SUPERFICIALIDADE.

Andando pelas ruas temos a impressão de que a maioria das pessoas são realmente educadas, honestas, pacientes, misericordiosas, pacíficas, gentis, prestativas, respeitadoras, alegres, etc. Contudo, esta impressão é fruto de uma avaliação superficial.

Muitas pessoas são educadas desde que alguém não buzine no trânsito para elas; honestas desde que não surja uma oportunidade de lucro desonesto; pacientes desde que a fila no trânsito não fique parada; misericordiosas desde que alguém  reconheça essa virtude neles; pacíficas desde que não ameacem seus direitos; gentis desde que não as tratem indiferentes; prestativas desde que não alguém reclamem de sua ajuda; respeitadoras desde que sejam respeitadas e alegres desde que tudo esteja dando certo. Existe apenas uma fina casa que reveste as pessoas com estes atributos. Poucos contratempos revelam a fragilidade e a superficialidade destas qualidades, mostrando o que realmente existe em seus corações: raiva, vingança, violência, impaciência, desonestidade, falta de respeito, etc. 

O que difere um verdadeiro cristão é a profundidade destas realidades em sua vida. Alguém que foi alcançado pelo Evangelho, que foi impactado pelas Verdades do Evangelho, que foi convencido de que é um pecador e que precisa desesperadamente da graça de Deus todos os dias, irá buscar encher-se do Espírito Santo de Deus para que o fruto do Espírito (Gl 5:22) seja um fruto verdadeiro e não um fruto de cera ou de plástico que só tem aparência, mas que diante da menor adversidade, mostra-se irreal. 

Quando o fruto é do Espírito ele permanece em quaisquer situações. Quando o fruto é nosso ele logo se mostra artificial, superficial e falso.

Alexandre Pereira Bornelli