PENSAI NAS COISAS DO ALTO

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Caminhos retos, corações tortos.

Todo caminho do homem é reto aos seus próprios olhos, mas o Senhor sonda os corações.” Pv 21:2

Vivemos num mundo que valoriza mais a estética do que ética; mais a beleza do que inteireza e, mais a vaidade do que a integridade. Embora isso sempre existiu, em menor intensidade é verdade, atualmente, chegamos ao ridículo onde empresas mudam apenas a embalagem do produto para vender mais! Não mudam o produto, apenas o rótulo. Por isso que as pessoas estão mais preocupadas em mudar a “embalagem”, os seus corpos, do que o produto, seu interior. E todos acham que estão corretos.
Em I Samuel 16:7: lemos a sentença: “Porém o Senhor disse a Samuel: Não atentes para a sua aparência, nem para a sua altura, porque o rejeitei, porque o Senhor não vê como vê o homem. O homem vê o exterior, porém o Senhor, o coração”. Deus havia rejeitado a Saul, homem alto, forte, para ser Rei em Israel e, em contrapartida, escolheu Davi que não tinha os mesmos atributos físicos. Quem seria escolhido hoje em dia para ser Rei? Quem você escolheria: Saul ou Davi? Valorizamos mais o rótulo do que a embalagem. Mas, Deus não faz isso. Por mais que sejamos empresários, profissionais liberais, homens e mulheres de negócio, chefes e líderes de grandes empresas, pessoas de sucesso secular incontestável, para Deus isso é o mesmo que nada. Deus não mede nosso sucesso, mas sim, nosso temor e obediência a Ele. Mas, infelizmente, estamos mais preocupados com que os outros irão dizer a nosso respeito do que com o que Deus valoriza. Sofremos muito porque vivemos preocupados com a opinião dos outros. O que estão falando a meu respeito? Espelho, espelho meu, tem alguém mais em evidência do que eu? É a pergunta que fazemos muitas vezes. No casamento, os cônjuges trocam a embalagem para tentar reconquistar o outro e melhorar o relacionamento. Mudam o corte de cabelo, malham na academia, fazem regime, aprendem novo idioma, melhoram o guarda-roupa etc. Nada de errado em si fazer isso, aliás é bom para o casamento mantermos a forma e sermos pessoas bem cuidadas. Todavia, se o interior, se o coração, os afetos, a longanimidade, a benignidade, o amor, o perdão, a misericórdia, o respeito, o ouvir, o amor a Deus que são os produtos do bom casamento não estiverem presentes, nada do que exteriormente melhorou afetará positivamente o relacionamento. Esse princípio vale para todos os relacionamentos. Nós vemos a aparência, Deus o interior. Como sabemos que vivemos na presença de Deus que nos vê interiormente e será diante dEle que prestaremos contas, segue que devemos nos preocupar mais com nosso interior, nossa vida com Deus que, consequentemente, evidenciará num exterior mais ajustado. Essa mudança vem à medida que lemos e obedecemos a Palavra de Deus.
Aprendemos então, que Deus não se impressiona com nova embalagem, nova linguagem, novos comportamentos, nova postura, novas roupas, nova cara de piedade, novos hábitos religiosos, etc. O que Deus vê e se interessa realmente é em nosso interior. Nosso coração e nossas motivações é que determinam o tanto que estamos sendo transformados pela Palavra de Deus. Os fariseus tinham boa embalagem, mas o produto interno era podre. Tinham um linguajar correto, mas a fonte que era o coração estava podre. Tinham boas lições para os outros, mas eles mesmos não faziam nada do que falavam. Jesus chegou a chamá-los de sepulcros caiados, ou seja, limpos por fora e podres por dentro, pois só se preocupavam com a embalagem, com a aparência religiosa. Quando o profeta Samuel foi ungir o novo Rei de Israel, Deus então disse para não olhar a aparência, porque todos nós naturalmente usamos esse critério como algo determinante. Mas Deus tem outros critérios. Ele prefere ver o coração que a fonte das nossas ações e motivações. Foi esse critério que Deus usou na escolha de Davi e o critério não mudou e nunca mudará. Ainda o que Deus olha é para o nosso coração e nossas motivações para ver se estão de acordo com a Palavra de Deus. Não adianta achar que nossos caminhos estão retos se nosso coração está torto, ou seja, descentralizado da vontade de Deus expressa em Sua Palavra. Podemos até pensar que estamos caminhando retamente, mas se o nosso coração está afastado de Deus, se os valores de Deus não são também os nossos, temos um coração torto. E, o que determina a retidão do nosso caminho, não são nossos passos, mas sim, nosso coração.

Alexandre Pereira Bornelli

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