“Bem-aventurados os que
têm fome e sede
de justiça, porque serão fartos”
(Mateus 5.6).
Creio que nenhum de nós sabe exatamente o que é ter fome e sede a ponto de quase morrer.
Segundo os estudiosos bíblicos, o significado dos termos “fome e sede” sugere uma necessidade extrema, desesperadora e muito dolorida. A fome e a sede doem e castigam uma pessoa severamente.
É exatamente desse tipo de necessidade extrema que Jesus está falando, só que direcionada à justiça. Jesus está ensinando que devemos concentrar todos os nossos esforços em busca de uma vida reta, íntegra, justa.
A falta de fome e sede são
sintomas de doença do corpo, assim como
a falta de fome e sede de justiça são sintomas de problema espiritual.
Por exemplo, se estivermos num
deserto a ponto de morrer de fome e sede e alguém nos oferecer uma aparelho
eletrônico de última geração ou mesmo um carro esportivo, ou um vestido que
toda mulher sempre quis, ou oferecer uma pizza e um refrigerante gelado, qual
dessas coisas iremos escolher naquele momento?
De igual modo, se nossa fome e
sede é por justiça, por retidão, santidade, nada deste mundo irá prevalecer em
nossas escolhas diárias, iremos preferir sempre a Palavra de Deus que realmente
nos sacia.
Quando Jesus disse ser
bem-aventurado os que tem fome e sede de justiça está se referindo àqueles que
desejam ardentemente uma vida de santidade diante de Deus.
Transcrevemos aqui o que Russell Shedd citou
em seu livro A Felicidade Segundo Jesus, pag. 65, como sendo de autoria de
Watson, 7 sintomas dos que não sentem
fome nem sede de justiça.
1)
Não
existe fome quando a alma justa aos próprios olhos, fica orgulhosa com sua
justiça própria imaginária (Rm 10:3). A soberba dos que pensam que são bons
impede que sintam o vazio da alma convicta dos seus próprios pecados. EXEMPLO:
FARISEU voltou sem ser justificado enquanto que o PUBLICANO voltou justificado.
2) Não há fome de Deus e
da sua perfeição quando o amor ao mundo e aos seus deleites enchem o coração.
Os mundanos queixam-se de tudo, falta de dinheiro, saúde, menos de retidão
pessoal. Quanto á graça de Deus sentem tanta falta dela quanto um cachorro
sente de uma biblioteca.
3) SONOLÊNCIA. Vão à
igreja para tirar uma soneca, para relaxar, e não para ouvir a Palavra e serem
saciados.
4) Muitos cristãos ficam
tão cansados com as atividades mundanas que não têm mais fome do alimento
espiritual.
5) Quando nos preocupamos
mais com os enfeites exteriores do que com a substãncia. Avaliam a oratória,
gramática, mas deixam despercebida o conteúdo.
6) É fácil explicar por
que há quem sinta pouca fome pelas coisas de Deus. Levam mais a sério suas
diversões e jogos do que a justiça. Preferem novelas e esportes, viagens e
churrasco do que a Palavra de Deus.
7) Esperaremos em vão a
genuína fome e sede de santidade se as discussões e controvérsias ocuparem o
centro do palco.
Podemos
concluir que :
1) FOME
E SEDE de justiça indicam não somente a sua intensidade, mas, também, a
permanência constante deste desejo durante a nossa vida.
2) A
justiça de Deus não é estéril, ela frutifica. Somos chamados a vivê-la
diariamente.
3) Ter
fome e sede de justiça é o desejo por ser santo conforme o padrão absoluto que
temos em Jesus Cristo. Significa ter desejo intenso por Deus (Sl 42: 1,2)
4) Viver
a justiça de Deus importa em procurar aplicar sempre a ética do Reino de Deus
em toda e qualquer situação.
5) A
prática da justiça se revela em nossa santificação, no anseio de sermos iguais
a Jesus.
6) Só
poderemos produzir frutos de justiça, por Cristo, por intermédio da direção do
Espírito que em nós habita.
7) Esta bem-aventurança aponta para a eternidade,
onde haverá a sua perfeita concretização, quando estivermos definitivamente com
o Senhor, sem pecado. 2 Pe 3:13
ALEXANDRE PEREIRA
BORNELLI
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