com Deus e uns com os outros. Contudo, especificamente, quando estamos nos últimos dias do ano, deveríamos ter motivos suficientes e verdadeiros para nos encontrar e nos alegrar juntos, porque deveríamos estar amando a Deus mais do que no começo do ano e, consequentemente, amando mais nosso próximo também. Contudo, muitas vezes constatamos o contrário. Pessoas que não cresceram no conhecimento da Palavra de Deus durante todo a ano, apesar de lerem a Bíblia regularmente, que não praticaram o perdão ao próximo, não negaram um pouco mais o "eu", não tiveram seus corações mais ganhos pela verdade de que nosso coração precisa ser dia-a-dia ganho pelas verdades bíblicas e que estão vivendo cegos a respeito da Verdade, insistem em reunir a família e os amigos no fim do ano para manter a pose espiritual, apaziguar a consciência e manter o costume em dia. Pensam que o fim do ano e a reunião familiar resolverão ou amenizarão os problemas, quando somente a confissão e o arrependimento, aliado ao perdão é que trará a cura. Ainda que os encontros de família e da igreja sejam bem feitos, ainda que a comida servida à mesa seja boa, ainda que as pessoas estejam elegantes, não haverá realidade e intimidade, pois são as pessoas que fazem o ambiente e não, o contrário. Bons momentos são feitos de pessoas e pessoas, são feitas do bom relacionamento com Deus e, bons relacionamentos são construídos firmados na Palavra de Deus, tendo como ingredientes a obediência à Palavra, a sinceridade, perdão, amor e reconciliação. Não há alegria em qualquer reunião ou ajuntamento de pessoas seja em que época do ano for sem a presença desses ingredientes. Não há prazer em momentos onde a Palavra de Deus não é praticada e obedecida,porque não há prazer real na companhia uns dos outros como verdadeiros irmãos em Cristo. Onde não há perdão, há confusão. Pessoas chegarão tristes e voltarão tristes, pois não haverá vida e intimidade cristã entre elas. Os encontros não passarão de momentos religiosos onde não há crescimento espiritual, porque o ano velho se passou e nada foi superado, os problemas não foram tratados, os corações não foram renovados e a Palavra de Deus não foi obedecida.
No entanto, há esperança! E ela está em praticarmos a Palavra de Deus. Devemos confiar que ela realmente nos liberta do cativeiro do egoísmo, da justiça própria, do ressentimento, amargura e ira quando estamos rendidos ao operar do Espírito Santo de Deus. Enquanto não levamos nossa vida realmente aos pés da cruz, confessando nossos pecados (não os pecados dos outros), pedindo a graça de Deus para sermos renovados e restaurados, clamando por arrependimento, para vivermos realmente como novas criaturas, para as quais tudo se fez efetivamente novo (II Coríntios 5:17), só resta dizer adeus ano velho, infeliz ano novo! Acaba um ano e começa o outro e os problemas velhos, não resolvidos, vão se acumulando pela desobediência dos cristãos que não perdoam uns aos outros, que não buscam a reconciliação e sim, a retaliação. Pois, não há esperança para qualquer mortal que seja, enquanto Deus não nos conceder arrependimento (Rm. 2:4) e enquanto não reconhecermos nossa urgente necessidade de renovação e restauração, abandonando toda a religiosidade e hipocrisia existente em nossa vida e em nossos relacionamentos. Então, o jantar e os encontros poderão ser feitos em qualquer época do ano e em qualquer lugar, com comida ou sem comida, não importa, pois as pessoas desfrutarão de bons momentos porque a Palavra de Deus é quem as une e Deus, neste caso, será honrado pois haverá cristãos rendidos e piedosos que vivem realmente o evangelho. Que a nossa oração seja a mesma de Moisés, pedindo sabedoria ao Senhor para aproveitarmos cada minuto, hora, dia, semana e mês nos próximos anos para termos um coração temente a Deus, buscando sempre o arrpendimento, o perdão ao próximo, a santidade, integridade e intimidade com Deus, quando orou no Salmo 90:12: "Ensina-nos a contar os nossos dias para que alcancemos corações sábios."
Alexandre Pereira Bornelli

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Não basta esperar, tem que confiar.

Esperar é algo que não nos interessa. Desde pequeno, percebemos como as crianças são impacientes e incrédulas. Pedem algo aos seus pais, os pais respondem pedindo para esperar um pouco, mas parece que falaram em outro idioma. Os filhos continuam repetindo o pedido a cada 2 segundos no máximo, sem pausa para almoço e jantar. Com os adultos não é diferente. Isto, porque o ser humano é impaciente e incrédulo por natureza, fruto do pecado que em nós habita. O pior não é somente que não sabemos esperar, é que não queremos esperar. Por isso, ficamos angustiados e desesperados em aguardar a vontade Deus. Isto, no fundo, é fruto da nossa desconfiança. Quanto mais incrédulos, menos confiantes seremos.
Davi, no salmo 40, nos exorta a respeito da importância de esperar e confiar. Ele diz: "Esperei confiantemente pelo Senhor; e ele se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro..." É interessante observar o que o salmista diz, pois afirma que esperou confiantemente. Ele não apenas esperou por esperar. Não apenas esperou por medo e o melhor, não esperou desconfiando. Quando esperamos em Deus desconfiando, estamos evidenciando incredulidade. É triste quando vemos nossos filhos esperando por algo que nos foi pedido e ao mesmo tempo, desconfiando de nós, assim como é triste ver cristãos orarem ao Senhor e permanecerem aflitos, desconfiando que Deus falhará, deixando-os esperando em vão. Evidente que o fato de esperarmos confiantemente não quer dizer que Deus fará o que queremos. Esperar com confiança não é um meio de convencer Deus a fazer o que desejamos e nem deve funcionar como um negócio entre nós e Ele. Não é porque esperamos com confiança em algo que, necessariamente, Deus fará conforme nossa vontade.
Entretanto, o fato de aprendermos a esperar e esperar confiantemente, implica em crermos que Deus é fiel a Si próprio e que por esta razão, não pode nos desamparar, pois o Espírito Santo nos prometeu estar conosco até a consumação do século (Mateus 11). E, isto basta para crermos que todas as Suas promessas serão cumpridas e que Ele realmente nos consola através do Espírito Santo. Crendo assim, consequentemente sofreremos menos durante a espera, pois estaremos dispostos a receber de Deus a realização da Sua vontade e não, necessariamente, a nossa própria. Esperar confiantemente é orar a Deus por algo e confiar, ter fé, de que Ele nos ouvirá e fará aquilo que for da Sua vontade, portanto o melhor para nós, ainda que isso seja algo totalmente oposto ao que pedimos e ao que estávamos esperando inicialmente. Então, quando orarmos ao Senhor por algo, aprendamos na prática a não ficar repetindo nosso pedido, como quem tenta convencer Deus pela força da insistência da repetição. Mas, que esperemos, crendo realmente, confiando plenamente que Ele tem o melhor para nós e Ele assim o fará. Isso trará descanso a nossa alma e, certamente, honrará o nosso Deus.
Alexandre Pereira Bornelli

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Não te esqueças do Senhor

"11-Guarda-te não te esqueças do Senhor teu Deus, não cumprindo os seus mandamentos, os seus juízos e os seus estatutos, que hoje te ordeno; 12-para não suceder que, depois de teres comido e estiveres farto, depois de haveres edificado boas casas e morado nelas; 13-depois de se multiplicarem os teus gados e os teus rebanhos, e se aumentar a tua prato e o teu ouro, e ser abundante tudo quanto tens, 14-se ele o teu coração e te esqueças do Senhor teu Deus, que te tirou da terra do Egito, da casa da servidão;15- que te conduziu por aquele grande e terrível deserto de serpentes abrasadoras, de escorpiões, e de secura, em que não havia água, e te fez sair da perdeneira; 16- que no deserto te sustentou com maná, que teus pais não conheceram; para te humilhar, e para te provar, e afinal te fazer bem. 17- Não digas, pois, no teu coração: A minha força e o poder do meu braço me adquiriram estas riquezas. 18- Antes te lembrarás do Senhor teu Deus, porque é ele o que te dá força para adquirires riquezas; para confirmar a sua aliança que, sob juramento, prometeu a teus pais, como hoje se vê. 19- Se te esqueceres do Senhor teu Deus e andares após outros deuses, e os servires, e os adorares, protesto hoje contra vós outros que perecereis. 20- Como as nações que o Senhor destruiu de diante de vós, assim perecereis: porquanto não quisestes obedecer à voz do Senhor vosso Deus." (Deuteronômio 8:11 a 20)
O texto da Palavra de Deus acima transcrito deixa claro que o materialismo tem a capacidade de cegar a nossa visão da graça de Deus, fazendo-nos viver esquecidos da bondade do Senhor e da sua providência quando as coisas nos vão bem. O alerta não é contra a riqueza em si, mas sim, contra os perigos inerentes a ela. Quando estamos necessitados lembramos do Senhor e nos tornamos, via de regras, pessoas de oração e dependentes de Deus. Entretanto, quando nossos negócios estão lucrando como nunca, quando somos promovidos na empresa, qual é a nossa reação? Vemos a mão de Deus ou creditamos tudo à nossa capacidade? Comemoramos com oração ou apenas fazemos festa em nossa homenagem?
Primeiramente (verso 1), somos exortados a guardarmos e a lembrarmos do próprio Deus. Parece-nos óbvio a recomendação, afinal, quem deseja se esquecer do Criador? Porém, realmente, não há nada mais importante que devamos guardar e lembrar do que o próprio Senhor. E o motivo da exortação é especificamente para lembrarmo-nos do Senhor quando a nossa vida está indo muito bem. Isto, porque quando nossos negócios estão indo de vento e popa, somos tendentes a esquecer que foi a graça de Deus que realizou isso através de nós. Pensamos que foi nossa capacidade que nos levou à fartura. Ora, e a prova que não nos esquecemos do Senhor é quando o amamos em todas as circunstâncias e quando cumprimos e guardamos os seus mandamentos, conforme nos diz João 14:21 - "Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda este é o que me ama..." .
A exortação de Deuteronômio foi especificamente para o povo de Israel que foi liberto da escravidão do Egito. Era para eles não esquecerem de onde Deus os havia tirado com mão forte, para que no tempo da bonança e fartura, eles soubessem reconhecer também a mão de Deus.
No decorrer do texto, lemos que o excesso de fartura e o conforto são coisas perigosas, pois frequentemente nos faz esquecer de Deus, fazendo-nos confiar em nós mesmos, em nossa capacidade e não, na providência de Deus. Vejamos algumas coisas citadas no próprio texto (versos 12 e 13) que podem nos fazer esquecer de Deus: fartura de alimento, morar em boas casas, ter os gados multiplicados, ter mais prata e ouro e tudo o que tivermos em abundância. Estas coisas em si mesmas são pecaminosas? O texto é contra o cristão ter conforto, casa boa para morar, etc? Evidentemente que não. Então, qual a razão da exortação? Vejamos a partir do versículo 14, o que estas coisas, astutamente, podem fazer com o nosso coração. Elas podem fazer com que nosso coração se eleve, se engrandeça, julgando que tudo isso que temos em fartura é fruto da nossa capacidade, força e que somos merecedores de tudo o que temos. Com isso, nos esquecemos de Deus e lembramos somente de nós mesmos. Não enxergamos a graça de Deus, não identificamos o agir de Deus, não reconhecemos a soberania do Senhor sobre todas as coisas. Ao contrário, podemos crer que tudo pertence à nós e que conseguimos por nossas próprias condições e méritos. Toda a glória vai para o homem. Isto frequentemente acontece com todos nós quando recebemos um aumento de salário, ao sermos promovidos na empresa, ao obter sucesso nas vendas, ao comprarmos carros novos, ao fazermos viagens fantásticas, etc. Tanto isto é verdade, que o verso 17 chega a nos alertar para não dizermos que tudo o que temos e conseguimos é fruto da nossa capacidade e força, porque se temos alguma condição para trabalhar, se temos inteligência, se nossa profissão e nossos negócios têm dado certo, tudo devemos dedicar unicamente ao Senhor que nos dá forças para trabalhar e condições para viver e ter. Será que temos pensado e crido assim em nossa vida? Temos reconhecido a mão de Deus em tudo o que fazemos ou creditamos tudo a nós mesmos? Nossos negócios, nossa profissão, será que cremos piamente que Deus é quem está no controle de tudo e que tudo depende da Sua vontade?
Os versos 19 e 20 trazem uma forte exortação final para não esquecermos do Senhor, porque assim como Deus destruiu as nações que fizeram tais coisas, o mesmo será feito com os que assim procederem, não ouvindo à voz do Senhor e não devotando a Ele toda a glória e honra.
A lição prática para nós é para termos a humildade em reconhecer a soberania e a providência de Deus em cada área da nossa vida. Deus é o dono de tudo, da nossa vida, bens, capacidade, etc. Se temos tido algum progresso na vida material, não nos deixemos ser dopados pela sedução de pensarmos que somos capazes de alguma coisa à parte de Deus, pois, isso, é abominável aos seus olhos. Fiquemos firmes de que é a graça de Deus e que esta mesma graça pode nos fazer perder tudo os bens que hoje temos para provar onde está o nosso coração, em Deus ou nas riquezas? A prova que acreditamos realmente que tudo vem de Deus é quando não amamos o que temos e quando não usamos o que conseguimos somente para o nosso bem estar, mas também para a edificação do corpo de Cristo e para ajudar o próximo. É possível viver com fartura de forma simples e cristã, como se nada tivéssemos. Um sinal disso é quando nossas amizades permanecem as mesmas de antes, nossos relacionamentos não sofreram rupturas por causa do dinheiro e a nossa fé foi fortalecida pois reconhecemos que por nós mesmos nada teríamos e que Deus pode nos tirar o que Ele mesmo nos concedeu a qualquer momento, sem nos desesperar por isso, porque nosso tesouro verdadeiro está nos céus onde a traça e a ferrugem não podem consumir.
Por fim, citamos a belíssima oração de Agur (Provérbios 30:7 a 9) que teve a coragem e a sinceridade de orar: "Duas coisas te peço; não mas negues, antes que eu morra: Afasta de mim a falsidade e a mentira; não me dês nem a pobreza nem a riqueza: da-me o pão que me for necessário; para não suceder que, estando eu farto, te negue e diga: Quem é o Senhor? ou que, empobrecido, não venha a furtar, e profane o nome de Deus."
Que esta também seja a nossa sincera oração.
Alexandre Pereira Bornelli

domingo, 30 de novembro de 2008

Peco, não nego. Confesso quando puder.

Saber que somos pecadores pode ser um bom começo, mas se pararmos por ai, de nada adiantou. O crente deve ser consciente de que, embora salvo, ainda tem a natureza pecaminosa e por isso, comete pecados. Contudo, apenas saber disto não resolve a questão. A Bíblia exige algo a mais do cristão.
Muitas vezes indaguei a mim mesmo o porque Davi foi chamado o homem segundo o coração de Deus, sendo que a Bíblia registra muitos pecados cometidos por ele. Pecados de várias espécies, desde adultério até homicídio. Mas, o fato é que Davi era um homem que apesar de ser pecador, como todos nós, era um homem que se arrependia geuninamente, como poucos de nós. Eis a questão: saber que é pecador, muitos de nós sabemos, mas, confessar os pecados e os abandonar, somente a minoria o faz. Davi fazia parte da minoria. No conhecido Salmo 51, ele reconhece, confessa e deixa seu pecado cometido com Bate-Seba. Caso Davi apenas tivesse a consciência de que tinha pecado, não confessando e deixando o pecado, certamente não teria experimentado a vida espiritual que desfrutou com Deus. Talvez muitos de nós reconhecemos que temos pecado, mas paramos por ai. Não fazemos mais nada, nenhuma atitude é tomada a despeito disso. A famosa frase do mal pagador (comercialmente falando) "devo, não nego, pago quando puder" tem sido utilizada por alguns cristãos diante de Deus. Muitos concluem, "peco, não nego. Confesso quando puder". Sãos cristãos que admitem que pecam, mas que não querem resolver o problema, confessando e deixando o pecado. E, com isso, vão vivendo conscientemente na prática do pecado. Arrependimento é uma questão futura, que não lhes incomoda. A questão é: temos o controle sobre as coisas, a vida, os acontecimentos, o amanhã? Podemos confiar que nos arrependeremos amanhã, ou, no próximo mês, ou ano? Dentre outros textos bíblicos, o Salmo 39 nos responde que não. É correto deixar para amanhã a confissão do pecado de hoje? O autor de Hebreus (Hb 3:15) nos responde que não. O dia de Deus chama-se hoje, e o dia do diabo chama-se amanhã e tem como objetivo, a eterna procrastinação. Então, não basta sabermos que somos pecadores. De nada adianta termos apenas a consciência de nossos pecados se não os confessamos e os abandonamos. Você sabe que pecou? O que você tem feito com isso? Tem deixado pra lá, tem empurrado isso para debaixo do tapete da distração, preguiça e procrastinação?
A consciência de que somos pecadores é um ótimo início, mas é somente o início. Deus requer que confessemos e abandonemos nossos pecados. Vejamos I João 1:9: "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça". O texto não diz "se soubermos que somos pecadores...". E o versículo de Provérbios 28:13: "O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórida". Veja as condições do texto, "confessa e deixa". Nosso dever como cristãos não é apenas reconhecer que somos pecadores, embora o processo de cura e libertação do pecado começe pelo reconhecimento. Devemos prosseguir neste caminho, confessando os pecados diante de Deus e de terceiros (se preciso for) e deixando a sua prática. Ou seja, evitar o máximo possível cometer os mesmos e outros pecados quaisquer, sabendo, porém, que pode acontecer novamente (pois somos pecadores). No entanto, o pecado deve ser algo indesejado e esporádico em nossa vida. Sempre que pecarmos, o procedimento correto, segundo a Bíblia é reconhecê-lo, confessá-lo e abandoná-lo, pois de pouco adianta os dois primeiros passos desacompanhado do terceiro, sob o risco de vivermos num ciclo vicioso constante (peca - confessa - peca - confessa...). Nosso dever pode se resumir na seguinte frase: peco, não nego, confesso (e deixo) agora. Afinal, até mesmo para nos arrepender dependemos de Deus, como nos diz Sua Palavra em Romanos 2:5: "Ou desprezas tu as riquezas da sua benignidade, e paciência e longanimidade, ignorando que a benignidade de Deus te leva ao arrependimento?". Quando o Espírito Santo nos revelar o pecado, sejamos obedientes para confessá-lo, arrepender e abandoná-lo.
Alexandre Pereira Bornelli

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

O dever do homem e o cuidado de Deus.

Um assunto que sempre causa polêmica, pela dificuldade de se chegar ao equilibrio, é saber até onde vai o dever do homem e, onde começa a soberania de Deus.
Dentre vários textos bíblicos, há um em particular que nos ajuda a compreender bem o que está ao nosso alcance e o que está somente ao alcance de Deus. O Salmo 127:1 e 2 diz: "Se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a edificam; se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela." Este salmo, primeiramente, nos ensina que nossa vida deve ser vivida na dependência do Senhor. Especificamente, os versos 1 e 2, transcritos acima, indicam que nem a edificação de casas e nem a vigilância da cidade podem ser bem sucedidas a não ser pela ajuda de Deus. Eis a questão levantada por alguns: "como Deus é quem edifica a casa e se é Ele que também guarda a cidade, pronto, tudo está resolvido." Negativo. Será que os que pensam desta forma dormem em suas casas com as portas abertas, ou, ao menos, destrancadas? Não é Deus quem faz tudo?
Vejamos que o Salmo tem uma condicionante. Ele começa com a preposição se. O Salmista não está dizendo que o homem não deve edificar a casa, que ele não precisa se preocupar com isso, que ele pode ficar à toa enquanto Deus a edifica. Tampouco, o mesmo Salmista está dizendo que não precisa de guardas nas entradas das cidades, como era o costume da época, pois Deus guardaria a cidade sem a ajuda dos guardas. Claro, Deus é Deus e, portanto, Ele pode edificar a casa sozinho e vigiar a cidade sozinho. Nisto não há dúvidas. Na realidade, Deus não precisa da nossa ajuda para nada. Ele é soberano e totalmente suficiente em Si mesmo. Mas, por sua livre escolha, Ele decidiu que o homem teria uma parcela de participação nisto. É importante dizer, abrindo um parênteses, que com relação a nossa regeneração não há qualquer participação do homem. Porém, na santificação diária, Deus decidiu que tivéssemos nosso dever de buscá-la e persegui-la. O autor de Hebreus, cap. 12 verso 14 diz: "Segui a paz com todos e a santificação sem a qual ninguém verá o Senhor." Por isso que há graus, niveis de santificação, porque nem todos a buscam conforme a vontade de Deus determina que a busquemos. Isso não é verdade quando o assunto é regeneração. Não existe cristão menos regenerado que outro. Também, no aspecto da vida comum do cristão, Deus decidiu soberanamente que o homem tenha sua participação e responsabilidade, embora o controle sobre o resultado não dependa dele (homem). O Salmista usa dois exemplos claros do nosso cotidiano que nos ajuda a entender que não podemos ficar sentados, na vala dos preguiçosos, orando para que Deus faça o que é o nosso dever. Um exemplo disso é tomarmos precauções de segurança. Fechar portas e janelas, erguer o muro da casa, usar alarme e travas de segurança nos carros, etc pode ser considerado como algo ao nosso alcance, como meios legítimos que Deus nos permite usar. Essa é a nossa responsabilidade. As consequências, se nossa casa será assaltada, se nosso carro será roubado, não está a nosso alcance. Não temos o controle sobre os resultados. Isto pertence a Deus. Quando tomamos as providências necessárias, não quer dizer que nada de ruim nos irá acontecer. Mas, que fizemos nossa parte e agora, devemos orar e entregar o cuidado e o resultado nas mãos de quem tem o controle total do universo. Vejamos que o Salmista teve o cuidado de dizer "Se o Senhor...". Isto quer dizer que podemos fazer tudo, tomar todas as providências, usar os melhores recursos contra roubos, perdas, até mesmo, na área da saúde podemos usar todos os melhores medicamentos, ser atendidos pelos melhores médicos, nos melhores hospitais, contudo, se o Senhor não estivesse acima destas coisas, nada disso teria sentido. Então não devemos fazer uso delas? Ao contrário, podemos e devemos. Entretanto, uma coisa não exclui a outra. Nosso dever de procurar bons médicos, de usar bons recursos não nos isenta de problemas e, muito menos, obriga o Senhor a fazer nossa vontade. E, também, se não usarmos bons médicos e se não tomarmos as precauções devidas na vida, estamos desprotegidos. Mesmo não usando estes benefícios a nosso favor, mesmo assim, Deus pode nos curar e nos proteger. Isto, porque nossa ação não gera uma reação em Deus. Deus não reage, Ele, simplesmente, age no seu devido tempo e conforme sua livre determinação soberana. Nossa relação com Deus não de troca, eu faço minha parte e agora Deus está obrigado a fazer o que eu quero. Deus faz a parte dele sempre, pois é fiel a Si mesmo. O fato é que Sua vontade nem sempre corresponde com nossas expectativas. E, graças a Deus por isso.
Portanto, conforme o Salmista diz, façamos nossa parte, usemos os recursos ao nosso alcance, mas saibamos sempre que tudo está na dependência total da vontade de Deus. Devemos trabalhar, guardar e vigiar, mas sempre confiando que é Deus quem controla todas as coisas. É o Senhor quem edifica e guarda, e Ele pode usar ou não o homem para isso. Nosso dever é ser diligente e fiéis em nosso dever. Cabe ao Senhor aproveitar nossa tarefa ou não. Nada do que fazemos tem sentido se Deus não estivesse no controle delas. Todas as coisas já foram predeterminadas por Ele, mas isto não nos isenta de fazer nossa parte, no que nos for permitido fazer. Na verdade a soberania de Deus não começa em algum ponto, como se em algum momento ela não existisse e a partir daquele momento, então, surgisse inesperadamente. A soberania de Deus está desde antes da responsabilidade do homem e prossegue por todos os atos e por todo o tempo. Ela não tem fim. Devemos concordar com a frase de um irmão do passado que disse: "Faça tudo o que Deus ordena, e aceite tudo o que Deus faz".
Alexandre Pereira Bornelli

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Previdência ou Providência?

O mundo está economicamente num momento perigoso. Quem tem ações na bolsa de valores, mais do que nunca, está sem dormir, comer, sorrir e viver. Compensa toda essa angústia, tensão e sofrimento? Depende, se o seu deus for o dinheiro e o lucro, compensa. Caso contrário, não. A confiança no mercado financeiro está em baixa.
Seja no casamento, nas amizades, no emprego, prezamos e valorizamos a confiança. Até mesmo com os bens materiais a confiança é algo positivo. Confiamos em certos carros para viajar com a família, noutros não. Criadores confiam em alguns de seus animais, noutros não. A vida é feita de confiança ou desconfiança. Há uma passagem nas Escrituras que nos ensina sobre no que devemos confiar. É o Salmo 20 que retrata Davi recordando a oração do povo por sua vitória em combate, e relembrando sua própria confiança em Deus para a vitória e reiterando a oração do povo ao Senhor, o seu Rei. Especificamente no verso 7, do cap. 20, Davi diz “uns confiam em carros, outros em cavalos; nós, porém, nos gloriaremos em o nome do Senhor nosso Deus”. Na linguagem de hoje, podemos dizer que uns confiam em carros novos, outros em seu emprego, outros na Bolsa de Valores, outros em investimentos em imóveis, etc. Mas, a pergunta que devemos fazer é se nós cristãos estamos também confiando nestas coisas terrenas. No que estamos nos gloriando? A confiança em Deus nos faz viver melhor, pois é o único lugar seguro em que realmente podemos descansar, pois é Ele que mantém o nosso fôlego da vida. Temos confiando na providência de Deus? Temos crido realmente que é Deus que nos sustenta, tanto fisicamente quanto materialmente? Crer na providência de Deus é fundamental. Confiar nossa vida aos seus cuidados não é ficar na inércia, sentados esperando as coisas acontecerem. Isso é fatalismo. Crer na providência de Deus nos faz obedecer aos seus mandamentos, nos faz viver diligentemente em busca da santidade pessoal. Faremos o que devemos fazer confiando os resultados ao Senhor Jesus, descansando em sua providência e fidelidade. Por outro lado, quando nossa confiança não está em Deus, vivemos uma vida cristã desprezível. Um dia estamos seguros e estáveis, no outro, desesperados pela alta do dólar, pela perda de algum lucro ou de um bom negócio. Nosso humor é regido pelo humor do mercado financeiro.
Alguns textos bíblicos nos ajudam a manter o foco na confiança que devemos ter somente em Deus. O Salmo 40:4 diz: “Bem-aventurado o homem que põe no Senhor a sua confiança...”. Também o Salmo 28:7: “O Senhor é a minha força e o meu escudo; nele o meu coração confia, nele fui socorrido; por isso o meu coração exulta...” Confiança é entrega. Há um exemplo que ilustra muito bem este fato. Certo homem tinha a habilidade de andar sobre um cabo de aço, se equilibrando a um metros e metros do chão. Durante suas apresentações, a platéia ficava eufórica e o aplaudia por minutos. Num momento ele pegou uma carriola e atravessou empurrando-a sobre o cabo de aço com sucesso. Ao chegar do outro lado e após ser ovacionado, o artista perguntou á sua fiel platéia: “alguém confia que posso repetir o feito com o mesmo sucesso?“ E todos sinalizaram positivamente. Então, ele concluiu: “Quem quer ser o voluntário para sentar na carriola?” Ninguém se prontificou. Alguém realmente confiava no equilibrista? Certamente que não. Caso contrario, se entregariam ao seu cuidado. Assim também é nosso relacionamento com Deus. Confiar é entregar-se aos cuidados de Deus. É isso que diz o Salmo 37:5: “Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais ele fará.” Noutras palavras, sente-se confiadamente na “carriola” que o Senhor o guiará. Outro grande exemplo aconteceu com o maior evangelista de todos os tempos, D.L. Moody. Certa vez Moody estava em um barco pequeno com mais um amigo, quando de repente, começou entrar água no barco por uma rachadura. Moody, rapidamente, pegou um balde começou a retirar água do barco. Seu amigo, olhando aquilo, indagou assustado: “Mas, Moody, não deveríamos estar orando nesta situação?” Ao que Moody lhe respondeu: “Estou orando desde o começo”. E continuava a retirar água, e continuava a orar. Isso é confiar na providência de Deus; fazer o que deve ser feito e confiar na providência de Deus.
Muitos cristãos possuem previdência privada como forma de aposentadoria. Nada há de errado quanto a usarmos, legítima e licitamente, a previdência privada para suprir-nos futuramente em tempos difíceis. Contudo, é preciso nos perguntar se estamos confiando na previdência privada ou na providência divina? A previdência pode falhar e não ser suficiente. Contudo, a providência divina jamais falhou, falha ou falhará e sempre nos será suficiente. Podemos e devemos ser diligentes no trabalho e utilizar métodos à nossa disposição, desde que lícitos e que nos convenha, com o objetivo de precaver-nos de dias piores. O que não podemos é confiar nas coisas materiais e nos bens que possuímos. Podemos ter a previdência privada, mas, devemos confiar na providência divina.

Alexandre Pereira Bornelli

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Sequestraram minha mente!

Estamos saturados e indignados com o numero alarmante de ocorrências do crime de seqüestro. Há muito mais vítimas de seqüestro do que imaginamos e escutamos nos noticiários. Cristãos, diariamente, são vítimas de seqüestros no Brasil. Provavelmente, você pode estar sob seqüestro e ainda percebeu o perigo que corre.
Nossa mente pode ser comparada a uma fronteira entre países. É ali que a guarda e a defesa precisam ser fortemente colocadas. É mais fácil e menos danoso resistir o inimigo na fronteira, do que detê-lo já em território nacional. O mesmo se aplica à vida cristã e ao cristão. Nossa mente é uma fronteira e o nosso coração, fonte das nossas vontades e emoções, o nosso território. Diariamente, são vários os inimigos que estão rondando nossa fronteira para invadir nosso território, seqüestrando-nos a santidade e a paz com Deus. Destacamos apenas alguns desses inimigos que nos rondam: ansiedade, preocupação excessiva com o amanhã, propagandas imorais, outdoors sensuais, pornografia na internet, más amizades, medo da morte, etc. O que esses inimigos querem de nós? A intenção deles é seqüestrar nosso coração, deixando sob o cativeiro do medo, frieza espiritual, incredulidade, mundanismo, relativismo da Palavra de Deus, pornografia, dentre outras coisas mais. Como devemos enfrentar tais inimigos que nos rondam diuturnamente? Devemos ficar em estado de alerta máximo e constante para identificar e resistir a esses inimigos em nossa fronteira (mente), antes de adentrarem para nosso território (coração). Resistir na fronteira fará com que a luta seja mais fácil de ser vencida e menos danosa à nossa vida cristã. Ao menor descuido de nossa parte, eles invadirão nosso território, instalando-se em nossos pensamentos e coração, mantendo nossa mente seqüestrada, distante das Verdades do Senhor. E, como tem cristãos vivendo com suas mentes sequestradas pelo medo da morte, pela incerteza com o futuro e pela ansiedade. Cristãos deprimidos por serem a todo momento ameaçados e dominados pelas preocupações desta vida. Neste caso, a luta contra eles, para expulsá-los, será mais difícil de ser vencida, além das marcas indesejáveis deixadas do combate. Sabemos que não há como impedir que tais inimigos nos ronde e tente invadir nosso território. Contudo, podemos resisti-los antes de adentrarem, aliás, devemos resisti-los na fronteira. Como? Estando cheios do Espírito Santo, para ficarmos alertas, vigiando e orando, pedindo por graça e auxílio ao Senhor. Sem este socorro divino, somos vítimas fáceis. Uma forma prática e bíblica de resitir a tais inimigos e criar o hábito de pensar nas coisas do Alto (Cl..3), de aprender a invocar o nome de Deus em todo e qualquer lugar. Precisamos nos voltar para a Palavra de Deus, reconhecendo que somente Ela pode nos ajudar neste instante, mediante o atuar do Espírito Santo de Deus.
Não pode haver negociação neste tipo de seqüestro. A única forma de vencer esses seqüestradores e sair do cativeiro do medo, ansiedade, temor, frieza, indiferença, etc, é invocar o nome de Deus (Rm. 10:13) e firmar nossa mente na Palavra de Deus, acompanhado de oração e vigilância. Isto deve ser feito, de preferência, ainda na fronteira. Tão logo percebemos a chegada da ansiedade marchando em nossa direção, demos combatê-la com as promessas de Deus (Mateus 6:24); quando o medo der sinal de invasão, devemos combatê-lo com a Palavra de Deus (Sl 121) antes de entrincheirar-se em nosso território. Assim devemos agir em todas as demais situações. Sempre devemos usar a Palavra de Deus para resistir a tais inimigos, bem como para expulsá-los do nosso território. Porém, se tais inimigos invadirem nosso território e acontecer de sermos levados cativos, estando sob o domínio do medo, ansiedade etc, isso ainda não é o fim. Temos a confissão e o arrependimento que expulsa tais inimigos, nos resgata do poder do pecado, restaura nossa comunhão Cristo, tornando-nos livres novamente para progredir rumo à santidade e continuar, sempre, com a mesma vigilância na fronteira.
Alexandre Pereira Bornelli

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Más amizades, boas encrencas.

Num texto anterior – “Diga-me com quem andas, na universidade”, publicado neste mesmo blog, me referi especificamente ao problema das amizades feitas nas universidades. Porém, nesta reflexão, a intenção sobre o perigo das más companhias em qualquer fase da vida e das más conversações que resultam delas.
Iniciemos com o texto Paulo em I Coríntios 15: 33, que diz: “as más conversações corrompem os bons costumes”. Más conversações, neste caso, são assuntos contrários aos ensinamentos da Palavra de Deus. De onde vem esta má conversação, senão, via de regra, de uma má amizade? Primeiramente, não devemos confundir amizade com um simples relacionamento. Evidente que, como cristãos, temos que nos relacionar com pessoas não cristãs. Contudo, sejamos exigentes, cautelosos e atentos ao escolher nossas amizades. Este assunto é muito sério e deveria ocupar grande parte de nossa reflexão no dia-a-dia É muito difícil ter uma má amizade e não ter uma má conversa que corrompa, aos poucos, nossos valores espirituais. É isto que o grande teólogo J. C. Ryle, diz com imensa sabedoria e simplicidade, em seu livro Uma Palavra Aos Moços, Ed. Fiel, pag. 52: “Bons amigos estão entre as maiores bênçãos que podemos ter. Eles podem nos afastar do mal, animar-nos em nosso caminhar, dar uma palavra no tempo apropriado, levar-nos a pensar nas coisas do alto e a continuar avante na carreira cristã. Mas, um mau amigo é um verdadeiro infortúnio; é um peso que continuamente nos puxa para baixo e nos prende às coisas terrenas.” Não se iluda, se você cultiva uma má amizade, você está sendo mais influenciado por ela, do que pensa estar influenciando com sua postura cristã. Não pense você que consegue conviver ao lado de uma má companhia, sentar-se ao lado dela, partilhar momentos juntos, ir a lugares juntos, falar de coisas comuns sem que esteja sendo enredado e seduzido por sua malignidade que, muitas vezes, está muito bem camuflada com uma roupagem inofensiva. O mesmo Ryle diz logo em seguida: “Mantenha amizade com um homem que não teme a Deus e, é mais provável, acabará tornando-se igual a ele. Essa é a conseqüência de tais amizades.” Também nos lembremos da exortação de Salomão em Provérbios 13:10: “Quem anda com os sábios será sábio, mas o companheiro dos insensatos se tornará mau”. Aconteceu, à época do meu pai quando jovem, há muitos anos em Minas Gerais, um fato interessante. Havia um homem, casado, que tinha um problema físico que o fazia mancar. Com o tempo, sua esposa, que não sofria do problema, de tanto andar ao lado dele, passou a andar como ele. A convivência fez com que ela adquirisse o hábito, embora não tivesse o problema. Por isso existe o ditado popular: “quem anda com manco, aprende a mancar”. Sobre a importância das boas amizades John Owen nos ensina em seu livro (de leitura praticamente obrigatória) – A Tentação, a mortificação do Pecado – O que todo cristão precisa saber – da editora PES, pag. 50, que merece toda a nossa atenção, pois diz: “A companhia de certas pessoas é capaz de levar quase com toda certeza a pensamentos, palavras e atos pecaminosos (I Cor. 15:33), todavia é possível gostar dessa companhia e mais tarde lamentar sobre o pecado que resultou dela.” Paulo também nos exorta a cuidarmos com amizades de pessoas que se dizem cristãs, que até mesmo se reúnem conosco, mas que vivem uma vida contrária à Palavra de Deus, em I Coríntios 5:11: “Mas agora vos escrevo que não associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com este tal nem ainda comais”. Vejamos a importância que a Bíblia dá sobre o perigo das más companhias, até mesmo entre os que se dizem cristãos! Não devemos, portanto, menosprezar tal importância e perigo deste assunto. Não há como andar junto de uma má companhia, não há como manter amizade com aquela pessoa que nada quer saber das coisas de Deus, ainda que se diga cristã (uma incoerência) sem que isso não produza más conversações e terríveis colheitas. Já temos o pecado dentro de nós, e se além disso, cultivarmos amigos e companhias que nada querem saber de Deus, será ainda mais terrível vencermos a luta contra o pecado. Portanto, podemos nos perguntar se nossas atuais amizades trazem constantemente oportunidades para satisfazermos nossos desejos pecaminosos, ou se elas nos ajudam a matá-los? Sintam-se desafiados a ler esses textos bíblicos que nos advertem sobre o perigo das más companhias – Provérbios 2: 12 a 20; 4:14 a 19; 22:24 e 25. É fato que muitos não gostam de abrir mão de suas amizades, pois se divertem com elas. São amigos de pessoas engraçadas, extrovertidas, revolucionárias, otimistas, festeiras, vibrantes, leais, etc. Mas, não são estes pré requisitos de uma boa amizade ao cristão. Devemos, outrossim, nos indagar se estamos sacrificando princípios bíblicos em proveito de uma amizade divertida. Podemos não aprovar tudo que muitos amigos nossos fazem, mas, lamentavelmente, dentro de pouco tempo, se não cortamos tal amizade, estaremos pensando da mesma forma e, inevitavelmente, estaremos fazendo as mesmas coisas que antes reprovávamos. Isto tem acontecido muitas e muitas vezes. A lógica explica isso, pois é mais fácil o que está em baixo puxar o de cima do que acontecer o contrário. Vejamos os 3 degraus descendentes descritos no Salmo 1, conseqüência de más amizade. No verso 1, lemos: “Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores nem se assenta na roda dos escarnecedores“. Observemos o perigo e a tragédia que é uma má amizade. Primeiro, começamos a andar de acordo com o conselho das pessoas que não conhecem a Deus; consequentemente, passamos a participar dos mesmos lugares e ter o mesmo estilo de vida delas, até que, por fim, nos misturamos de vez com eles.
Portanto, cultivar uma má amizade é cultivar uma tentação para que ela gere pecados em nossa vida. As más conversações oriundas das más amizades são um veneno contra a santidade. Então, quais seriam alguns padrões bíblicos para uma boa amizade? Encontramos alguns em I Timóteo 2:22, na exortação de Paulo: “Foge, outrossim, das paixões da mocidade. Segue a justiça, a fé, o amor e a paz com os que de coração puro, invocam o Senhor.” Primeiro, temos fugido das paixões sejam da mocidade, meia idade ou da velhice? Segundo, nossas amizades nos estimulam a seguir a fé, o amor e a paz? Observemos que o final do versículo diz “...juntamente com os que de coração puro invocam o Senhor”. Nossos amigos têm um coração puro, no sentido de estar sendo purificado pela Palavra de Deus? Eles invocam o Senhor Jesus Cristo como Senhor e Salvador da vida deles? Temos condições hoje de, juntamente com nossos amigos, seguir a fé, o amor e a paz? Devemos escolher os amigos que fazem bem à nossa vida cristã, amigos que, segundo Ryle (pag.53) “você gostaria de ter ao lado no leito de morte, amigos que amam a Bíblia e não temem falar-lhe sobre ela, dos quais, na volta de Cristo e no Dia do Juízo, você não se envergonhará por tê-los conhecido.” Por fim, sigamos o exemplo de Davi quando disse no Salmo 119:63: “Companheiro sou de todos os que te temem e dos que guardam os teus preceitos”.

Alexandre pereira bornelli

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Podemos determinar algo para Deus?

Naturalmente, o ser humano sempre gostou mais de mandar do que de obedecer, pois ele ama ter o poder sobre as situações. Poder é uma das coisas que mais embriaga o ser humano. Seja poder para fazer acontecer ou para impedir algo de acontecer, poder sobre as pessoas, coisas, objetos e até mesmo (pasmem!) sobre Deus.
Muitos pastores, uns de má-fé e outros de "sem-fé" no verdadeiro Deus da Bíblia, ensinam por ai que o homem pode determinar as coisas diante de Deus e, isto o obriga a fazer o que foi determinado. Ou seja, ensinam que o homem é o deus da situação. Sim, pois se Deus tem que realizar aquilo que o homem determina, logo quem está no controle da situação é o próprio homem.
Este ensinamento, totalmente divorciado das Escrituras, traz um prejuízo sem medidas para nosso relacionamento com Deus.
O que você irá ler abaixo foi uma troca emails, que realmente aconteceu, sobre este assunto.


PERGUNTA FEITA À MIM POR EMAIL:

Graça e Paz!

Irmão, ouvi uma pregação na qual o mensageiro pregava sobre o seguinte tema: " Tudo o que pedires ao Pai em Meu mome, Ele vô-lo concederá", Ele dizia que a tradução correta da Língua Grega, para a Língua Portuguesa não seria pedires e sim DETERMINARES, isto estaria correto? Estou no começo dos meus estudos, não tenho este domínio. Desde já agradeço pela ajuda.



MINHA RESPOSTA:

Graça e Paz irmão.
Irmão, não sou estudioso do Grego, por isso recorri ao dicionário VINE para ver o siginificado no original.
Como eu já esperava, NÃO encontrei esse significado - determinares - para essa palavra. Ela, ao contrário, tem o sentido de rogar, suplicar, como alguem inferior (ex. filho diante do pai) suplica a alguém superior.
Evidente que muitas igrejas (falando de forma geral, pois desconheço o pastor que deu tal significado) distorcem o evangelho de Deus, querendo colocar o homem em igualdade diante de Deus, dizendo que ele (homem) pode exigir/determinar alguma coisa pra Deus. Isto, biblicamente e diante da teologia reformada, a qual creio, é um absurdo e uma ofensa a Deus. Quem somos nós para determinar algo para Deus? Quem é o homem para ter direitos diante do Soberano Criador, Rei do universo?
Separei alguns, e somente alguns textos biblicos, dentre muitos outros, que pode ajudar o irmão a pensar nisso. São textos que mostra a majestade de Deus e a insignificancia do homem diante Dele - ISAÍAS 40:12 a 31 - ATOS 17:24 a 30 - DANIEL capítulo 9 - JÓ capítulos 38,39,40,41 e 42.

Leia estas passagens e encontre nelas a grandeza de nosso Deus, a infinita distancia que há entre nós e Deus....como o homem pode determinar algo diante de um Deus assim??? Só mesmo quem desconhece o Deus das Escrituras é que pensa poder determinar algo pra Deus realizar.
Algumas igrejas pregam que temos direitos, que se fizermos tal e tal coisa Deus está obrigado a nos abençoar, que se determinarmos algo Deus fará acontecer...blá blá blá...

Irmão, não creio assim, pois a Bíblia não mostra isso. Creio que podemos pedir, suplicar a Deus e esperar nele confiantemente (Salmo 40). Podemos colocar diante de Deus nossa vontade, mas sempre sujeitando-a diante da vontade SOBERANA de Deus. Podemos pedir, suplicar, e devemos esperar e orar como Jesus orou "...seja feita a Tua vontade". Sempre ao final de nossas orações precisamos acrescentar.." mas seja feita a Tua vontade e não a minha ó Senhor".

Creio, com base bíblica que Deus não está nem por fio de cabelo, preso à nossa vontade e determinação (absurda). Deus é Deus e nós, o barro.
Quem prega um evangelho que aprova o homem determinar algo pra Deus, que prega que Deus está obrigado/vinculado a nos abençoar de alguma forma, desconhece a Bíblia de Gênesis a Apocalipse....
Toda a Bíblia ensina que Deus é quem criou e quem sustenta o universo e que diante Dele, as nações são como pó num balança, ou seja, mesmo que nada.

Diante de um Deus assim, só nos resta mesmo dobrar os joelhos, orar e suplicar a Ele para que o nosso coração seja cada dia mais ganho e convertido a crer num Deus assim.

Espero ter ajudado de alguma forma.
Se o irmão quiser, posso indicar alguns livros sobre o assunto.
Estou encaminhando em anexo uma musica cristã (formato mp3) que diz muito bem sobre esse assunto. O grupo se chama LOGOS .
Que Deus o abençoe.
Alexandre.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Eu não sou como os demais

A coisa mais fácil de confessar é o pecado do vizinho”. Esta foi a sábia afirmativa de Eleanor L. Doan. Realmente é fácil encontrar pecado nas pessoas. Contudo, a Bíblia nos exorta a examinarmos a nós mesmos (II Cor. 13:5) e a confessarmos os nossos próprios pecados (I João 1:9).
É comum identificarmos os pecados do nosso cônjuge. É fácil detectar quão desobedientes são nossos filhos, quão fofoqueiro (a) é aquele irmão (ã). Costumeiramente, falamos e enumeramos os mais diversos pecados que vemos na vida da igreja. Mas, enfatizamos, não é este o ensinamento das Escrituras. A Bíblia fala sempre em confessarmos os nossos próprios pecados, conforme I João 1:9, que diz: “Se confessarmos os nossos pecados ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça”. A mesma exortação nos é dada em Lucas 6: 42: “Como poderás dizer a teu irmão: deixa, irmão, que eu tire o argueiro do teu olho, não vendo tu mesmo a trave que está no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho e, então, verás claramente para tirar o argueiro que está no olho de teu irmão”. Somos prontos e rápidos para enumerar os pecados do nosso próximo, mas somos cegos para identificar os nossos próprios pecados. O marido vê somente o pecado da esposa e a esposa, o do marido. O filho diz que o pai é culpado por sua atitude rebelde, o pai diz que o filho é quem é culpado por ele ser violento. O amigo transfere a culpa da sua atitude aos seus colegas. O patrão não vê sua atitude errada e alega que o funcionário é incompetente. O funcionário, por sua vez, diz que a culpa é toda do patrão que o persegue sem motivos. Todos parecem ser justos aos seus próprios olhos. E, por causa dessa terrível justiça própria, nossas orações são sempre de nós para nós mesmos. Oramos nos engrandecendo diante de Deus, apresentando a Ele nossas fantasiosas virtudes e aproveitamos para apontar falhas e pecados alheios. Esta atitude é totalmente contrária aos ensinamentos da Palavra de Deus. Primeiro, que não temos nenhuma virtude para apresentar diante de Deus, pois fomos salvos unicamente pela Graça e, segundo, que não é nosso dever cristão apontar os pecados alheios, antes os nossos próprios pecados. Porém, a verdade é que se nos preocuparmos em arrepender dos nossos pecados (que certamente são muitos), não teremos tempo e nem condições de apontar os pecados do próximo.
Há uma parábola na Bíblia que ilustra muito bem esse fato. É a parábola do fariseu e do publicano. Diz o texto de Lucas 18:9 a 14 que: “Propôs também uma parábola a alguns que confiavam em si mesmos, por se considerarem justos, e desprezavam os outros. Dois homens subiram ao templo com o propósito de orar: um era fariseu, e o outro, publicano. O fariseu, posto em pé, orava de si para si mesmo desta forma: Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros, nem ainda como este publicano; jejuo duas vezes por semana e dou o dízimo de tudo quanto ganho. O publicano, estando em pé, longe, não ousava nem ainda levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, sê propício a mim, pecador! Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e não aquele; porque todo que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado.”. Todos aqueles que se exaltam diante de Deus e dos homens, que confiam em sua própria carne, que se acham justos aos seus próprios olhos, não enxergando sua miserabilidade diante de Deus são como o fariseu da parábola. Tais pessoas não se vêem carentes da Graça salvadora de Deus. Estão apegados a hábitos religiosos e morais, pensando com isto estar cumprindo os mandamentos do Senhor. Por isso não oram suplicando por graça e misericórida, antes apresentam seu curriculun diante de Deus. Pessoas assim, nunca buscam o arrependimento, pois jamais pensam precisar dele. De conseqüência, são inflexíveis com os erros e pecados alheios, pois se julgam superiores e incapazes de cometê-los. Como o fariseu da parábola, crêem estar num nível espiritual mais elevado, não pertencendo à classe dos roubadores, adúlteros, enfim, dos que necessitam da graça de Deus. Entretanto, Marcos 7: 21 a 23, diz: “porque de dentro, do coração do homem, é que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura. Ora, todos estes males vêm de dentro e contaminam o homem”. Mas, você pode afirmar convictamente que ainda nunca roubou, adulterou ou matou, e se achar melhor do que os demais por isto. Porém, a graça de Deus e somente ela, é capaz de nos livrar de cometer tais pecados. Mesmo que ainda que não tenhamos praticado tais e tais pecados, devemos creditar isso unicamente a Graça do Senhor, sabendo que todos nós, sem uma única exceção, somos potencialmente adúlteros, homicidas, avarentos, maliciosos, invejosos, etc. Afinal, “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm 3:23). A Bíblia também diz em Romanos 3:10, que “não há um justo, nenhum sequer”. Embora saibamos na teoria que não há um justo sequer, é fácil de encontrar cristãos vivendo como se fossem justos; não perdoam porque não admitem pecados no próximo, por pensar que eles mesmos não seriam capazes de cometer, não pedem perdão porque não vêem suas atitudes como pecado, e, por fim, são pessoas que vivem uma vida cristã isolada, independente, não aceitam ajuda e nem conselhos, se julgam autosuficientes. Por outro lado, quando somos ganhos pela realidade bíblica de que somos pecadores, todos os nossos relacionamentos mudam. Diante de Deus, passamos a suplicar apenas por Graça e misericórdia em nossas orações, com o nosso próximo (que pode ser nosso cônjuge, filhos, pais) passamos a perdoar incondicionalmente, como Deus nos perdoou em Cristo Jesus. Não mais apontaremos os pecados do nosso próximo, antes, teremos compaixão dele (próximo), pois estaremos cientes da nossa própria e idêntica natureza pecaminosa. Seremos mais misericordiosos (não coniventes) com nosso próximo. Como resultado, não mais viveremos e oraremos como o fariseu, mas sim, como o publicano, que orou dizendo: "Ó Deus sê propício a mim pecador”. É proveitoso refletirmos sobre a exortação de Agostinho: “Aquele que bate no peito, mas não emenda seus caminhos, não remove seus pecados; antes os enrijece.” Nós somos como os demais, pois todos nós somos dependentes da graça de Deus, pois somos todos igualmente pecadores.
Alexandre pereira bornelli

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Andando como Ele andou (I João 2:6)

O evangelho de I João é totalmente prático. O apóstolo, inspirado por Deus, vai diminuindo os escapes de fuga do leitor em cada versículo. João ao lançar um princípio bíblico, logo coloca o leitor à prova a respeito do princípio lançado. E dai, não há escapatória. Somos ensinados e, logo em seguida, colocados á prova para ver se estamos realmente obedecendo.
Observamos isto claramente em I João 2:6, que diz: "Aquele que diz que permanece nele, esse deve também andar assim como ele andou". É preciso definir o que João quer dizer com "permanece em Cristo". Segundo o teólogo Augustus Nicodemus Lopes, em seu comentário da primeira carta de João, pag. 54, "permanecer em Cristo, aqui na carta de João, é a mesma coisa que crer nele, conhecê-lo e ter comunhão com ele." O que então evidencia que permanecemos em Cristo? O próprio João, no mesmo versículo, nos responde: "...esse também deve andar assim como ele andou". Ora, e como foi que Cristo andou sobre a terra? O mesmo Nicodemus diz: "João provavelmente tem em mente o andar obediente de Jesus diante do Pai, que foi o aspecto que mais caracterizou sua vida como homem aqui neste mundo (ver Fp 2:8)." Pronto, a questão está encerrada. Não há detalhes a se resolver. Não há alternativas a escolher. Há somente uma evidência segura e bíblica que nos garante se permanecemos ou não em Cristo, e ela se chama obediência a Deus. Aquele que diz permanecer em Cristo deve andar em obediência a Deus, do contrário, está enganando a si mesmo. Este é o sinal seguro de alguém que permanece em Cristo, a obediência aos seus mandamentos. É isto que lemos em João 15:10: "Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai, e no seu amor permaneço."
Portanto, não há como dizer que permanecemos em Deus se não guardamos os Seus mandamentos, e se o nosso andar está em desacordo com os ensinamentos da Bíblia. Podemos cultivar hábitos religiosos e afirmar que permanecemos em Cristo. Entretanto, se nossa vida é marcada por pecados não confessados, por um andar totalmente oposto ao que Cristo andou, se a santidade não faz parte do nosso dia-a-dia, se não prezamos pela fuga do pecado por amor a Deus, se o arrependimento também não faz parte do nosso dia-a-dia, podemos estar andando em qualquer outro caminho, menos nos caminhos do Senhor. E, consequentemente, não permanecemos em Cristo. É inevitável, portanto, que aquele diz que permanece em Cristo, deve, necessariamente, andar como Cristo andou. Evidente que Cristo andou em perfeição, pois Ele não conheceu o pecado (II Cor. 5: 21). Porém, o que Deus requer de nós não é um andar perfeito (o que nos seria impossível cumprir), pois Ele sabe que somos pecadores, mas, sim, um andar em obediência aos Seus mandamentos, buscando o arrependimento sempre que pecarmos. E, isto sim, está ao nosso alcance cumprir, unicamente pela graça e misericórdia do nosso Senhor.
Alexandre Pereira Bornelli

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

E agora, José?

Juventude e compromisso com Deus parecem, para muitos de nós, coisas inimigas. Temos dificuldade em crer ser perfeitamente possível viver a juventude de forma normal mantendo, ao mesmo tempo, a fé, santidade e a intimidade com Deus. É possível aproveitar a juventude sem prejudicar nossa vida cristã e vice-versa?

Em Gênesis cap.37 e 39 vemos, com o exemplo do jovem José, que podemos desfrutar da juventude sem abrir mão da nossa vida pessoal com Deus, apesar das tentações diárias inerentes desta fase da vida. Considerando que a história de José é conhecida de todos nós, podemos extrair dela algumas preciosas lições, dentre muitas outras. Primeiramente, no relato bíblico dos capítulos 37 39 de Gênesis lemos várias vezes a afirmativa: “E Deus era com José”. Mas, como pode alguém tão jovem e após ter sido vendido como escravo por seus irmãos, desfrutar de uma companhia tão íntima assim com Deus? Por qual razão Deus era com José? Ele conseguia ser jovem e permanecer firme em sua fé sem se contaminar com o mundo? A Bíblia nos responde em Isaías 57: 15, a razão de Deus ser com o jovem José: “Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e vivificar o coração dos contritos.” José tinha um coração contrito, que temia a Deus, ou seja, quebrantado e obediente ao Senhor. Em segundo lugar, vemos a fidelidade de José para com Deus. Devido a permanência diária de José, como escravo, no palácio de Potifar, começaram a surgir alguns inconvenientes em sua vida pessoal. Iniciou-se então a sedução diária e persistente da mulher de seu senhor, para que ele se deitasse com ela. Diariamente, segundo o cap. 39, José recebeu tal convite: “deita-te comigo”. O pecado o chamava incansavelmente a todo instante. Certamente, em determinados momentos, seu senhor estava longe, ausente e seria fácil para o jovem atender a ordem da mulher. Ele estava ali como escravo! Mas, não nos esqueçamos que José, apesar jovem, era temente a Deus! Contudo, provavelmente José teve lutas para não cair em tentação, afinal era humano. Naturalmente, José estava no lugar propício para pecar. Era necessário tão-somente dizer sim à mulher. Que tentação! Que luta certamente passou José naquele momento. Mas ele não cedeu ao convite. Foi íntegro e fiel a Deus. Preferiu obedecer e não pecar contra Deus em detrimento do prazer momentâneo e carnal. Ante a resistência de José em atender seus convites pecaminosos, a mulher não mais aguentou e quis pegá-lo à força. Assim diz o verso 11, que José certo dia foi resolver os negócios de seu senhor e ninguém dos de casa se achavam presentes e então ela, a mulher de Potifar, pegou-o pelas vestes para se deitar com ele. José, imediatamente fugiu. Fugir numa situação desta? Ou José foge ou então, se rende. E agora, José? Desta vez, o Jovem José não disse nada, não tentou explicar nada à mulher. Muito menos quis provar que era homem (no sentido sexual) pra ela. Ao contrário, José provou que era um verdadeiro servo de Deus, isto sim! Ele tão somente fugiu. Para muitos de nós, José foi até covarde, medroso e infantil ao fugir. Afinal de contas, muitos pensam, correr de mulher? Mas José tinha sua mente em Deus. Sabendo da inclinação pecaminosa da sua carne, não quis dar a ela qualquer chance de sobrepor-se à sua santidade e pensou: ou fujo, ou peco. Preferiu fugir. Diante dos homens, certamente um fracassado e um medroso; mas diante de Deus, um servo bom e fiel. Aquele jovem não cedeu à sua vontade carnal. Preferiu fazer o que era reto perante Deus. Disse José à mulher de seu senhor, verso 9: “Ele não é maior do que eu nesta casa, e nenhuma coisa me vedou, senão a ti, porque és sua mulher: como, pois, cometeria tamanha maldade e pecaria contra Deus?”. Para José, Deus estava em primeiro lugar. Sua mente o alertava para Deus. Ele sabia que todo pecado ofende primeiro a santidade de Deus. O que de fato o preservou de pecar, não foi outra coisa senão o fato de Deus ser com ele.

José amava realmente a Deus e provou isto fugindo do pecado e dizendo: “pecaria eu contra Deus?” Agora podemos entender a exortação do Apóstolo Paulo ao jovem Timóteo: “Foge, outrossim, das paixões da mocidade. Segue a justiça, a fé, o amor e a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor. (II Tm 2:22)” Temos fugido das paixões da mocidade e dos pecados que tenazmente nos assediam, como fez José? No caso de José foi a mulher de Potifar que o tentou a pecar. Mas, há inúmeras tentações, não somente sexuais, que nos rondam a todo instante querendo nos fazer pecar contra Deus. Lembremos que todo e qualquer pecado é, primeiramente, contra o nosso Deus. Lembremos também, que José e Timóteo viveram a sua juventude de maneira digna do evangelho de Cristo. Eles fugiam do pecado. Eles eram pecadores como nós, eram tentados como nós, mas fugiam do pecado constantemente. Portanto, não basta apenas nos intitularmos jovens cristãos e descansarmos nisto. É necessário um coração contrito, um espírito abatido, um coração que busque ao Senhor e que não abra mão da Sua palavra por nada, por convite algum deste mundo. É necessário fugir do pecado e dos lugares que nos induzem a pecar. É preciso evitar muitas amizades, programas, lugares para não pecar contra nosso Deus. Assim viveu José e assim podemos viver hoje também. Muitas vezes estamos a sós com a tentação, como José esteve. Porém, José amava e tinha temor a Deus. E não foi outra coisa, senão seu temor a Deus, que o guardou de cometer tal pecado. Não pensemos que intimidade com Deus é algo para experimentarmos somente na fase mais adulta ou mesmo na velhice. Não. Todos nós fomos chamados para viver como José, fugindo do pecado por amor ao nosso Senhor.

Alexandre Pereira Bornelli

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Cristianismo é vida: pratique-o!

O excesso de estudo teórico aliado à falta de prática gera cansaço, enfado e esgotamento. Para pouco se aproveita o excesso de conhecimento se ele não é transformado em atitude prática na vida. Na verdade, é a prática que estimula a continuidade dos estudos, dos treinos e de todo processo de aprendizagem.

É comum sabermos de alguém que estuda muito a Bíblia, que lê regularmente bons livros teológicos, que é membro assíduo de determinada igreja evangélica há anos, mas que se encontra cansado, exausto e esgotado com Deus, não desfrutando de uma vida feliz. O excesso de estudo sobre teologia, aliado à falta da prática da própria teologia aprendida, inevitavelmente, leva ao esgotamento e ao enfado espiritual. Isto, porque não é pelo muito saber, ler, escutar e falar que se adquire vigor espiritual. Se não houver a prática do que se aprende, tudo não passa de conhecimento teórico e, portanto, inútil ao crescimento e desenvolvimento pessoal. Uma coisa precisa da outra: a teoria da prática e a prática, da teoria; “a fé sem obras é morta” e as obras sem fé, também são mortas. Salomão, em sua inigualável sabedoria já nos advertiu em Eclesiastes 12:12 que “...não há limites para fazer livros, e o muito estudar é enfado da carne”. Tanto no aspecto natural, quanto no espiritual, o muito estudar (sem a prática) resulta em enfado. O evangelho de Mateus, no capítulo 7, verso 24 também nos traz o precioso ensinamento de Jesus sobre o homem que construiu sua casa sobre a rocha e o outro, sobre a areia. Nesta parábola, Jesus está ensinando sobre os dois fundamentos, e diz que “todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que edificou sua casa sobre a rocha”. O enfoque de Jesus está no praticar o que se ouve. Note que na continuação da parábola, Jesus conta sobre o insensato, o homem que construiu sua casa sobre a areia. Insensato, porque ouviu e não praticou, ao contrário do que fez o prudente. Ouvir e não praticar é ser insensato.

O melhor antídoto contra a insensatez, o cansaço e o enfado espiritual é a prática da Verdade. Quando a Bíblia começa a fazer parte do nosso dia-a-dia, quando ela começa determinar e dirigir nossos relacionamentos, negócios e lazer, nos sentimos passamos a viver de forma melhor diante de Deus e das pessoas. Aprendemos e praticamos e, quanto mais praticamos, mais vemos os resultados e os frutos do que aprendemos. Então, iremos continuar buscando mais e mais conhecimento, para que gere mais e mais prática e santidade em nossa vida cristã. Assim, o conhecimento e a prática hão de caminhar sempre juntos em perfeita harmonia, como deve ser. Não basta ouvir, ler ou estudar somente. É preciso dar um passo a mais; é preciso praticar! O cristianismo é algo dinâmico, é Cristo em nós. Aquele que diz ser cristão e não pratica os ensinamentos de Cristo, está se enganando. Jesus sempre advertiu sobre a importância de não somente ouvirmos, mas praticarmos Sua Palavra (Tiago 1:22 diz - “Tornai-vos, pois, praticantes da palavra e não somente ouvintes...)

Portanto, é hora de começarmos a praticar o que já sabemos, seja muito ou pouco, não importa. É momento de tirar a teologia do armazém cerebral e colocá-la no coração, nas mãos, nos pés, nos olhos, na língua, nos ouvidos. Não espere saber mais para começar a praticar. Pratique hoje o que você já aprendeu sobre as Escrituras. A prática sem a teologia correta é tão errado quanto à teologia correta, sem a prática. Refletindo, podemos concluir que uma pessoa cheia de conhecimento bíblico, mas que não pratica o que conhece é semelhante a uma caixa d´água cheia de água potável, mas que está lacrada. De nada adianta aquela água potável se não há como matar a sede dos que precisam. A pessoa que quer praticar sem antes conhecer a teologia correta é como uma torneira aberta que está ligada a uma caixa d´água vazia. Nada sairá, apesar do esforço e da boa intenção. Por outro lado, aqueles que estão com seus “reservatórios” cheios, ou seja, suas mentes cheias da Palavra de Deus, praticando dia-a-dia os ensinamentos de Jesus, certamente alimentarão a si próprios e a muitos outros. Quando assim vivermos, o enfado dará lugar ao vigor espiritual; o desânimo ao ânimo; a tristeza dará lugar à alegria e a desilusão à esperança. Lembre-se: cristianismo é vida: pratique-o!


Alexandre pereira bornelli

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Diga-me com que andas, na universidade.

Universidade não é igreja, óbvio. Isto quer dizer que o jovem cristão deve ter redobrado cuidado com amizades de professores e colegas de turma que, salvo raríssimas exceções, são pessoas que não conhecem a Deus e, por isso, são pessoas que vivem contrariamente à Sua Palavra. Criar alguns vínculos e afinidades na universidade pode ser fatal para sua vida cristã. Diante disto, podemos perguntar: a universidade é algo proveitoso ou prejudicial ao jovem cristão? Ela é proveitosa e prejudicial. Veremos, porém, que ela pode ser mais prejudicial do que proveitosa ou vice-versa.

Algumas fases da vida são marcantes na vida do jovem, entre elas, ingressar numa universidade. E este fato, como todos os demais, tem seus dois lados. O lado positivo de ser universitário é o fato de ser um ótimo começo para um futuro profissional, visto que a universidade tem por finalidade preparar bons profissionais. O lado prejudicial é o ambiente promíscuo, pornográfico e sensual deste lugar. Amizades profundas construídas ali geralmente destroem muito do caráter cristão do jovem. Afinal, o ambiente universitário hoje é mais de festa do que de estudo. Os encontros extraclasses são regados com os ingredientes da sensualidade e bebedice, em animados churrascos de turma com pessoas que vivem na prática do pecado. Sexo, drogas, bebidas e sensualidade sãos os produtos mais consumidos nas universidades hoje em dia; bem mais do que cultura e conhecimento. Quem já passou pela universidade ou está passando por uma, sabe do que estou falando. Claro, você pode não se envolver com isso pela Graça de Deus, mas não pode negar que isto aconteça. Portanto, aqueles que ainda aguardam ansiosos por se tornarem universitários, que considerem atentamente os dois lados desta mesma moeda e se preparem, fortalecendo-se na fé e nas boas amizades cristãs que já possui.

Uma boa atitude para não ser vítima de amigos que queira te levar para longe de Deus, é cultivar as boas amizades com jovens cristãos. As Escrituras nos exortam com relação a isto, dizendo que não devemos apenas fugir das paixões da mocidade, da aparência do mal, da tentação, dos amigos que nos estimulam a pecar, mas que devemos também, seguir a paz e a justiça com os que de coração puro invocam o Senhor (II Timóteo 2:22). Ou seja, devemos fugir do ambiente e das programações extraclasses que nada tem a ver com o curso, bem como evitar as amizades com pessoas impuras, que amam e praticam o pecado, e nos voltar, caminhar em direção daqueles que amam a Deus, evitam o pecado ao máximo e buscam a santidade. Sozinho todos nós somos presas fáceis. No entanto, as boas amizades nos fortalecem e nos ajudam a permanecer firmes em Deus.

Isto, porque a entrada do jovem na universidade tem sido o grande vilão dos jovens cristãos. Muitos jovens que vinham bem na caminhada cristã passam a encontrar sérias dificuldades em se manter firmes na fé dentro do ambiente universitário, justamente por causa das novas amizades formadas ali. Por andar junto e festar junto com os demais, a porta para o para uma vida afastada de Deus se abre diante do jovem. Então, a Palavra de Deus começa a a ser considerada ultrapassada e sem sentido. Consequentemente, os amigos que prezam pela santidade, pela pureza sexual e moral, antes valorizados, agora são desprezados e trocados por pessoas irreverentes e que não querem nada com Deus. Isto é uma das formas de se conformar com o mundo que Paulo nos exorta em Romanos 12:1 e 2. A questão é que ser universitário hoje em dia é um grande desafio espiritual para o jovem. Desconsiderem as raras exceções, mas o fato é que muitos universitários passam mais horas em bares, festas de turma, rodas de cerveja e conversação torpe do que na sala de aula ou dentro de uma biblioteca estudando.

Não quero desanimar nenhum jovem a ingressar na universidade, pelo contrário, quero encorajá-lo a estudar para passar no vestibular e a continuar estudando durante o curso (ao invés de cair na gandaia) para ser um profissional bem qualificado. A intenção é alertar aos que estão na iminência de ingressar na universidade e exortar os que já se encontram nela, para que se firmem cada vez mais na fé em Cristo Jesus, vivendo uma vida íntima com o Senhor, não dispostos a negociar os padrões Bíblicos por nada, não dispostos a trocar a verdade pela mentira, a santidade pela impureza, as boas amizades cristãs pelas más amizades construídas e firmadas com pessoas descompromissadas com Deus. Para isso, estar firme em Deus, lutar pela santidade pessoal e não criar vínculos mais do que o necessário na universidade, são fatores essenciais a todos os jovens cristãos, assim como evitar ao máximo estar nas comemorações e festas de turma onde a bebida e a sensualidade são os motivos do encontro. A Bíblia é clara ao nos exortar a buscar a santidade (Hb. 12:14) e isto, em todos os lugares, inclusive dentro das universidades. Deus é fiel e é mais forte do que as tentações que sofremos. Por isso, Ele é capaz de garantir nossa integridade espiritual durante os longos anos universitários sem que nos contaminemos com o mundanismo presente ali. É um desafio ser sal e luz dentro de uma universidade. Encare esse desafio. Tomando estas atitudes firmados na Palavra de Deus, o testemunho do jovem cristão na universidade será consequência, o falar de Cristo para as outras pessoas será algo natural e se tornará um prazer evangelizar. O jovem cristão não mais invejará aqueles amigos que permanecem na vida imersa no pecado, antes terá compaixão deles e falará da salvação que há em Cristo Jesus. O mais importante de tudo é que isto glorifica a Deus.


Alexandre P. Bornelli