PENSAI NAS COISAS DO ALTO

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

DISQUE EMERGÊNCIA.


Graças a Deus que existem serviços de emergência à disposição da população. Por acaso, você precisou de algum destes serviços hoje?  Quem precisou, entrou em contato e foi ajudado; quem não precisou, pode ter até se esquecido que eles existem. 

Até aqui, tudo certo. O problema surge quando consideramos a oração como um “disque emergência celestial”. Definitivamente isso não pode acontecer. A oração não é um meio de acionarmos Deus para resolver nossos problemas.  Deus não é um serviço de emergência que fica esperando nossas solicitações para intervir na situação. Aliás, Deus não intervém, pois, Ele nunca está fora da situação ou ausente dela. Só intervém aquele que está  ausente da situação.

 Ao contrário, Deus sempre está no controle de todas as coisas e dirige todos os acontecimentos do mundo. Ele rege e controla a história. Portanto, Deus não está de prontidão, em estado de alerta, ansioso por saber qual será o próximo problema que terá que resolver.  
Deste modo,  a oração não é um serviço de emergência celestial disponível aos crentes para salvá-los quando o casamento está desmoronando, os filhos estão nas drogas, rebeldes, na  promiscuidade, bebedeira, ou, para nos salvar emergencialmente quando estamos desempregados ou precisando de uma solução urgente. 

A oração, conforme ensinamento de João Calvino[i]é uma forma de comunicação entre Deus e nós, pela qual colocamos diante dele os nossos desejos, as nossas alegrias e as nossas queixas – em resumo, tudo o que está em nosso coração. Sendo assim, toda vez que invocarmos o Senhor devemos ter o cuidado de descer às profundezas do nosso coração e falar-lhe dali, e não apenas com a garganta e a língua”. 

Quem faz da oração  um disk emergência é porque não conhece suficientemente a Deus e não entende o privilégio que é podermos falar e relacionar com o Criador Soberano do universo.

Diante disto, devemos aprender a orar pelo prazer de falar e privilégio de relacionar com Deus.  Foi esse o pedido dos discípulos a Jesus (Lc 11:1): “Senhor, ensina-nos a orar”. Eles não pediram para que Jesus os ensinasse a expulsar demônios, a serem famosos, a ganhar dinheiro ou outra coisa. Eles precisavam aprender a orar corretamente.

Que façamos da oração um hábito sadio e correto para desfrutarmos de comunhão com Deus. É evidente que podemos e devemos orar pedindo socorro ao Senhor quando estivermos em apuros (Sl 121). Mas a oração não é somente para isto, ela é um canal de comunhão com Deus.

O problema é quando fazemos da oração apenas um disque emergência, querendo tão somente o livramento e o socorro de Deus, mas não a comunhão pessoal e obediente com Ele.

ALEXANDRE PEREIRA BORNELLI


[i] A Verdade para todos os tempos, pag. 64

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