O pecado é algo indescritivelmente perigoso a todos nós.
Jesus veio a este mundo para pagar os nossos pecados, se fazendo pecado em
nosso lugar (II Cor. 5: 19 a 21). Ora, se foi por causa do pecado que Jesus
morreu e se um dos Ministérios do Espírito Santo é nos convencer do pecado
(João 16: 8,9), devemos concluir tratar-se de algo deveras perigoso e
destrutivo.
Dentro desta perspectiva é correto dizer que o pecado é indomável.
Recentemente assisti a um vídeo filmado por um expectador num circo na Ucrânia,
onde durante a apresentação com leões domesticados algo saiu do controle. De
repente, um dos leões atacou um dos domadores. Foi um corre-corre pra tentar
separar a vítima do predador. Felizmente, neste caso conseguiram.
No entanto, devemos pensar na questão do pecado. Embora seja
totalmente possível ao homem domar os animais mais ferozes, com o pecado
ninguém pode. Qualquer animal por mais selvagem e feroz que seja se comparado
com o perigo e o poder de destruição do pecado é um gatinho. Ignorando isso, muitos
cristãos acham que conseguem domesticar seus impulsos carnais pecaminosos.
Pensam que por conviverem há anos com eles, já sabem como lidar e controlar sua
ferocidade. Estão enganados.
Por mais que nossos “leões”, ou seja, nossos impulsos
pecaminosos estejam aparentemente calmos e sem grandes manifestações perigosas,
isso nada garante que estão sob controle. Todos aqueles que brincam com o
pecado, alimentando ou provocando seus impulsos carnais indo a lugares
impróprios, tendo amizades erradas, práticas inapropriadas a um cristão, buscando
a sensualidade, pornografia e coisas do gênero, inevitavelmente serão suas
vítimas.
Muitas pessoas, especialmente os jovens, exibem-se ao lado de
pecados e tentações próprias da juventude pensando terem controle sobre eles e
sobre seus impulsos carnais. Pensam que podem domesticar os desejos da carne e
conviver com eles tranquilamente. Puro engano.
Entretanto, em nenhum lugar da Bíblia somos orientados a
domesticar os desejos da carne. Antes, a exortação é para mortificarmos os
desejos carnais antes que eles mortifiquem nosso espírito, alegria e paz com
Deus (Rm 8). Portanto, aquele que brinca com o pecado e a tentação desconhece o
perigo deles e a sua própria fraqueza. É insano tentarmos domesticar o que
devemos mortificar.
Portanto, os desejos pecaminosos não devem ser domesticados.
Não se deve tentar conviver amigavelmente com eles, pois são predadores por
natureza. Por isso a séria advertência Bíblica em Romanos 8: 5 a 8: “Porque os que se inclinam para a carne
cogitam das coisas da carne; mas os que se inclinam para o Espírito, das coisas
do Espírito. Porque o pendor da carne dá para a morte, mas o do Espírito, para
a vida e paz. Por isso o pendor da carne é inimizade contra Deus, pois não está
sujeito à lei de Deus, nem mesmo pode estar. Portanto, os que estão na carne
não podem agradar a Deus”.
Na correta visão de John Owen, “não mortificar diariamente o pecado é pecar contra a bondade, o favor,
a sabedoria, a graça e o amor que Deus nos proporcionou para que o fizéssemos.”
É este o seu caso? Quais pecados você está tentando domesticar ao invés de
mortificar? Mortificar o pecado não é apenas afastá-lo, porque como os leões
eles voltarão. É preciso também mortificá-los confessando e se alimentando da Palavra de Deus
diariamente, pois são predadores por natureza e, portanto, resistentes,
destruidores e indomáveis.
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