PENSAI NAS COISAS DO ALTO

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Prepare-se, mas confie somente em Deus

É comum dizermos que precisamos “matar um leão por dia” quando nos referimos as dificuldades da vida, as lutas para por o pão à mesa com integridade e para os demais desafios da vida todos os dias.
O cristão tem uma dupla batalha em relação ao ímpio. Além de batalhar normalmente com relação as coisas da vida, ainda luta contra o pecado, o que o ímpio desconhece.
Provérbios 21:31 nos exorta: “O cavalo prepara-se para o dia da batalha, mas a vitória vem do Senhor”. Antigamente era comum as batalhas serem travadas em cima de cavalos, ante a inexistência de aviões, tanques de guerra e outros meios. Um bom cavalo, forte, resistente, corajoso, bem treinado ajudava muito na hora da batalha. Ajudava mas não garantia a vitória. O Senhor está dizendo que a confiança não devia estar no cavalo. Observemos que Ele não diz para não usarmos o cavalo, mas sim, para não confiarmos nele. Devemos utilizar os métodos legítimos que Deus nos concede, mas confiar somente em Seu poder. A questão central é em quem estamos confiando? Qual é o nosso “cavalo” hoje? É nosso dinheiro? Nossa empresa? Nossa profissão? Nosso conhecimento? Inteligência? Títulos? Força física? Habilidades? Juventude? Experiência? No que temos confiado para enfrentar as batalhas, tanto físicas quanto espirituais da vida? O problema não está em usarmos estas coisas se as tivermos licitamente. Toda a exortação bíblica diz respeito a não confiarmos nelas. Não somos proibidos de termos riquezas, de sermos profissionais de destaque, de sermos bons atletas, fortes, inteligentes ou experientes. É como nos ensina Jeremias 9:23, 24: "Assim diz o Senhor: não glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte na sua força, nem o rico nas suas riquezas; mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em me conhecer e saber que eu sou o Senhor e faço misericórdia, juízo e justiça na terra; porque destas coisas me agrado, diz o Senhor." O pecado está quando confiamos nossas vidas nas coisas terrenas e não em Deus.
Devemos nos preparar para as batalhas, naturais e espirituais da vida, mas ao mesmo tempo, jamais confiarmos em nós mesmos, senão unicamente em Deus. Uma coisa não exclui a outra. Precisamos nos preparar em todas as áreas, mas em todas elas, igualmente devemos depender do Senhor, como nos ensina João 15:5: "Sem mim nada podeis fazer". Deus não usa o preguiçoso nem o soberbo. Tanto o que fica esperando as coisas caírem do céu quanto o que tenta ir buscá-las por suas próprias forças estão igualmente errados.
Aprendemos então que precisamos nos preparar para a batalha contra o pecado, lendo a Bíblia, orando e vigiando; bem como nos preparar contra as batalhas naturais da vida, trabalhando, nos dedicando e sendo bons profissionais. Mas, apesar da importância e necessidade de nossa preparação, toda a nossa confiança deve estar unicamente na pessoa de Jesus Cristo em nós.

Alexandre Pereira Bornelli

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

O marketing de Deus.

Para se anunciar algo é preciso conhecer de Marketing para não fazer propaganda contra o próprio produto, dizem os especialistas. Isto se comprovou hoje. Ao assistir um vídeo rápido de divulgação da cidade onde moro, como todos os demais vídeos que desejam promover um produto, só apareceram cenas lindas da cidade. Não que elas realmente não existam, mas que isso não é o todo da cidade. Quem não a conhece pode ser pego pela inocência de acreditar que se trata de um lugar sem problemas, sem violência e sem estresse no trânsito. No fim do vídeo, perguntei-me: onde está o trânsito louco, as sujeiras nas ruas, a impaciência das pessoas, a violência que vemos todos os dias? A resposta é a mais simples e óbvia possível: ninguém quer divulgar o lado ruim do produto. Na sua empresa você faria o mesmo.
Entretanto, quando abrimos a Bíblia vemos outro método de divulgação feito por Deus. O “marketing” de Deus não é como o nosso. A razão disto está Isaías 55: 8 e 9: “porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos os meus caminhos diz o Senhor, porque assim como os céus são mais altos do que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos”. Deus não quis com a Bíblia, vender uma imagem do que seja o cristianismo e do que é o homem. Ao contrário, a Bíblia mostra a verdade tal como ela é. De um lado lemos lindas e fascinantes histórias de fé e obediência a Deus; por outro, lemos trágicos relatos, tão reais quanto os positivos, de homens e mulheres que adulteraram, mataram, mentiram, invejaram e se acovardaram em testemunhar o nome de Deus. No que acreditar? Em tudo! Como Deus pode nos mostrar isso na Bíblia? Quem irá desejar ler a Bíblia e amar um Deus que mostra o pecado e fracassos dos seus filhos? Que outro pai faria um vídeo ou escreveria um livro sobre a vida de seus filhos e contaria suas birras, desobediências, fracassos e derrotas? Deus não entende Marketing? É isso? Voltemos ao texto de Isaías 55: 8 e 9 e acharemos a resposta. Na verdade, Deus revela os pecados do seu povo justamente para evidenciar o Seu infinito e incondicional amor (João 3:16). O verdadeiro Evangelho mostra um Deus Santo e um povo pecador. Deus nunca quis fazer uma falsa divulgação do que é o cristianismo como que mostrando seus eleitos imbatíveis, vitoriosos, superiores e sem pecados. Aflições, perdas, tristezas, fracassos, pecados, dores fazem parte do cotidiano dos crentes mais fiéis. Abraão mentiu, Davi adulterou, Eli fracassou na criação dos filhos, Jacó enganou e por ai vai. Tais pessoas não amavam a Deus? Claro que amavam. Mas, porque Deus registrou isso em sua Palavra?Não era melhor ocultar tais fatos? Deus os revelou simplesmente porque Ele não quer ninguém O seguindo enganado sobre a realidade se si mesmo e de Deus. Pelo menos por duas razões a Bíblia divulga inúmeros pecados do povo de Deus. A 1ª razão é para mostrar e nos convencer que realmente somos pecadores e que em nós não habita bem nenhum e, a 2ª razão é para evidenciar que somente Ele é Deus e que precisamos depender dEle para tudo (João 15:5). Então, quando lermos a Bíblia não esperemos ver um filme editado por Deus mostrando somente vitórias, conquistas e exemplos positivos de fé. Deus não quer homens e mulheres perfeitos, mas sim, obedientes.
Sempre devemos ver os dois lados da mesma verdade, onde de um lado Deus mostra o pecado do Seu povo, e, de outro, evidencia seu grande amor, amor de tal maneira, ao morrer na cruz para salvar pessoas indignas e sem esperança da vida eterna como eu e você. A realidade foi dita por Paulo em I Timóteo 1:15: “Fiel é a Palavra e digna de toda a aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal”. Esse é o Evangelho.

Alexandre Pereira Bornelli

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

PREVENÇÃO CONTRA O PECADO

Apesar de inevitáveis, pecados podem ser prevenidos. A afirmativa pode parecer simples, mas traz consigo uma grande verdade: os que nasceram de novo ainda pecam, mas não são mais escravos do pecado. Isso nos faz pensar se estamos nos prevenindo contra o pecado ou se estamos sendo negligentes em relação a ele. Podemos nos prevenir do pecado de várias formas. A primeira delas é cultivando uma leitura correta da Bíblia. Correta porque ler por ler não resolve nada. Precisamos ler com o interesse honesto de obedecê-la. A segunda maneira é tendo uma vida constante de oração. Os crentes que vivem na prática constante do pecado são aqueles que menos lêem a Bíblia corretamente e os que menos oram. A terceira maneira de nos prevenirmos contra o pecado é mantermos comunhão com aqueles que estão em busca do mesmo objetivo. Não há como um alcoólatra ser liberto do vício se assentar-se diariamente com alcoólatras em botecos. A quarta maneira é estar atento com a tentação. Precisamos ter discernimento para percebermos o momento da tentação. A tentação é o que nos liga ao pecado, é o passo que antecede e nos conduz a ele. Portanto, se percebermos, pela Graça de Deus, a tentação chegando, podemos orar e fugir. A quinta maneira é evitar lugares que nos induzem a pecar. Esta exortação deve ser levada a sério, pois apesar de óbvia, muitos crentes oram para não pecar mas, continuam indo a lugares e fazendo coisas que favorecem a prática do mesmo. Aqueles que desejam ser livres da pornografia precisam evitar bancas de revistas, determinados sites da internet e alguns programas e canais de televisão. A sexta e última maneira destacada nesta meditação, embora existam muitas e muitas outras, é manter a mente ocupada com a Palavra de Deus. A ociosidade é uma tragédia, ela induz a pensamentos impróprios, atitudes irresponsáveis e conseqüentes práticas pecaminosas. Dai o conselho de Paulo aos Colossenses 3:16: "Habite ricamente em vós a palavra de Cristo, instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda sabedoria..."
Nada disto foi escrito como fórmula mágica contra o pecado. Pecamos e sempre pecaremos enquanto neste corpo em transformação. É o que nos ensina I João 1:8: "Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos e a verdade não está em nós." Mas, os que nasceram de novo, não podem mais viver na prática do pecado, o pecado não pode mais ser seu estilo de vida. É o que nos ensina Paulo em Romanos 6:12 a 14: "Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, de maneira que obedeçais às suas paixões; nem ofereçais cada um os membros do seu corpo ao pecado como instrumentos de iniqüidade; mas oferecei-vos a Deus como ressurretos dentre os mortos, e os vossos membros a Deus como instrumentos de justiça. Porque o pecado não terá domínio sobre vós; pois não estais debaixo da lei, e, sim, da graça." Ou seja,o pecado passa a ser algo acidental em nossa vida, como nos diz I João 2:1: "Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o justo". Então, "se todavia" pecarmos, o remédio está em I João 1: 9: "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça".
Aprendemos que ainda somos pecadores, mas que não somos mais dominados pelo pecado. Podemos prevenir pecados em nossa vida cristã se atentarmos para as 6 razões expostas acima no texto. E, quando formos derrotados pela tentação e pecarmos, devemos nos arrepender com sinceridade diante de Deus, conforme ensinamento bíblico de I João.


Alexandre Pereira Bornelli

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

VIGIAI E ORAI

Hoje pela manhã lendo o jornal, uma notícia trágica, mas infelizmente, costumeira, chamou minha atenção: uma família que acabara de acordar em sua própria residência logo pela manhã, enquanto se preparava para mais um dia normal da vida, foi surpreendida por assaltantes que dominaram a todos, ameaçando-os de morte,. para em seguida, roubarem seus pertences, causando trauma e medo. O que me chamou a atenção foi o horário do assalto! Pensemos: a família acordou num lindo dia de sol, passarinhos cantando na janela, todos dando bom dia uns aos outros, se preparando para o café da manhã quando, de repente... os ladrões chegaram invadindo a casa e causando transtorno na família. Talvez a família estivesse mais alerta contra assalto durante a noite. Mas, realmente os ladrões não avisam o horário da chegada, como diz a Bíblia em Mateus 24:43: “Mas entendam isto: se o dono da casa soubesse a que hora da noite o ladrão viria, ele ficaria de guarda e não deixaria que a sua casa fosse arrombada”.
Isso me fez pensar em nossa vida cristã. Quantos de nós nos preparamos para não sermos surpreendidos pelo pecado em alguns lugares ou alguns momentos específicos e nos relaxamos noutros. Logo pela manhã, ao sairmos de casa num lindo dia, podemos sair cheios de boa vontade para trabalhar e amar a Deus. Porém, podemos ser "assaltados" por pensamentos e desejos pecaminosos. Afinal, não tem um momento específico para a tentação chegar. Geralmente, como o ladrão, ela chega no momento que menos esperamos. Dai o alerta bíblico em I Pedro 5:8: "Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como um leão que ruge procurando alguém que possa devorar: resisti-lhe firmes na fé, certos de que sofrimentos iguais aos vossos estão-se cumprindo na vossa irmandade espalhada pelo mundo". Exortação semelhante lemos em Mateus 26:41: "Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; o espírito na verdade, está pronto, mas a carne é fraca." Não podemos separar vigilância e oração. Um depende do outro. Vigiar sem orar é moralismo, porque faz-nos acreditar que podemos vigiar por nossas próprias forças. Por outro lado, apenas orar, pode nos levar a um comodismo, nos isentando da nossa participação na busca pela santidade. Por isso, precisamos sempre vigiar e orar como sendo uma tarefa só, algo feito em conjunto. Enquanto vigiamos oramos e, ao mesmo tempo que orarmos, continuamos vigiando.
Aprendemos então, que assim como o ladrão, a tentação chega a qualquer momento para tentar nos fazer pecar contra Deus. Não existe um lugar ou um momento sequer neste mundo que estamos isentos da tentação e de pecar. Em todos os lugares, independentemente do que estejamos fazendo, precisando orar e vigiar. Orar para que Deus nos guarde e vigiar para vermos se estamos sendo coerentes com nossa oração. Ou seja, não adianta orarmos a Deus para sermos livre da tentação se caminhamos voluntariamente em busca dela. Vigiar para fugir de lugares e situações que nos induzem a pecar. Falando em ladrão, devemos vigiar e orar principalmente para que nossa vida esteja sempre em busca pela santidade, pois a vinda do Senhor será como um ladrão também, como nos diz I Tessalonicenses 5:4: “Mas vocês, irmãos, não estão nas trevas, para que esse dia os surpreenda como ladrão” e 2 Pedro 3:10: “ O dia do Senhor, porém, virá como ladrão. Os céus desaparecerão com um grande estrondo, os elementos serão desfeitos pelo calor, e a terra, e tudo o que nela há, será desnudada”. Nossa parte nisso tudo? Vigiar e orar.

Alexandre Pereira Bornelli

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Que tipo de herói é você?

O mundo dos super-heróis fascina todas as crianças e muitos adultos. Guerras e conquistas são, provavelmente, os temas dos filmes mais vistos hoje em dia. Muito embora em nossa época, como brasileiros, não experimentamos guerras como antigamente ou como ainda alguns países enfrentam, nossa vida diária é um campo de batalha contra muitos adversários. Vivemos num mundo altamente competitivo, onde “matar um leão por dia” é a missão de cada trabalhador. Conquistar espaço, vencer desafios, superar metas, suportar pressões são requisitos exigidos pelas empresas para seus funcionários. O que se esperava somente do homem, hoje também é aguardado da mulher, que sejam pessoas combativas, guerreiras, perseverantes, corajosas, dinâmicas, emocionalmente fortes e ambiciosos. Aos que desejam o sucesso profissional, esses são alguns requisitos exigidos.
Entretanto, quando o assunto é vida cristã, as exigências mudam. Deus não quer pessoas confiantes em si mesmas, que se acham capazes de fazer e decidir tudo sozinho. O livro de Provérbios 16:32 nos diz que “melhor é o longânimo do que o herói de guerra, e o que domina seu espírito do que o que toma uma cidade.” O que Deus requer de nós afinal? Quer que sejamos um “banana”, “pamonha”, covarde, alguém indeciso, sem opinião própria? Não. O que Provérbios nos diz é que os frutos do Espírito são melhores do que os frutos da carne. Vejamos o contraste entre guerra e longanimidade; domínio próprio e inimizades ou facções. Lemos em Gálatas 5: 19 a 21 as obras da carne: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissenções, facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes. Logo em seguida, a partir do verso 23, lemos o fruto do Espírito: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Fica evidente que as obras da carne fazem parte da vida de todos nós cristãos que ainda lutamos contra a carne (o pecado), embora elas devam estar sendo mortificadas dia a dia. Já, o fruto do Espírito, que é do Espírito Santo e não nossos, frutifica em nossa vida à medida que nos enchemos dEle.
Portanto, quando Provérbios diz que é melhor ser longânimo do que herói de guerra, diz que para Deus, ser conquistador de batalhas, seja em guerras físicas ou no trabalho, ser bem sucedido, matar um “leão” por dia não é importante se não temos o domínio próprio. Deus não se impressiona com nossas conquistas, mesmo sendo a conquista de uma cidade o que antigamente era comum ao vencedor das batalhas, se o fruto do Espírito Santo, no caso, o domínio próprio não é visto em nossa vida. Para ser cristão não precisa ser guerreiro, basta ser obediente. É verdade que todo cristão obediente a Deus declara guerra contra o pecado, mas isso não faz dele alguém descontrolado ou louco por guerras e vitórias. Nossa maior luta é conta o pecado. Para Deus, é mais importante dominar a si próprio que é uma evidência daqueles que estão se enchendo do Espírito Santo de Deus do que conquistar qualquer outra coisa deste mundo que exija poder e força. Aprendemos, então, que para Deus é melhor ser longânimo e tardio em nos irar do que alguém que quer fazer as coisas pelas próprias forças, com as próprias mãos. Noutras palavras, os heróis no ponto de vista de Deus são aqueles que foram conquistados pela Palavra e que dedicam suas vidas para conquistar aquilo pelo qual foram conquistados. Afinal, conhecemos a sentença dada por Deus ao fazendeiro que conquistou a batalha da produção agrícola e disse para sua alma regalar e se alegrar na sua conquista. Jesus o chamou de LOUCO (Lucas 12:20)! Isto mesmo, louco! Muitos de nós o chamaríamos de herói. Mas, Deus o chamou de louco. Não por ter tido sucesso, mas por ter confiado e se ensoberbecido diante da sua conquista. Quer saber então o que é um verdadeiro herói bíblico? Abra sua Bíblia em Hebreus capítulo 11, ali tem uma porção deles, boa leitura.

Alexandre Pereira Bornelli

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Confie em seu Guia.

São inúmeras as vezes que não entendemos o que acontece em nossa vida. Todos nós temos uma lista enorme de acontecimentos, bons e ruins (aos nossos olhos), que não sabemos a razão de termos passado por eles. E com relação ao futuro, igualmente nada sabemos. Isto muitas vezes nos deixa desorientados, confusos, amedrontados, inseguros e até revoltados. Afinal, o pecado nos faz crer que temos o controle da vida em nossas mãos. É natural do homem o querer saber e controlar a vida. Porém o homem mais sábio desta terra, Salomão, disse em Provérbios 20:24: "Os passos do homem são dirigidos pelo Senhor; como, pois, poderá o homem entender o seu caminho?" A Bíblia está nos dizendo que nossa vida, nossos passos, nosso viver, respirar, falar, pensar, agir, sorrir, chorar, desejar, andar são coisas dirigidas por Deus. É Ele quem dirige a história mundial, bem como a nossa individualmente falando. Ainda tem alguma dúvida? Leia o Salmo 139. Esta verdade, porém, deve nos causar conforto, segurança e alegria, afinal, o Criador do universo é quem dirige nossos passos!! Contudo, em nossa experiência temos que admitir que ficamos mais desconfiados do que confiantes diante desta realidade. Isto, porque ainda não temos fé o suficiente para crer na Soberania amorosa de Deus. O texto diz podemos não entender nosso caminho, mas não diz que não podemos conhecer nosso guia, aquele que dirige nossos passos. Somos chamados a conhecer a Deus e não o nosso caminho. Tentar entender o porquê das coisas é um labirinto escuro, onde entramos, mas nos perdemos logo no início. É aceitável, porém não o correto, termos lutas para confiar em Deus ao ponto de nos alegrarmos na verdade de que Ele é quem dirige nossos passos porque ainda não O vemos ainda como um Deus como a Bíblia O revela. Todavia, Martinho Lutero trilhou por um caminho correto onde não tentava entender seus passos, mas sim procurava conhecer o seu guia. A conclusão de Martinho Lutero foi: "Não conheço muito bem os caminhos que Deus me conduz, mas conheço muito bem o meu Guia". Isto bastava para que Lutero confiasse em Deus mesmo nos momentos mais difíceis da sua vida. É isto que precisamos conhecer também, o nosso bondoso Deus! Quanto mais O conhecermos mais confiaremos que "todas as coisas cooperavam para o bem daqueles que amam a Deus" (Rm 8:28) que é na verdade, a formação do caráter de Cristo em nós. Conhecer nosso guia não nos isenta de temores e inseguranças algumas vezes, porque nossa confiança ainda não é total, mas nos dá a certeza de que nossos passos estão sendo guiados por Deus e que a vontade Dele é boa, perfeita e agradável (Rm 12).
Diante desta verdade, aprendemos que não devemos tentar descobrir ou conhecer os fatos, a razão das coisas acontecerem ou deixarem de acontecer, mas sim, que devemos buscar um relacionamento pessoal e nos render a este Deus maravilhoso que dirige amorosamente nossos passos todos os dias da nossa vida.



Alexandre Pereira Bornelli

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

A CRIAÇÃO DE DEUS

Às vezes lemos a Bíblia sem nos atentarmos para o fato de que ela nos fala da perfeição e do amor de Deus. Alguns detalhes essenciais podem não ser percebidos pela nossa leitura formal, mecânica e rápida do texto Bíblico. Algo simples mas de fundamental importância, como por exemplo a criação de Deus.
Desde que o homem é homem ele começou a fabricar e criar coisas. São carros, telefones, computadores, eletrodomésticos, roupas, sapatos e uma infinidade de outras matérias. Entretanto, sabemos que todas as coisas criadas pelo homem são a partir de algo. Porém, diz a Bíblia: "No princípio criou Deus os céus e a terra..."  Deus criou tudo, a partir do nada! Isso, porque só Ele é Deus.
Compare o primeiro carro fabricado com o mais moderno que existe. Compare o primeiro computador com o mais atual. Agora, compare o Sol, a Lua, as estrelas, o ser humano, as aves e toda a criação de Deus descrita em Gênesis com o que temos hoje! São simplesmente iguais, nada precisou ser aperfeiçoado, melhorado, atualizado ou consertado! Isso fala da perfeição do Criador, ao mesmo tempo que fala da imperfeição da criatura. Afinal, todas as coisas criadas pelo homem sofreram mudanças, alterações e correções. Nosso Deus é maravilhoso! Pensemos nisso: o mesmo Sol que aquecia Adão nos aquece. As estrelas que brilhavam ao tempo de Abraão ainda brilham para nós. A lua que clareava as noites para José é a mesma até hoje! Deus não precisou fazer um recall da criação. O sol não precisou ser refeito para aquecer mais ou menos. O mesmo não aconteceu com a lua, as estrelas e demais astros. Isso não nos impressiona? Isso não nos leva a crer e adorar mais a Deus e a Jesus Cristo?
Que possamos olhar o Céu e toda a criação como diz o Salmo 19: 1: "Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras da suas mãos".
Que esta reflexão nos leve à certeza de que nosso Deus é perfeito em tudo o que faz e que somente Ele é digno de adoração. Certamente isso nos trará conforto, alegria e gratidão por Ele ter nos amado e nos aceitado como seus filhos, gerando em nós temor, obediência e santidade em nossa vida.

Alexandre Pereira Bornelli

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Entre você e Deus.

Corre pelo mundo virtual, via e-mail e páginas na internet, a informação de que apenas 6 pessoas nos separam de qualquer outra no mundo. Desconheço se tal informação é realmente precisa e verdadeira. Mas, independentemente da veracidade dessa informação, o fato é que ela trouxe alegria e esperança a muitas pessoas pelas mais variadas razões, tais como: interesses políticos, econômicos, amorosos, financeiros e outros quaisquer. Por um instante nos sentimos próximos de qualquer outro ser humano que até então nos era inacessível. Os fãs explodiram em alegria ao saber que apenas 6 pessoas, segundo a pesquisa, os separam de seus ídolos.
Vibraríamos, ao menos com a mesma intensidade, se soubéssemos que entre nós e Deus, o Criador e Sustentador do universo, existíssem apenas 6 pessoas? Como nos sentiríamos se entre a ponta de cá da corrente e a última, existissem apenas 6 gomos que as separassem? Conseguimos imaginar como seria? Nosso coração acelerou de emoção? Boas expectativas brotaram em nosso coração ante tal possibilidade? "Ah, imaginem se apenas 6 pessoas me separasse de Deus, como seria diferente, como eu poderia ter acesso a Ele e conhecê-Lo”, alguns podem estar sonhando.
A Bíblia tem uma notícia surpreendente e incontestavelmente verdadeira. Prestemos atenção. Paremos com tudo que estamos fazendo para lermos o que o apóstolo Paulo disse em I Timóteo 2:5: "Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem, o qual a si mesmo se deu em resgate por todos." Não existem 6 pessoas entre nós e Deus, nem 5 ou 4. Existe apenas uma pessoa: Jesus Cristo. É o que o texto bíblico diz, “um só mediador”. Maravilha! Isto quer dizer que todos aqueles que desejam conhecer a Deus, o Criador e Sustentador do universo, o único Deus verdadeiro, precisam conhecer apenas uma pessoa; Jesus Cristo. E como conhecer a Jesus Cristo? Lendo a Bíblia. Foi Jesus que se encarnou em forma humana e, sem pecado algum, se fez pecado por nós (2 Coríntios 5:17 a 21) para morrer em nosso lugar, nos salvando para sempre. Foi Jesus que deu a Sua própria vida na Cruz. E todos aqueles que reconhecem que Jesus é Deus encarnado e que é o único mediador, o único que pode nos conduzir a Deus que é Ele mesmo, experimentam a salvação eterna. É o que diz o conhecido texto de João 3:16: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça mas tenha a vida eterna". Crer em Jesus nos traz vida eterna!
Existe notícia melhor do que essa? Certamente que não. Algumas implicações desta verdade: 1) não há outro mediador entre Deus e os homens, apenas Jesus Cristo (I Timóteo 2:5). 2) "aquele que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele e ele em Deus" (I João 4: 15), ou seja, para conhecer a Deus, preciso aceitar a vida e a morte de Jesus Cristo em meu lugar e reconhecê-lo como Senhor e Salvador da minha vida. 3)todo aquele que crê que Jesus é o Cristo é nascido de Deus..." (I João 5:1), ou seja, para ser um filho de Deus, precisamos crer em Jesus. 4) que a vida eterna está em Jesus Cristo, conforme I João 5:11 e 12: "E o testemunho é este, que Deus nos deu a vida eterna; e esta vida está no seu Filho. Aquele que tem o Filho tem a vida; aquele que não tem o Filho não tem a vida", e; 5) se negarmos a Jesus como sendo o Filho de Deus não temos a Deus, segundo o ensino de I João 2: 23: "Todo aquele que nega o Filho, esse não tem o Pai; aquele que confessa o Filho tem igualmente o Pai".
Percebemos claramente que Jesus é Deus e que somente Ele pode nos conduzir ao Pai. Que esta maravilhosa notícia de que entre nós e Deus existe apenas uma pessoa, Jesus Cristo, ou seja, que para conhecermos a Deus precisamos conhecer somente Jesus Cristo, nos encha de esperança, alegria e vontade de O conhecermos através da Bíblia, para O amarmos cada dia mais, nos relacionando pessoalmente com Ele, entregando nossa vida aos seus cuidados. Lembremo-nos: entre nós e o Deus Criador, existe apenas Jesus Cristo!

Alexandre Pereira Bornelli

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Caminhos retos, corações tortos.

Todo caminho do homem é reto aos seus próprios olhos, mas o Senhor sonda os corações.” Pv 21:2

Vivemos num mundo que valoriza mais a estética do que ética; mais a beleza do que inteireza e, mais a vaidade do que a integridade. Embora isso sempre existiu, em menor intensidade é verdade, atualmente, chegamos ao ridículo onde empresas mudam apenas a embalagem do produto para vender mais! Não mudam o produto, apenas o rótulo. Por isso que as pessoas estão mais preocupadas em mudar a “embalagem”, os seus corpos, do que o produto, seu interior. E todos acham que estão corretos.
Em I Samuel 16:7: lemos a sentença: “Porém o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura, porque o rejeitei, porque o Senhor não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração”. Deus havia rejeitado a Saul, homem alto, forte, para ser Rei em Israel e, em contrapartida, escolheu Davi que não tinha os mesmos atributos físicos. Quem seria escolhido hoje em dia para ser Rei? Quem você escolheria: Saul ou Davi? Valorizamos mais o rótulo do que a embalagem. Mas, Deus não faz isso. Por mais que sejamos empresários, profissionais liberais, homens e mulheres de negócio, chefes e líderes de grandes empresas, pessoas de sucesso secular incontestável, para Deus isso é o mesmo que nada. Deus não mede nosso sucesso, mas sim, nosso temor e obediência a Ele. Mas, infelizmente, estamos mais preocupados com que os outros irão dizer a nosso respeito do que com o que Deus valoriza. Sofremos muito porque vivemos preocupados com a opinião dos outros. O que estão falando a meu respeito? Espelho, espelho meu, tem alguém mais em evidência do que eu? É a pergunta que fazemos muitas vezes. No casamento, os cônjuges trocam a embalagem para tentar reconquistar o outro e melhorar o relacionamento. Mudam o corte de cabelo, malham na academia, fazem regime, aprendem novo idioma, melhoram o guarda-roupa etc. Nada de errado em si fazer isso, aliás é bom para o casamento mantermos a forma e sermos pessoas bem cuidadas. Todavia, se o interior, se o coração, os afetos, a longanimidade, a benignidade, o amor, o perdão, a misericórdia, o respeito, o ouvir, o amor a Deus que são os produtos do bom casamento não estiverem presentes, nada do que exteriormente melhorou afetará positivamente o relacionamento. Esse princípio vale para todos os relacionamentos. Nós vemos a aparência, Deus o interior. Como sabemos que vivemos na presença de Deus que nos vê interiormente e será diante dEle que prestaremos contas, segue que devemos nos preocupar mais com nosso interior, nossa vida com Deus que, consequentemente, evidenciará num exterior mais ajustado. Essa mudança vem à medida que lemos e obedecemos a Palavra de Deus.
Aprendemos então, que Deus não se impressiona com nova embalagem, nova linguagem, novos comportamentos, nova postura, novas roupas, nova cara de piedade, novos hábitos religiosos, etc. O que Deus vê e se interessa realmente é em nosso interior. Nosso coração e nossas motivações é que determinam o tanto que estamos sendo transformados pela Palavra de Deus. Os fariseus tinham boa embalagem, mas o produto interno era podre. Tinham um linguajar correto, mas a fonte que era o coração estava podre. Tinham boas lições para os outros, mas eles mesmos não faziam nada do que falavam. Jesus chegou a chamá-los de sepulcros caiados, ou seja, limpos por fora e podres por dentro, pois só se preocupavam com a embalagem, com a aparência religiosa. Quando o profeta Samuel foi ungir o novo Rei de Israel, Deus então disse para não olhar a aparência, porque todos nós naturalmente usamos esse critério como algo determinante. Mas Deus tem outros critérios. Ele prefere ver o coração que a fonte das nossas ações e motivações. Foi esse critério que Deus usou na escolha de Davi e o critério não mudou e nunca mudará. Ainda o que Deus olha é para o nosso coração e nossas motivações para ver se estão de acordo com a Palavra de Deus. Não adianta achar que nossos caminhos estão retos se nosso coração está torto, ou seja, descentralizado da vontade de Deus expressa em Sua Palavra. Podemos até pensar que estamos caminhando retamente, mas se o nosso coração está afastado de Deus, se os valores de Deus não são também os nossos, temos um coração torto. E, o que determina a retidão do nosso caminho, não são nossos passos, mas sim, nosso coração.

Alexandre Pereira Bornelli

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Fala que eu não te escuto

Todos os nossos relacionamentos têm algo em comum: o diálogo. Seja com Deus, que nos fala através da Sua Palavra e nós, através das orações, seja nos relacionamentos familiares, conjugais, entre amigos, na área profissionail, todos eles para ter boa saúde precisam de diálogo, diga-se, de um bom diálogo. Imaginemos responder a Deus sem termos escutado o que Ele tem a nos dizer. Seria o caos. Aquele que só quer falar e não escutar está condenado a não desfrutar de bons relacionamentos, seja com Deus ou com o próximo. Ouvir e não apenas falar, deve fazer parte do nosso dia-a-dia. Quantos de nós já respondemos a alguém hoje antes de o ouvirmos? Em muitos casos, o que há é monólogo. Ouvir não é o simples ato de escutar por escutar. Ouvir é prestar atenção com interesse no que o outro diz para tentar compreender a mensagem. Portanto, salvo algum problema físico de surdez, todos nós estamos aptos a escutar, mas muitos desses são inaptos para ouvir. Escutam porque não conseguem tapar os ouvidos o suficiente, ou sair de perto daquele que fala. Mas, não ouvem, porque não param de falar enquanto deveriam se calar.
A Bíblia diz em Provérbios 18:13 que "responder antes de ouvir e estultícia e vergonha". Muitos de nós cometemos esse grave erro em nossos relacionamentos. Que vergonha é responder antes de ouvir! Já fizemos isso em casa hoje? É como colocar os carros na frente dos bois. No calor de um debate ou de uma discussão verbal, muitos se defendem, tentando justificar o fato de responderem antes de ouvir a outra parte, dizendo que já sabiam o que o outro iria dizer. Pura malandragem! A Bíblia chama isso de estultícia e vergonha. Portanto, se queremos amadurecer em nossos relacionamentos, não podemos tentar prever o que o outro irá dizer. Precisamos realmente aprender a escutar, interagir, entrar no mundo da conversa, ouvir com calma, ficar quieto e interessado no que o outro tem a nos dizer, ainda que seja aquilo mesmo que pensávamos ser. Quando conseguimos calar e sossegar nossa alma agitada, que quer falar ante de ouvir é um evidente sinal de que estamos amadurecendo e praticando mais a Palavra de Deus. Esse é um detalhe que passa despercebido em nosso dia-a-dia. Observemos quantas vezes desobedecemos este provérbio e veremos o porquê entramos muito em discussões inúteis e guerras verbais que poderiam ser evitadas se obedecêssemos esta verdade bíblica. Entre marido e esposa, pais e filhos e irmãos estamos sempre sendo desafiados a ouvir antes de responder. Experimentemos a ouvir corretamente, tentando entender e compreender o outro, a dor, angústia, alegria, medo, ansiedade e preocupações do outro para depois, somente depois, termos algo a responder. Veremos que isso não é fácil, mas é necessário. Afinal, ouvir não é ficar quieto enquanto o outro fala, sendo que em nosso coração estamos "falando" e "sentenciando" interiormente enquanto ouvimos. Ao contrário, ouvir é um ato calmo, que sujeita o ouvinte a mudar sua resposta se necessário for porque o que ouviu mostrou-lhe a verdade para a qual estava cego.
Agora podemos entender a razão do texto de Tiago 1:19: "Sabeis estas coisas, meus amados irmãos. Todo homem, pois, seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar." Tiago diz esta verdade pois sabe que é uma dificuldade universal. Se formos ser honestos e é imprescindível que sejamos, veremos que em nossa experiência muitas e muitas vezes, para não dizer em todas elas, fazemos o contrário: somos prontos para falar, prontos para nos irar e tardios para ouvir. Eis uma forte razão de nossos relacionamentos serem cheios de discussões, divisões, discórdias, iras e murmurações. Não é à toa que temos dois ouvidos e uma boca. Precisamos ouvir antes de responder, para não ter que responder a Deus por essa desobediência à Sua Palavra.


Alexandre Pereira Bornelli

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Tabela de preocupações

"Um capelão militar elaborou, certa vez, uma "Tabela de Preocupações", baseando-se nos problemas que homens e mulheres haviam lhe trazido durante os anos que tinha trabalhado naquela função. Ele concluiu que as preocupações se encaixavam nas seguintes categorias:
• Preocupações com coisas que nunca aconteceram - 40%
• Preocupações com decisões tomadas no passado e que não podem ser mudadas - 30%
• Preocupações com enfermidades que nunca aconteceram - 12%
• Preocupações com adultos, crianças e amigos (que eram capazes de tomar conta de si mesmos) - 10%
• Preocupações com problemas verdadeiros - 8%
De acordo com essa tabela, 92% de todas as preocupações referem-se a situações que não podemos controlar e que deveriam ser deixadas nas mãos de Deus."

Olhando com sinceridade na tabela acima, nossas preocupações se encaixam em qual percentual? O que mais "rouba" nossa alegria e tranquilidade emocional e espiritual? Com que temos nos preocupado mais? Achamos que podemos resolver as coisas ficando ansiosos e preocupados? Como tratar com isso?
Jesus nos deixou em Mateus 6:25 a 34 uma grande lição sobre como sermos libertos da ansiedade que é fruto das preocupações dessa vida. Neste texto, lemos no verso 25: "Não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem de vestir.." Depois, logo no verso seguinte, Jesus nos dá exemplos das aves do céu que "não semeiam, não colhem nem ajuntam em celeiros; contudo vosso Pai celeste as sustenta." Em seguida faz a pergunta: "Não valei vós muito mais do que as aves"? Jesus ainda diz que por mais que andemos ansiosos, nada acrescentaremos à nossa vida, nem um dia a mais sequer (verso 27).  No verso 33, após novos exemplos sobre os lírios do campo, Jesus afirma que devemos buscar em primeiro lugar o reino de Deus e a sua justiça e todas estas coisas nos serão acrescentadas. Não é que buscando o reino teremos tudo o que quisermos. Não é isso. O que Jesus disse que é que devemos nos preocupar com o que realmente vale à pena que é o reino de Deus, pois à medida que o buscamos, nossas necessidades básicas da vida serão supridas. Arrematando o assunto nesta passagem, Jesus diz no veso 34: "Portanto, não vos inquietais com o dia de amanhã, pois o amanhã tará os seus cuidados; basta cada dia o seu próprio mal". Ou seja, não busquemos o mal do dia seguinte.
Temos que encarar a dura realidade de que a maioria de nossas ansiedades está enraizada na falta da nossa confiança em Deus. Ainda não cremos que realmente é Deus quem cuida de cada um nós. Simplesmente não acreditamos que Ele é suficientemente grande e suficientemente capaz de cuidar da nossa vida, de nos manter e manter também as pessoas que amamos, estando elas perto ou longe de nós. Porém, quando conhecemos verdadeiramente a Deus, é fácil entendermos como nossas preocupações são inúteis na maior parte do tempo!
Alguns textos da Bíblia podem nos ajudar nesse grande desafio de confiarmos mais no Senhor, sabendo que Ele está cuidando de nós, mesmo que aos nossos olhos naturais isso não pareça realidade. Leiamos estes versículos e oremos para que eles sejam realidade em nosso coração dia após dia.
"Os que confiam no SENHOR serão como o monte de Sião, que não se abala, mas permanece para sempre." Salmo 125:1
"Lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós." 1 Pedro 5:7
"Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo onhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças." Filipenses 4:6

Que possamos realmente lançar sobre Jesus Cristos nossas preocupações e ansiedades, porque Ele, de fato, cuida de nós. Como fazer isto? Primeiramente, temos que reconhecê-Lo como Senhor e Salvador da nossa vida, para nos tornar filhos de Deus (João 1:12). Depois, à medida que as preocupações surgem e tentam nos dominar, oramos a Deus para sermos diligentes e responsáveis no que devemos fazer, mas entregando em oração nossas ansiedades quanto ao futuro. Afinal, o futuro para nós é totalmente incerto enquanto que para Deus, ele já é conhecido antes da fundação do mundo! Praticando esta verdade, nossa fé aumentará e descansaremos mais no cuidado de Deus. Isso em nada nos fará negligentes, mas sim, diligentes, crendo que devemos ir vivendo responsavelmente, em conformidade com as Escrituras, mas não carregando sobre nossos ombros as preocupações e ansiedades desta vida, porque não temos condições alguma de suportá-las.

Alexandre Pereira Bornelli

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

AMOU DE TAL MANEIRA

Irmãos, está pronto a 2ª tiragem do CD do Conjunto Âncora da Alma - AMOU DE TAL MANEIRA, gravado originalmente em 1996!

Nele contém músicas com letras Bíblicas que tanto edificarão os crentes, quanto evangelizarão pessoas que ainda não conhecem a Jesus Cristo.

O Salmo 1 é cantado, o Salmo 42, o texto de João 3:16 inspirou a canção Amou de tal maneira, o texto de Hebreus 6:18 a 20 inspirou a canção Âncora da Alma e assim por diante.

São 10 lindas canções que certamente edificarão sua vida e a vida de alguém que você está evangelizando ou queira evangelizar.

Esta 2ª tiragem está em capa econômica, ou seja, O CD contém os nomes das músicas impressos nele, mas não contém a tradicional capa de plástico com as letras das músicas. O CD está protegido por uma simples capa de papel, todo em branco, e não contém as letras das músicas impressas, as quais poderão ser requisitas por email.

Por isso, o CD está custando apenas R$5,00 a unidade (+ custo de frete em caso de envio por corrreio).

Além de estar adquirindo músicas com letras Bíblicas que tanto edificarão sua vida e da sua família, querendo, poderá também presentear um amigo ou parente que ouvirá o Evangelho através das músicas.

Aos interessados, tratar por este email abornelli@uol.com.br

Fraternalmente,

Alexandre P. Bornelli

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Fracasso ou pecado?

Ninguém gosta de fracassar. Nos negócios, nos relacionamentos entre amigos, familiares e amorosos ou no esporte, o sentimento de fracasso por não atingir a meta esperada ou por não conquistar o que se pretendia, é algo indesejado por todos nós. O vice-campeão, dizem, é um perdedor como os demais. Nossa cultura exigente e sedenta por conquistas, vitórias e sucessos não abre espaço para perdedores. Nossos filhos, muitas vezes, sofrem com isso, pois crescem sob ameaças dos pais para serem os primeiros da classe. "Não quero a segunda melhor nota, você tem que ser o número 1", dizem alguns pais.
Esse sentimento terrível de fracasso também aterroriza os cristãos. E não deveria. O que deveríamos evitar a todo e qualquer custo é o pecado e não, o fracasso, que são coisas diferentes. Fracassar traz culpa pessoal por não termos atingido um determinado objetivo pessoal. Fracasso é algo que todos, mesmo aqueles que não conhecem a Deus, sentem todas as vezes que são vencidos pelas circunstâncias da vida. Pecar diz respeito a um problema muito mais grave. Refere-se a algo que ofende a Deus. Fracasso é algo natural e está centrado em nós mesmos; pecado é algo espiritual e está relacionado com nossa ofensa a Deus. A Bíblia trata de pecado e não de fracasso. Em I João 1: 5 a 9 somos ensinados a confessar nossos pecados e não, os nossos fracassos. Davi no Salmo 51, confessou diante de Deus seu pecado e não, o seu fracaso. Adão, em Gênesis 3, pecou diante de Deus e não, fracassou diante de Deus. Jesus morreu por nossos pecados e não, por nossos fracassos. Mas, por sermos, desde pequenos, estimulados e ensinados a não fracassar, para não envergonharmos a família e a nós mesmos, crescemos na vida cristã confundindo pecado com fracasso. Jerry Bridges disse que "estamos mais preocupados com nossa "vitória" sobre o pecado do que com o fato de que nosso pecado entristece o coração de Deus. Não conseguimos tolerar nenhuma falha em nossa luta contra o pecado porque somos orientados para o sucesso, em vez de nos conscientizarmos de que o pecado é ofensivo a Deus."
Aprendemos então que peado é muito mais grave que fracasso. E, que devemos andar em obediência a Deus e não em busca de vitória, pois a obediência é orientada em direção a Deus; a vitória é orientada em direção a nós mesmos. E mais, a vitória é subproduto da obediência, por isso devemos cuidar mais em sermos obedientes, se queremos obter vitória sobre o pecado. Bridges, completa sua idéia dizendo que "isto pode parecer apenas uma discussão semântica, mas há uma sutil atitude de egoísmo na raiz de muitas de nossas dificuldades com o pecado." E então, estamos mais preocupados com nosso fracasso diante de Deus e das pessoas, como se Deus esperasse mais de nós, como se Ele não conhecesse nossa pecaminosidade? Ou, estamos preocupados em não pecar porque isso ofende a Santidade de Deus? O fracasso é superado por nova conquista. O pecado é superado somente com o genuíno arrependimento. É oportuno nos perguntar: temos sentindo remorso pelo nosso fracasso, ou, genuíno arrependimento pelos nossos pecados? O que está em jogo, nossa vergonha como pessoa ou o desonrar o glorioso nome de Cristo? É algo que devemos refletir com urgência.

Alexandre Pereira Bornelli

terça-feira, 11 de outubro de 2011

O Consolador

São inúmeras as vezes que precisamos de consolo durante nossa vida cristã. Os motivos são variados: seja por termos perdido alguma pessoa querida, seja por uma situação financeira complicada, por doenças, fracassos pessoais, desamparo familiar, desemprego, filhos que se rebelam, pais ausentes, e outros motivos mais. E não são poucos aqueles "consoladores" que, apesar da boa intenção, acabam piorando ainda mais a situação, tentando nos consolar dizendo conhecer alguém que está passando por momento mais difícil do que o nosso. Isso, por si só, não é capaz de nos consolar. Tais palavras são como anestésicos de curtíssima duração. Afinal, saber que alguém também perdeu um filho de forma mais trágica é capaz de consolar alguém que acabou de perder um filho? Saber de alguém que está pior financeiramente é capaz de consolar outro que está em situação um pouco menos grave? Saber que um ladrão roubou mais na casa do vizinho do que na minha, me consola? Estes tipos de consolo que todos nós damos e recebemos ao longo da nossa vida não podem, realmente, consolar um coração marcado por alguma perda. O que pode então nos consolar?
Jesus Cristo, quando ressuscitou e subiu ao céu, sabendo que precisaríamos de consolo durante nossa peregrinação nesta terra, pois somos humanos e frágeis, sujeitos a tristezas, decepções, ansiedades, medos e perdas prometeu que nos enviaria o consolador. No evangelho de João, capítulo 14, quando os discípulos estavam com medo e tomados pela incerteza da vida sem a presença física de Jesus, ouviram do Mestre no verso 16 e 17: "E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não no vê, nem o conhece; vós o conheceis porque ele habita convosco e estará em vós". Eis o que pode nos consolar realmente: o Espírito Santo de Deus! E este Consolador, o Espírito Santo que é Deus, habita em todos aqueles que nasceram de novo, que receberam a Jesus Cristo como Senhor e Salvador da sua vida.  A conclusão é que somente os cristãos podem ser verdadeiramente consolados pelo Espírito Santo Consolador em meio as tragédias da vida. Consolo não é resolução de problemas, mas é algo que apesar das perdas e apesar dos problemas, sustenta a fé em Jesus, traz certo conforto a alma, dando-lhe a certeza de que mesmo sem a devida compreensão dos fatos no momento, crê que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus (Rm 8:28). E, para a surpresa de muitos, este bem não é necessariamente resolução de problemas e sucesso na vida. Este bem que Paulo nos mostra em Romanos 8 é o fato de que todas as coisas cooperam para formar o caráter de Jesus em nós. É o que diz o verso 29: “...para serem conformes à imagem de seu Filho...” Este é o bem de Deus para todos nós! É a mesma verdade experimentada pelo Salmista, no Salmo 42, quando estava abatido, orou: "Por que estás abatida ó minha alma? Por que te perturbas dentro em mim? Espera em Deus, pois ainda o louvarei. a ele, meu auxílio e Deus meu".  O Salmo 121 nos mostra a verdade. "Elevo os olhos para os montes: de onde me virá o socorro? O meu socorro vem do Senhor que fez o céu e a terra" . No Salmo 119:50 vemos a mesma verdade dita pelo Salmista: "O que me consola na minha angústia é isto: que a tua palavra me vivifica." O profeta Isaías fortalece esta verdade bíblica ao dizer no capítulo 51:12: "Eu, eu sou aquele que vos consola...". Somente o Espírito Santo, usando a Palavra de Deus é capaz de consolar um coração abatido e angustiado.
Portanto, aprendemos que precisamos nascer de novo para receber o Espírito Santo Consolador. Aprendemos que o único consolo que podemos ter e oferecer a outros é falando da Palavra de Deus, do amor e da necessidade de render-se ao Senhor Jesus. Aprendemos também, que o Espírito Santo Consolador usa a Palavra de Deus, as verdades eternas, as promessas divinas e a vida dos irmãos em Cristo para nos consolar quando precisarmos de consolo. Aprendemos que nada, além do Espírito Santo pode nos consolar e confotar. E, por último, aprendemos que este consolo é crer e descansar que Deus nos ama, quer o melhor pra nós e que a Sua vontade é boa, perfeita e agradável (Rm 12). Deus é Soberano aconteça o que acontecer. Que o Senhor me ajude a crer mais e mais nessa verdade eterna!

Alexandre Pereira Bornelli

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Sombra e água fresca.

Estive participando da conferência Fiel na semana passsada, onde estiveram pregando a Palavra de Deus alguns irmãos, tais como John Piper, Stuart Olyott, Augustus Nicodemus, Franklin Ferreria dentre outros. O tema foi evangelização e Missões. Teríamos muito o que compartilhar, mas, em poucas linhas, quero testemunhar um pequeno assunto que me chamou a atenção.
O irmão Stuart Olyott falou sobre o livro do profeta Jonas. Em apertada síntese, nos deixou claro que no livro todo Jonas está lutando em fazer sua própria vontade, resistindo por fazer a vontade de Deus. Essa é, igualmente, a luta nossa de cada dia: a nossa vontade ou a de Deus? Vemos no último capítulo (4), verso 5,  quando Jonas então, a contra gosto, pregou aos ninivitas e estes se converteram, que o profeta se afundou em crise ira porque Deus perdoou o povo a quem ele (Jonas) não queria ver perdoado. Jonas, na verdade, queria que as coisas acontecessem do seu jeito e, como Deus não lhe atendeu, o profeta então mergulhou em ira e tristeza. Ao sair da cidade, Jonas (v.5), assentou-se e fez uma enramada e ficou aguardando para ver o que aconteceria com Nínive. Deus então (v.6) fez nascer uma planta que subiu por cima do profeta, para fazer sombra nele, livrando-o do seu desconforto. Imediatamente, Jonas se alegrou pelo conforto que a planta lhe trouxe. Contudo, diz a Palavra que "Jonas, pois, se alegrou em extremo por causa da planta". Onde estava a alegria de Jonas? Na planta, não em Deus. Em momento algum, Jonas agradece a Deus por ter enviado a planta. Porém, no dia seguinte (v.7), Deus enviou um verme que secou toda a planta, retirando então, a sombra, o conforto do profeta. Neste momento, Jonas se irou sobremaneira, a ponto de preferir morrer (v.8).
O que Deus queria era mostrar ao próprio Jonas quem realmente ele era: egoísta e amante de si mesmo! Deus nos vê como realmente somos, nós é que não temos a real visão de nós mesmos. Por isso, Deus queria mostrar ao profeta como ele não amava os ninivitas, mas sim, amava somente seu próprio conforto e sua própria vontade.
Portanto, precisamos aprender a não lutar por nossa vontade, mas sim, procurar fazer a boa, perfeita e agradável vontade de Deus (Rm 12) em todos os nossos relacionamentos. Quando buscamos nossa própria vontade, todos os nossos relacionamentos são prejudicialmente afetados, seja com Deus, o cônjuge, os filhos, pais, amigos.
Aprendemos também a agradecer o bem que Deus nos envia, crendo que tudo vem dEle e não murmurar quando algo some de nossas mãos. Quando a nossa alegria verdadeira estiver em Deus, iremos assim como o apóstolo Paulo, aprender a viver contente em toda e qualquer situação, tanto de fartura, quanto de escassez, tanto de sombra, quanto de sol forte e mesmo quando nossa vontade própria é desconsiderada. Para se alegrar quando se tem sombra e água fresca não precisa ser cristão, todas as pessoas gostam disso. Somente aqueles que têm a Deus, ao Senhor Jesus como seu tesouro maior é que podem se alegrar na sombra ou no sol, tendo ou não tendo sua vontade e seus desejos satisfeitos.

Alexandre Pereira Bornelli

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Macro e micro

Todo cristão confia em Deus? Todo cristão espera confiantemente em Deus? São perguntas que não são fáceis de serem respondidas. O Salmista, no Salmo 40 diz: "Esperei confiantemente no Senhor e ele se inclinou para mim e me ouviu quando clamei por socorro". Aprendemos que devemos confiar e que aquele que confia, espera, ou seja, não fica agitado, amedrontado ou ansioso enquanto aguarda a vontade de Deus. Claro que isso é um processo crescente em nossa vida. Ainda não confiamos completamente no Senhor, por isso ainda esperamos agitados, ansiosos e até duvidosos.
É interessante notar que como cristãos, não temos muita dificuldade em confiar num Deus que governa os céus, que dirige a história mundial, os animais e toda a criação. No macro, é mais fácil confiar em Deus. Contudo, quando precisamos confiar num Deus que cuida da nossa vida, que nada acontece sem Sua permissão, que nem mesmo um fio de cabelo cai da nossa cabeça sem que Ele assim permita, ou, que nossa saúde, emprego, família, tudo está sob Seus cuidados, é algo mais desafiador a todo cristão. Isso é confiar em Deus no micro. Muitas vezes, quando perguntados, dizemos que confiamos em Deus. Mas, no dia seguinte, uma febre do nosso filho, um mal-estar nosso, ou algo que saiu diferente do que esperávamos é o suficiente para nos desesperar, deixando-nos sem dormir e comer, além de colocamos em dúvida se a vontade de Deus é realmente boa, perfeita e agradável (Rm 12: 1,2).
Portanto, o desafio para todos nós, indistintamente, é confiar em Deus no micro, nas pequenas coisas, nos imprevistos do dia-a-dia, nos detalhes da vida e assim por diante. Deus nunca falhou e nunca falhará em cumprir Suas promessas. Isto é importante porque muitos pensam, erroneamente, que Deus é fiel a cada um nós, quando na verdade, Ele é fiel às suas promessas, à Sua Palavra. O compromisso de Deus é com a Sua Palavra, por isso que precisamos obedecê-la para desfrutarmos da Sua fidelidade. Porém, o fato de confiarmos em Deus não quer dizer que acontecerá o melhor aos nossos olhos naturais. Mas, sim, que o que acontecer, no plano do Senhor é o melhor que poderia para cooperar no desenvolvimento do caráter de Jesus Cristo em nossa vida, ainda que não entendamos de início. E como confiar assim é difícil! Importante dizermos que nossa confiança em Deus está diretamente relacionada à nossa intimidade com Ele. Quanto mais andamos com Deus em verdade e intimamente, mais vamos conhecendo-O e mais vamos confiando em Seu agir nas pequenas e grandes coisas da nossa existência.

Alexandre Pereira Bornelli

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Pode e não pode

Quando o assunto é santidade está implícito a obediência. Não há santidade sem obediência a Deus. Não uma obediência legalista, rancorosa, onde se obedece exteriormente, mas o coração está murmurante e rebelde. Mas, sim, aquela obediência onde se entende, apesar de muitas vezes ser difícil, que é a vontade de Deus que é boa, perfeita e agradável, por isso obedecemos.
Essa obediência não deve ser como de uma criança que fica o dia todo perguntando aos pais: "Pode fazer isso? Pode ir ali? Posso falar isso?" Quando somos crianças espirituais nos comportamos assim. Queremos a todo instante perguntar ao pastor, a alguém e até mesmo a Deus se posso falar assim, fazer isso, vestir tal roupa, ter tais amizades, ir a tal lugar, etc. Parece que queremos uma lista do que pode e não pode, como se a santidade estivesse nesse tipo de obediência. Santidade não pode ser igualada a este tipo de proibições específicas. Não existe uma lista do que pode e não pode.  Jerry Bridges diz que "quando seguimos essa abordagem de santidade, corremos o risco de nos tornar semelhantes aos fariseus, com sua interminável lista."
Ao invés de nos dar uma lista de pode e não pode, Deus nos deu o Espírito Santo que é o árbitro em nosso coração (Cl 3:15). Cada cristão sabe interiormente, sem o auxílio de lista, o que desagrada e ofende a Deus; quando está em desobediência ou não; quando deve parar de fazer tal coisa ou não e assim por diante. Para andarmos em santidade e obediência, devemos estar sensíveis ao Espírito Santo, andando andando e praticando a verdade com Deus. Por isso que muitos cristãos, infelizmente, prefeririam andar com um lista no bolso, assim não precisariam manter uma vida em intimidade com Deus. Mas o Senhor não fez uma lista, graças a Deus! Por isso, precisamos cultivar uma vida íntegra, andar em verdade, porque Deus ama a verdade no íntimo (Sl 51:6) e estarmos sensíveis ao Espírito que mediante a paz de Deus em nosso coração, sinaliza quando estamos caminhando em terreno espiritualmente perigoso, em pecado. Que todos nós rasguemos nossas listas, ainda que mentais, do que podemos ou não fazer e troquemos por um andar diário com Deus, em oração, leitura da Palavra, nos enchendo do Espírito, para que em obediência prazeirosa, andemos em santidade.

Alexandre Pereira Bornelli


segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Guardando a Palavra de Deus

Não resolve nada ler um cardápio e não se alimentar. É perda de tempo comprar um remédio e não tomá-lo. Pior ainda, é ter a Bíblia e deixá-la fechada. A Bíblia fechada não tem poder algum. Aliás, nem mesmo aberta, ela o tem simplesmente por estar aberta. Vemos muitas casas e estabelecimentos comerciais com uma Bíblia aberta, como sendo algo para dar sorte, espantar a crise financeira, ladrões, problemas de saúde, decepções familiares e pessoais, dentre outras coisas.
O Salmista disse no Salmo 119:11: "Guardo no coração as tuas palavras para não pecar contra Ti". Segundo o escritor e pregador da Palavra de Deus Hermistein Maia Pereira da Costa, em seu edificante livro - "A Tua Palavra é a Verdade", pag. 42, guardar a Palavra não é: a) perder - "Aquele documento está tão bem guardado que não consigo achá-lo"; b) esquecer: "guardar na gaveta, engavetar"; também não é, c) reservar: "guardar lugar na fila, reservar algo para um amigo", d) ressentir: "guardei o que você fez comigo", ou, proteger: "guardar o carro na garagem". Quando o salmista disse "guardo no coração a tuas palavras...", continua o mesmo escritor (pag. 45), quis dizer que "este guardar envolve o homem todo. Estamos comprometidos em crer e pensar (meditar) na Palavra, experimentá-la e praticá-la. Guardar a Palavra é transformá-la na palavra final de nossa mente, emoção e vontade. Guardamos a Palavra quando ela se torna o padrão de nosso pensar, sentir e agir."
Por isso o Salmista deu tanta importância em guardar a Palavra de Deus. Nada do que ele guardasse poderia ser útil para livrá-lo do poder do pecado na hora da tentação. Tem pessoas que guardam a foto do cônjuge, ou dos filhos na carteira para quando estiver sendo tentado e ao olhar para seus queridos, tenha força para fugir da tentação e do pecado. Isso pode funcionar um ou poucos dias, mas não tem a cura, não nos transforma interiormente. José não pecou com a mulher de Potifar porque tinha a Palavra de Deus guardada em seu coração, o que lhe gerou temor (Gn 39:9).  Assim também o Salmista não guardava outra coisa senão a Palavra de Deus no seu coração para o mesmo fim. Para guardarmos a Palavra precisamos ler, orar, meditar nEla. Temos feito isso? Na hora da tentação, virá à nossa mente o que temos dentro de nós e se estamos nos alimentando deste mundo, dos desejos carnais, da vaidade, ganância, avareza, sensualidade, será isso que nos "socorrerá" nas horas difíceis. E, sabemos muito bem que essas coisas não têm poder algum de sustentar a vida espiritual de alguém (Lc 12:20).
Daí a importância urgente de nos voltarmos para a Palavra de Deus, guardarmos ela em nosso coração, meditando diariamente nela, orando para que Deus vivifique essa Palavra em nossa vida, a fim de que a obedeçamos irrestrita e inegociavelmente todos os dias e em todas as circunstâncias. A prova que estamos guardando a Palavra de Deus em nosso coração não é que não pecamos mais, mas sim, que tememos mais a Deus, e por isso, fugimos mais do pecado, pensando e agindo em nosso dia-a-dia com a certeza de que Deus nos conhece, está nos vendo e que iremos prestar contas a Ele dos nossos atos.

Alexandre Pereira Bornelli

quarta-feira, 31 de agosto de 2011

De quem é a culpa?

Desde que Adão e Eva pecaram (Gn 3) e que Adão transferiu a culpa para Eva e esta, para a serpente (Gn 3:12), o ser humano tem copiado e utilizado a mesma estratégia. Quando Deus perguntou a Adão, em Gênesis 3: 11 a 13: “Comeste da árvore de que te ordenei que não comesses?”. Então disse o homem: “A mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi.”. Disse o Senhor Deus à mulher: “ Que é isso que fizestes? Respondeu a mulher: A serpente me enganou, e eu comi.”, logicamente que Ele sabia de tudo, mas mesmo assim, Adão e Eva achavam que transferir a culpa resolveria o problema.
Não podemos achar infantil a atitude de Adão e Eva, pois fazemos o mesmo em nosso relacionamento com Deus. Quando algo acontece em nossa vida, é comum transferirmos a culpa para o outro. No casamento, um cônjuge culpa o outro pelos problemas; na vida da igreja, o pastor culpa as ovelhas pelo descompromisso com Deus, e as ovelhas, culpam o pastor pela falta de apoio espiritual. É uma briga eterna para ver quem será a vítima. É muito difícil alguém olhar para os próprios atos como sendo o maior responsável por eles. Em última instância, estamos culpando o próprio Deus por incrível que pareça, porque toda murmuração é contra Deus (Êxodo 16:8). Ao culpar Eva, Adão estava também, culpando a Deus que deu Eva pra ele. O mesmo aconteceu com Eva, que ao culpar a serpente, estava culpando Deus por tê-la deixado solta próximo a ela. São poucos aqueles que reconhecem seu pecado, dizendo: “a culpa é minha Senhor, sou eu que estou cego para os meus pecados, eu que troquei o Senhor pelo mundo; o temor pela irreverência; a comunhão pela festa mundana e a tua Verdade pela mentira do mundo. No casamento, Senhor, tenho sido o (a) culpado (a). Peço-te perdão pelos meus pecados.” Ah, se fizéssemos isto! Ah, se cada um de nós assumisse diante de Deus nossa própria culpa, nossos próprios pecados sem mencionar e analisar a culpa do outro. Marinho Lutero disse que “o reconhecimento do pecado é o começo da salvação”. Quando reconheço os meus pecados estou próximo de confessá-los, porque sei que são meus e de mais ninguém, e então, estou próximo também de ser liberto deles. É o que nos diz Salmos 32:5: “Confessei-te o meu pecado e a minha iniqüidade não mais ocultei. Disse: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniqüidade do meu pecado”; e também Provérbios 28:13: “Aquele que encobre as suas transgressões jamais prosperará, aquele que confessa e deixa alcançará misericórdia”.
Igualmente, na vida natural o mesmo acontece. Muitos processos judiciais existem porque as pessoas não querem assumir a culpa dos seus atos; diversas brigas nos esportes surgem porque nenhum atleta quer assumir a culpa pelo que fez. Quando ocorre um acidente de trânsito ninguém assume a culpa. Quando os filhos brigam com o amigo, a culpa é sempre do filho do outro. No casamento, sempre transferimos a culpa para o cônjuge. Adão e Eva são recordistas de seguidores espalhados pelo mundo, mesmo milhões de anos antes da invenção do twitter! Todos npos queremos transferir a culpa como eles fizeram!
Portanto, se queremos nos afastar desse pecaminoso caminho da transferência, se queremos crescer e amadurecer em nosso relacionamento com Deus e com o próximo, precisamos encarar a verdade e assumir diante de Deus nossa culpa sempre que ela ocorrer. Sabemos que a coisa mais fácil de confessar é o pecado do próximo. Contudo, somos exortados pela Palavra a confessar os nossos próprios pecados. É o que nos ensina I João 1:9: “Se confessarmos os nossos pecados...” Confessar os próprios pecados não é dizer: “Senhor, eu errei MAS minha esposa, meu marido, meus filhos, meus amigos, etc fizeram isso e aquilo também”. A cruz só tem lugar uma pessoa de cada vez. Foi o que Davi fez após pecar com Bate-Seba, em sua confissão no salmo 51:4: “Pequei contra ti, contra ti somente, e fiz o que era mal perante os teus olhos.” Davi não transferiu a culpa do seu pecado a ninguém, nem mesmo a Bate-Seba, ele não dividiu sua culpa. Ao contrário, assumiu seu próprio pecado sem mencionar mais nada e ninguém, por isso experimentou o perdão de Deus! Que esta seja também nossa atitude, bem como a nossa confissão!

Alexandre Pereira Bornelli

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Nossas palavras são ecos do nosso coração.

Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão”.             Êxodo 20:7

Este 3º mandamento ainda nos exorta em nosso relacionamento com Deus. Sabemos que os 4 primeiros mandamentos falam do dever do homem para com Deus e os 6 últimos, do nosso relacionamento com o próximo. Aqui aprendemos a respeito da exigência de Deus quanto a forma reverente ou o correto espírito de adoração, nos exortando para não tomar o nome de Deus em vão. Por acaso, usamos o nome dos nossos pais em vão? Não, se os amamos de verdade. Portanto, vemos como Deus quer nos ensinar que devemos nos relacionar com Ele com temor (Pv 1:7). Quanto mais se relaciona corretamente com Deus, mais reverentemente O tratamos com realidade. Qual então, a razão para esta advertência? Porque tanta preocupação? Acaso dá azar falar o nome de Deus em vão, ou sorte para quem não o faz? Evidentemente que não. A verdade é que o nome de Deus representa tudo o que Ele tem revelado a Seu próprio respeito: atributos, autoridade e palavra. Entretanto, vivemos numa época em que o ar está poluído de profanidades e coisas vãs. Quase não podemos assistir televisão, ler um livro ou escutar música sem ouvir o nome de Deus tomado em vão. Na verdade é um ataque à santa pessoa de Jesus. Profanar é desonrar aquilo que é santo ou digno de respeito. Quando tomo em vão ou profano o nome de Deus, tento fazê-lo descer ao meu nível, reduzindo-o ao meu tamanho. Quando amamos alguém, não falamos sobre ele em vão, não trazemos seu nome em assuntos que o desonraria. Como podemos continuar então, participar ativa ou passivamente de assuntos e lugares onde o nome de Deus é tomado em vão, é dito como algo banal e até zombado? Gálatas 6:7 nos adverte: “Não vos enganeis: de Deus não se zomba, pois tudo que o homem semear isto colherá”. Porém, infelizmente, é comum artistas e jogadores dizerem “o cara lá de cima”, achando que estão demonstrando intimidade com Deus, quando na verdade, evidenciam total ignorância a Seu respeito. Quando difamamos o nome de Deus, quando contamos piadas sobre a Bíblia, quando assistimos algo que ridiculariza Sua pessoa ou as Escrituras, quando invocamos Seu nome que não para O glorificar é sinal de que não há temor de Deus em nosso coração. Não podemos dizer: “fulano toma o nome de Deus em vão, mas tem um ótimo coração”. Não, isso não é verdade! A Bíblia afirma que a maneira como falamos revela nosso coração (Mateus 12:34). Por isso Deus está preocupado com o que dizemos, porque sabe que nossas palavras revelam o tanto que O amamos. Isto tem a ver até mesmo com nossas orações, pois quando oramos e no final dizemos “em nome de Jesus” dizemos que Ele concorda e autentica nossas palavras. E, se pedimos coisas ou falamos algo para satisfazer nosso ego e vontade própria, usamos o nome de Jesus de forma errada. Nossas palavras são ecos do nosso coração!
Aprendemos, portanto, que devemos cuidar do nosso coração para que realmente tementes a Deus, não venhamos a profanar ou tomar Seu nome em vão em nosso dia-a-dia, seja como expressão de desabafo, alegria e até medo que não seja por um motivo correto de glorificá-lo e de fazê-Lo conhecido entre as pessoas.


Alexandre Pereira Bornelli

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Imagens vazias

"Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não te encurvarás a elas nem as servirás: porque eu, o Senhor, teu Deus, sou Deus zeloso.”    Êxodo 20:4,5

Para relembrar, vimos que o 1º mandamento nos ensina a quem devemos adorar, enquanto que este 2º mandamento, nos ensina como Deus deve ser adorado. Ou seja, proíbe qualquer adição ou invenção na adoração ao Deus verdadeiro.
Percebemos então, que Deus está realmente preocupado com nosso coração, com onde estamos dedicando nossos afetos, investindo nosso tempo e nossa vida (PV 4:23).
O enfoque do 2º mandamento é que Deus deve ser adorado de acordo com as Escrituras, não devendo ser retratado ou representado através de escultura ou mesmo pelas coisas presentes na natureza (Êxodo 20:4-6; Romanos 1:23). Isto está extremamente próximo da idolatria, igualmente proibida pelas Escrituras. Com a idolatria, nós provocamos a ira de Deus ao darmos a outro ou a alguma coisa a glória devida a Ele (Isaías 48:11; Romanos 1:23). Esta preocupação é urgente e real, porque estamos sendo tentados todos os dias a adorar outras coisas no lugar de Deus. Noutras palavras, Deus está nos dizendo para não guardarmos outras imagens em nosso coração, para não procurar um deus falso ou algo para dedicar nossos afetos, tempo e vida. Aqui então, nos cabe a pergunta: “temos alguém ou alguma coisa em nosso coração mais importante do que Jesus Cristo?“ Se temos, estamos na idolatria. Vejamos o que a Bíblia diz sobre isso em I João 5:21: “Filhinhos, guardai-vos dos ídolos”. Matthew Henry diz: “Desde que você conhece o Deus verdadeiro e está nEle, permita que Sua luz e amor o guardem de tudo que se opõe a Ele, ou compete com Ele...Agarre-se a Deus pela fé, amor e obediência constantes, em oposição a todas as coisas que possam afastar sua mente e coração de Deus.” Essas imagens proibidas, objetos de adoração, tanto podem ser coisas materiais (Mateus 6:24) como pessoas.
Portanto, quando todo o propósito da minha vida é perseguir uma dessas imagens, já escorreguei para a idolatria. Sabemos que ídolos e imagens falsas roubam os dias de nossas vidas e ficamos sem nada. Sem paz. Sem satisfação. Os ídolos são qualquer coisa que tire o nosso foco de Deus. A idolatria surgiu da inimizade natural do homem contra Deus (Romanos 1:21-23) e tem permanecido até os dias de hoje. A verdade é que os homens por natureza desejam remover Deus o mais longe possível de suas vidas, preferindo adorar alguma coisa que represente Deus do que tratar pessoalmente com o verdadeiro e único Deus Santo. E a conseqüência é que nos tornamos semelhantes com aos deus que adoramos (Salmo 135: 15 a 18).
Que Deus nos liberte desse terrível pecado de adorar imagens e a criaturas no lugar do Criador.


Alexandre Pereira Bornelli

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Diga não a concorrência


Êxodo 20:3 - "Não terás outros deuses diante de mim".

Todo atleta acha difícil ser o numero 1. Porém, mais difícil do que ser o primeiro é manter-se no topo.
Da mesma forma, o maior desafio da nossa vida é manter Deus em primeiro lugar diante de tantos deuses concorrentes que querem ocupar nosso coração! Nosso maior desafio é manter um relacionamento íntimo, pessoal e crescente com Jesus Cristo. Provavelmente, muitos de nós já tivemos Jesus Cristo como nosso amor maior, como a pessoa mais importante à qual dedicamos nossa vida. Mas, infelizmente, pelas distrações e preocupações da vida, outros deuses, como: dinheiro, poder, fama, lazer, prazer, família, têm invadido nosso coração e sido prioridade em nossas vidas. Poderíamos resumir, dizendo que nossa principal tarefa como crentes é verificar que nada, nem pessoas, objetos, tarefas, deveres ou prazeres estejam ocupando o lugar que Jesus deve ocupar em nossa vida, prioridades, planos e afeto. É evidente que isso não é simples! Jesus disse em Apocalipse 2:4, que ao povo piedoso da igreja de Éfeso que era eles trabalhavam duro, mantinham vivas suas esperanças, doutrinariamente eram sadios e suportavam pacientemente os sofrimentos pelo Senhor. Mas, o Senhor disse que estava a ponto de perder Sua luz e testemunho no mundo, porque “abandonaste o teu primeiro amor”. Ou seja, Deus não era mais o primeiro para a igreja de Éfeso. Talvez o ativismo fosse, mas Deus não era. Devemos entender que Deus não quer que tenhamos outros deuses porque Ele mesmo quer ser o nosso Deus, porque sabe que nada deste mundo pode nos preencher e nos tornar realmente felizes.
Quando Deus então é o centro, o primeiro em nossa vida, quando nosso coração não tem outros deuses concorrendo com o verdadeiro e único Deus, algumas evidências são visíveis em nossas vidas. A primeira, é que no lugar das excessivas preocupações e ansiedades, nascidas de um coração dividido, passamos a desfrutar de confiança em meio às dificuldades da vida (Sl 56:3 e I Pe 5:7). Calvino disse: “Senhor, enquanto eu não descanso totalmente em Ti, sou um peso para mim mesmo”. Noutras palavras, enquanto o Senhor não for o primeiro em minha vida, sou um peso para mim mesmo! A segunda evidência, é que as demais coisas se ajustam em seus devidos lugares em nossa vida (Mt 6:33). Passamos a viver uma vida mais em ordem, em conformidade com a Palavra de Deus. A terceira, é que causamos impacto sobre as pessoas, pois não é possível ter Deus em primeiro lugar e as pessoas terem bom testemunho do amor de Deus em nos preservar em meio a tanta idolatria.
Portanto, devemos eliminar hoje mesmo outros deuses que estão tentando roubar o lugar do Senhor Jesus em nosso coração a fim de experimentarmos uma integridade e uma vida em plena comunhão com o Senhor. Para identificar se temos outros deuses, basta respondermos às perguntas: a) o que mais amamos?; b? no que mais falamos? ; c) no que mais pensamos?; d) no que mais nos alegramos?
 Diga não à concorrência em seu coração. Não tente servir a dois deuses (Mt 6:24).

Alexandre Pereira Bornelli

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

A falsa pedagogia do pecado.

Somos seres racionais, desenvolvidos e inteligentes. Fabricamos grandes máquinas, tecnologia de ponta, as engenharias evidenciam a criatividade do homem, os livros, sua intelectualidade, os esportes, suas habilidades e todas as profissões, sua capacidade. Aprendemos muito com outros através de livros. Contudo, uma coisa é fato: na vida cristã aprendemos muito pouco, abaixo do mínimo exigido, com o pecado dos outros. A história nos comprova isto. Quantos jovens que idolatravam artistas e cantores que morreram de overdose abandonaram as drogas depois que viram o triste fim do seu ídolo? Alguém será capaz de deixar definitivamente a bebida e as drogas depois de ver o triste fim da jovem cantora Amy Winehouse? E quem abandona o sexo livre e descompromissado, fora do casamento, só porque um conhecido morreu de AIDS ou de outra doença? O pecado dos outros nos estimula a abandoná-lo? Não. Ao contrário, ele pode nos atrair. Embora sejamos potencialmente capazes de todo tipo de pecado (Marcos 7:20 a 23), podemos não ter como nosso “calcanhar de Aquiles”, as drogas e a bebida, mas talvez, sejamos mais vulneráveis à vida promíscua, à sexualidade pervertida, ao consumismo, a glutonaria, a sensualidade e inveja. Mesmo vendo a vida deprimente que levam as pessoas que se entregam a este tipo de vida, não conseguimos nos desprender deles também, muitas vezes. E não é por falta de tentativas. Pois, com boas intenções, muitos encaminham e-mails com as fotos de artistas antes e depois das drogas e bebidas para causar impacto nas pessoas, para que abandonem tal caminho. No momento que se vê as fotos, realmente, somos impactados, mas o efeito pedagógico do pecado passa rapidamente. Fotos, mortes, sofrimentos, internações, falências, separações e tantas outras desgraças deste mundo não são capazes de transformar ninguém por si mesmo. O pecado dos outros não nos afasta dos nossos, pelo menos não como deveria afastar. Mesmo vendo reportagens trágicas, logo os que são atraídos pelas drogas, voltam a se drogar; os atraídos pela bebida, voltam a beber; os amantes da velocidade voltam a correr; os glutões se permitem comer incontrolavelmente e os promíscuos se atolam na novamente na promiscuidade. Não é apenas vendo o triste fim dos outros que os jovens deixarão o pecado, a vida torta e mergulhada em seus pecados e prazeres carnais. Quem já leu na Bíblia a história do filho pródigo (Lc 15:11), por exemplo? Contudo, quantos jovens têm feito as mesmas escolhas que ele, embora sabendo do triste fim que ele teve? Por outro lado, deveríamos aprender com José a fugir do pecado (Gn 39), mas infelizmente pouco o imitamos. E quantos ainda adulteram mesmo cientes das terríveis conseqüências ocorridas na vida de Davi (Sl 32)?
Nenhum tipo de medo, que seja o medo das conseqüências das drogas e até o medo do inferno são capazes de nos libertar da escravidão do pecado. O que então é capaz de causar profundas transformações e nos libertar da vida de escravidão do pecado? A Bíblia diz em João 8:32: “e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará” e, no versículo 36, diz: “Portanto, se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”. Não há outra forma de ser livre do poder do pecado, deste mundo e dos prazeres carnais se Jesus não nos libertar deles. Somente um encontro e uma entrega pessoal a Jesus Cristo é capaz de uma real transformação. Somente quando o Espírito de Deus nos faz ver o amor de Deus demonstrado por nós na Cruz é que estamos capacitados, por Deus, a abandonar a prática do pecado e experimentar um relacionamento transformador com o Criador. A Bíblia diz em 2 Coríntios 5:14, que “o amor de Deus nos constrange”. Portanto, se queremos ser transformados, precisamos crer em Jesus Cristo. Somente o amor de Deus derramado em nossos corações é que nos liberta, capacitando-nos a buscar a santidade e a fugir do pecado, a amar a Deus e não, amar o mundo.

Alexandre Pereira Bornelli

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Olho por olho, literalmente.

Um caso ocorrido recentemente serve de exemplo à todos nós. Trata-se do caso em que uma iraniana perdoou um homem que jogou ácido em seu rosto há 7 anos, deformando-a e deixando-a cega, conforme matéria no link http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/07/iraniana-perdoa-homem-que-deformou-seu-rosto-com-acido.html. A vítima conseguiu uma sentença para que seu agressor pagasse o crime que cometera da mesma forma que o causou. Literalmente, seria olho por olho. A justiça determinou que o agressor também recebesse ácido em seu rosto e perdesse a visão total como punição do seu crime. Sua cegueira estava decretada. No entanto, usando seu direito e tendo suas razões pessoais, a vítima perdoou o agressor que foi poupado do castigo. Mesmo com sentença judicial a seu favor para ver seu agressor cego como punição pelo ato que fez, a vítima abriu mão de vingar-se e aceitou o dano sofrido, perdoando no último minuto. Imaginem a alegria do perdoado e porque não dizer, do perdoador também que se viu livre de mágoas e ressentimentos. O agressor está livre de perder a visão graças ao perdão que recebeu, mas continuará preso pelo crime cometido, com razão. Afinal, como a bíblia mesmo diz em Gálatas 6:7: “o perdão não anula a colheita”.
É inevitável lermos isto e não refletirmos no perdão bíblico. Sabemos que Deus nos perdoou incondicionalmente em Cristo Jesus, assumindo nossa culpa, sofrendo e morrendo em nosso lugar para nos reconciliar com Deus (II Coríntios 5:19 a 21). Sabemos também que devemos perdoar as pessoas sempre e incondicionalmente (Mateus 18:21,35 e João 6:14,15). Não devemos improperar, ou seja, perdoar sob condição, sob explicação, sob pedido de desculpas. Devemos assumir o dano. Isso é perdão. Qual a razão então de não estarmos praticando o perdão em nossos relacionamentos? Por que tantos casais vivem em guerra, tantos pais e filhos, os filhos entre si, parentes, patrões e empregados, amigos não se perdoam, não assumem o dano, não se reconciliam? Creio que é porque pensamos ter direito de vingança e a muitas explicações. Imaginem se Deus, para nos perdoar, exigisse de nós o que exigimos daqueles que nos ofenderam? Estaríamos eternamente perdidos sem o perdão divino. Mesmo que tenhamos as marcas de agressões sofridas, seja em nosso corpo ou em nossa alma, como a vítima do ácido ficou deformada para o resto de sua vida, precisamos perdoar por ordem de Deus. Não perdoar, alguém já disse: "é tomar veneno e desejar que o outro morra". É loucura religiosa pensarmos que mesmo não perdoando, conseguimos viver bem conosco mesmos e em paz com Deus. O verdadeiro cristianismo não nos dá a possibilidade de vivermos bem com Deus, se estamos amargurados e ressentidos contra o nosso próximo (I João 2:9,11). A prova de que estamos vivendo em paz com Deus é que também estamos em paz, sem amarguras, ressentimentos, contra as pessoas, sejam elas quem forem e o que nos fizeram (I João 2:10). Jesus sempre nos ensinou que devemos perdoar sempre, por toda a vida e isto, incondicionalmente. (Mateus 18:21)
Temos muito menos razões, deformidades e danos sofridos, do que a vítima do ácido para não perdoarmos alguém. Em contrapartida, temos infinitamente mais razões bíblicas para perdoamos aqueles que nos têm ofendido, porque também já desfrutamos do perdão divino. Porém, insistimos em manter uma religião (falsa) onde não queremos perdoar, mas queremos ser perdoados por Deus e pelos outros, onde não perdoamos, mas falamos que estamos bem com Deus, onde não perdoamos, mas mantemos uma postura de alguém que ama a Deus e ao próximo. Isso é religião e não cristianismo! Que Deus realmente nos liberte dessa vida deprimente e pecaminosa de não perdoarmos, de vivermos com amargura, nos agarrando ao direito carnal e pecaminoso de vingar, de retaliar e de não perdoar e achar ainda que estamos caminhado no conhecimento e na graça de Jesus Cristo. Assim como Deus nos perdoou em Cristo, assim também devemos perdoar uns aos outros.

Alexandre Pereira Bornelli

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Não deu tempo.

Sabemos que a nossa vida é frágil e que a todo instante estamos a um passo da morte. Alguém já disse que "para morrer, basta estar vivo". E é verdade. Ontem, um amigo meu, professor de uma academia de musculação, me disse que um de seus alunos lhe pediu, antes de ontem, para que ele montasse uma nova série de exercícios para iniciar no próximo dia, que seria ontem. Entretanto, seu aluno não teve tempo de iniciar os novos exercícios. No mesmo dia do pedido (antes de ontem), após sair da academia normalmente, o aluno foi para casa como de costume. No entanto, chegando em sua casa, foi levar o lixo para fora, quando, de repente, sem aviso prévio, morreu de ataque cardíaco fulminante. Tentaram reanimá-lo por uma hora, mas sem sucesso. Segundo este meu amigo, seu aluno, já com seus 45 anos, fazia exames médicos regulares e estava tudo normal. O professor, que não é cristão, não tinha muito o que falar pra mim. Apenas dizia: "Você vê só isso. Que coisa. Falei com ele ainda ontem".
Muitos casos semelhantes a estes acontecem todos os dias. É uma pena que o impacto causado à nós de que a vida é frágil, dura pouco, muito pouco. Ontem mesmo, quando ouvi a notícia, fiquei impactado e, na hora, pensei em vários textos bíblicos como o Salmo 103:15,16: "quanto ao homem, os seus dias são como a relva; como a flor do campo, assim ele floresce; pois soprando nela o vento, desaparece; e não conhecerá daí em diante o seu lugar”; Isaías 40:6, “toda a carne é como a erva, e toda a sua glória como a flor da erva; seca-se a erva, e caem as flores, soprando nelas o hálito do Senhor. Na verdade o povo é erva, seca-se a erva, e cai a sua flor, mas a palavra do nosso Deus permanece eternamente”; e, Jó 9:25 também nos ensina dizendo: “Os meus dias foram mais velozes do que um corredor, fugiram, e não viram a felicidade.” E, no capítulo 14, continua dizendo que “o homem nascido da mulher vive breve tempo, cheio de inquietação. Nasce como a flor, e murcha, foge como a sombra e não permanece". Contudo, infelizmente, confesso que o impacto de refletir na brevidade da vida durou muito menos do que deveria durar. Logo me envolvi com as coisas da vida e esta verdade me escapou da mente. Porém, constantemente, procuro lembrar desta verdade de que não poderei ter tempo de me arrepender, de dedicar mais tempo a Deus, de perdoar alguém, de pedir perdão, de dedicar-me à minha família, à vida da igreja e de viver o verdadeiro cristianismo, sem ignorar outros aspectos da vida. Esta não é uma argumentação para nos convencer a arrependermos, pelo medo. Trata-se de uma realidade bíblica: somos como a neblina! Então, o que devemos fazer? Nos desesperar? Não. É preciso que encaremos que somos frágeis e que a qualquer momento podemos deixar esta vida. E, aonde passaremos a eternidade: no céu ou no inferno? Não há outro lugar. Nosso futuro depende do presente. Temos a Cristo como Salvador e Senhor de nossas vidas? Cremos que a morte de Cristo foi para pagar os nossos pecados? Estamos buscando a santidade? Em caso positivo, iremos viver eternamente com Jesus Cristo.
Podemos não ter tempo para pensar nessas coisas amanhã, ou mesmo, nesse dia. Afinal, nossa vida está nas mãos do Senhor, é Ele quem nos dá e tira o fôlego da vida. Por isso, Hebreus 3:15 nos diz: "Se hoje ouvirdes a voz de Deus não endureçais o vosso coração....". O dia de Deus se chama hoje e o dia de satanás, chama-se amanhã. Pense nisso, hoje, agora!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Peregrinos e Forasteiros

Uma das razões que tanto nos aprisiona a este mundo, nos fazendo viver correndo desesperadamente atrás do dinheiro, fama, sucesso, riquezas e poder é que perdemos de vista a verdade de que estamos nesta terra de passagem e, de que nada daqui levaremos (I Tm 6:7).
Na primeira carta de Pedro, capítulo 2, versos 11 e 12, somos exortados e relembrados que somos peregrinos e forasteiros. Eis o texto: “Amados, exorto-vos, como peregrino e forasteiros que sois, a vos absterdes das paixões carnais que fazem guerra contra a alma, mantendo exemplar o vosso procedimento no meio dos gentios, para que, naquilo que falam contra vós outros como de malfeitores, observando-vos em vossas obras, glorifiquem a Deus nos dia da visitação”. Pedro faz questão de nos relembrar que somos peregrinos e forasteiros. Crer nesta verdade é essencial para entendermos tudo o mais dito por ele. Portanto, se perdermos de vista que somos cidadãos do céu, que nossa pátria é celestial (Fl 3:20) e que somos peregrinos e forasteiros neste mundo, viveremos para satisfazer nossas paixões carnais. Afinal, não faz sentido lutar contra o pecado, abster das paixões carnais, manter nosso procedimento exemplar entre os não cristãos, apresentar bons frutos, sendo que vivemos como se este mundo fosse nosso lugar definitivo. Aqueles cristãos que ainda pensam que foram salvos somente do inferno e, não deste mundo também, conforme nos ensina Gálatas 1:4, estão aprisionadas ao pecado e se entregando aos prazeres carnais. É bem verdade que todos nós ainda somos atraídos pelo pecado. Porém, quando estamos progredindo em conhecer mais ao Senhor, em viver em integridade a vida cristã, estamos, aos poucos, sendo desarraigados deste mundo perverso, passando a viver como peregrinos e forasteiros. Isto não quer dizer, de forma alguma, viver irresponsavelmente. Ao contrário, nos faz viver sendo bons exemplos em nossas obrigações e responsabilidades, porém, como autênticos cidadãos do céu. Crer assim faz toda a diferença em nossa vida diária. Somente aqueles que crêem e vivem com a certeza de que são peregrinos e forasteiros é que vivem como autênticos cidadãos do céu, conseguindo lutar contra as atrações e tentações deste mundo. É o que lemos dos heróis da Fé em Hebreus 11:13 a 16. Portanto, resgatar a verdade bíblica de que somos peregrinos nesta terra e de que nossa pátria está no céu é determinante para vivermos a vida cristã corretamente, desapegados a este mundo e agarrados na esperança da volta de Cristo.


Alexandre Pereira Bornelli

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus!

Entender o propósito dos fatos está ligado ao amadurecimento. Muitas vezes quando levava meu filho ao médico pediatra para consultas, era um momento terrível para ele. Por mais que explicasse que eu estaria junto e que o médico iria apenas examiná-lo a fim de ajudar a tosse e a dor de garganta sumirem, não tinha muito resultado positivo. E, ao sair dali, para piorar, passava na farmácia e comprava o remédio prescrito. Pronto, era tudo que meu filho precisava para concluir que o médico e eu, éramos pessoas terríveis naquele momento para ele. Porém, com o passar do tempo, as coisas tendem a melhorar. Aquele menino bravo durante a consulta médica e resistente para tomar os remédios tem apresentado significativas melhoras em seu comportamento. A razão é porque ele já consegue entender um pouquinho que o quando o levo ao médico e quando este o examina, estamos querendo o melhor para ele, mesmo que o melhor seja passar por uma consulta desconfortável e tomar um remédio amargo por alguns dias.
Como cristãos, acontece a mesma coisa. Quando ainda somos “crianças” espirituais, quando ainda não temos a certeza do amor de Deus por nós demonstrado de forma imensurável na Cruz, ao dar seu único filho para morrer em nosso lugar, tememos e ficamos resistentes diante de algumas adversidades da vida. Desconfiamos que Deus está realmente no controle da situação, bem como, do seu cuidado e amor por nós. A questão é que o bem de Deus nem sempre é o bem que imaginamos para nós. Assim como para uma criança, muitas vezes, era melhor não passar por um exame, não tomar injeção e nem remédios amargos, achamos muitas vezes que seria melhor não passarmos por provações, ter que nos arrepender, pedir perdão, perdoar, etc. Então, quando alguma adversidade surge ou quando estamos sendo provados, se somos ainda crianças espirituais, ficamos bravos, protestamos e nos voltamos contra o Senhor. Não entendemos que todas as coisas cooperam para o nosso bem, e, o bem maior de Deus é nos conformar a imagem de seu Filho Jesus (Romanos 8:28,29). Devemos, então, considerar as adversidades e provações como Tiago, no capítulo 1:3, as considera: “Irmãos, tende por motivo de toda a alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança. Ora, a perseverança deve ter ação completa, para que sejais perfeitos e íntegros, em nada deficientes.” Martinho Lutero, em seus momentos difíceis, disse: “Não sei muito bem os caminhos que Deus me conduz, mas conheço muito bem o meu guia”. Essa é a questão principal. Para termos alegria na provação, precisamos conhecer corretamente o nosso Senhor, precisamos nos relacionar intimamente com Ele. Saber o porque dos fatos se tornará menos significativos à nós, porque estaremos conhecendo mais Aquele que cuida de nós. E, isto é fé! Assim, o Espírito Santo nos convencerá e nos consolará para descansarmos no cuidado e na vontade de Deus que é sempre boa, perfeita e agradável (Romanos 12:2). Justamente porque temos a tendência de especular e questionar a vontade de Deus, ao invés de obedecê-la, é que a Bíblia no Salmo 46: 10, nos exorta: “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus”. Portanto, devemos realmente nos aquietar quando não entendemos o “porquê” dos fatos, e saber que quem está acima dos fatos é Deus, o criador e sustentador do universo, Aquele que nos gerou novamente. Mesmo não sabendo o “porquê” das coisas, sabemos o “para quê”, que é sermos conformados a imagem de Jesus Cristo (Romanos 8:29). Podemos até questionar, expressar nossa dor, tristeza diante dos fatos, mas logo iremos tranqüilizar nosso coração com a verdade de que o Senhor é bom e eterna é a sua bondade (Salmo 100). Aqueles que esperneiam quando Deus está lhes provando é porque ainda são crianças espirituais que precisam conhecer e se relacionar mais com o Senhor, a fim de saberem de fato, que o Senhor é Deus e cuida amorosamente de todos nós.

Alexandre Pereira Bornelli

quarta-feira, 13 de julho de 2011

O convite de Caim

Gênesis capítulo 4, versos 3 a 10, nos conta a história de Caim e Abel. Em resumo, Caim irou-se(v.5) por Abel e sua oferta terem sido aceitas por Deus, enquanto que ele e sua oferta foram rejeitados. Observemos que Abel não provocou Caim, não o desprezou por isto. Contudo, Caim irou-se. Depois disso, Abel recebeu um convite de seu irmão para irem ao campo. Provavelmente, ir ao campo era algo comum e rotineiro para os dois, visto suas profissões. Mas, dessa vez, o convite de Caim a Abel era só de ida. Caim o levou até lá e o matou. Por que Abel aceitou o convite de seu irmão, visto que estava irado contra si? Primeiro, porque provavelmente, já tinha recebido inúmeros convites semelhantes e nada havia acontecido de mal. Segundo, porque Abel estava com seu coração em paz, não estava em guerra contra seu irmão, pra ele não tinha problemas ir ao campo com Caim. E, terceiro, porque Caim disfarçou sua raiva contra Abel. Foi Deus, e não Abel, quem disse que Caim estava irado. Talvez Abel não tivesse percebido a proporção da ira do irmão. O disfarce de Caim quanto a sua ira fala muito à nós. Muitas vezes, irados contra um irmão, disfarçamos com comportamento inofensivo, quando por dentro estamos querendo destruir o irmão! Outra questão que imitamos Caim é quanto a atribuição do problema. Para ele, o problema era Abel e não, o seu próprio coração. Por isso, Caim convidou o “problema” chamado Abel para ir ao campo, onde o matou. É como se diz: se você não gosta do que vê no espelho, quebre-o! O homicídio de Caim é resultado do seu pecado tolerado, não tratado, não confessado e não arrependido! Foi tão marcante este fato que em I João 3:11 e 12 lemos: “Porque a mensagem que ouvistes desde o princípio é esta, que nos amemos uns aos outros; não como Caim, que era do maligno e assassinou a seu irmão; e por que o assassinou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão, justas”. A preocupação de João era quanto a motivação maligna de Caim. João ainda quer nos ensinar amar sem fingimento, como Caim que fingiu estar bem convidando seu irmão, mas sua motivação era maligna. E porque era maligna? Porque a bondade de Abel era um lembrete constante da maldade de Caim. Infelizmente, assim como Caim, muitas vezes agimos malignamente contra nossos irmãos quando nos sentimos expostos. Quando algum irmão com sua santidade, temor a Deus e algum destaque, expõe nosso coração nos iramos e “assassinamos” esse irmão com palavras, críticas e acusações. Achamos que o problema está nos outros, jamais em nosso coração. Afinal, como em Mateus 5: 21, assassinar um irmão não é somente lhe tirar a vida, mas sim, criticá-lo, destruí-lo com palavras e acusações. O problema está em nós mesmos, em nosso coração, conforme Marcos 7:21 a 24 diz : “É de dentro, do coração dos homens que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura: Ora, todos esses males vêm de dentro e contaminam o homem”.
Aprendemos que: a) o pecado está em nosso próprio coração; b) não adianta disfarçarmos nossa ira, devemos confessá-la e nos arrepender diante de Deus antes que ela tome proporções incontroláveis; c) um coração irado, não temente a Deus é capaz de tudo, e; d) quando ofendemos nosso irmão, atingimos e ofendemos a Deus também, é o que nos diz o verso 10: “E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama da terra a mim.” Portanto, que tenhamos um coração temente ao Senhor e sempre disposto a reconhecer o próprio pecado e não a atribuir a culpa dos nossos pecados aos outros, por mais que nosso egoísmo e amor ao mundo seja exposto pela humildade e temor a Deus do nosso próximo. Que Deus nos dê a graça de vermos que precisamos de arrependimento constante dos nossos próprios pecados, para nos alegrarmos com os que se alegram e a nos entristecer com os tristes, amando uns aos outros não apenas de palavras, mas de fato e de verdade.

Alexandre Pereira Bornelli