Para muitos,
infelizmente, a salvação em Cristo não passa de um seguro contra incêndio, ou
seja, se contentam por crerem que não irão mais para o inferno. Crendo ter o
“passaporte” para o céu, aproveitam para viver na prática do pecado nesta
terra. Quem assim vive, não encontra segurança bíblica para sua salvação,
conforme Romanos 6 nos exorta.
Tais pessoas chegam ao absurdo de crerem que a
salvação estragou a vida nesta terra a fim de garantir a felicidade eterna.
Salvação para muitos é sinônimo de muitos “nãos”, de pura restrição ao que há
de melhor nesta vida. Será que os cristãos desfrutarão de alegria apenas na
eternidade? E a vida de agora, como fica?
Hipoteticamente,
ainda que nossa salvação pudesse ser desfrutada apenas na eternidade,
deveríamos ser gratos a Deus. Afinal, o que é esta breve vida se comparada com
a eternidade? Todavia, a realidade a qual devemos crer, conforme a Bíblia nos
ensina é que fomos salvos de mundo perverso (Gl 1:4). Ou seja, somos salvos não
somente do inferno que é uma realidade, mas deste mundo perverso, outra
realidade!
Muitos cristãos,
infelizmente, ficam indignados por Jesus ter salvado o ladrão na cruz depois
dele ter vivido de qualquer jeito aqui na terra. Pensam que o ladrão aproveitou
o melhor desta vida, vivendo como quis e ainda foi salvo.
Contudo, para
aumentar ainda mais esta indignação, pensemos se no lugar do ladrão estivesse
um bon-vivant, uma pessoa que desde a infância fez tudo o que quis, teve uma
vida sexual livre, muito dinheiro para usar para seu próprio prazer, festou,
bebeu, namorou livremente, não se proibindo de quase nada nesta vida. Esta
pessoa sempre ficou em evidência na sociedade e costumava tirar sarro em você
por ser cristão, por amar a Deus, por se guardar puro para o casamento, por não
ir a festas, por honrar seus pais e por só namorar moças ou moços cristãos.
Pense por um momento que esta pessoa está agora na cruz, ao lado de Jesus,
clamando a Ele por misericórdia para ser salva. Jesus atende a seu pedido
porque Lhe aprouve salvá-la. Ela morre e está salva. Qual seria sua reação: você
teria misericórdia dela por ter perdido a vida toda vivida no pecado e somente
desfrutado do amor de Deus no fim? Ou, você ficaria com inveja e indignado
contra Jesus que deixou ela “aproveitar” o melhor da vida e ainda lhe salvou na
hora da morte? Quem viveu melhor: esta pessoa ou você que foi salvo há anos?
Isso pode
acontecer e provavelmente acontece com doentes terminais que viveram a vida
toda no pecado. Afinal, a salvação pertence ao Senhor (Jonas 2:9). Porém, se
temos inveja de quem está vivendo sem Deus neste mundo, é porque ainda não
entendemos que fomos salvos do império das trevas e transportado para o reino
de Deus (Cl 1: 13 e 14)!
Devemos
entender que viver para nós mesmos não é virtude, mas sim, algo pecaminoso.
Paulo diz em Gálatas 2:20: “... não sou
eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que agora tenho na carne,
vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim.”
Ter uma vida
sexual livre ou fora do casamento não é liberdade e sim, escravidão do pecado,
conforme I Coríntios 6:18 a 20: “Fujam da
imoralidade sexual. Todos os outros pecados que alguém comete, fora do corpo os
comete; mas quem peca sexualmente, peca contra o seu próprio corpo. Acaso não
sabeis que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo que habita em vocês,
que lhes foi dado por Deus, e que vocês não são de si mesmos? Vocês foram
comprados por alto preço. Portanto, glorifiquem a Deus com o seu próprio corpo.”
Da mesma
forma, dedicar nossa vida aos prazeres mundanos é igualmente pecaminoso,
conforme lemos em Romanos 6:12,13: “Portanto,
não permitam que o pecado continue dominando os seus corpos mortais, fazendo
que vocês obedeçam aos seus desejos. Não ofereçam os membros do corpo de vocês
ao pecado, como instrumento de injustiça; antes ofereçam-se a Deus como quem
voltou da morte para a vida; e ofereçam os membros do corpo de vocês a ele,
como instrumentos de justiça.”
Diante disto,
precisamos entender de uma vez por todas que nossa salvação em Cristo já deve
ser desfrutada nesta vida, afinal fomos salvos de um mundo perverso! Se não
estamos desfrutando algo está errado em nossa vida cristã. É óbvio que
desfrutaremos plenamente desta salvação quando Cristo voltar pela segunda vez,
contudo, Ele não fez uma “pegadinha”, nos salvando eternamente em troca de uma
vida triste agora.
Portanto, descubramos
o quanto antes, a verdadeira alegria que é ter sido salvo deste mundo pecaminoso
e perverso. Que Deus clareie nossa mente e coração com estas verdades para
crermos que fomos salvos do império das trevas e transportados para o reino do
filho do Seu amor (Cl 1:13,14).
Oremos com
Davi: “Restitua-nos, Senhor, a alegria da
tua Salvação” (Sl 51:12)!
Um comentário:
Precisamos meditar sempre sobre isso, sobre a verdadeira alegria.
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