PENSAI NAS COISAS DO ALTO

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Adeus ano velho, INfeliz ano novo!

Nesta época do ano as pessoas, de forma especial, se confraternizam como nunca fizeram durante todo o ano que se passou. Trocas de presentes no feriado do dia 25 de dezembro (para aqueles que comemoram o Natal, o que eu não faço) e de abraços na virada do ano, são regras para muitos. O clima de fim de ano é de festa e tudo parece estar bem entre a família, parentes e amigos. O sorriso permanece no rosto, mas o coração indica um sentimento diferente.
É momento oportuno para fazermos uma retrospectiva da nossa vida e refletir sobre o ano que está para se acabar. Precisamos considerar que tivemos muitas horas, dias, semanas e meses para construirmos uma vida cristã sadia e íntegra, muitas oportunidades dadas por Deus para nos rendermos mais a Ele, buscando mais a santidade e a pureza. Tudo isto, resultaria em encontros alegres, edificantes e descontraídos em família e como igreja nestes últimos dias do ano. Mas, a realidade, muitas vezes, é outra. Para os que aproveitaram bem o tempo que se passou é momento de muita alegria estar reunidos com a família e os irmãos em Cristo no fim do ano onde é a chance dos parentes se encontrarem com mais tempo disponível. No entanto, aqueles que passaram o ano e não aproveitaram o tempo para desenvolver a vida cristã e aumentar a intimidade com os irmãos, devem repensar o tempo perdido. Afinal, devemos refletir sobre o que fizemos durante o ano todo para o nosso crescimento espiritual. Crescemos no conhecimento da Palavra de Deus? Aumentamos e fortalecemos nosso relacionamento com o Senhor Jesus? Estas duas coisas governam todos os demais relacionamentos da nossa vida. Quando buscamos conhecer mais a Palavra com humildade e sinceridade, somos levados a amar mais ao Autor dela e amando mais a Cristo, inevitavelmente, amamos mais o nosso próximo, que inclui nosso cônjuge, filhos, pais, irmãos, etc. Por outro lado, quando apenas passamos o ano lendo a Bíblia religiosamente, com um coração orgulhoso, ressentido, amargurado e desobediente, o resultado é desastroso e refletirá negativamente não somente em nossa própria vida cristã como afetará todos os nossos relacionamentos. Isto, porque a vida cristã é relacionamento. Relacionamos tanto com Deus quanto com o próximo a vida toda. Portanto, de nada adianta dizermos que estamos amando mais a Jesus, se não amamos de fato e de verdade nosso próximo. Um bom termômetro do nosso relacionamento correto com Cristo é o nosso relacionamento com o próximo. Não há como afirmarmos que mantemos um bom relacionamento com Jesus se não conseguimos viver bem em família, como igreja e na sociedade. É o que diz I João 2:9: "Aquele que diz estar na luz e odeia a seu irmão até agora está nas trevas." Trocando em miúdos, temos: "Não adianta falarmos e até orarmos que amamos Deus se não temos demonstrado amor cristão (perdão, por exemplo) para com nosso próximo no dia-a-dia." Por outro lado, o amor cristão é uma das evidências do nosso amor a Deus. É o que diz o verso (v. 10) do mesmo texto: "Aquele que ama a seu irmão permanece na luz e nele não há nenhum tropeço". E, a seguir, vemos a conclusão com a leitura do verso 11: "Aquele, porém, que odeia a seu irmão está nas trevas, e anda nas trevas, e não sabe para onde vai, porque as trevas lhe cegaram os olhos."
Reconsiderando que tivemos o ano todo para por em prática estas verdades de amar a Deus e ao próximo, não podemos nos desculpar por não termos conseguido por estas coisas em prática. Nossa vida deveria ser o ano todo de comunhão com Deus e uns com os outros. Contudo, especificamente, quando estamos nos últimos dias do ano, deveríamos ter motivos suficientes e verdadeiros para nos encontrar e nos alegrar juntos, porque deveríamos estar amando a Deus mais do que no começo do ano e, consequentemente, amando mais nosso próximo também. Contudo, muitas vezes constatamos o contrário. Pessoas que não cresceram no conhecimento da Palavra de Deus durante todo a ano, apesar de lerem a Bíblia regularmente, que não praticaram o perdão ao próximo, não negaram um pouco mais o "eu", não tiveram seus corações mais ganhos pela verdade de que nosso coração precisa ser dia-a-dia ganho pelas verdades bíblicas e que estão vivendo cegos a respeito da Verdade, insistem em reunir a família e os amigos no fim do ano para manter a pose espiritual, apaziguar a consciência e manter o costume em dia. Pensam que o fim do ano e a reunião familiar resolverão ou amenizarão os problemas, quando somente a confissão e o arrependimento, aliado ao perdão é que trará a cura. Ainda que os encontros de família e da igreja sejam bem feitos, ainda que a comida servida à mesa seja boa, ainda que as pessoas estejam elegantes, não haverá realidade e intimidade, pois são as pessoas que fazem o ambiente e não, o contrário. Bons momentos são feitos de pessoas e pessoas, são feitas do bom relacionamento com Deus e, bons relacionamentos são construídos firmados na Palavra de Deus, tendo como ingredientes a obediência à Palavra, a sinceridade, perdão, amor e reconciliação. Não há alegria em qualquer reunião ou ajuntamento de pessoas seja em que época do ano for sem a presença desses ingredientes. Não há prazer em momentos onde a Palavra de Deus não é praticada e obedecida,porque não há prazer real na companhia uns dos outros como verdadeiros irmãos em Cristo. Onde não há perdão, há confusão. Pessoas chegarão tristes e voltarão tristes, pois não haverá vida e intimidade cristã entre elas. Os encontros não passarão de momentos religiosos onde não há crescimento espiritual, porque o ano velho se passou e nada foi superado, os problemas não foram tratados, os corações não foram renovados e a Palavra de Deus não foi obedecida.
No entanto, há esperança! E ela está em praticarmos a Palavra de Deus. Devemos confiar que ela realmente nos liberta do cativeiro do egoísmo, da justiça própria, do ressentimento, amargura e ira quando estamos rendidos ao operar do Espírito Santo de Deus. Enquanto não levamos nossa vida realmente aos pés da cruz, confessando nossos pecados (não os pecados dos outros), pedindo a graça de Deus para sermos renovados e restaurados, clamando por arrependimento, para vivermos realmente como novas criaturas, para as quais tudo se fez efetivamente novo (II Coríntios 5:17), só resta dizer adeus ano velho, infeliz ano novo! Acaba um ano e começa o outro e os problemas velhos, não resolvidos, vão se acumulando pela desobediência dos cristãos que não perdoam uns aos outros, que não buscam a reconciliação e sim, a retaliação. Pois, não há esperança para qualquer mortal que seja, enquanto Deus não nos conceder arrependimento (Rm. 2:4) e enquanto não reconhecermos nossa urgente necessidade de renovação e restauração, abandonando toda a religiosidade e hipocrisia existente em nossa vida e em nossos relacionamentos. Então, o jantar e os encontros poderão ser feitos em qualquer época do ano e em qualquer lugar, com comida ou sem comida, não importa, pois as pessoas desfrutarão de bons momentos porque a Palavra de Deus é quem as une e Deus, neste caso, será honrado pois haverá cristãos rendidos e piedosos que vivem realmente o evangelho. Que a nossa oração seja a mesma de Moisés, pedindo sabedoria ao Senhor para aproveitarmos cada minuto, hora, dia, semana e mês nos próximos anos para termos um coração temente a Deus, buscando sempre o arrpendimento, o perdão ao próximo, a santidade, integridade e intimidade com Deus, quando orou no Salmo 90:12: "Ensina-nos a contar os nossos dias para que alcancemos corações sábios."
Alexandre Pereira Bornelli

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