Ao confrontar Adão e Eva, após desobedecerem a ordem divina de não comerem do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 3), Deus também nos ensina a confrontarmos nossos filhos em seus pecados.
Mesmo sendo Deus, Criador, onisciente, Aquele que tem todo poder sobre suas criaturas, Ele não chegou esbravejando, falando alto ou já expulsando o casal do jardim do Éden. Não foi isso que Deus fez. Ao contrário, Deus chegou fazendo perguntas ao casal. Não que Ele não soubesse o que tinha acontecido. Claro que sabia! Não que Ele não queria mostrar-lhes o pecado, corrigi-los e restaurá-los. Evidente que deseja isso. Mas, chegar fazendo perguntas foi uma forma de nos ensinar compaixão e amor para com o pecador.
Deus não fez vista grossa para o pecado deles. Mas, antes de puni-los justamente, Ele deu a oportunidade de Adão e Eva praticarem a verdade consigo mesmos, confessando seus pecados. Todavia, não foi isso que eles fizeram.
Ao contrário, tentaram se justificar, acusando um ao outro e, por fim, a serpente. No final, estavam acusando o próprio Deus. Então, somente depois deste procedimento confrontador, mas, amoroso e bondoso, foi que Deus puniu o pecado deles.
Com isto, Deus nos ensina a agirmos em nosso relacionamento com os nossos filhos. Quantas vezes damos ordens a eles e eles as desobedecem. O problema é que, ao invés de chegarmos amorosamente diante deles, fazendo perguntas, dando a eles a oportunidade de se arrependerem e praticarem a verdade, já chegamos esbravejando, culpando, sentenciando e até disciplinando-os.
Isto não é a forma como Deus ensina. Não estamos agindo biblicamente quando procedemos assim. Isto machuca o coração dos filhos, isso provoca a ira neles. É preciso que, em amor, façamos perguntas sobre o que aconteceu, sobre quem fez aquilo, sobre a razão de terem feito o que fizeram, mesmo que, mutas vezes, já saibamos tudo o que de fato aconteceu.
Porém, isto nos ajudará como pais, a exercermos nossa autoridade em amor e compaixão para com nossos queridos filhos. E também, ajudará os nossos filhos dando a eles a oportunidade de falarem a verdade e de confessarem seus pecados. E, se eles praticarem a verdade e se arrependerem, o objetivo foi alcançado! Em caso de persistência na desobediência, devemos em amor, educa-los, exercendo em amor e temor do Senhor nossa autoridade como pais para os disciplinarmos biblicamente, sempre no objetivo de restaurá-los e de fazer com eles se arrependam e voltem para a comunhão.
Quando agimos assim estamos exercendo biblicamente nossa paternidade e estamos educando-os no evangelho! É assim que desempenhamos nossa paternidade conforme o modelo que é o nosso Senhor.
Alexandre Pereira Bornelli
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