PENSAI NAS COISAS DO ALTO

terça-feira, 7 de abril de 2009

Desculpa qualquer coisa

Quando estamos reunidos em família ou com amigos e alguém nos ofende com palavras ou age ironicamente para nos humilhar, e continua ali como se nada tivesse acontecido, nos sentimos mal. Porém, ao se despedir, o ofensor diz com um sorriso “amarelo” e um tapinha em nossas costas: “desculpa qualquer coisa”. Em seguida vai embora. Pergunta: Ele reconheceu o erro? Houve sincero arrependimento?
Conhecemos bem esta situação, afinal, possivelmente já agimos como o tal ofensor, e também já fomos uma dessas vítimas que sofreu o dano e ficou sem saber o que dizer diante de um pedido de desculpa tão hipócrita desses.
Agora, se há uma irrefutável verdade é a de que todos nós agimos assim com Deus num momento ou noutro de nossa caminhada cristã. Sabemos que somos pecadores e que nascemos em pecado (Salmo 51). Porém, lemos em I João 1:9 que “se confessarmos os nossos pecados Ele é fiel e justo para nos perdoar...”. Como deve ser essa confissão? Muitos cristãos se contentam ao fim do dia, em dizer rapidamente: “Senhor, perdoa meus pecados”. Porém, precisamos ir além desta confissão geral e supérflua. Observemos o que a Bíblia nos ensina em Marcos 7:20. Ela diz que é que “do coração do homem procede os maus pensamentos, as prostituições, os furtos, os homicídios, os adultérios, a cobiça, as maldades, o dolo, a libertinagem, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a insensatez.” O que há de especial neste texto? Notemos que a Bíblia faz questão de dar nomes aos pecados que moram e que saem do meu e do seu coração, embora salvos pela Graça de Deus. Nomes tais como homicídio, cobiça, inveja...!! E, não foi por acaso que esta lista está registrada nas Escrituras. Também lemos em Gálatas 5:19 a 21 sobre os frutos da carne. Porque então a Bíblia não disse apenas que do coração do homem procede um monte de pecado? Porque lemos quais os pecados especificamente que saem do nosso coração? Uma das finalidades é para que saibamos o perigo que corremos se não estivermos cheios do Espírito Santo. Outra, possivelmente é para que saibamos os pecados que moram em nosso coração para que oremos e vigiemos sobre cada um deles. É mais fácil lutarmos quando sabemos especificamente quem são nossos adversários. Uma vez que a Bíblia faz questão de registrar os pecados, dando-lhes nomes, não devemos nós, ao cometê-los, também arrepender e confessar os pecados, citando-lhes os nomes? Não para que Deus saiba, pois Ele nos conhece antes da fundação do mundo. Mas, para que nós enfrentemos nossa depravação frente a frente. Ora, sabemos quando pecamos pela glutonaria, inveja, pornografia, adultério, cobiça, maus pensamentos, prostituição, soberba etc. Então, se sabemos o pecado que cometemos, devemos igualmente ao confessar, dizer: “Senhor, pequei pela glutonaria (por exemplo). Senhor, sou dominado pela comida. Me liberte desse pecado. Em nome de Jesus, amém”. Ou, podemos comer além do limite, prejudicando nossa saúde e ultrapassando a normalidade e necessidade do nosso corpo e dizer apenas: “Senhor, perdoa meus pecados. Amém”. Qual dessas orações seria a mais sincera, profunda e bíblica? Qual delas evidencia um arrependimento mais sincero? Qual delas expõe mais o nosso coração diante de Deus? Creio que a primeira.
Precisamos aprender a confessar exatamente os pecados que cometemos, seja eles quais forem. Não caiamos na vala da maioria que peca e depois desabafa, dizendo “Senhor perdoa meus pecados”. De quais pecados você está pedindo perdão? Seja específico. Para a nossa cura e libertação precisamos aprender a citar o pecado exato que cometemos. Precisamos urgentemente parar de nos contentar em fazer aquelas confissões gerais, vagas, teóricas e supérfluas que mal servem para descansar nosso sentimento de culpa, quanto mais para nos trazer um sincero arrependimento genuíno. Em nossas confissões, devemos dizer claramente: “Senhor cometi esse e esse e mais esse pecado, me perdoa de cada um deles para a honra do teu nome”. Esta sincera confissão nos trará uma sincera cura, pois ao escutarmos com nossos próprios ouvidos exatamente os pecados que cometemos, certamente seremos mais impactados por nossa depravação e, consequentemente, mais atraídos e cativados pela Graça de Deus que perdoa homens e mulheres tão pecadores quanto a mim e a você.


Alexandre Pereira Bornelli.

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