PENSAI NAS COISAS DO ALTO

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

E agora, José?

Juventude e compromisso com Deus parecem, para muitos de nós, coisas inimigas. Temos dificuldade em crer ser perfeitamente possível viver a juventude de forma normal mantendo, ao mesmo tempo, a fé, santidade e a intimidade com Deus. É possível aproveitar a juventude sem prejudicar nossa vida cristã e vice-versa?

Em Gênesis cap.37 e 39 vemos, com o exemplo do jovem José, que podemos desfrutar da juventude sem abrir mão da nossa vida pessoal com Deus, apesar das tentações diárias inerentes desta fase da vida. Considerando que a história de José é conhecida de todos nós, podemos extrair dela algumas preciosas lições, dentre muitas outras. Primeiramente, no relato bíblico dos capítulos 37 39 de Gênesis lemos várias vezes a afirmativa: “E Deus era com José”. Mas, como pode alguém tão jovem e após ter sido vendido como escravo por seus irmãos, desfrutar de uma companhia tão íntima assim com Deus? Por qual razão Deus era com José? Ele conseguia ser jovem e permanecer firme em sua fé sem se contaminar com o mundo? A Bíblia nos responde em Isaías 57: 15, a razão de Deus ser com o jovem José: “Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a eternidade, o qual tem o nome de Santo: Habito no alto e santo lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos, e vivificar o coração dos contritos.” José tinha um coração contrito, que temia a Deus, ou seja, quebrantado e obediente ao Senhor. Em segundo lugar, vemos a fidelidade de José para com Deus. Devido a permanência diária de José, como escravo, no palácio de Potifar, começaram a surgir alguns inconvenientes em sua vida pessoal. Iniciou-se então a sedução diária e persistente da mulher de seu senhor, para que ele se deitasse com ela. Diariamente, segundo o cap. 39, José recebeu tal convite: “deita-te comigo”. O pecado o chamava incansavelmente a todo instante. Certamente, em determinados momentos, seu senhor estava longe, ausente e seria fácil para o jovem atender a ordem da mulher. Ele estava ali como escravo! Mas, não nos esqueçamos que José, apesar jovem, era temente a Deus! Contudo, provavelmente José teve lutas para não cair em tentação, afinal era humano. Naturalmente, José estava no lugar propício para pecar. Era necessário tão-somente dizer sim à mulher. Que tentação! Que luta certamente passou José naquele momento. Mas ele não cedeu ao convite. Foi íntegro e fiel a Deus. Preferiu obedecer e não pecar contra Deus em detrimento do prazer momentâneo e carnal. Ante a resistência de José em atender seus convites pecaminosos, a mulher não mais aguentou e quis pegá-lo à força. Assim diz o verso 11, que José certo dia foi resolver os negócios de seu senhor e ninguém dos de casa se achavam presentes e então ela, a mulher de Potifar, pegou-o pelas vestes para se deitar com ele. José, imediatamente fugiu. Fugir numa situação desta? Ou José foge ou então, se rende. E agora, José? Desta vez, o Jovem José não disse nada, não tentou explicar nada à mulher. Muito menos quis provar que era homem (no sentido sexual) pra ela. Ao contrário, José provou que era um verdadeiro servo de Deus, isto sim! Ele tão somente fugiu. Para muitos de nós, José foi até covarde, medroso e infantil ao fugir. Afinal de contas, muitos pensam, correr de mulher? Mas José tinha sua mente em Deus. Sabendo da inclinação pecaminosa da sua carne, não quis dar a ela qualquer chance de sobrepor-se à sua santidade e pensou: ou fujo, ou peco. Preferiu fugir. Diante dos homens, certamente um fracassado e um medroso; mas diante de Deus, um servo bom e fiel. Aquele jovem não cedeu à sua vontade carnal. Preferiu fazer o que era reto perante Deus. Disse José à mulher de seu senhor, verso 9: “Ele não é maior do que eu nesta casa, e nenhuma coisa me vedou, senão a ti, porque és sua mulher: como, pois, cometeria tamanha maldade e pecaria contra Deus?”. Para José, Deus estava em primeiro lugar. Sua mente o alertava para Deus. Ele sabia que todo pecado ofende primeiro a santidade de Deus. O que de fato o preservou de pecar, não foi outra coisa senão o fato de Deus ser com ele.

José amava realmente a Deus e provou isto fugindo do pecado e dizendo: “pecaria eu contra Deus?” Agora podemos entender a exortação do Apóstolo Paulo ao jovem Timóteo: “Foge, outrossim, das paixões da mocidade. Segue a justiça, a fé, o amor e a paz com os que, de coração puro, invocam o Senhor. (II Tm 2:22)” Temos fugido das paixões da mocidade e dos pecados que tenazmente nos assediam, como fez José? No caso de José foi a mulher de Potifar que o tentou a pecar. Mas, há inúmeras tentações, não somente sexuais, que nos rondam a todo instante querendo nos fazer pecar contra Deus. Lembremos que todo e qualquer pecado é, primeiramente, contra o nosso Deus. Lembremos também, que José e Timóteo viveram a sua juventude de maneira digna do evangelho de Cristo. Eles fugiam do pecado. Eles eram pecadores como nós, eram tentados como nós, mas fugiam do pecado constantemente. Portanto, não basta apenas nos intitularmos jovens cristãos e descansarmos nisto. É necessário um coração contrito, um espírito abatido, um coração que busque ao Senhor e que não abra mão da Sua palavra por nada, por convite algum deste mundo. É necessário fugir do pecado e dos lugares que nos induzem a pecar. É preciso evitar muitas amizades, programas, lugares para não pecar contra nosso Deus. Assim viveu José e assim podemos viver hoje também. Muitas vezes estamos a sós com a tentação, como José esteve. Porém, José amava e tinha temor a Deus. E não foi outra coisa, senão seu temor a Deus, que o guardou de cometer tal pecado. Não pensemos que intimidade com Deus é algo para experimentarmos somente na fase mais adulta ou mesmo na velhice. Não. Todos nós fomos chamados para viver como José, fugindo do pecado por amor ao nosso Senhor.

Alexandre Pereira Bornelli

2 comentários:

Oliveira disse...

Caro colega

Do meu ponto de vista, ficou bem melhor assim com os textos bíblicos transcritos no meio do teu próprio texto, e destacados em itálico.

Sobre a reflexão em si: irretocável.
Gostei muito.

Um abraço

Anônimo disse...

``Diante dos homens, certamente um fracassado e um medroso; mas diante de Deus, um servo bom e fiel.´´
É muito dificil tomarmos essa decisao de sermos vistos como fracassamos pelos homens, ao inves de ser um bom servo diante de Deus.