PENSAI NAS COISAS DO ALTO

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Crescimento e desenvolvimento - reflexão de fim de ano!

Constantemente levo meus filhos pequenos no médico pediatra, como todo e qualquer pai. A notícia mais agradável que se ouve ali é: “desde a última consulta, observo que seu filho (a) cresceu e desenvolveu, veja o gráfico progressivo do desenvolvimento dele!” O crescimento é gradual, mas há crescimento! Não seria esperando crescer tudo em pouco tempo, nem, não crescer nada durante a infância. Este crescimento, por mínimo que seja, alegra os pais, pois todo o alimento ingerido por ele está tendo bons resultados em seu corpo, fazendo com que cresça e se desenvolva saudavelmente.
Isto me faz pensar: temos desenvolvido espiritualmente da mesma forma? A cada mês fica evidente nosso crescimento espiritual, ainda que seja ele mínimo? Os alimentos que recebemos, tais como: leitura bíblica, leitura de bons livros, pregações, comunhão dos irmãos e tudo mais, têm gerado crescimento espiritual em nossa vida? A cada mês as pessoas podem concluir que crescemos, pouco que seja, em nossa intimidade com Deus e em santidade pessoal? Nossos relacionamentos melhoraram? Como cristãos, em todos os setores da nossa vida houve crescimento?
A vida cristã é dinâmica, crescente, realmente, é vida capaz de gerar crescimento, amadurecimento e desenvolvimento. Caso isto não esteja ocorrendo, algo está errado. Corremos o risco de estarmos tendo hábitos religiosos apenas, e isto não traz crescimento. Por isso, Paulo nos exorta em Filipenses 2:12: “Desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor”. O próprio texto nos ensina que é possível não estarmos desenvolvendo nossa salvação como temor e tremor. Isto ocorre quando nutrimos hábitos religiosos e não praticamos a verdade, não andamos na luz com Deus. Quando nossa salvação não está se desenvolvendo, a culpa é toda nossa. Afinal, Paulo diz “desenvolvei”, ou seja, é uma ordem à nós. Ele não diz, “deixai alguém desenvolver por vós”, como sendo algo passivo de nossa parte.
No entanto, esse desenvolvimento não surge por acaso ou repentinamente em nossa vida. Assim como um ser humano não se desenvolve por acaso, senão através de boa alimentação e hábitos saudáveis, um cristão igualmente irá desenvolver-se em sua união com Cristo e utilizando dos meios de graça (leitura bíblica, oração, vida comunitária da igreja). É utilizando desses meios de graça e tendo uma vida em comunhão com Deus, em confissão de pecados, lutando pela santidade, procurando praticar aquilo que se conhece sobre as Escrituras, tudo regado a oração para que o Espírito Santo transforme essa boa alimentação espiritual em crescimento cristão, que realmente obteremos o verdadeiro crescimento.
Assim como um pai espera, se preocupa e se alegra com o crescimento normal do seu filho, Deus também espera isso de nós. Não resolve nada apenas ingerir bons “alimentos espirituais” se não estamos desenvolvendo nossa salvação com temor e tremor. Lemos em Oséias 6:3 “cresçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor...”, isto fala de crescimento! Devemos também buscar esse crescimento, pois quanto mais sinceramente buscarmos a Deus, tanto mais nossa salvação se desenvolverá. Neste último mês, quanto crescemos em sabedoria espiritual, santidade pessoal, intimidade com Deus e amor pelos irmãos? Qual é o diagnóstico do grande Médico das almas sobre nossa vida? Este ano desenvolvemos espiritualmente conforme deveríamos? Crescimento fala de estatura e desenvolvimento de amadurecimento. É isto que Deus espera de nós: que cresçamos no conhecimento e intimdade com Ele e que haja amadurecimento espiritual em nossos relacionamentos, tanto com Deus, quanto com nosso próximo.
Diante disto, a pergunta final que devemos responder é: o gráfico da nossa vida cristã, este ano, mostrou crescimento e desenvolvimento com Deus e em todos os nossos relacionamentos?
ALEXANDRE PEREIRA BORNELLI

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Os ricos e a viúva pobre.

Embora nosso coração seja ganancioso, sabemos que é mais fácil dar dez reais quando se tem mil, do que quando se tem apenas vinte reais no bolso. Também, não achamos difícil dar um prato de comida para alguém que nos pede se estamos em meio a um banquete. Difícil seria se, com pouca comida para nossa família, alguém nos pedisse um pouco. Dar o que está sobrando não exige cristianismo verdadeiro, nem mesmo é algo digno de autênticos elogios. Jesus nunca deu muito valor para aqueles que davam o que lhes sobrava, não importando o valor desta sobra. Vejamos o texto de Lucas 21: 1 a 4. O assunto é a oferta da viúva pobre. Antes, é bom dizer que mesmo um pobre pode dar aquilo que lhe sobra e isso, como ocorre com os ricos, não terá o valor biblicamente estimado. Eis o texto: “Estando Jesus a observar viu os ricos lançarem suas ofertas no gazofilácio. Viu também certa viúva pobre lançar ali duas pequenas moedas; e disse: Verdadeiramente vos digo que esta viúva pobre deu mais do que todos. Porque todos estes deram como oferta daquilo que lhes sobrava; esta, porém, da sua pobreza deu tudo o que possuía, todo o seu sustento.Jesus não contabilizou financeiramente as ofertas dos ricos. Ao contrário, o que Ele considerou foi o coração dos ofertantes, como sempre faz. Jesus viu que os ricos davam a sobra, o que lhes não faria falta. E também viu que a viúva pobre deu tudo o que tinha, embora esse tudo fosse quase nada financeiramente falando. Na contabilidade de Jesus, o pouco da viúva, que era seu tudo, foi muito mais aceito do que a sobra dos ricos, que era maior que do que o tudo da viúva. Os ricos deram porque sobrava; a viúva pobre, porque amava. Isso nos ensina o princípio básico de que Cristo não quer a sobra de nada da nossa vida, seja ela a sobra do nosso dinheiro, tempo, dedicação, inteligência, saúde, disposição e energia. Ele quer uma entrega total e não, parcial. Jesus sonda nossas motivações, coração e nosso amor a Ele. Foi isso que fez com os ricos e com a viúva pobre e é o que faz com cada um de nós. Diante desta verdade, pensemos no que temos feito com nossos bens materiais, nosso tempo, saúde, com nossa vida. Embora saibamos que Ele não precisa de nada (Salmo 50) e que tudo que temos é dádiva Sua, ainda assim nos apegamos às coisas como se elas fossem nossas. Encaremos estas indagações a fim de refletirmos para arrependimento: temos dedicado somente a sobra do nosso tempo para Deus? Toda a nossa energia, dinheiro, disposição, inteligência, dedicação, empenho, prazer primeiro vão para nosso próprio proveito e benefício e o que sobrar, dedicamos a Ele? Este tipo de doação, seja financeira ou de vida, Ele não quer e nem tampouco valoriza. Não valorizou as ofertas dos ricos, porque deram a sobra. E, valorizou a oferta da viúva pobre porque ela deu tudo o que tinha, porque O amava de fato. Na verdade, o que Ele quer não são as coisas que para Ele, são insignificantes, porque tudo já é dEle mesmo. Mas, sim, quer o nosso coração, quer conquistar nossos afetos e amor por Ele, nos desarraigando das coisas materiais, para nos apegarmos mais a Ele mesmo. E quando isso acontecer, uma das evidências será vista em nossas ofertas para o Reino de Deus, que será resultado de uma entrega maior da nossa vida ao Senhor. Não mais lhe entregaremos as sobras do nosso tempo, vida e dinheiro e, sim, todo o nosso ser a Ele. Aquele que ama mais, oferta mais, porque já se doou mais intensamente ao Senhor Jesus.

ALEXANDRE PEREIRA BORNELLI