É
comum, infelizmente, valorizarmos mais as coisas que não temos ou que temos de
quando em quando do que as que temos constantemente à nossa disposição. Até
mesmo em nossos relacionamentos, corremos o risco de preferirmos pessoas que
vivem distantes de nós em detrimento das mais próximas.
Deste
modo, tendemos a ser mais dispostos a fazer e a participar de grandes eventos
cristãos distantes do que nos envolvermos e participarmos com as reuniões da igreja onde nos reunimos.
Parece
ser mais espiritual viajarmos para um grande evento que nos custou mais
caro, que exigiu mais renuncia do trabalho e estudos do que simplesmente
acordar mais cedo para regularmente ouvirmos a Palavra de Deus, orar e estar em comunhão
com nossos irmãos de sempre.
Corremos
o grave risco de sermos cristãos dependentes de programações extraordinárias.
Queremos ser fiéis nos grandes e esporádicos eventos cristãos, tais como:
congressos, acampamentos e encontros de oração, mas, nas coisas comuns do
dia-a-dia temos sido negligentes e omissos.
Listaremos
alguns acontecimentos contraditórios que ocorrem regularmente entre o povo
cristão. Talvez em nossa própria vida isto seja uma triste realidade. O
"atravessar a rua" citado abaixo, corresponde a negligência em
nos esforçarmos o mínimo para nos envolvermos com a igreja local.
A
seguir, 5 contradições para refletirmos em nossa própria vida:
1)
Pastores atravessam o país e o continente para pregarem, mas não
atravessam a rua para ouvirem um sermão.
2)
Jovens economizam o salário, usam suas férias no trabalho e perdem aulas
para participarem de acampamentos distantes; adultos viajam para grandes
encontros reorganizando seus compromissos profissionais, mas ambos, jovens e
adultos, não atravessam a rua para irem regularmente à escola bíblica dominical
na igreja onde frequentam.
3)
Homens e mulheres se propõem a orar e ajudar pessoas necessitadas de
países distantes, mas não atravessam a rua para pregar o evangelho e ajudar
pessoas próximas.
4)
Músicos viajam e participam de eventos musicais pelo país inteiro, mas
não atravessam a rua para colaborar corretamente com o louvor da igreja onde
reúnem.
5)
Muitos cristãos são dispostos para participarem de vigílias de oração em
datas especiais, mas não atravessam a rua para participarem das reuniões de
oração rotineira da igreja onde se reúnem.
Que
este não seja o nosso caso ou, sendo, que nos arrependamos para sermos fiéis
nos compromissos, deveres e meios de graça que Deus tem proporcionado
regularmente em nossa igreja local para que os eventos distantes que formos
participar sejam apenas uma continuidade do que estamos vivendo todos os dias
com nossos irmãos na fé e não, espasmos espirituais que não encontram eco em
uma vida comprometida e disciplinada com Deus, com a igreja local e com os
irmãos próximos.
Antes
de viajarmos kilômetros, atravessemos habitualmente
a rua para ouvirmos a Palavra de Deus, evangelizar, orar e ter comunhão com
aqueles que estão próximos de nós. Aproveitando o slogan "vem pra rua, porque a rua é a maior arquibancada do Brasil", dizemos: "vem pra reunião - porque a reunião da igreja é o melhor lugar que Deus nos deu aqui na terra para crescermos espiritualmente".
Alexandre Pereira Bornelli
Um comentário:
Muito bom o texto, Alexandre. É oportuno para revermos nossa postura diante daquilo que deve ser prioridade em nossa vida.
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