PENSAI NAS COISAS DO ALTO

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Más amizades, boas encrencas.

Num texto anterior – “Diga-me com quem andas, na universidade”, publicado neste mesmo blog, me referi especificamente ao problema das amizades feitas nas universidades. Porém, nesta reflexão, a intenção sobre o perigo das más companhias em qualquer fase da vida e das más conversações que resultam delas.
Iniciemos com o texto Paulo em I Coríntios 15: 33, que diz: “as más conversações corrompem os bons costumes”. Más conversações, neste caso, são assuntos contrários aos ensinamentos da Palavra de Deus. De onde vem esta má conversação, senão, via de regra, de uma má amizade? Primeiramente, não devemos confundir amizade com um simples relacionamento. Evidente que, como cristãos, temos que nos relacionar com pessoas não cristãs. Contudo, sejamos exigentes, cautelosos e atentos ao escolher nossas amizades. Este assunto é muito sério e deveria ocupar grande parte de nossa reflexão no dia-a-dia É muito difícil ter uma má amizade e não ter uma má conversa que corrompa, aos poucos, nossos valores espirituais. É isto que o grande teólogo J. C. Ryle, diz com imensa sabedoria e simplicidade, em seu livro Uma Palavra Aos Moços, Ed. Fiel, pag. 52: “Bons amigos estão entre as maiores bênçãos que podemos ter. Eles podem nos afastar do mal, animar-nos em nosso caminhar, dar uma palavra no tempo apropriado, levar-nos a pensar nas coisas do alto e a continuar avante na carreira cristã. Mas, um mau amigo é um verdadeiro infortúnio; é um peso que continuamente nos puxa para baixo e nos prende às coisas terrenas.” Não se iluda, se você cultiva uma má amizade, você está sendo mais influenciado por ela, do que pensa estar influenciando com sua postura cristã. Não pense você que consegue conviver ao lado de uma má companhia, sentar-se ao lado dela, partilhar momentos juntos, ir a lugares juntos, falar de coisas comuns sem que esteja sendo enredado e seduzido por sua malignidade que, muitas vezes, está muito bem camuflada com uma roupagem inofensiva. O mesmo Ryle diz logo em seguida: “Mantenha amizade com um homem que não teme a Deus e, é mais provável, acabará tornando-se igual a ele. Essa é a conseqüência de tais amizades.” Também nos lembremos da exortação de Salomão em Provérbios 13:10: “Quem anda com os sábios será sábio, mas o companheiro dos insensatos se tornará mau”. Aconteceu, à época do meu pai quando jovem, há muitos anos em Minas Gerais, um fato interessante. Havia um homem, casado, que tinha um problema físico que o fazia mancar. Com o tempo, sua esposa, que não sofria do problema, de tanto andar ao lado dele, passou a andar como ele. A convivência fez com que ela adquirisse o hábito, embora não tivesse o problema. Por isso existe o ditado popular: “quem anda com manco, aprende a mancar”. Sobre a importância das boas amizades John Owen nos ensina em seu livro (de leitura praticamente obrigatória) – A Tentação, a mortificação do Pecado – O que todo cristão precisa saber – da editora PES, pag. 50, que merece toda a nossa atenção, pois diz: “A companhia de certas pessoas é capaz de levar quase com toda certeza a pensamentos, palavras e atos pecaminosos (I Cor. 15:33), todavia é possível gostar dessa companhia e mais tarde lamentar sobre o pecado que resultou dela.” Paulo também nos exorta a cuidarmos com amizades de pessoas que se dizem cristãs, que até mesmo se reúnem conosco, mas que vivem uma vida contrária à Palavra de Deus, em I Coríntios 5:11: “Mas agora vos escrevo que não associeis com alguém que, dizendo-se irmão, for impuro, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com este tal nem ainda comais”. Vejamos a importância que a Bíblia dá sobre o perigo das más companhias, até mesmo entre os que se dizem cristãos! Não devemos, portanto, menosprezar tal importância e perigo deste assunto. Não há como andar junto de uma má companhia, não há como manter amizade com aquela pessoa que nada quer saber das coisas de Deus, ainda que se diga cristã (uma incoerência) sem que isso não produza más conversações e terríveis colheitas. Já temos o pecado dentro de nós, e se além disso, cultivarmos amigos e companhias que nada querem saber de Deus, será ainda mais terrível vencermos a luta contra o pecado. Portanto, podemos nos perguntar se nossas atuais amizades trazem constantemente oportunidades para satisfazermos nossos desejos pecaminosos, ou se elas nos ajudam a matá-los? Sintam-se desafiados a ler esses textos bíblicos que nos advertem sobre o perigo das más companhias – Provérbios 2: 12 a 20; 4:14 a 19; 22:24 e 25. É fato que muitos não gostam de abrir mão de suas amizades, pois se divertem com elas. São amigos de pessoas engraçadas, extrovertidas, revolucionárias, otimistas, festeiras, vibrantes, leais, etc. Mas, não são estes pré requisitos de uma boa amizade ao cristão. Devemos, outrossim, nos indagar se estamos sacrificando princípios bíblicos em proveito de uma amizade divertida. Podemos não aprovar tudo que muitos amigos nossos fazem, mas, lamentavelmente, dentro de pouco tempo, se não cortamos tal amizade, estaremos pensando da mesma forma e, inevitavelmente, estaremos fazendo as mesmas coisas que antes reprovávamos. Isto tem acontecido muitas e muitas vezes. A lógica explica isso, pois é mais fácil o que está em baixo puxar o de cima do que acontecer o contrário. Vejamos os 3 degraus descendentes descritos no Salmo 1, conseqüência de más amizade. No verso 1, lemos: “Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores nem se assenta na roda dos escarnecedores“. Observemos o perigo e a tragédia que é uma má amizade. Primeiro, começamos a andar de acordo com o conselho das pessoas que não conhecem a Deus; consequentemente, passamos a participar dos mesmos lugares e ter o mesmo estilo de vida delas, até que, por fim, nos misturamos de vez com eles.
Portanto, cultivar uma má amizade é cultivar uma tentação para que ela gere pecados em nossa vida. As más conversações oriundas das más amizades são um veneno contra a santidade. Então, quais seriam alguns padrões bíblicos para uma boa amizade? Encontramos alguns em I Timóteo 2:22, na exortação de Paulo: “Foge, outrossim, das paixões da mocidade. Segue a justiça, a fé, o amor e a paz com os que de coração puro, invocam o Senhor.” Primeiro, temos fugido das paixões sejam da mocidade, meia idade ou da velhice? Segundo, nossas amizades nos estimulam a seguir a fé, o amor e a paz? Observemos que o final do versículo diz “...juntamente com os que de coração puro invocam o Senhor”. Nossos amigos têm um coração puro, no sentido de estar sendo purificado pela Palavra de Deus? Eles invocam o Senhor Jesus Cristo como Senhor e Salvador da vida deles? Temos condições hoje de, juntamente com nossos amigos, seguir a fé, o amor e a paz? Devemos escolher os amigos que fazem bem à nossa vida cristã, amigos que, segundo Ryle (pag.53) “você gostaria de ter ao lado no leito de morte, amigos que amam a Bíblia e não temem falar-lhe sobre ela, dos quais, na volta de Cristo e no Dia do Juízo, você não se envergonhará por tê-los conhecido.” Por fim, sigamos o exemplo de Davi quando disse no Salmo 119:63: “Companheiro sou de todos os que te temem e dos que guardam os teus preceitos”.

Alexandre pereira bornelli

Um comentário:

stephanie disse...

sabe até pouco tempo atraz eu ficva triste por não ter nimguem como um amigo,porem o Senhor me abrio os olhos para eu ver os tipos de amizade que outrora eu tinha.Amizades que não me levava a nada,e que só me afastava cada vez mais da presença do Senhor.Hoje eu reconheço o único grande amigo que o ser humano pode ter "JESUS CRISTO"o nosso e eterno salvador,e ele me ensinou a cultivar boas amizades que só me fazem me aproximar mais e mais dele!