PENSAI NAS COISAS DO ALTO

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

PODE-SE DOMESTICAR O PECADO?


O pecado é algo indescritivelmente perigoso a todos nós. Jesus veio a este mundo para pagar os nossos pecados, se fazendo pecado em nosso lugar (II Cor. 5: 19 a 21). Ora, se foi por causa do pecado que Jesus morreu e se um dos Ministérios do Espírito Santo é nos convencer do pecado (João 16: 8,9), devemos concluir tratar-se de algo deveras perigoso e destrutivo. 

Dentro desta perspectiva é correto dizer que o pecado é indomável. Recentemente assisti a um vídeo filmado por um expectador num circo na Ucrânia, onde durante a apresentação com leões domesticados algo saiu do controle. De repente, um dos leões atacou um dos domadores. Foi um corre-corre pra tentar separar a vítima do predador. Felizmente, neste caso conseguiram. 

No entanto, devemos pensar na questão do pecado. Embora seja totalmente possível ao homem domar os animais mais ferozes, com o pecado ninguém pode. Qualquer animal por mais selvagem e feroz que seja se comparado com o perigo e o poder de destruição do pecado é um gatinho. Ignorando isso, muitos cristãos acham que conseguem domesticar seus impulsos carnais pecaminosos. Pensam que por conviverem há anos com eles, já sabem como lidar e controlar sua ferocidade. Estão enganados. 

Por mais que nossos “leões”, ou seja, nossos impulsos pecaminosos estejam aparentemente calmos e sem grandes manifestações perigosas, isso nada garante que estão sob controle. Todos aqueles que brincam com o pecado, alimentando ou provocando seus impulsos carnais indo a lugares impróprios, tendo amizades erradas, práticas inapropriadas a um cristão, buscando a sensualidade, pornografia e coisas do gênero, inevitavelmente serão suas vítimas.
Muitas pessoas, especialmente os jovens, exibem-se ao lado de pecados e tentações próprias da juventude pensando terem controle sobre eles e sobre seus impulsos carnais. Pensam que podem domesticar os desejos da carne e conviver com eles tranquilamente. Puro engano.

Entretanto, em nenhum lugar da Bíblia somos orientados a domesticar os desejos da carne. Antes, a exortação é para mortificarmos os desejos carnais antes que eles mortifiquem nosso espírito, alegria e paz com Deus (Rm 8). Portanto, aquele que brinca com o pecado e a tentação desconhece o perigo deles e a sua própria fraqueza. É insano tentarmos domesticar o que devemos mortificar.

Portanto, os desejos pecaminosos não devem ser domesticados. Não se deve tentar conviver amigavelmente com eles, pois são predadores por natureza. Por isso a séria advertência Bíblica em Romanos 8: 5 a 8: “Porque os que se inclinam para a carne cogitam das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das coisas do Espírito. Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para a vida e paz. Por isso o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus”. 

Na correta visão de John Owen, “não mortificar diariamente o pecado é pecar contra a bondade, o favor, a sabedoria, a graça e o amor que Deus nos proporcionou para que o fizéssemos.” É este o seu caso? Quais pecados você está tentando domesticar ao invés de mortificar? Mortificar o pecado não é apenas afastá-lo, porque como os leões eles voltarão. É preciso também mortificá-los confessando  e se alimentando da Palavra de Deus diariamente, pois são predadores por natureza e, portanto, resistentes, destruidores e  indomáveis. 

ALEXANDRE PEREIRA BORNELLI

Nenhum comentário: