Nossa sensibilidade aos
acontecimentos da vida não são padronizados. Existem determinados fatos que nos
sensibilizam mais do que outros e o que nos sensibiliza pode causar indiferença
noutras pessoas. Isso é normal e pode até trazer equilíbrio em nossos
relacionamentos.
Porém, quando a questão é a
Palavra de Deus, precisamos igualmente ter um coração sensível, se queremos
andar em santidade. Sensibilidade bíblica não é ser fraco, mas sim, pronto em obedecer
a Palavra e arrepender dos pecados.
Quando lemos as Escrituras somos
levados pelo Espírito Santo a refletir sobre nossa própria vida, o que precisa
ser mudado, abandonado ou mesmo progredido. Quando temos sensibilidade à
Palavra, imediatamente iremos suplicar a Deus por misericórdia e graça para praticar
aquilo que ouvimos ou lemos.
Todavia, a falta dessa
sensibilidade nos faz pensar somente no que o nosso cônjuge, filhos, pais,
irmãos e amigos precisam mudar. Para o insensível de coração, sua vida está
sempre em harmonia com as Escrituras, muito embora seja apenas um religioso.
Davi diz no Salmo 119 versos 69 e
70: “Os soberbos têm forjado mentiras contra mim; não obstante,
eu guardo de todo coração os teus preceitos. Tornou-se-lhes o coração
insensível, como se fosse de sebo.” Soberbos são
aqueles que vivem autonomamente, que não se importam com Deus. Examinar a
própria vida à luz da Palavra não é prática de tais pessoas.
A expressão
“coração de sebo”, segundo João Calvino[i],
deve-se ao fato de que “a gordura do
corpo humano, como informa os fisiologistas, é absolutamente insensível, sendo
as partes membranosas e magras as únicas que são sensíveis. De acordo com isso,
gordura do coração é usada com muita propriedade para expressar a
insensibilidade, estupidez ou sensualidade daqueles sentimentos ou afeições de
que o coração é considerado a sede”.
Devemos cuidar para
que nosso coração não se torne insensível à Palavra, sabendo que apesar de gostarmos de ouvir sermão, reunir, cantar e
até orar, podemos ainda assim, ter coração de sebo se não oramos por
arrependimento genuíno em nossa própria vida!
Portanto, quando a
Palavra não mais no incomoda, quando arrependimento é coisa do passado em nossa
vida, quando pedir perdão ou perdoar são práticas incomuns, o diagnóstico
bíblico é que temos um coração de sebo, cínico para com Deus e cheio de justiça
própria. A insensibilidade, na verdade, é incredulidade. Seu coração é de sebo?
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