PENSAI NAS COISAS DO ALTO

quarta-feira, 13 de julho de 2011

O convite de Caim

Gênesis capítulo 4, versos 3 a 10, nos conta a história de Caim e Abel. Em resumo, Caim irou-se(v.5) por Abel e sua oferta terem sido aceitas por Deus, enquanto que ele e sua oferta foram rejeitados. Observemos que Abel não provocou Caim, não o desprezou por isto. Contudo, Caim irou-se. Depois disso, Abel recebeu um convite de seu irmão para irem ao campo. Provavelmente, ir ao campo era algo comum e rotineiro para os dois, visto suas profissões. Mas, dessa vez, o convite de Caim a Abel era só de ida. Caim o levou até lá e o matou. Por que Abel aceitou o convite de seu irmão, visto que estava irado contra si? Primeiro, porque provavelmente, já tinha recebido inúmeros convites semelhantes e nada havia acontecido de mal. Segundo, porque Abel estava com seu coração em paz, não estava em guerra contra seu irmão, pra ele não tinha problemas ir ao campo com Caim. E, terceiro, porque Caim disfarçou sua raiva contra Abel. Foi Deus, e não Abel, quem disse que Caim estava irado. Talvez Abel não tivesse percebido a proporção da ira do irmão. O disfarce de Caim quanto a sua ira fala muito à nós. Muitas vezes, irados contra um irmão, disfarçamos com comportamento inofensivo, quando por dentro estamos querendo destruir o irmão! Outra questão que imitamos Caim é quanto a atribuição do problema. Para ele, o problema era Abel e não, o seu próprio coração. Por isso, Caim convidou o “problema” chamado Abel para ir ao campo, onde o matou. É como se diz: se você não gosta do que vê no espelho, quebre-o! O homicídio de Caim é resultado do seu pecado tolerado, não tratado, não confessado e não arrependido! Foi tão marcante este fato que em I João 3:11 e 12 lemos: “Porque a mensagem que ouvistes desde o princípio é esta, que nos amemos uns aos outros; não como Caim, que era do maligno e assassinou a seu irmão; e por que o assassinou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão, justas”. A preocupação de João era quanto a motivação maligna de Caim. João ainda quer nos ensinar amar sem fingimento, como Caim que fingiu estar bem convidando seu irmão, mas sua motivação era maligna. E porque era maligna? Porque a bondade de Abel era um lembrete constante da maldade de Caim. Infelizmente, assim como Caim, muitas vezes agimos malignamente contra nossos irmãos quando nos sentimos expostos. Quando algum irmão com sua santidade, temor a Deus e algum destaque, expõe nosso coração nos iramos e “assassinamos” esse irmão com palavras, críticas e acusações. Achamos que o problema está nos outros, jamais em nosso coração. Afinal, como em Mateus 5: 21, assassinar um irmão não é somente lhe tirar a vida, mas sim, criticá-lo, destruí-lo com palavras e acusações. O problema está em nós mesmos, em nosso coração, conforme Marcos 7:21 a 24 diz : “É de dentro, do coração dos homens que procedem os maus desígnios, a prostituição, os furtos, os homicídios, os adultérios, a avareza, as malícias, o dolo, a lascívia, a inveja, a blasfêmia, a soberba, a loucura: Ora, todos esses males vêm de dentro e contaminam o homem”.
Aprendemos que: a) o pecado está em nosso próprio coração; b) não adianta disfarçarmos nossa ira, devemos confessá-la e nos arrepender diante de Deus antes que ela tome proporções incontroláveis; c) um coração irado, não temente a Deus é capaz de tudo, e; d) quando ofendemos nosso irmão, atingimos e ofendemos a Deus também, é o que nos diz o verso 10: “E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama da terra a mim.” Portanto, que tenhamos um coração temente ao Senhor e sempre disposto a reconhecer o próprio pecado e não a atribuir a culpa dos nossos pecados aos outros, por mais que nosso egoísmo e amor ao mundo seja exposto pela humildade e temor a Deus do nosso próximo. Que Deus nos dê a graça de vermos que precisamos de arrependimento constante dos nossos próprios pecados, para nos alegrarmos com os que se alegram e a nos entristecer com os tristes, amando uns aos outros não apenas de palavras, mas de fato e de verdade.

Alexandre Pereira Bornelli

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