PENSAI NAS COISAS DO ALTO

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Crescimento e desenvolvimento - reflexão de fim de ano!

Constantemente levo meus filhos pequenos no médico pediatra, como todo e qualquer pai. A notícia mais agradável que se ouve ali é: “desde a última consulta, observo que seu filho (a) cresceu e desenvolveu, veja o gráfico progressivo do desenvolvimento dele!” O crescimento é gradual, mas há crescimento! Não seria esperando crescer tudo em pouco tempo, nem, não crescer nada durante a infância. Este crescimento, por mínimo que seja, alegra os pais, pois todo o alimento ingerido por ele está tendo bons resultados em seu corpo, fazendo com que cresça e se desenvolva saudavelmente.
Isto me faz pensar: temos desenvolvido espiritualmente da mesma forma? A cada mês fica evidente nosso crescimento espiritual, ainda que seja ele mínimo? Os alimentos que recebemos, tais como: leitura bíblica, leitura de bons livros, pregações, comunhão dos irmãos e tudo mais, têm gerado crescimento espiritual em nossa vida? A cada mês as pessoas podem concluir que crescemos, pouco que seja, em nossa intimidade com Deus e em santidade pessoal? Nossos relacionamentos melhoraram? Como cristãos, em todos os setores da nossa vida houve crescimento?
A vida cristã é dinâmica, crescente, realmente, é vida capaz de gerar crescimento, amadurecimento e desenvolvimento. Caso isto não esteja ocorrendo, algo está errado. Corremos o risco de estarmos tendo hábitos religiosos apenas, e isto não traz crescimento. Por isso, Paulo nos exorta em Filipenses 2:12: “Desenvolvei a vossa salvação com temor e tremor”. O próprio texto nos ensina que é possível não estarmos desenvolvendo nossa salvação como temor e tremor. Isto ocorre quando nutrimos hábitos religiosos e não praticamos a verdade, não andamos na luz com Deus. Quando nossa salvação não está se desenvolvendo, a culpa é toda nossa. Afinal, Paulo diz “desenvolvei”, ou seja, é uma ordem à nós. Ele não diz, “deixai alguém desenvolver por vós”, como sendo algo passivo de nossa parte.
No entanto, esse desenvolvimento não surge por acaso ou repentinamente em nossa vida. Assim como um ser humano não se desenvolve por acaso, senão através de boa alimentação e hábitos saudáveis, um cristão igualmente irá desenvolver-se em sua união com Cristo e utilizando dos meios de graça (leitura bíblica, oração, vida comunitária da igreja). É utilizando desses meios de graça e tendo uma vida em comunhão com Deus, em confissão de pecados, lutando pela santidade, procurando praticar aquilo que se conhece sobre as Escrituras, tudo regado a oração para que o Espírito Santo transforme essa boa alimentação espiritual em crescimento cristão, que realmente obteremos o verdadeiro crescimento.
Assim como um pai espera, se preocupa e se alegra com o crescimento normal do seu filho, Deus também espera isso de nós. Não resolve nada apenas ingerir bons “alimentos espirituais” se não estamos desenvolvendo nossa salvação com temor e tremor. Lemos em Oséias 6:3 “cresçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor...”, isto fala de crescimento! Devemos também buscar esse crescimento, pois quanto mais sinceramente buscarmos a Deus, tanto mais nossa salvação se desenvolverá. Neste último mês, quanto crescemos em sabedoria espiritual, santidade pessoal, intimidade com Deus e amor pelos irmãos? Qual é o diagnóstico do grande Médico das almas sobre nossa vida? Este ano desenvolvemos espiritualmente conforme deveríamos? Crescimento fala de estatura e desenvolvimento de amadurecimento. É isto que Deus espera de nós: que cresçamos no conhecimento e intimdade com Ele e que haja amadurecimento espiritual em nossos relacionamentos, tanto com Deus, quanto com nosso próximo.
Diante disto, a pergunta final que devemos responder é: o gráfico da nossa vida cristã, este ano, mostrou crescimento e desenvolvimento com Deus e em todos os nossos relacionamentos?
ALEXANDRE PEREIRA BORNELLI

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Os ricos e a viúva pobre.

Embora nosso coração seja ganancioso, sabemos que é mais fácil dar dez reais quando se tem mil, do que quando se tem apenas vinte reais no bolso. Também, não achamos difícil dar um prato de comida para alguém que nos pede se estamos em meio a um banquete. Difícil seria se, com pouca comida para nossa família, alguém nos pedisse um pouco. Dar o que está sobrando não exige cristianismo verdadeiro, nem mesmo é algo digno de autênticos elogios. Jesus nunca deu muito valor para aqueles que davam o que lhes sobrava, não importando o valor desta sobra. Vejamos o texto de Lucas 21: 1 a 4. O assunto é a oferta da viúva pobre. Antes, é bom dizer que mesmo um pobre pode dar aquilo que lhe sobra e isso, como ocorre com os ricos, não terá o valor biblicamente estimado. Eis o texto: “Estando Jesus a observar viu os ricos lançarem suas ofertas no gazofilácio. Viu também certa viúva pobre lançar ali duas pequenas moedas; e disse: Verdadeiramente vos digo que esta viúva pobre deu mais do que todos. Porque todos estes deram como oferta daquilo que lhes sobrava; esta, porém, da sua pobreza deu tudo o que possuía, todo o seu sustento.Jesus não contabilizou financeiramente as ofertas dos ricos. Ao contrário, o que Ele considerou foi o coração dos ofertantes, como sempre faz. Jesus viu que os ricos davam a sobra, o que lhes não faria falta. E também viu que a viúva pobre deu tudo o que tinha, embora esse tudo fosse quase nada financeiramente falando. Na contabilidade de Jesus, o pouco da viúva, que era seu tudo, foi muito mais aceito do que a sobra dos ricos, que era maior que do que o tudo da viúva. Os ricos deram porque sobrava; a viúva pobre, porque amava. Isso nos ensina o princípio básico de que Cristo não quer a sobra de nada da nossa vida, seja ela a sobra do nosso dinheiro, tempo, dedicação, inteligência, saúde, disposição e energia. Ele quer uma entrega total e não, parcial. Jesus sonda nossas motivações, coração e nosso amor a Ele. Foi isso que fez com os ricos e com a viúva pobre e é o que faz com cada um de nós. Diante desta verdade, pensemos no que temos feito com nossos bens materiais, nosso tempo, saúde, com nossa vida. Embora saibamos que Ele não precisa de nada (Salmo 50) e que tudo que temos é dádiva Sua, ainda assim nos apegamos às coisas como se elas fossem nossas. Encaremos estas indagações a fim de refletirmos para arrependimento: temos dedicado somente a sobra do nosso tempo para Deus? Toda a nossa energia, dinheiro, disposição, inteligência, dedicação, empenho, prazer primeiro vão para nosso próprio proveito e benefício e o que sobrar, dedicamos a Ele? Este tipo de doação, seja financeira ou de vida, Ele não quer e nem tampouco valoriza. Não valorizou as ofertas dos ricos, porque deram a sobra. E, valorizou a oferta da viúva pobre porque ela deu tudo o que tinha, porque O amava de fato. Na verdade, o que Ele quer não são as coisas que para Ele, são insignificantes, porque tudo já é dEle mesmo. Mas, sim, quer o nosso coração, quer conquistar nossos afetos e amor por Ele, nos desarraigando das coisas materiais, para nos apegarmos mais a Ele mesmo. E quando isso acontecer, uma das evidências será vista em nossas ofertas para o Reino de Deus, que será resultado de uma entrega maior da nossa vida ao Senhor. Não mais lhe entregaremos as sobras do nosso tempo, vida e dinheiro e, sim, todo o nosso ser a Ele. Aquele que ama mais, oferta mais, porque já se doou mais intensamente ao Senhor Jesus.

ALEXANDRE PEREIRA BORNELLI

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Luto e festa

No livro de Eclesiastes capítulo 7, versículo 2, Salomão já afirmou que "melhor é ir a casa onde há luto do que onde há festa, pois naquela se vê o fim de todos os homens; e os vivos que o tomem em consideração".
Por acaso, alguém se lembra de ter ido a uma festa e ter refletido sobre a brevidade da vida? Não é refletir com pavor sobre a morte. Mas, pensar em como temos vivido a vida diante de Deus. Como já disse alguém do passado, a coisa mais certa é a morte e, a mais incerta, é a hora da morte. A propósito, já pensamos que hoje mesmo poderemos morrer? É isto que Salomão quis dizer, ao escrever: "e os vivos que o tomem em consideração". Ou seja, todos aqueles que vão onde há luto, devem considerar a certeza da morte. Consequentemente, isto nos leva a pensar em como estamos vivendo diante de Deus. Os vivos que tomem isso em consideração.
Onde há luto, nossa finitude fica escancaradamente evidenciada à nossa frente. Ali, vemos que não há dinheiro, posição, saúde ou beleza que valha alguma coisa. Em contrapartida, onde há festa, essas reflexões não nos vem à mente. Ao contrário disto, temos a sensação de que a vida é apenas alegria e que as coisas sempre serão divertidas, descompromissadas e tranquilas. Precisamos pensar sobre a vida conforme nos ensina a Bíblia. Salomão não está dizendo que é pecado ir a casa onde há festa e que é santidade ir a um funeral. Não! Apenas nos ensina que é melhor ir onde há luto, porque nossos pensamentos e reflexões tendem a nos fazer rever nossa vida, prioridades, arrogância e orgulho de achar que, por estarmos hoje com saúde ou ainda jovens, nossa vida será longa e nossos dias, compridos. Pensamentos estes, que não ocorrem, costumeiramente, em ambiente festivo.
Não percamos a oportunidade de ir onde há luto, pois ali, refletimos, realmente, que não somos nada daquilo que pensamos ser quando estamos em uma festa. Ali, vemos que nossa vida está nas mãos de Deus, como de fato sempre está e isto nos faz viver uma vida em busca da santidade e com temor a Deus. Pensemos sobre o que temos feito com os dias que Deus tem nos dado para que a morte seja, de fato, uma promoção e não, uma perda. Como diz Paulo, quando o viver é Cristo, o morrer é lucro. O contrário também é verdadeiro. Quando o viver não é Cristo, o morrer é uma perda terrível.
Alexandre Pereira Bornelli

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Porque o pródigo voltou?

Dentre as várias lutas que, principalmente, os jovens enfrentam está a luta contra o mundo. Lutar contra o mundanismo é algo que merece nossa atenção redobrada. A Bíblia, veremos isso, nos alerta muito sobre o perigo de amar o mundo, embora tenhamos que viver nele. Jesus mesmo orou em Mateus 6 não para sermos tirados do mundo, mas para sermos libertos do mal. Isso quer dizer que fomos salvos do mundo (sistema perverso), mas, para continuarmos vivendo nele, sem, no entanto, que o mundo viva dentro de nós. Esse é o centro da questão.
Quando falamos em jovem e mundo, qual história vem primeiro em nossa mente? Penso que a história do filho pródigo que abandonou o relacionamento familiar para se aventurar no mundo, em busca de alegria e realizações (Lc 15:11). Sabemos a tragédia que foi sua vida e experiência no mundo. Sobre esta parábola, queremos apenas destacar um aspecto: você já se perguntou porque o pródigo voltou do mundo? Ele não queria tanto ir? Ele não partiu consciente? Não estava fazendo sua própria vontade? Porque então voltou? Sabemos que ele foi, porque aos poucos foi perdendo o relacionamento familiar e aquela vida com o pai, se tornou monótona, sem graça e chata, coisa pra velho, jovem é outro papo, outra vida! Então, de olho nos amigos, festas e alegrias do mundo, partiu. Mas, já descobriu porque ele voltou? Primeiro, porque verdadeiramente ele era filho. Segundo, porque a alegria que ele tanto buscava o mundo não lhe podia dar. Ele percebeu, às duras penas, que o relacionamento com o pai é insubstituível e jamais deve abandonado. Já se perguntou também, porque muitos jovens querem ir justamente onde o filho pródigo foi e voltou? Será que nos achamos mais espertos do que ele? A razão é porque muitos jovens perderam a alegria da salvação (Salmo 51:12). Perderam a certeza bíblica de onde Deus os tirou, “deste mundo perverso” (Gl 1:4), nos “escolheu do mundo” (João 15:19) e “nos tirou do império das trevas” (Cl 1:1 a 15). Por isso, aos poucos foram esfriando o relacionamento com Deus ao ponto de abandonarem, consequentemente, a vida da igreja. O relacionamento com Deus ficou sem graça e a vida da igreja, pior ainda. Será que este é o seu caso? Vejamos que não é possível conciliar Deus e o mundo (Tg 4:4). Para ter a vida no mundo, ele precisou abandonar a vida com o pai e, para ter novamente o relacionamento com o Pai, ele precisou abandonar a vida no mundo. A Palavra já nos deu essa certeza. Vejamos em I João 2:15 a 17, onde somos alertados para não amar o mundo nem as coisas que há no mundo, pois tudo nele é contrário a Deus. Em Tiago 4:4, somos exortados que os querem ser amigos do mundo se tornam inimigos de Deus. Ou um, ou outro. Estamos querendo os dois Não tem jeito. Em João 15:19: “...como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi...”. Não deixemos isso passar despercebido. Quando um cristão quer ir para o mundo, abandonando com isso, necessariamente, seu relacionamento com Deus (uma conseqüência) podemos afirmar que ele está voltando para o mesmo lugar em que Deus o tirou. Sendo mais direto. Tal crente está dizendo, noutras palavras: “Jesus não precisava ter me tirado do mundo. Eu amo aquele lugar, amo tanto, que quero voltar”. Observemos que o texto de João diz que não somos do mundo, justamente, porque Jesus nos escolheu dele! Como então, podemos querer voltar ao lugar perverso que Ele nos tirou?! Em Tido 2:12 também somos exortados dizendo que a Graça de Deus nos salvou para que abandonemos as paixões mundanas, para vivermos neste presente século, sensata, justa e piedosamente. Fica claro que fomos salvos do mundo perverso, mas precisamos viver nele de forma justa, santa e piedosa. É assim que estamos vivendo? E, finalmente, em Gálatas 6:14, lemos Paulo dizendo que o mundo está crucificado para ele e ele, para o mundo, graças a Cruz de Cristo. A Cruz foi um marco onde fomos crucificados para o mundo e vice-versa. Isso é realidade para nós?
Concluindo, vemos em Romanos 12:1 e 2 que somente quando rogamos pelas misericórdias de Deus, somente quando nos apresentamos a Deus diariamente por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus é que não nos conformaremos com este mundo. Consequentemente seremos transformados pela renovação da nossa mente. Não podemos colocar os carros na frente dos bois. Primeiro, vem nossa entrega pessoal, para depois, termos condições de não tomarmos a forma deste mundo. Queremos nos desarraigar deste mundo, não amar o mundo, não ser conformados a ele? Então, que dia a dia roguemos pelas misericórdias do Senhor, nos apresentando diante dEle em obediência e humildade. Não desejemos estar jamais onde Deus nos tirou e onde o pródigo já esteve e voltou, por ser lá um lugar de aparente alegria, mas de uma realidade terrível e trágica; um mundo perverso. Outra forte razão porque devemos nos desarraigar neste mundo é que somos cidadãos do céu, peregrinos nesta terra (Fl 3:20) Por isso, devemos pensar nas coisas lá do Alto, não nas que são aqui da terra (Cl 3) e não ajuntar tesouros na terra onde a traça e a ferrugem corroem, mas sim, nos céu (Mt. 6:19 – 21). Vivamos com os pés na terra e com a mente no céu!
Alexandre Pereira Bornelli

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Dois senhores não ocupam o mesmo coração.

O conhecido princípio da física de que dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar, ao mesmo tempo no espaço, realmente funciona. Os que tentam provar o contrário se dão mal.
A Bíblia, infinitamente antes de qualquer descoberta da física, já traçou esse princípio para nossa vida espiritual. Jesus disse em Mateus 6:24 que “ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um, e amar ao outro; ou se devotará a um de desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas”. Numa outra linguagem, o texto diz que dois senhores não podem ocupar, ao mesmo tempo, o mesmo coração. Os que desrespeitam esse princípio pagam caro em sua vida espiritual. Jesus foi muito claro ao dizer que num mesmo coração só há espaço para um senhor. Dois senhores não ocupam o mesmo coração, nunca. Ou será o Senhor Jesus ou será outro senhor qualquer que ocupará nosso coração. Uma coisa é certa: dois senhores não ocuparão. Não há como servir a Deus e ao dinheiro; a Deus e aos prazeres; a Deus é a si próprio; a Deus e outra pessoa. O puro Evangelho de Cristo exige que sirvamos e tenhamos como senhor apenas Jesus Cristo. O próprio texto de Mateus nos afirma que isso é para o nosso próprio bem. Vejamos também o texto de I Samuel 7:3 e 4: “Falou Samuel a toda a casa de Israel, dizendo: Se é de todo o vosso coração que voltais ao Senhor, tirai dentro vós os deuses estranhos e os Astarotes, e preparai o vosso coração ao Senhor, e servi a ele só, e ele vos livrará da mão dos filisteus. Então os filhos de Israel tiraram dentre si os Baalins e os Astarotes, e serviram só ao Senhor”. A exigência do Senhor ao povo de Israel foi clara: só cabe um senhor no coração. É preciso tirar deuses, senhores estranhos dali. Portanto, se queremos servir a Deus, eliminemos outros deuses. O povo de Israel obedeceu, nos informa o verso 4. Temos eliminado outros senhores, outros deuses do nosso coração para servirmos somente ao Senhor Jesus? A obediência na vida cristã é tudo. Ela é o termômetro do nosso amor e compromisso para com Deus. Deus demonstra amor quando exige que eliminemos outros deuses porque Ele sabe que um coração não pode abrigar Cristo e mais outra coisa.
Notamos então que há um respeito visível à lei da física. Não vemos uma pessoa tentando fazer dois corpos ocuparem o mesmo lugar no espaço, ao mesmo tempo, todos os dias. Você já tentou essa proeza? Admitamos que já tentamos por à prova esse princípio uma vez, quando criança. Porém, se insistimos nele já adultos, demonstramos uma teimosia e ignorância sem limites. A triste realidade é que com grande freqüência vemos cristãos afrontando o princípio bíblico de Mateus 6:24, desafiando Deus, tentando viver com dois ou até mais senhores no coração! É um auto-engano tentar viver assim, porque Deus já sabe que não existe essa possibilidade. A ordem Deus ainda é a mesma: tirai dentro de vós deuses estranhos e preparai vosso coração ao Senhor e servi a ele só. Que Deus exerça misericórdia continuamente sobre nós e nos faça obedecer esse princípio espiritual de que dois senhores não podem ocupar, ao mesmo tempo, nosso coração. Caso pensemos que estamos servindo a Deus juntamente com outra coisa, estejamos certos de que não estamos servindo ao Senhor e sim, somente a outro deus. Eliminemos outros senhores a quem temos servido se é que queremos voltar ao Senhor e servir somente a Ele.
Alexandre Pereira Bornelli

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Quanto lhe custa ser um discípulo de Cristo?

Lucas 14:25 a 33

Nunca me dei bem em matéria de cálculo na escola. Sempre fugi de matemática. Ainda não gosto. Porém, mesmo não gostando de cálculo, admito que ele faz parte da minha vida.
Para o cristão, calcular é essencial. Não que o cristão tenha que saber matemática ou física. Mas, sim, que precisa aprender a calcular o quanto custa ser um verdadeiro discípulo de Cristo.
O texto começa no verso 25 relatando que grandes multidões seguiam a Jesus. Então, Jesus virando-se para a multidão, deu o duro discurso dos versos 26 a 33 (sugere-se a leitura do texto).
A primeira lição que vemos é que realmente Jesus nunca se impressionou com a quantidade de pessoas que o seguiam, pois não estava atrás de números, fãs, contribuintes, ibope e fama como muitos homens procuram para si hoje em dia nas igrejas. Enquanto muitos “pastores” de hoje iriam caprichar no discurso pra atrair mais seguidores, pensando no aumento que isso significaria em sua renda mensal, Jesus volta-se para a multidão e lhes fala o que é preciso para ser um verdadeiro discípulo seu. Para Jesus era e ainda é melhor poucos seguidores dispostos a renunciar a tudo para segui-Lo, do que uma multidão indisposta a praticar a renuncia, ainda que disposta a segui-Lo. O assunto central do ensino é sobre renúncia. Certamente, com esse discurso, muitos dos que estavam atrás de Jesus apenas pelas bênçãos, milagres ou algum outro benefício pessoal, muitos que queriam segui-lo sem qualquer renuncia, iriam ficar por ali mesmo. Talvez, ao contrário do que muitos líderes fariam hoje, Jesus não elogiou a multidão por estar seguindo-O. Conhecendo os corações e as motivações, falou sobre renúncia, assim como foi com o jovem rico. O ensinamento do discurso de Jesus é: para ser um verdadeiro discípulo é preciso renunciar as coisas do mundo, muitas até mesmo lícitas (v. 26). Neste caso, aborrecer pai, mãe, mulher, filhos, irmão e a si próprio não é uma questão de tratá-los mal, jamais! É sim, organizar as prioridades e o amor, colocado Deus acima deles. Quem não passa neste primeiro teste, diz o Mestre, “não pode ser meu discípulo”. Também não pode ser discípulo de Jesus, aquele não toma a cruz e O segue, ou seja, aquele que não renuncia o bem-estar e que não quer enfrentar aflições, perseguições por amor a Cristo (João 16:33). Àqueles que só querem o status de ser cristão sem pagar o preço, sem calcular o custo disso, novamente afirma Jesus que “não pode ser meu discípulo” (v . 27). Depois disso, versos 28 a 32, Jesus dá dois claros exemplos naturais de se calcular antes de seguir em frente nos projetos, que muito nos ajuda na vida espiritual. Em seguida, conclui seu discurso no verso 33, “assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo”. Ele começa com o “assim, pois...” nos convocando a considerar os versos anteriores. Renunciar tudo para ter a Jesus é a marca do verdadeiro discípulo. Sempre foi e sempre será. Que diga Abraão que se mostrou disposto a renunciar seu próprio filho em obediência a Deus. Vejamos Moisés que renunciou sua carreira no palácio de Faraó para ser maltratado junto com o povo de Deus (Hb. 11:24 a 26). Que nos diga Noé que renunciou seu tempo para obedecer a Deus na construção da arca que salvou toda a sua família. E, negativamente, pessoas que não calcularam o preço do discipulado, sãos os filhos de Israel que foram tirados do Egito rumo à terra prometida e murmuraram ante as dificuldades da trajetória, preferindo retornar à escravidão. E também, Demas (II Tm 4:10) que apesar de ser um colaborador do apóstolo Paulo por algum tempo, abandonou o evangelho e a Paulo por amor ao mundo. Todos eles estiveram diante da renuncia. As escolhas determinaram o fim.
A questão é: o que temos renunciado para seguir a Cristo hoje? Quanto tem nos custado, na moeda renuncia seguirmos a Cristo em nossa vida? Tem sido fácil ser cristão? Então, algo pode estar errado. Sabemos que o caminho que conduz ao céu é apertado e estreito, ou seja, de renuncia. Não há como dizer-se discípulo de Cristo sem renunciar o pecado, más amizades, muitos lugares, eventos, certos programas de TV, muita coisa da internet, muito do nosso lazer e muitos convites contrários à Palavra de Deus. Não basta dizer que estamos seguindo a Cristo como aquela multidão estava, se não estivermos dispostos a renunciar as coisas pecaminosas e até mesmo, lícitas por amor ao Senhor. Certamente, devemos ter nossas ocupações normais da vida, casamento, filhos, profissão, lazer e realizá-las da melhor forma possível. O foco é que estas coisas não podem sufocar nosso amor e nossa disposição em seguir a Cristo. Quando não estamos dispostos a abrir mão delas, quando necessário, para o benefício da nossa caminhada cristã, estamos indo na direção errada. Elas não podem nos distrair e impedir de seguir a Cristo. Doutro modo, não seremos discípulos de Jesus. Afinal, pela Palavra de Deus, a marca registrada do discípulo é a renúncia e não, simplesmente, o fato de segui-Lo.
Alexandre Pereira Bornelli – ag./2010

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Acostumando com o pecado

Alguns bons sinais que evidenciam se estamos nos conformando e aceitando o pecado em nossa vida é quando paramos de orar e de buscar arrependimento constantemente. É quando coisas que antes mantínhamos distância, agora, corremos atrás delas, mesmo sabendo que são contrárias a Palavra de Deus. É quando fazemos determinadas coisas porque outros fazem, não importando se a Bíblia as condena ou não. Nossa referência são os outros e não, a Palavra de Deus. É quando nosso palavreado está torpe, quando o orgulho e o senso de grandeza pessoal estão em alta. Quando não nos preocupamos se nossos caminhos e nossa vida, estão agradando a Deus. Quando não valorizamos os meios de graça, reunião da igreja, oração, leitura bíblica, comunhão da igreja...E, finalmente, quando nossa busca pela santidade está parada.
Estes são alguns, somente alguns, fortes sinais de que nos acostumamos com o pecado que é, essencialmente, o afastamento de Deus.
Alexandre Pereira Bornelli

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O semeador de contendas - Pv 6:17

Finalmente, chegamos ao sétimo e mais grave item desta lista exemplificativa de provérbios 6:17, que trata sobre o que semeia contendas entre irmãos. Este último item da lista apresentada, diz o próprio texto bíblico, que o que o Senhor abomina. Todos os demais ele aborrece, contudo, este ele abomina, ou seja, tem muito maior indignação. Vejamos rapidamente o motivo. Incentivamos aos leitores que leiam em suas Bíblias, os textos bíblicos citados para uma melhor compreensão e aproveitamente da meditação.
Mais uma vez vemos aqui o uso errado da língua. Contendas são obras dos maldizentes (Pv 26:20,21), e, portanto, não deve ser prática entre os cristãos.
O semeador de contendas é aquele que pega uma fofoca, alguma informação ainda que verídica e, mergulhada na má intenção, sai a semear esse fato, lançando as fofocas e informações nos corações das pessoas que ele encontra pelo caminho, exatamente como um agricultor semeia sua plantação pelo campo. O semeador de contendas escolhe os corações produtivos, altamente capazes de frutificar e reproduzir em grande escala a contenda que deseja semear. Tudo isso para gerar divisão do corpo de Cristo, para jogar um irmão contra o outro. O semeador de contendas é também um fofoqueiro, mexeriqueiro (Pv 11:13; 15:18; 16:28; 10:12; 17:9; SL 15:3; SL 101:4,5; CL 4:6 e Lv 19:16). Cabe um alerta a todos nós: se as pessoas sempre nos procuram pra contar/semear alguma fofoca em nosso coração, devemos desconfiar, pois é um forte indício de que somos um bom terreno pra germinar e divulgar essa fofoca. Assim como nenhum bom agricultor semeia no asfalto, onde nada nasce, nenhum semeador de contendas semeará em um coração que não produz, não cultiva e não da continuidade na fofoca.
Em contrapartida, o coração do crente fiel, do que está vivendo para promover a paz entre os irmãos, pode até ouvir uma fofoca, pois isto de certo modo é inevitável, contudo, imediatamente ele tenta apaziguar, não dar prosseguimento no que ouviu, e até mesmo, tenta ajudar o irmão a parar de semear contendas. No coração do crente que tem a motivação correta, a semente da contenda não germina., ele faz a contenda morrer ali mesmo, com ele. Na verdade, este bom crente assemelha-se a um bombeiro e não, a um incendiário.
O que fazer então para evitarmos o assédio do semeador de contendas (se é que nós mesmos não temos sido um)? Provérbios 20:19 nos responde, dizendo-nos para evitarmos tal companhia. Quem anda com o fofoqueiro, aprende a fofocar e quem fofoca, gera contendas e aborrece ao Senhor profundamente, além de causar dano a si mesmo e ao próximo. Aqueles que pensam que ganham mais confiança e amizade daquele a quem compartilhou a fofoca está profundamente enganado. É justamente o contrário que acontece. Quem desejará contar um dia, algo pra mesma pessoa que acabou de fofocar? Pois, se o fofoqueiro semeou contenda com a informação de outros, porque não fará o mesmo conosco amanhã? Vemos então que é claro que a fofoca divide e afasta os grandes amigos também. O certo é que Deus abomina tanto a contenda que em Romanos 1:29, ele registra também esse pecado, num contexto terrível onde Ele entregou as pessoas para cometerem os piores pecados.
E, a causa da contenda é a soberba (Pv 13:10 e 17:9). Isto, porque um coração soberbo não vê problemas em causar divisão porque não se preocupa com a Palavra de Deus e, consequentemente, com o bem-estar dos irmãos. O soberbo pensa que pode falar o que quiser e não se importa com o que a Palavra de Deus diz. Tenhamos em mente, que uma contenda é fácil de começar, porém, difícil de ter fim. Como um pequeno buraco numa barragem facilmente sai do controle da pessoa que o fez, uma pequena contenda cresce de tal maneira que ninguém consegue freá-la (Pv 17:14). Odiamos este pecado? Amamos a Deus e aos irmãos ao ponto de evitar a contenda?

ALEXANDRE PEREIRA BORNELLI

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Testemunha falsa que profere mentiras

O sexto e penúltimo item da lista de Provérbios 6:17 que estamos apenas pincelando alguns pontos para despertar em nosso coração um desejo maior pelo estudo do tema, diz sobre testemunha falsa que profere mentiras (PV 12:17 e 19:5,9). Observemos que duas vezes nessa lista de 7 itens, Deus inclui a mentira. É um pecado grave. Deus é a Verdade e a mentira não vem Dele, aliás, a mentira tem pai e este se chama Diabo (João 8:44). Mentiras não são brincadeiras ou algo sem consequência e sem importância no mundo espiritual. Onde há mentira, há divisão, confusão, rixa, incredulidade e todo tipo de mal. É preciso deixarmos a mentira de lado, para aprendermos a falar a verdade sempre (EF 4: 25).
Testemunha falsa só poderia mesmo proferir mentiras, pois onde há falsidade, ali há mentira e não, a verdade. Isto diz respeito àquela pessoa que fala do que não viu, sobre fatos que desconhece. Quantas vezes fazemos o papel de testemunha falsa! Isso tem acontecido muito no meio da igreja, pessoas que dizem umas as outras: “olha, parece que fulano disse isso, fez aquilo...”. Isso é divisão para o corpo de Cristo. Deus se aborrece da testemunha falsa. Isto deve ser considerado e reconsiderado por todos nós, pra evitarmos esse tipo de coisa em nosso meio que é totalmente prejudicial e que aborrece ao Senhor.
No próximo ítem, veremos o semeador de contendas.
ALEXANDRE PEREIRA BORNELLI

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

coração e pés a serviço do pecado - PV 6:17

Dando continuidade à nossa meditação, veremos dois itens, o quarto e o quinto, da lista de provérbios 6:17. Temos, como quarto item da lista que aborrece ao Senhor, um coração que trama projetos iníquos. E não são somente os corações não regenerados são capazes disso. Os corações já convertidos também são capazes de tramar projetos iníquos, porque ainda estamos em processo de santificação. Basta analisarmos nosso próprio coração pra assinarmos embaixo nesta afirmativa. Muitos que costumeiramente trama projetos iníquos e não foram ainda disciplinados por Deus, acreditam que Deus faz vista grossa para seu pecado. Engano. Leiamos o que diz o Salmo 50: 16 a 23 para termos a certeza de que Deus sabe de tudo e um dia daremos conta desses projetos que nosso perigoso e enganoso coração (Jr 17:9) trama. Todos os projetos iníquos serão colocados diante de nós um dia. Que tenhamos a coragem de orar ao Senhor para que nos livre de vivermos aprisionados a um coração assim, que Deus nos livre de sermos crentes que tramam projetos iníquos contra o próximo. E que, ao contrário disso, nosso coração, cada vez mais ganhos pela Palavra de Deus, possa planejar projetos santos e de edificação para o nosso próximo.
O quinto item são pés que se apressam a correr para o mal (Is 59:7). Isso fala de pessoas que se alegram com o pecado e com a maldade em geral. Pessoas que são rápidas para o pecado e lentas para as coisas de Deus. Fomos criados por Deus para O glorificarmos em nosso viver, para termos vidas santas, piedosas e pacíficas. Interessante que nesta lista de coisas que Deus aborrece, os primeiros 5 itens descrevem partes do corpo (olhos, língua, mãos, coração e pés). Ou seja, todo o nosso corpo pode estar a serviço do pecado e das coisas que aborrecem ao Senhor. Salomão nos adverte sobre o perigo de entrar no caminho dos malfeitores (PV 1; 15 e 16). O verdadeiro discípulo tem que aborrecer o mal e ser amigo do bem (PV 8:13, Tito 1:8). Deus não pede apenas que não pratiquemos o mal, mas que o aborreçamos! Ele não quer que façamos o bem, mas que o consideremos nosso melhor amigo. Que desafio!
ALEXANDRE PEREIRA BORNELLI

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

3 - Mãos que derramam sangue inocente - Pv 6:17

Na sequência da nossa meditação de Provérbios 6:16 a 19, onde estamos vendo as coisas que aborrecem o Senhor, temos o terceiro item: mãos que derramam sangue inocente. Precisamos entender que Deus sempre detestou a violência dos homens. Foi justamente a violência uma das causas que o levou Deus a enviar o dilúvio para destruir a terra (Gn 6:13). Outra evidência que isso aborrece o Senhor, lemos em Ez 8:17, onde pouco antes de usar a Babilônia pra destruir a cidade de Jerusalém, Deus explicou seus motivos para esse castigo, dizendo que a terra estava cheia de violência.
Também em Provérbios 24:13 aprendemos que o servo de Deus deve ficar longe dos violentos. Não devemos ter inveja dos homens violentos. O raciocínio inverso nos leva a entender então, que é possível ter esse tipo de inveja. Quantos jovens estão indo atrás, seguindo, sendo discipulados por outros jovens que amam a violência ou mesmo por aqueles que fazem os jogos virtuais carregados de violência? São inúmeros tais jovens. Afinal, quem são seus amigos, colegas de escola, faculdade? São pessoas violentas? Quais jogos online você costuma jogar? Os de violência? Não é sem razão que muitos jovens se integram em gangues ou saem atirando por ai em shoppings, mercados, ou usam de violência dentro de casa. Nosso mundo hoje é descaradamente violento. Os jornais derramam sangue todos os dias com suas notícias. Deus se aborrece disso. A violência não o agrada e quando usamos dela ou mesmo, admiramos os violentos, estamos aborrecendo o Senhor.
Para finalizarmos este item, temos o conhecido exemplo de Caim e Abel (GN. 4: 9 a 11). Caim matou seu irmão e não tava nem ai pra isso. Usou de violência, derramou sangue inocente. Por causa disso Deus usou de severidade (ler o texto de Gn 4).
No próximo item, veremos sobre "coração que trama projetos iníquos".

ALEXANDRE PEREIRA BORNELLI

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

2 - Língua mentirosa - provérbios 6:17

No item anterior, seguindo a lista de Provérbios 6:17, vimos que a primeira coisa que o Senhor se aborrece são olhos altivos. Na sequência da lista "negra" de provérbios que aborrece o Senhor encontramos a língua mentirosa (Pv 12:22 e Sl 120:2). Como sugerimos desde o início (tópico anterior), ler os textos citados é imprescindível para a melhor compreensão e aprofundamento do assunto. (PV 12:22 e SL 120:2). Interessante notar que nesta lista de 7 itens, 3 são pecados cometidos com a língua. Deus odeia a mentira, justamente porque ele ama a verdade no íntimo (Sl 51:6). E, também, porque o pai da mentira é o diabo (João 8:44). Muitas pessoas, apesar de saberem disto, insistem em confiar na mentira, se achando capazes de enganar até o Senhor. Porém, o verdadeiro servo de Cristo, abandona a mentira e busca a lei do Senhor (Sl 119:163). Pois, não basta somente abandonar a mentira, é preciso buscar a lei de Deus para permanecer afastado dela. Da mesma forma que Deus aborrece a mentira, o cristão deve também aborrecer (Pv 13:5). Aborrecemos a mentira ou ainda tiramos algum proveio dela, fazendo uso nas horas difíceis?
No próximo item, veremos sobre "mãos que derramam sangue".

quarta-feira, 28 de julho de 2010

6 coisas que o Senhor aborrece e uma que abomina

PV 6: 16 a 19

Neste primeiro item , dentre outros seis restantes, trataremos rapidamente, sem qualquer pretensão de esgotar o assunto, sobre estes versículos de provérbios que podem nos exortam em nosso viver diário. Os 6 demais itens, serão postados em sequência para não sobrecarregar a leitura. É importante, para uma melhor compreensão e enriquecimento, ler os textos bíblicos citados.
Iniciemos perguntando a nós mesmos, o que mais nos aborrece ou nos entristece? O que nosso amigo, pai, mãe, irmão, faz que nos entristece? Se nos pedissem pra fazer uma lista, quantos itens ela teria? Certamente, de tempo em tempo esta lista aumentará á medida que iríamos lembrando de mais e mais coisas. Conhecemos uma lista de algumas coisas que aborrece a Deus? Já paramos para pensar que podemos estar vivendo com certas práticas que O aborrece, podendo ser até abominação aos Seus olhos? Prestemos atenção na lista de Provérbios 6:16 a 19, pois Deus deixou claro que se aborrece de tais práticas e que abomina a última. Que fique claro que esta lista não é exaustiva, ou seja, não é completa. Existem certamente mais coisas que O aborrece, muitas delas, derivadas desses itens.
O primeiro item da lista são olhos altivos. Noutras palavras, são olhos elevados, arrogantes, orgulhosos, presunçosos. Deus condena a arrogância dos homens, pois isso contraria a sabedoria divina (PV. 8: 12 e 13; IS 2: 12 a 17; SL 18:27 e SL 101:5). Um dos alvos da vida cristã é vencer a altivez (SL 131), visto que Deus odeia o olhar altivo (PV 21:4). O verdadeiro cristão deve lutar diariamente contra sua tendência pecaminosa de ter olhar altivo, de achar que tem o controle da vida em suas mãos, que não depende de Deus para nada. Como são nossos olhos? Somos pessoas arrogantes? Cheias de nós mesmos? Achamos que controlamos nossa vida? O que tem olhar altivo aborrece ao Senhor.
ALEXANDRE PEREIRA BORNELLI

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Academia da santidade


Com a moda das academias de musculação se proliferando, a mais recente é a academia ao ar livre para o pessoal da terceira idade (ATI). Algo que tem acontecido em academias de musculação com certa freqüência é o fato de um jovem se matricular e já começar a orgulhar-se, desde já, de seus músculos a seu amigo que não quis matricular-se. O novato, somente com a confirmação da sua matrícula, já está festejando sua nova forma física, embora não tenha praticado nem mesmo um dia de treinamento. O outro vê isso e fica assustado com tal atitude, pois não viu qualquer diferença exterior, apenas em seu orgulho interior que o faz acreditar estar forte, quando ainda permanece fraco como sempre esteve. A única diferença, até agora, entre os dois amigos é que um é matriculado e o outro, não.
Para os cristãos existe a academia da santidade. Onde fomos “matriculados” por Deus, através da justificação, para praticarmos diariamente os exercícios para desenvolvermos a santidade. E, quantos de nós estamos nos gabando de estarmos vivendo em santidade, quando na realidade, estamos apenas matriculados na “escola” da santidade. Nem mesmo essa “matrícula” é mérito nosso. Foi Cristo, sem qualquer mérito e obra do homem, que nos colocou ali, através da justificação. O caminho de santificação exige cooperação do crente. A santidade, ao contrário da justificação, exige de cada crente um exercício diário nos “aparelhos” da oração, leitura Bíblia, participação das reuniões da igreja e da Ceia do Senhor, que a fortalecem e a desenvolvem. De nada adianta gabar-se por ter sido “matriculado”, justificado, sem que diariamente, pratique a santidade. Por um lado, todos que foram redimidos por Deus Pai, foram para sempre igualmente justificados. Ninguém, realmente salvo, é menos ou mais justificados do que o outro. Somos tão justificados quanto é John Piper, J. C. Ryle, Wiiliam Hendriksen, Mattew Henry, o ladrão da cruz, a mulher adúltera e qualquer mendigo alcançado pela Graça Soberana de Deus. Isto nos choca! Em Efésios 2:8 e 9 temos a resposta disso, quando lemos “porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie.” Um pouco antes, no capitulo 1:4, diz que “assim nos escolheu nele antes da fundação do mundo...”! Porém, quando o assunto é santificação, temos que analisar de forma diferente. Isso, porque na santificação existe nossa participação. A santificação é algo que admite crescimento e graus de intensidade em cada crente, o que não ocorre na justificação. É certo que não somos nós que nos santificamos, senão que participamos do processo do Espírito Santo de Deus, quando, justamente, vivemos com os meios de graça a poucos citados como práticas constantes em nossa vida. Ou seja, ninguém será santificado sem uma vida diária com Deus. Se por um lado não existe cristão menos ou mais justificado que outro, é certo que existe cristão menos e mais santificado. O grande teólogo reformado J. C. Ryle diz que “As Escrituras certamente nos ensinam que para seguir a santidade, o verdadeiro crente precisa exercer esforço pessoal e trabalho tanto quanto a fé (Gl. 2: 20, I Co 9:26; 2 Co 7:1; Hb 4: 11 e 12:1)”[i]. Isto quer dizer que você pode ter sido justificado, matriculado por Deus na academia da santidade, que é o propósito pelo qual fomos redimidos, mas não estar trilhando o caminho da santidade, não estar “malhando” com os exercícios que fortalecem a santidade pessoal. Pode estar contente por ter sido justificado, apenas, como o jovem que se contenta com a simples matrícula na academia. No entanto, a prova real dos que foram realmente justificados é que estão sendo, dia-a-dia, santificados, cooperando com o Espírito Santo de Deus, exercitando-se na santidade todos os dias (Hb 12:14). Não se trata de fazer força para ser certinhos, bonzinhos, educados, modestos, humildes, etc. Nossa participação diz respeito a permanecermos em Cristo (João 15), a obedecermos os seus mandamentos, andando na Verdade, arrependendo, lendo a Bíblia, etc.. Não é que precisamos dizer: “de agora em diante farei isso ou serei assim”. Não. Isto é moralismo e sua durabilidade é tão longa quanto uma neblina da manhã. O que devemos fazer é orar para que Deus nos capacite a usar os meios de graça: leitura da Bíblia, reunião da igreja, oração, para que através deles, nossa fé seja aumentada e uma vez aumentada, nos mantenha nos caminhos do Senhor que são santos. Santidade é caminhar pelos caminhos do Senhor, é falar, pensar, agir, viver para a Glória de Deus (I Co 10:31). E isto, não depende só de Deus, mas de cada um de nós também. A. W. Tozer já disse que “Santos sem santidade são a tragédia do cristianismo”. E J. C. Ryle novamente nos adverte dizendo: “O homem que professa ser um verdadeiro crente, enquanto se contenta com um baixíssimo grau de santificação, se é que tem algum, e que friamente diz que “nada pode fazer”, exibe um quadro lamentável, além de ser um homem muito ignorante.”[ii] Temos cooperado com a santidade ou temos sido causa dessa tragédia, de cristãos sem santidade?

Alexandre Pereira Bornelli
[i] J. C. Ryle, Santidade, sem a qual ninguém verá o Senhor, pag. 17
[ii] Idem, pag. 48,49

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Ponto frágil

Indubitavelmente, o pecado cometido descrito em Gênsesi 3, afetou toda a raça humana, conforme nos ensina a Palavra de Deus. Apesar do estrago geral no ser humano, tornando-o inimigo de Deus por natureza (Ef. 2), o pecado afetou-nos com mais profundidade em determinadas áreas. O Evangelho de Marcos (7:21) nos mostra a lista negra dos pecados que habitam no coração de todas as pessoas, quer pecadoras convertidas ou descrentes.
Entretanto, nem todos nós temos fragilidades nas mesmas áreas, embora sejamos, potencialmente, capazes de todo o pecado que possa existir. Somos potencialmente capazes de roubar um simples chocolate e também, de cometer um homicídio. Basta, para isso, que nos afastemos da comunhão com o Senhor. Podemos dizer então, que todos nós somos igualmente terríveis pecadores diante de Deus, embora não tenhamos praticado todos os pecados de que somos capazes. Isso precisa ficar claro para nós. Mesmo assim, cada um foi afetado em maior grau, e em determinadas áreas, ficando mais vulnerável em questões distintas. Por exemplo: Davi foi um homem valente, líder, guerreiro, mas foi um péssimo pai de família e sua vulnerabilidade ficou evidenciada em seu adultério. Noé foi obediente ao extremo ao construir a arca, mas embriagou-se no final da vida, dando péssimo testemunho. Eli era um sacerdote, mas seus filhos desprezavam ao Senhor. Pedro era homem corajoso, mas acovardou-se negando o Senhor, enquanto que Estevão foi apedrejado por não se acovardar.
Com isso, vemos que todos nós somos potencialmente covardes, adúlteros, homicidas, medrosos, etc, conforme a descrição de Marcos 7:21. Todavia, cada um de nós, e sabemos bem disso, temos um ponto mais frágil, que nos afeta com mais gravidade, algo em que constantemente caímos em tentação. Talvez para muitos, a bebida alcoólica não seja um problema real, mas quem sabe, a pornografia seja. Para outros, que são moralmente mais corretos, não seja uma luta tão árdua evitar a promiscuidade, enquanto que para outros, ela os têm cativado frequentemente. Quem sabe, cometer adultério não lhe seja uma tentação diária, mas, provavelmente, para alguns é um adversário a ser vencido constantemente. A glutonaria para certas pessoas é fácil de ser evitada, mas pode ser difícil vencer a cobiça. Os exemplos são muitos. Ninguém é melhor ou pior por fazer isso ou evitar aquilo.
O que devemos ter em mente diante de tudo isso é que somos todos, igualmente pecadores e carentes da Graça de Deus. Caso não tenhamos cometidos todos os pecados que temos lido e visto nos jornais atualmente, isso se deve única e exclusivamente à Graça de Deus que nos tem preservado, pois somos potencialmente capazes de cometer todos os pecados que temos visto pelo mundo. Somente nos resta então, orar ao Senhor para termos essa certeza que somos pecadores terríveis, com grande potencial para gabaritarmos na lista dos pecados descritos em Marcos. Na mesma oração, peçamos a Deus que nos sonde e nos mostre em quais áreas somos ainda mais vulneráveis, para que com a ajuda do Espírito Santo, reforcemos nelas, o nosso vigiar e orar. Afinal será, preferencialmente nessas áreas vitais, que o inimigo nos tentará com mais intensidade. Não se trata de dar atenção somente nestas áreas específicas, ma sim, reforçar nelas o cuidado.

Alexandre Pereira Bornelli

terça-feira, 6 de julho de 2010

Em tempos de copa do mundo

Quando o assunto é futebol, a conversa parece não ter fim. Em tempos de copa do mundo, então, o futebol toma proporções ainda maiores nas conversas de bar, clube, roda de amigos e final de culto nas igrejas evangélicas. Todo mundo tem um palpite, uma convocação melhor, crítica então, nem se fala. O fato é que o assunto vaza naturalmente na boca do povo. Nada há de errado nisso, desde que seja algo moderado.
Entretanto, o que dizer do silêncio que impera nas conversas entre os cristãos, especificamente falando, quando o assunto é santidade, justificação, perdão dos pecados, arrependimento, amor ao mundo, honestidade, mansidão, unidade, amor ao próximo e tantos outros? Para assuntos como estes, não há nem mesmo tantos pitacos, idéias, experiências a serem compartilhadas, não há vibração, entusiasmo, restando apenas um fúnebre silêncio que indica um desinteresse total sobre o assunto, fruto de uma vida cristã desnutrida. Observa-se isso quando acaba a reunião da igreja, onde foi exposta a Palavra de Deus. Neste momento, as pessoas disparam a falar sobre futebol, por exemplo. Quase que não há oportunidade para uma roda de 6 pessoas, de todos falarem tamanho o volume de idéias, criticas, observações que fazem. Todos ali estão munidos de argumentos porque leram na internet, jornais, escutaram nas rádios, viram e ouviram na TV repetidas vezes sobre as seleções, os melhores, piores de cada país, as jogadas polêmicas, chances de classificação, etc. Por isso que ao se encontrarem, sobram argumentos e lhes falta tempo para esgotar o assunto.
Fica claro então que o silêncio ou a falta de entusiasmo em falar das coisas do reino de Deus é resultado direto de um coração dividido. Não há como fugir dessa triste conclusão, pois a Bíblia mesmo diz que “a boca fala do que está cheio o coração”. Não há como dizer que temos um coração voltado pra Deus, arrependido, que busca ao Senhor se não falamos, conversamos, nos enriquecemos de assuntos bíblicos em nossas freqüentes conversas. Evidente que o cristão não tem que falar somente as coisas do Reino de Deus 24h por dia, para evidenciar um coração realmente convertido. Todavia, o assunto que deve naturalmente fluir e predominar entre os cristãos e ser motivo de entusiasmo maior deve ser sobre a vida eterna a salvação operada por Cristo. Porém, isso somente acontecerá se o nosso coração estiver realmente ganho e conquistado pela verdade do Evangelho. Afirmar o contrário é desacreditar nas palavras de Jesus.
Em tempos de copa do mudo, podemos falar de futebol, obviamente. Claro que podemos! Mas a questão que devemos nos perguntar é: só falamos disto? Falamos também e mais até, sobre as questões eternas? Com quais delas vibramos e nos alegramos mais: com a vitória do Brasil e a derrota da argentina, ou com o amor de Deus, a eleição, a vida do corpo de Cristo? Este é um bom termômetro que mede nossa espiritualidade.

Alexandre Pereira Bornelli – copa do mundo 2010.

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Não sejas sábio aos teus próprios olhos

“Não sejas sábios aos teus próprios olhos: teme ao Senhor e aparta-te do mal; será isto saúde para o teu corpo e refrigério para os teus ossos. " Pv. 3: 7 e 9


Temos aqui uma sentença fácil de entender, mas difícil de praticar. Não ser sábio aos próprios olhos não quer dizer que devemos ser ignorantes, burros ou algo assim. Antes, nos exorta a viver considerando todas as coisas à Luz da Palavra de Deus, não vivendo como se Deus não existisse ou, embora existindo, não tenhamos a necessidade da aprovação da Palavra de Deus para tudo que formos fazer. Esta exortação de Salomão proíbe de sermos orgulhosos, pensando que sabemos como viver neste mundo sem a total dependência de Deus. O pecado fez todos nós pensarmos que somos sábios por nossa conta. E este provérbio vem para destruir essa pretensiosa e pecaminosa maneira de viver. Adão e Eva pensaram que eram sábios aos próprios olhos ao rejeitaram a ordem de Deus, crendo que não teriam problemas ao comerem o fruto proibido. Quantos cristãos estão fazendo as mesmas escolhas hoje em dia por se julgarem sábios! Quando fazemos algo ou tomamos alguma decisão sem levar a Deus em oração, sem antes pedir sabedoria do alto para fazer a vontade de Deus, estamos sendo sábios aos nossos próprios olhos. Isto é algo que devemos ter em mente em cada atitude nossa, seja em nossos relacionamentos ou em nossa vida individual. Ser sábio aos próprios olhos é algo terrível. Na verdade, é pecado porque é orgulho. Todos os que vivem de forma sábia aos próprios olhos não temem realmente ao Senhor e não se apartam do mal. Observemos a construção gramatical do provérbio: “não sejas sábio aos teus próprios olhos: teme ao senhor e aparta-te do mal...”. Para que haja temor ao Senhor é preciso não ser sábio aos próprios olhos. Uma coisa exclui a outra. Os que temem ao Senhor não vivem de forma sábia aos próprios olhos, antes submetem todas as coisas à aprovação da Palavra de Deus, pois sabem que necessitam da indispensável atuação do Espírito Santo para tudo. Doutro modo, os que se julgam sábios aos próprios olhos não temem ao Senhor, porque vivem no seu dia-a-dia conforme sua própria vontade, escolhendo por conta própria seus caminhos, não deixando que Deus lhes mostre o certo e o errado, a maneira santa de viver e de agir, de comprar e vender, de se relacionar, de trabalhar etc. Tais pessoas não se preocupam com isso, pois se acham sábios o bastante para ter discernimento próprio sobre as coisas desta vida. São arrogantes e soberbos.
Consequentemente, os sábios aos próprios olhos não conseguem apartar-se do mal, pois não têm condições de discernirem a vontade de Deus sem a ajuda do Espírito Santo, visto que “há caminhos que ao homem parece reto, mas o fim deles é a morte” (Pv 14:12). Já os que temem ao Senhor e que, portanto, não são sábios aos próprios olhos, mas sim, aos olhos do Senhor, são libertos de muitos pecados justamente por temerem ao Senhor, por receber dEle, discernimento e sabedoria para viver a vida cristã com saúde e refrigério espiritual. Aos olhos de quem somos sábios: aos nossos ou aos de Deus?
Alexandre Pereira Bornelli

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Fé como um grão de mostarda

No Evangelho de Mateus capítulo 17, verso 20, lemos: “E lhes respondeu: Por causa da pequenez da vossa fé. Pois em verdade vos digo que, se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a este monte: passa daqui para acolá, e ele passará. Nada vos será impossível”. Os discípulos lhes perguntaram porque não conseguiram expulsar o demônio do jovem lunático e então, verso 20, lemos o desabado de Jesus, devido a incredulidade e o fracasso dos discípulos.
Certamente há muitas lições nesta rica passagem bíblica, mas enfocaremos apenas nos aspecto da fé pequena, que foi tida como menor do que um grão de mostarda. Menor, porque Jesus disse “se tiverdes fé como um grão de mostarda...”, ou seja, eles nem mesmo tinham a fé como o grão de mostarda! Olha que Jesus estava falando aos discípulos, homens que estavam andando com Ele e que já tinham conseguido expulsar demônios em outras ocasiões, pois tinham recebido poder para isso (Mt 10:1).
Fé é um dom de Deus (Ef. 2:8)! E, como todo dom, precisa ser exercitado, colocado em prática, testado, provado. Pensemos no maior exemplo bíblico de fé. Abraão recebeu o título bíblico de pai da fé! Porém, será que a fé de Abraão já nasceu grande, ao ponto de já ter sido chamado pai da fé logo no inicio de seu chamado? Evidentemente que não. Afinal, Deus falou para ele sair da terra e da parentela (Gn 12). De início ele não saiu nem da terra e nem da parentela, obedecendo tal ordem somente um tempo depois. Em outro momento, Abraão mentiu sobre sua esposa Sara, dizendo ser sua irmã. Ainda, em falta evidente de uma grande fé nas promessas de Deus, de certa forma duvidou que poderia ter um filho com Sara, mesmo Deus afirmou que teria. O resultado dessa falta de fé foi que arrumou o filho da pressa, chamado Ismael, com sua criada. Pagou caro por isso. Nesses erros e fracassos, Abraão foi arrependendo-se e aprendendo a depositar sua fé nas promessas de Deus e a esperar em Deus. Sua fé, certamente inicialmente menor que um grão de mostarda foi crescendo num ambiente ideal para seu desenvolvimento, no terreno das promessas de Deus. Após longo período, muitos fracassos, decepções e arrependimentos, quando realmente recebeu o filho da promessa, Isaque, Deus provou o seu coração e sua fé ao máximo, lhe pedindo que sacrificasse Isaque (Gn. 22). Que luta certamente Abraão teve quando recebeu a ordem! Mas, sua fé já tinha sido muito fortalecida nesse Deus soberano a amoroso. Então, sua fé que já não era uma simples semente de mostarda, mas sim uma grande árvore devido ao tempo e ao terreno onde foi cultivada, foi evidenciada e Abraão estava pronto a sacrificar seu filho não sabendo se Deus o livraria, mas crendo que poderia até mesmo ressuscitá-lo. Sabemos o fim da história. Uma voz do céu lhe disse: “Agora sei que temes a Deus, porquanto não negasto teu filho, teu único filho” (Gn. 22:12). Então, o Senhor o livrou desse ato. Isto, porque Deus queria definitivamente o coração de Abraão e não, o seu filho. Deus não tem prazer em tirar algo de nós, simplesmente por tirar. O que Ele quer é ganhar mais o nosso coração, é nos mostrar o quanto tememos a Ele!
Aprendemos que todos nós, assim como o Pai da Fé, recebemos uma fé menor do que um grão de mostarda no início de nosso chamado. Mas, ela não pode e nem deve ser desprezada. Antes, precisa ser cultivada no ambiente da Palavra de Deus, das promessas divinas, para que cresça e se fortaleça. Afinal, fé como grão de mostarda, apesar de ser pequena, em razão de seu ininterrupto e vital contato com seu ambiente nutritivo na Palavra de Deus, cresce cada vez mais até se tornar uma árvore muito grande. Foi esse crescimento que vemos na vida de Abraão. Fé como semente de mostarda é o tipo de confiança em Deus que não desiste imediatamente nem cede ao desespero quando seus esforços não alcançam êxito imediato. Ao contrário, ela mantém sempre contato com Deus e, portanto, continua a orar, sabendo que Deus, em seu tempo e modo próprios, fará a Sua vontade. Diante disto, pensemos no tamanho que está a nossa fé? Tem algum “Isaque” em nosso coração que Deus precisa retirar para evidenciar a quem amamos mais? Nossa fé é medida pela nossa obediência e temor à Palavra de Deus.
Alexandre Pereira Bornelli

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Que faremos?

A pregação cristocêntrica está em falta na maioria das igrejas evangélicas. O que se tem ouvido em muitos púlpitos é uma pregação antropocêntrica, que exalta o homem, sob o rótulo de Palavra de Deus. Trata-se de uma mensagem de auto-ajuda, regada a esforço próprio para produzir obras da carne, gerando frutos carnais para a glória humana. A colheita final pode ser muita coisa, menos transformação de vida, arrependimento e santidade nos ouvintes, que, neste caso, saem estimulados a continuarem na mesma vida, com os mesmos hábitos e o que é pior: crendo que Deus aprova tal conduta. São raras as pregações que abordam a malignidade do pecado, a necessidade de arrependimento, a realidade do inferno, a necessidade da santidade, integridade, transformação, etc. Afinal, isto não dá audiência desejada, não enche os bancos denominacionais, o que pode levar a demissão de alguns pastores pelo possível esvaziamento dos cultos e até, a falência financeira da igreja pelas poucas ofertas dos poucos membros remanescentes. Então, a estratégia de muitos pastores é a mesma usada para as questões seculares. Pois, se todo artista tem que ir onde o povo está, conforme diz uma famosa canção secular, o pastor moderno deve pregar o que o povo quer ouvir e não, o que o povo precisa ouvir. E é isto o que tem acontecido em muitos lugares. Pastores pregam uma mensagem relaxante, engraçada, de auto-ajuda e as pessoas, ao ouvirem, saem felizes por terem sido massageadas em seu ego, mas piores espiritualmente, do que quando entraram. Para muitos, a escolha para em que lugar se reunir atualmente não é por ouvir a Verdade do Evangelho. Escolhem freqüentar cultos por conveniência. O critério é: “sentirei bem ali? Serei, de alguma forma, confrontado, exortado, questionado ou orientado a rever meus valores, confessar pecados, a abandonar certas práticas? Não quero isto. Já me desgasto demais durante a semana com a profissão. Preciso ouvir uma pregação descontraída, sobre um Deus que me entende, faz tudo por mim, e que deixa que eu viva do meu jeito.” Tais reuniões não passa de uma terapia de grupo. Por ouvirem um evangelho adulterado, misturado com idéias humanas, os não instruídos seriamente na Palavra saem da reunião mais confiantes em si mesmos do que quando entraram, quando o biblicamente correto seria justamente o contrário. Em tais lugares não há arrependimento e sim, divertimento e entretenimento. E os cultos lotam a cada domingo e as pessoas continuam as mesmas de sempre. É o famoso me engana que eu gosto, na versão gospel.
No entanto, qual é a atitude de quem ouve a genuína Palavra de Deus? É sair satisfeito consigo mesmo? É ficar ainda mais autoconfiante? É sentir-se importante? Vejamos a reação do povo após a pregação de Pedro em Atos 2:37 e 38: “Ouvindo eles estas coisas, compungiu-se-lhes o coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos, irmãos? Respondeu-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo”. Já nos perguntamos – que faremos? – diante da verdade do evangelho que ouvimos? Qual evangelho será que Pedro pregou? Leiamos Atos 2:14 a 36. Foi o evangelho de Cristo, que fala de pecado, necessidade de arrependimento e salvação? Ou, foi uma mensagem de auto-ajuda, da sua própria cabeça, que divertiu os ouvintes, exaltou o pregador e fez todos saírem autoconfiantes? Como as pessoas ficaram depois de ouvir a pregação de Pedro? Melhores, cheias de si mesmas, arrogantes? Terminaram de ouvir e foram conversar de outra coisa, se distraírem? Foram logo pra casa para continuar a mesma vida? Vemos que não. A primeira coisa que os ouvintes de Pedro fizeram foi demonstrar um temor pelo que ouviram. “Que faremos, irmãos”, foi a pergunta que não se calava. A Palavra os confrontou e lhes mostrou a necessidade urgente de mudança. E Pedro, homem sério, ao invés de “passar a mão na cabeça dos ouvintes” para adquirir popularidade, os instruiu como poucos pastores hoje em dia teriam a coragem de fazer, lhes dizendo: arrependei-vos.
A conclusão que chegamos é que a Palavra de Deus sempre exige de nós arrependimento. Ninguém pode ouvir a Palavra e sair mais cheio de si do que já estava. Deve haver um confronto da Verdade ouvida com a nossa vida, nos levando a repensar nossos valores, prioridades, com o fim de nos levar ao arrependimento. Observemos que os ouvintes de Pedro pensaram em si próprios, que faremos, foi a pergunta e, não, o que farão? E nós, pensamos que a mensagem foi para nosso cônjuge, filho, patrão, para aquele tal irmão, menos para nós?A Palavra sempre exige de nós arrependimento. Não há nada mais correto, biblicamente falando, do que buscar graça de Deus (Rm. 2:4) para arrepender-nos a cada pregação ouvida, a cada vez que a Bíblia é lida. Podemos até chorar, nos emocionar, comentar a respeito da mensagem pregada, dizer que foi maravilhosa tal pregação, mas, sem arrependimento não há transformação. Que faremos, irmãos? Clamaremos por arrependimento ou, nessa vida morna continuaremos?
Alexandre Pereira Bornelli

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Milhagens celestiais

A moda é acumular pontos com os gastos no cartão de crédito para trocar as milhagens por passagens aéreas e viajar de graça. Ao receber o extrato do cartão, a maioria nem confere o tanto que gastou e nem, se o gasto foi em coisas supérfluas ou necessárias. Querem gastar para somar pontos e trocar por passagens aéreas. Verificam quantos pontos acumularam naquele mês, quantos pontos possuem no total e para qual cidade é possível viajar com a quantidade de milhas acumuladas. Gastam sem problemas, desde que ganhem pontos para trocar por passagens aéreas. É um negócio.
O problema surge ou, se potencializa, quando este hábito passa para a vida cristã. Muitos cristãos vão às reuniões da igreja, acampamentos, ofertam, ajudam ao próximo, oram, jejuam, fazem sacrifícios de todos os tipos com a motivação de acumular pontos no céu e receber bênção de Deus. Para esses cristãos, o relacionamento com Deus é um comercio. Cada ida à reunião da igreja, cada oração feita, todo centavo de oferta, jejum, leitura bíblica etc, é um sacrifício que vale à pena pois entendem que com isso, estão acumulando pontos com Deus para trocar por bênçãos terrenas. É como se eles fizessem a parte deles e agora, Deus está obrigado a fazer o que julgam merecer. No fim do mês, contabilizam as obras que fizeram (segundo entendem) e esperam saber quantos pontos acumularam no céu e quais benefícios têm direito. Querem ver seu "extrato celestial" para trocarem por bênçãos materiais, graças a tantas obras e sacrifícios realizados naquele mês. E, no mês seguinte recomeça a negociação.
Porém, neste caso, ao contrário do cartão de crédito, a pontuação não vem. O que vem então, como resultado desta crença errada em um Deus negociante, é: amargura, decepção, esgotamento espiritual e murmuração. Muitos dizem: "Deus não foi justo comigo, fiz tanto para Ele e não recebi nada por isso". E, continuam seu pobre discurso: “Tudo bem, eu não faço isso, não faço aquilo, e faço isso e aquilo, mas quero minha recompensa, minha bênção financeira, minha cura, algum benefício material e físico”. Tais pessoas não buscam relacionamento pessoal com Deus, mas tão somente relacionamento comercial, uma vida de negócios com o Criador. Jamais devemos pensar assim, afinal este não é o Deus das Escrituras. Deus em nenhum momento nos prometeu um relacionamento lucrativo, materialmente falando. Ao contrário, deixou bem claro que seríamos perseguidos, odiados e que teríamos aflições no mundo (Jo. 16:33). Qual a saída desta visão errada de Deus? É preciso entendermos que a maior bênção por servirmos a Deus, e de fato ela existe, é sermos desarraigados deste mundo perverso, sermos transformados ao caráter de Cristo e receber dEle, todo o conforto e amparo para enfrentar as lutas desta vida passageira.
Precisamos resgatar o chamado divino para andarmos com Deus em relacionamento pessoal. Qualquer tipo de troca, negócio ou lucro por estarmos servindo ao Senhor deve ser excluído da nossa mente, por estar fora das Escrituras. Não há pontos acumulados, não há direitos a bênçãos terrenas a ser recebida por termos feito isso ou aquilo. Não há negócio com Deus. Relacionamento pessoal e santificador é o que Ele requer de nós. Isto, por causa dEle mesmo, como resposta ao Seu amor, como gratidão por tão grande salvação, ainda que esse relacionamento não nos dê lucros e novas oportunidades lucrativas nesta vida. Afinal, foi para servirmos ao Senhor com alegria (Sl 100) e para andarmos com Ele em intimidade e integridade que Ele nos chamou.

Alexandre Pereira Bornelli – abril 2010

terça-feira, 6 de abril de 2010

Dez lições do amor de Deus.

Deus é amor. A Bíblia é enfática ao afirmar isto e todos nós somos testemunhas dessa verdade em nossas vidas. O ápice do amor de Deus foi ter enviado seu único filho para morrer pelos nossos pecados (João 3:16). Todavia, há outra evidência inquestionável do amor de Deus pelo seu povo: os dez mandamentos.
Todos nós que nascemos de novo podemos afirmar que já recebemos uma carta de amor de Deus. Uma carta que expressa o mais profundo cuidado e amor de Deus por cada área da nossa vida. Esta carta está em Êxodo 20: 1 a 17. Cabe-nos perguntar: enxergamos os 10 mandamentos como uma carta de amor de Deus? Ou, para nós eles são como uma carta-bomba, dada para acabar com a nossa felicidade? Você que já é pai ou mesmo você que ainda é filho, consegue associar as regras da sua casa que você impõe ou que são impostas à você, como um ato de amor? Seríamos amados se pudéssemos fazer tudo o que tivéssemos vontade, na hora e quando quiséssemos? Certamente que não. Outro exemplo. Como motoristas, como avaliamos as placas de sinalização, aquelas que nos permitem correr somente até 80 km/h? E as outras que nos proíbem a ultrapassagem? E os radares, etc? Conseguimos concluir que elas, antes de qualquer outra coisa, nos protegem que servem para deixar nossa viagem mais segura?
Com os mandamentos de Deus é isso que acontece. Deus, ao nos salvar, não nos deixou (graças a Deus por isso!) à deriva para viver do jeito que acharmos melhor. Não podemos ir vivendo, caminhando, casando, estudando, namorando, nos divertindo como achamos melhor. Não! Deus certamente não nos amaria tanto se nos deixasse viver por conta própria. Então, como um ato puro de amor, Ele nos deu, especificamente, os 10 mandamentos, que é indubitavelmente, uma prova irrefutável do seu grande amor por nós. É como um pai que, por saber que por o dedo na tomada leva-se um choque, fala ao filhinho para não mexer ali. Ele poderia ficar quieto, mesmo sabendo do perigo, e deixar seu filho descobrir por conta própria a dor. Mas, que amor seria esse? Mas, por saber o que faz mal ao filho e por amá-lo tanto, esse pai diz ao filho para não colocar o dedo na tomada pois irá fazer mal a ele. Nesta linha de raciocínio, pensemos agora porque Deus, por exemplo, já no primeiro mandamento (Ex. 20:1-3), deixou claro para não termos outros deuses diante dele? Isso é amor de Deus? Sem dúvidas que sim. É simplesmente porque Ele quer ser, de fato, o nosso Deus. Afinal, Ele sabe que fomos criados somente para Ele, para O adorar e que, portanto, não encontraremos alegria e satisfação em outro deus. Não foi para estragar nossa alegria, como muitas vezes cremos. Ao contrário, foi para nos fazer alegres que Ele disso para não adorarmos outros deuses. Ele sabe que isso nos faz mal. E assim é com todos os demais mandamentos. Quer amor maior do que esse?
Portanto, quando lemos os 10 mandamentos sob essa ótica, lemos uma verdadeira carta de amor enviada por Deus para cada um de nós. Afinal, Ele sabe que adorar outros deuses, cobiçar, matar, fazer imagens, tomar o nome de Deus em vão, furtar, adulterar, dizer falso testemunho, não ter um dia para descanso é algo terrível e fatal para nós. Ele sabe disso! E, justamente, por saber disto, foi que Deus deixou por escrito toda a Sua Palavra como uma carta de amor e, especialmente, os dez mandamentos, para que pudéssemos ler e obedecer para a nossa maior e completa alegria nesta vida. Observemos que crer que os mandamentos de Deus são uma carta de amor à nós, retira de nós toda e qualquer murmuração por não podermos fazer determinada coisa que, porventura, desejávamos. Pois, murmurar não é algo inerente somente aos velhos, mas aos jovens também, desde que vejam a Bíblia e os mandamentos como regras para deixar a vida chata, como um “estraga-prazer” vindo de Deus. Entretanto, quando vemos gotas do amor de Deus por nós em cada mandamento, querendo nos preservar e tornar nossa vida mais segura, feliz e seu nome glorificado, então paramos de murmurar e começamos a orar agradecendo a Deus pela carta de amor que Ele nos deixou.

Alexandre Pereira Bornelli
P.S – Para aprofundar no assunto, leia o livro - A Ternura dos Dez Mandamentos – Ron Mehl.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Aquele que tem

Já reparou que as preocupações que temos, geralmente são resultados de coisas que possuímos, seja direta ou indiretamente? Observe isto em sua vida.
Aquele que tem Ações na Bolsa de Valores, se preocupa com a oscilção do mercado financeiro.
Aquele que tem veículo, se preocupa com o preço do combustível.
Aquele que tem algum problema de saúde, se preocupa em ir ao médico.
Aquele que tem alergia alimentar, se preocupa com o que vai comer.
Aquele que tem bens materias, se preocupa com suas desvalorizações.
Aquele que tem o Espírito de Deus, esse é de Deus e somente esse, se preocupa com o pecado e com a busca pela santificação.
Portanto, aquele tem o Espírito de Deus, vive para Deus, ainda que possa pecar, mas busca o arrependimento genuíno porque não quer desagradar ao seu Deus. Em contrapartida, aquele que vive a vida de qualquer jeito, sem se preocupar se está obedecendo e agradando a Deus, este não foi ainda, alcançado por Deus. Pois, todos os que por Ele foram alcançados, se preocupam em não pecar, desobedecer e, consequentemente, com o arrependimento e a busca pela santidade. Quem se preocupa com o pecado é porque é nascido de Deus, é porque recebeu a Jesus como Senhor e Salvador da sua vida. Pois, para os que não foram salvos por Cristo (João 3:3), a preocupação com o pecado e a luta pela santidade não faz o menor sentido. Um dos termômentros para saber se uma pessoa é salva ou não, é o quanto ela se preocupa em obedecer em todas as áreas da sua vida.

Alexandre P. Bornelli

sexta-feira, 12 de março de 2010

A vida não é agora

Bons amigos são bênçãos de Deus! Recentemente, conversando com um grande e verdadeiro amigo de longa data, refletimos juntos sobre as mensagens contrárias a Palavra de Deus que este mundo tem passado aos cristãos através de seus meios de comunicação. Tais mensagens são barreiras contra nossa caminhada pela santidade e obediência ao Senhor, embora muito atrativas. O papo foi curto, mas muito produtivo e profundo. São ótimas amizades assim que nos estimulam a cultivá-las, pois beneficiam nossa vida cristã.
A frase que ficou marcada nessa conversa foi - a vida não é agora. Por si só, a frase já nos faz pensar muito. Afinal, o que escutamos e somos bombardeados constantemente é no sentido contrário, ou seja, que a vida é agora. "Porque a vida é agora", esse é o slogan da propaganda de um famoso cartão de crédito. Discordo, embora muitas vezes ainda viva como se a vida fosse somente agora. Esse slogan - a vida é agora, é algo fortíssimo em todos nós. É difícil não fazer determinada coisa que não tenha prazer momentâneo, que não seja para agora, independente de ser de acordo ou não com a Palavra de Deus. É isto que tem levado muitos jovens às drogas, prostituição, bebedeiras, etc. Vemos muitas pessoas vivendo como se a vida fosse somente agora e não estão tendo sérios problemas com isso (por enquanto). Vivem satisfazendo seus desejos carnais e parece tudo estar indo bem. Portanto, dizer a um jovem que viver a vida somente como se fosse agora faz mal, não é argumento capaz de tirar ninguém deste perigoso caminho. Um forte argumento a combater este estilo de vida é justamente dizer o contrário deste slogan, ou seja, a vida não é agora. Viver a vida agora é somente fazer o que o coração natural deseja, desconsiderando a Bíblia que trata muito das coisas que hão de vir. Ao contrário, viver a vida como não sendo somente agora, nos faz crer nas promessas da Palavra de Deus. Diz o mundo em suas propagandas e meios de comunicação, quer praticar sexo? Pratique livremente. Quer ir pra bebidas e drogas? Então vá. Deseja viver na promiscuidade? Bom proveito. Afinal, a vida é agora. Uma vida assim, inegavelmente, traz prazer à carne natural. O fato é que se acreditarmos que a vida realmente é agora isso, necessariamente, trará sérias consequências. Porém, diz Romanos que "os que estão na carne não podem agradar a Deus". Uma das consequências trágicas é que temos que viver segundo os desejos do nosso coração, pois se a vida é agora, o que importa é curtir o máximo tudo que temos vontade, tudo que nosso coração deseja, não importando se está desacordo com a Palavra de Deus. A Bíblia, porém, nos exorta sobre o nosso coração ser corrupto e enganoso (Jer. 17:9). A outra consequência séria é que se a vida é mesmo agora, então pra quê a fé? Segundo a Bíblia (Hb 11:1), "fé é a certeza das coisas que se esperam, a convicção de fatos que não vêem." Esperar o que se a vida é agora? Veja como é sério pensarmos e vivermos como a vida sendo agora! Outra consequência é o desprezo pela santidade. Ora, viver buscando a santidade com a visão de que a vida é agora é uma incoerência e até um desperdício de tempo. Santidade pra quê se a vida se resume apenas nesse corpo? Vou viver me privando se a vida é agora? Eu não. Agradar ao Senhor com uma vida santa se a vida é somente agora é algo insano. Caso creiamos mesmo que a vida é agora, então desprezaremos a luta contra o pecado. Aproveitem, porque a vida é agora! Pecado? Nem pense nele. Pense somente que a vida é agora, sua chance de ser feliz é agora, comprando, vendendo, viajando, curtindo a juventude do jeito que quiser, nas bebidas, drogas, promiscuidade, etc. Não lute contra esses prazeres, ao contrário, se entregue a eles, pois a vida é agora e você irá perder seu tempo se não viver assim. Teríamos outras consequências, mas estas apenas bastam para nos fazer pensar e refletir.
Entretanto, a Palavra de Deus nos exorta ao contrário, de que a vida não é agora. Vejamos o exemplo de Moisés em Hebreus 11:25. Diz o texto que “pela fé Moisés, quando já homem feito, recusou ser chamado filho da filha de Faraó, preferindo ser maltratado junto com o povo de Deus a usufruir os prazeres transitórios do pecado, porque considerou o opróprio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do Egito, porque contemplava o galardão”. O que é isto senão crer que a vida não é agora! Moisés foi tentando a viver somente o agora, pois tinha riquezas do Egito ao seu dispor, era neto de Faraó. Imaginem! Mas, para ele a vida não era agora. Ele desprezou o agora, para viver pelo porvir, de olho do galardão! Para Moisés, a vida do porvir era a verdadeira vida que ele perseguia. Outra exortação das Escrituras está em Eclesiastes 11:9, quando traz o alerta aos jovens dizendo: "alegra-te jovem na tua juventude, e recreie-se o teu coração nos dias da tua mocidade; anda pelos caminhos que satisfazem o teu coração e agradam aos teus olhos; sabe, porém, que de todas estas coisas Deus te pedirá conta". A primeira parte deste versículo que vai até a palavra "porém" representa a vida agora. Faça, viva, curta o que quiser. A seguda parte, trata a respeito da verdade que a vida não é agora. Ou seja, haveremos de prestar contas a Deus. Isto nos levar a viver hoje para uma vida do porvir. Viver a vida do jeito que quer e que agrada aos olhos é o mesmo que crer que a vida é agora. Não importa as consequências. Não faz mal se é desobediência a Deus, afinal, se é bom, gostoso e curtição total, é bom porque a vida é agora e não depois.
Viver a vida como sendo agora é não pensar em consequência nenhuma, é desprezar, dar de ombros, rir sarcástica e cinicamente do que a Bíblia nos adverte sobre o futuro, de que haverá novos céus e nova terra e do julgamento de Deus. De outro modo, viver esta vida pensando no porvir, na volta de Cristo, que prestaremos contas de tudo a Ele é viver em obediência à Palavra de Deus. Isto é ir contra a vida somente agora. A vida como se fosse somente o agora, traz prazer, mas também traz a morte espiritual. Vivamos agora, mas plantando cada atitude para o futuro, com a certeza de que prestaremos contas a Deus. Isto faz toda a diferença. .
Alexandre Pereira Bornelli

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Vestir e Investir

A preocupação, ou, ocupação prévia, sempre foi um dos terríveis adversários dos cristãos. Devido ao pecado que ainda habita em nós, permanecemos ainda desequilibrados, ora ociosos, ora ansiosos. Esta guerra contra a ansiedade destrói muitas mentes, retirando a paz e a gratidão pela vida, que é dom de Deus.
Jesus sabendo que somos ansiosos, fez questão de registrar em no Evangelho de Mateus (cap. 6) que não devemos permanecer assim, nem pelas questões do dia-a-dia. A Palavra de Deus nos exorta a não andarmos ansiosos nem com o que nos vestir (Mt 6:25), que é algo básico da vida. A maioria, vive ansiosa com investimentos financeiros, o que comprar, vender, lucrar etc. Ora, se Deus não quer que vivamos ansiosos nem com o que vestir, quanto mais no que investir. Muitos cristãos têm perdido noites de sono, bem como a alegria na vida simples, por estarem ansiosos e sobrecarregados com os cuidados deste mundo. Vivem com suas mentes contabilizando lucros e perdas a todo instante, compromentendo seu tempo, saúde, vida com Deus e vida familiar. Vivem ansiosos no que, onde e como investir seu dinheiro e deixam de investir seu tempo em busca da Santidade. Se, materialmente, não devemos nos nos preocupar com o que nos vestir, muito menos, no que investir. Certo é que podemos fazer investimentos financeiros, mas eles não devem ocupar nossa mente, vontade e emoções a ponto de sufocar nosso amor, esperança e santidade a Cristo. Nosso maior investimento é no Reinos dos Céus. Esse investimento sim, deve ocupar nossa vida, vontade e tudo mais. Que possamos investir nossas vidas em amar a Deus de todo o nosso coração, alma e entendimento.