PENSAI NAS COISAS DO ALTO

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Previdência ou Providência?

O mundo está economicamente num momento perigoso. Quem tem ações na bolsa de valores, mais do que nunca, está sem dormir, comer, sorrir e viver. Compensa toda essa angústia, tensão e sofrimento? Depende, se o seu deus for o dinheiro e o lucro, compensa. Caso contrário, não. A confiança no mercado financeiro está em baixa.
Seja no casamento, nas amizades, no emprego, prezamos e valorizamos a confiança. Até mesmo com os bens materiais a confiança é algo positivo. Confiamos em certos carros para viajar com a família, noutros não. Criadores confiam em alguns de seus animais, noutros não. A vida é feita de confiança ou desconfiança. Há uma passagem nas Escrituras que nos ensina sobre no que devemos confiar. É o Salmo 20 que retrata Davi recordando a oração do povo por sua vitória em combate, e relembrando sua própria confiança em Deus para a vitória e reiterando a oração do povo ao Senhor, o seu Rei. Especificamente no verso 7, do cap. 20, Davi diz “uns confiam em carros, outros em cavalos; nós, porém, nos gloriaremos em o nome do Senhor nosso Deus”. Na linguagem de hoje, podemos dizer que uns confiam em carros novos, outros em seu emprego, outros na Bolsa de Valores, outros em investimentos em imóveis, etc. Mas, a pergunta que devemos fazer é se nós cristãos estamos também confiando nestas coisas terrenas. No que estamos nos gloriando? A confiança em Deus nos faz viver melhor, pois é o único lugar seguro em que realmente podemos descansar, pois é Ele que mantém o nosso fôlego da vida. Temos confiando na providência de Deus? Temos crido realmente que é Deus que nos sustenta, tanto fisicamente quanto materialmente? Crer na providência de Deus é fundamental. Confiar nossa vida aos seus cuidados não é ficar na inércia, sentados esperando as coisas acontecerem. Isso é fatalismo. Crer na providência de Deus nos faz obedecer aos seus mandamentos, nos faz viver diligentemente em busca da santidade pessoal. Faremos o que devemos fazer confiando os resultados ao Senhor Jesus, descansando em sua providência e fidelidade. Por outro lado, quando nossa confiança não está em Deus, vivemos uma vida cristã desprezível. Um dia estamos seguros e estáveis, no outro, desesperados pela alta do dólar, pela perda de algum lucro ou de um bom negócio. Nosso humor é regido pelo humor do mercado financeiro.
Alguns textos bíblicos nos ajudam a manter o foco na confiança que devemos ter somente em Deus. O Salmo 40:4 diz: “Bem-aventurado o homem que põe no Senhor a sua confiança...”. Também o Salmo 28:7: “O Senhor é a minha força e o meu escudo; nele o meu coração confia, nele fui socorrido; por isso o meu coração exulta...” Confiança é entrega. Há um exemplo que ilustra muito bem este fato. Certo homem tinha a habilidade de andar sobre um cabo de aço, se equilibrando a um metros e metros do chão. Durante suas apresentações, a platéia ficava eufórica e o aplaudia por minutos. Num momento ele pegou uma carriola e atravessou empurrando-a sobre o cabo de aço com sucesso. Ao chegar do outro lado e após ser ovacionado, o artista perguntou á sua fiel platéia: “alguém confia que posso repetir o feito com o mesmo sucesso?“ E todos sinalizaram positivamente. Então, ele concluiu: “Quem quer ser o voluntário para sentar na carriola?” Ninguém se prontificou. Alguém realmente confiava no equilibrista? Certamente que não. Caso contrario, se entregariam ao seu cuidado. Assim também é nosso relacionamento com Deus. Confiar é entregar-se aos cuidados de Deus. É isso que diz o Salmo 37:5: “Entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e o mais ele fará.” Noutras palavras, sente-se confiadamente na “carriola” que o Senhor o guiará. Outro grande exemplo aconteceu com o maior evangelista de todos os tempos, D.L. Moody. Certa vez Moody estava em um barco pequeno com mais um amigo, quando de repente, começou entrar água no barco por uma rachadura. Moody, rapidamente, pegou um balde começou a retirar água do barco. Seu amigo, olhando aquilo, indagou assustado: “Mas, Moody, não deveríamos estar orando nesta situação?” Ao que Moody lhe respondeu: “Estou orando desde o começo”. E continuava a retirar água, e continuava a orar. Isso é confiar na providência de Deus; fazer o que deve ser feito e confiar na providência de Deus.
Muitos cristãos possuem previdência privada como forma de aposentadoria. Nada há de errado quanto a usarmos, legítima e licitamente, a previdência privada para suprir-nos futuramente em tempos difíceis. Contudo, é preciso nos perguntar se estamos confiando na previdência privada ou na providência divina? A previdência pode falhar e não ser suficiente. Contudo, a providência divina jamais falhou, falha ou falhará e sempre nos será suficiente. Podemos e devemos ser diligentes no trabalho e utilizar métodos à nossa disposição, desde que lícitos e que nos convenha, com o objetivo de precaver-nos de dias piores. O que não podemos é confiar nas coisas materiais e nos bens que possuímos. Podemos ter a previdência privada, mas, devemos confiar na providência divina.

Alexandre Pereira Bornelli

2 comentários:

Oliveira disse...

Caro colega

Muito legal o exemplo da carriola, ilustrou totalmente o argumento do texto.

Eu desconhecia.

Anônimo disse...

Tenho quase 18 anos e estava pensando se compensa fazer previdência privada. Porém, eu pensei uma coisa que creio que você tentou dizer no texto: temos que tomar cuidado para não colocarmos a nossa confiança nesse tipo de coisa terrena e sim em Deus.