PENSAI NAS COISAS DO ALTO

terça-feira, 22 de julho de 2008

BAÚ DA INFELICIDADE

A memória é algo impressionante. Podemos relembrar bons momentos vividos há anos, bem como, relembrar fatos lamentáveis que desejaríamos apagar da nossa vida mas não conseguimos. Como está sua memória? Do que você tem se lembrado mais?
Por causa do pecado, somos inclinados a viver remoendo nosso passado e o passado das outras pessoas, porque sua finalidade é nos fazer viver amargurados e não praticando o perdão, consequentemente, desobedientes à Palavra de Deus. O pecado nos fez especialistas a guardar ressentimentos pela falta de perdão. O benefício disto é absolutamente nulo. Em contrapartida, o prejuízo que isso traz em nossa vida cristã e a nossa vida relacional na igreja, família e amigos é devastador. A causa de vivermos escravizados a este estilo de vida, presos ao passado, é fruto do nosso pecado chamado justiça própria, que resulta em falta de arrependimento e perdão. Este pecado nos faz carregar um baú de ressentimentos e amarguras por fatos do passado. Tudo isto podia ser resolvido através do arrependimento e perdão, que é o normal de todo cristão praticar. Contudo, insistimos em lutar por prevalecer a nossa vontade e não, a vontade do Senhor. E a nossa vontade é retaliar, exigir explicações para que possamos perdoar. Já, a vontade de Deus é totalmente oposta, é para que perdoemos assim como Deus nos perdoou em Cristo Jesus. Isto quer dizer, perdoar sem improperar, sem exigir explicações e de forma unilateral. Outra característica deprimente desse pecado da justiça própria é que ele nos faz lembrar somente do que fizeram contra nós, e não do que fizemos contra as pessoas. A justiça própria sempre advoga a nosso favor, fazendo-nos crer que somos sempre a vítima da situação. Por isso, a todos os momentos, abrimos nosso baú de amargura e falta de perdão contra nosso cônjuge, amigos, pais, irmãos etc, gerando conflito e um péssimo testemunho. Somos capazes de listar uma enormidade de pecados que cometeram contra a nossa pessoa, mas não conseguimos listar um pecado sequer que tenhamos cometido. Essa justiça própria que carregamos é menos que um trapo de imundícia diante de Deus. Tudo isso porque não entendemos como foi o perdão incondicional de Deus em nosso favor. Deus, por ter nos perdoado em Cristo Jesus, não se lembra mais dos nossos pecados! Ou seja, Ele não fica relembrando os nossos pecados confessados. Jesus simplesmente apagou da sua lembrança os nossos pecados! É isso que nos afirma Hebreus 8:12, quando diz: “Pois, para com as suas iniqüidades, usarei de misericórdia e dos seus pecados jamais me lembrarei”. Jesus apagou de sua lembrança os nossos pecados, justamente porque usou de misericórdia e não de justiça, embora foi perfeitamente justo ao fazer isto. Temos a noção da grandeza desse ato de Jesus em nosso favor? Merecíamos tal graça? Evidentemente que não. Conseguimos imaginar como seria nossa vida cristã se Jesus ainda ficasse relembrando os nossos pecados, mesmo após termos confessado? Certamente não teríamos sossego e nem relacionamento íntimo com Ele, assim como não temos paz interior e relacionamento íntimo quando não perdoamos o próximo. Devemos refletir seriamente sobre esta passagem de Hebreus e suplicar ao Espírito Santo para que nos convença da grande graça recebida em Cristo Jesus ao nos perdoar e ao esquecer dos nossos pecados confessados. Sigamos os passos do Mestre, andando como Ele andou (I João 2:6), perdoando como Ele perdoou. Não temos o direito de não perdoar se de fato somos cristãos. O cristianismo é uma vida de constante arrependimento. Portanto, quando não praticamos o arrependimento e, consequentemente, o perdão, não estamos vivendo de fato o verdadeiro cristianismo. Afirmamos que fomos salvos por Jesus, mas fomos salvos de que, se não conseguimos nem mesmo perdoar nosso irmão em Cristo, nosso cônjuge e amigos mesmo tendo sidos perdoados por Deus de uma dívida impagável? Que salvação é essa que nos faz viver amargurados e incapacitados de perdoar e restaurar nossos relacionamentos se temos o Espírito Santo de Deus que nos capacita a isto? Não perdoar é uma forma de vingança, pois sempre usamos o passado para agredir nosso próximo. É como disse Tertuliano: “Você quer ser feliz por um instante? Vingue-se! Quer ser feliz para sempre? Perdoe!”. Temos perdoado ou vivido aprisionados em nosso baú da infelicidade?

Alexandre Pereira Bornelli

Um comentário:

Oliveira disse...

Caro escritor

Muito bom!
E eu estava mesmo precisando reler e relembrar tais verdades.
Perdoar...

Um grande abraço