O mundo hoje é dos especialistas. Chegará um dia em que iremos à borracharia para que o profissional conserte o pneu traseiro do lado do motorista e ouviremos: "sinto muito, mas sou especialista em consertar pneu dianteiro do lado do carona".
Exageros à parte, hoje vivemos próximo disto nas mais diversas áreas profissionais. Já se foi o tempo do profissional que "faz de tudo um pouco". Era melhor? Era pior? Bom, você decide. A questão que pretendo focar é o caso do pastor, pois se tem alguém quem do qual é exigido saber de tudo e mais um pouco, esse é tal é o pastor. Coitado.
Imagine alguém chegar para o pastor é dizer: "pastor, estou passando por sério problema com meu filho, me ajude por favor!" E esse fiel ouvir: "sinto muito, mas sou especialista em crise de pai com filha". Ou: "pastor, estamos querendo nos separar, nos ajude!" E o casal ouvir: "É lamentável, mas sou especialista em visitas apenas".
Dos pastores são exigidos tudo e mais um pouco. São como para-raios, absorvem muitos problemas, são instrumentos de Deus para ajudarem muitas pessoas, mas o dia em que falharem uma única vez, assim como os para-raios, são criticados e substituídos. É certo que Deus é quem capacitada os pastores a ajudarem as pessoas. Eles devem se preparar também para isto, estudando a Palavra e dependendo do Espírito Santo.
Entretanto, pastor não é Deus e nem semi-deus e nem projeto de Deus e nem rascunho de Deus. Eles são homens, pecadores, porém chamados por Deus, que os capacita para ajudarem a conduzir o rebanho do Senhor. E estão ali para o que der e vier, dentro desse chamado. Cabe aos membros esta clara compreensão de que pastor não é especialista em tudo, que ele não consegue resolver tudo nem a longo prazo e muito menos, instantaneamente.
Tenhamos misericórdia dos pastores, assim como eles têm de nós. Ajudemos sendo ovelhas de Deus e não bodes rebeldes ou gatinhos manhosos, querendo apenas afago, massagem e leitinho espiritual. Cresçamos em nossa salvação e compreensão de nossas responsabilidades como cristãos para não sobrecarregarmos os gabinetes pastorais com picuinhas, "mimimis" e todo tipo de problema que podemos resolver se estivermos amadurecendo em Deus.
Deixemos para os pastores aquilo que lhes compete: o ensino, a instrução, aconselhamento para questões importantes, e a pregação da Palavra. Pastor tem que ser especialista na Palavra de Deus, conhecê-la, amá-la, crer nela, estudar com esmero, mas não é obrigado a resolver tudo e a saber de tudo. Entendamos isso por favor!
Alexandre Pereira Bornelli
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