Graças a Deus que existem
serviços de emergência à disposição da população. Por acaso, você precisou de
algum destes serviços hoje? Quem
precisou, entrou em contato e foi ajudado; quem não precisou, pode ter até se
esquecido que eles existem.
Até aqui, tudo certo. O problema
surge quando consideramos a oração como um “disque
emergência celestial”. Definitivamente isso não pode acontecer. A oração
não é um meio de acionarmos Deus para resolver nossos problemas. Deus não é um serviço de emergência que fica
esperando nossas solicitações para intervir na situação. Aliás, Deus não
intervém, pois, Ele nunca está fora da situação ou ausente dela. Só intervém
aquele que está ausente da situação.
Ao contrário, Deus sempre está no controle de
todas as coisas e dirige todos os acontecimentos do mundo. Ele rege e controla
a história. Portanto, Deus não está de prontidão, em estado de alerta, ansioso
por saber qual será o próximo problema que terá que resolver.
Deste modo, a oração não é um serviço de emergência
celestial disponível aos crentes para salvá-los quando o casamento está
desmoronando, os filhos estão nas drogas, rebeldes, na promiscuidade, bebedeira, ou, para nos salvar
emergencialmente quando estamos desempregados ou precisando de uma solução
urgente.
A oração, conforme ensinamento de
João Calvino[i]
“é uma forma de comunicação entre Deus e
nós, pela qual colocamos diante dele os nossos desejos, as nossas alegrias e as
nossas queixas – em resumo, tudo o que está em nosso coração. Sendo assim, toda
vez que invocarmos o Senhor devemos ter o cuidado de descer às profundezas do
nosso coração e falar-lhe dali, e não apenas com a garganta e a língua”.
Quem faz da oração um disk emergência é porque não conhece
suficientemente a Deus e não entende o privilégio que é podermos falar e
relacionar com o Criador Soberano do universo.
Diante disto, devemos aprender a
orar pelo prazer de falar e privilégio de relacionar com Deus. Foi esse o pedido dos discípulos a Jesus (Lc
11:1): “Senhor, ensina-nos a orar”.
Eles não pediram para que Jesus os ensinasse a expulsar demônios, a serem
famosos, a ganhar dinheiro ou outra coisa. Eles precisavam aprender a orar
corretamente.
Que façamos da oração um hábito
sadio e correto para desfrutarmos de comunhão com Deus. É evidente que podemos e
devemos orar pedindo socorro ao Senhor quando estivermos em apuros (Sl 121). Mas
a oração não é somente para isto, ela é um canal de comunhão com Deus.
O problema é quando fazemos da
oração apenas um disque emergência, querendo tão somente o livramento e o socorro
de Deus, mas não a comunhão pessoal e obediente com Ele.
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