Todos aqueles que nasceram
de novo, passaram necessariamente pelo arrependimento. João Calvino, em sua
rica obra - As Institutas, volume 2, pag. 129, diz: “Ninguém pode receber a graça do evangelho pela fé, sem que volte atrás
em sua vida extraviada, tome o caminho reto e se dedique com todo o empenho a
refletir no verdadeiro arrependimento.”
Contudo, uma vez arrependidos,
sempre em arrependimento, pois é uma ilusão dizer que nos arrependemos um dia para
a salvação, sem que estejamos nos arrependendo dos nossos pecados todos os dias, como santificação.
Infelizmente é comum
vermos pessoas que se dizem arrependidas, sem que estejam praticando o
arrependimento diário. Descansam num arrependimento passado, esquecendo-se que
arrependimento é um caminho que se deve andar nele a vida toda.
Segundo João Calvino
explica nas Institutas, volume 2, pag. 132, “arrependimento é uma verdadeira conversão da nossa vida
para servir a Deus e para seguir o caminho por ele indicado. Procede de um
legítimo temor de Deus, não fingido, e consiste na mortificação da nossa carne
e do nosso velho homem, e na vivificação do Espírito.”
Ainda, segundo Calvino, existem
dois tipos de arrependimento: o legal e o evangélico. O legal é o qual “o pecador, angustiado pelo duro castigo
imposto ao seu pecado, e como que partido ou quebrantado pelo terror da ira de
Deus, permanece preso a essa perturbação, sem poder se desentravar”.
Noutras palavras, a pessoa busca apenas o livramento mental da culpa. O evangélico,
ainda segundo Calvino, é aquele “pelo
qual o pecador, estando lamentavelmente ensimesmado e aflito, não obstante
levanta-se e eleva-se, abraçando a Jesus Cristo como o remédio para a sua
chaga, o consolo para o terror que o abate, o bom porto para o abrigar em sua
miséria.”
No grupo do
arrependimento legal, temos alguns exemplos: Caim, Saul e Judas, pois as
Escrituras descrevem o arrependimento deles como que temendo apenas a vingança
e o juízo de Deus. No grupo do arrependimento evangélico, temos como exemplos:
Davi e Pedro, que segundo as Escrituras, se arrependeram depois de serem
feridos pelo aguilhão do pecado, firmando-se unicamente na misericórdia de
Deus, voltando para Ele em amor e obediência. Em qual grupo você está?
Portanto, primeiramente,
precisamos crer que é a bondade de Deus que nos leva ao arrependimento (Rm
2:4). Segundo, nosso arrependimento deve ser por temor a Deus, por amá-Lo mais
do que ao pecado e não simplesmente por medo da punição. Terceiro, a prova de que nosso arrependimento
foi sincero é que temos andado em arrependimento, obediência, intimidade e santidade a Deus todos os dias.
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