PENSAI NAS COISAS DO ALTO

terça-feira, 3 de novembro de 2015

VOCÊ ORA O QUE VOCÊ CANTA?

Muitos de nós que cantamos empolgados na hora do louvor, nunca orarmos sobre aquilo que cantamos! Nunca desejamos realmente o que cantamos. Em muitas igrejas é bom que seja assim, devido a tanta heresia cantada. Mas, falamos aqui de músicas bíblicas. Isto, porque a oração é uma forte declaração de dependência de Deus. E, lógico, queremos independência, ainda que cantemos que dependemos do Senhor. 

A oração é um reconhecimento pessoal e individual de nossa impotência diante da vida e, ao mesmo tempo, um reconhecimento do poder absoluto de Deus sobre tudo e todos. Então, a fim de mascarar nossa fraqueza, cantamos, mas não oramos individualmente sobre o que cantamos. 

Muita espiritualidade  é demonstrada  (ou fabricada) no louvor, mas, pouca espiritualidade verdadeira é vista na oração. No louvor, lágrimas correm, mãos se erguem e a voz sai com força. Todavia, no momento da oração, o que evidenciamos são apenas algumas palavras desconexas, jargões, frieza e pressa. 

No louvor esquecemos de tudo. Na oração lembramos do que temos que fazer amanhã, do que não fizemos ontem, de onde queremos ir após a reunião, etc.  Temos medo do silêncio, porque o barulho interior ainda é muito alto. Então, preferimos o barulho dos instrumentos, as palmas, o solo da guitarra, a virada da bateria, o timbre do cantor, a melodia do teclado e a marcação do contrabaixo. 

Estas coisas (que não são erradas em si mesmas) são determinantes, nos emocionam, nos alegram e nos estimulam a cantarmos verdades que ainda não cremos e que nunca oramos para que Deus as tornem realidades em nossa vida. Tenho medo de estarmos pertencendo a um coral de hipócritas. E o momento da oração, muitas vezes, nos denuncia. 

Quando acaba o barulho do louvor, acaba também a "espiritualidade" de muita gente que senta triste, entediada, já contando os minutos para a reunião acabar. Não suportamos o silêncio a sós com Deus na oração. Não aguentamos a pregação por mais de 30 minutos. 

Precisamos recuperar nosso precioso tempo de oração a sós com Deus e a oração coletiva na igreja. Que verdade disse John Bunyan: "Oração secreta é como o cajado de Deus que separa as ovelhas dos bodes. Bodes não tem oração secreta." 

Cantemos, mas cantemos com entendimento. Cantemos verdades em oração, não baseado no emocionalismo fabricados pelo ritmo, mas pela verdade de Deus tocada no coração! E, acima de tudo, aprendamos a ficar quietos em oração, aprendamos a sossegar a nossa alma e a levar cativo nossos pensamos ao Senhor em oração.

Alexandre Pereira Bornelli

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