PENSAI NAS COISAS DO ALTO

quinta-feira, 18 de julho de 2013

MULTIDÃO É SINÔNIMO DE ESPIRITUALIDADE?



Vivemos numa época que atribui excessivo valor a aglomerações. Quanto mais gente nas ruas protestando, mais força o povo tem para conseguir seus objetivos. Mas, aglomeração de cristãos tem a mesma força diante de Deus? Quanto mais pessoas juntas, melhor? Ou, na linguagem para alguns entenderem: quanto mais pessoas aglomeradas, maior a bênção?

Infelizmente, muitos ainda pensam que Deus é semelhante às autoridades humanas que podem ser impressionadas, vencidas ou constrangidas pelos barulhos de manifestações, movimentos organizados, muita música e aparência de espiritualidade. 

Basta vermos esses movimentos e aglomerações de pessoas com o nome de “noite abençoada” onde milhares de pessoas agitadas demonstram espiritualidade coletiva. É possível haver ali pessoas bem intencionadas, mas confusas e mal orientadas a buscar realmente a Deus. Todavia, a maioria ali talvez nunca tenha buscado realmente a Deus individualmente. O trocadilho é pobre, mas oportuno. Tais movimentos podiam ser nomeados de “noite bem suada”, visto a quantidade de pessoas agitadas num mesmo lugar. 

Onde somos ensinados na Palavra de Deus a nos organizarmos com movimentos nas ruas, passeatas, grandes shows e marchas para mostrar a força da nossa fé? Aliás, Jesus nunca se impressionou com as multidões. Multidão nunca foi sinônimo de espiritualidade. Muitos desses movimentos, senão todos, infelizmente, são cópias que a igreja faz de eventos seculares. 

No conhecido caso de Atos 2, no dia de pentecostes e da mensagem do apóstolo Pedro em seguida, vemos claramente acontecimentos que não se vê em movimentos religiosos atuais. 

Nos versos 37, lemos que ouvindo estas coisas, foram levados a refletirem sobre suas próprias vidas; 38 - Pedro disse: Arrependei-vos e sejam batizados para remissão dos pecados; 40 – Pedro exortava: Salvai-vos desta geração perversa; 42 – Perseverança na doutrina dos apóstolos e na comunhão e orações; 43 – em cada alma havia temor; 44 – todos os que creram estavam juntos; 45- foram salvos do materialismo egoísta; 46 – diariamente perseveraram unânimes no templo, tinham alegria verdadeira e por fim, verso 47 – louvor a Deus.

Não queremos induzir a repetição deste evento histórico. A lição é para tirarmos princípios bíblicos reguladores do que a verdadeira presença de Deus é capaz de fazer nas pessoas.

Portanto, o que importa não é o número de pessoas reunidas, não é o choro, a euforia, cartazes, shows ou coisas do gênero. Isso, em si mesmo, nada significa para Deus, a despeito de muito impressionar a cidade, os jornais e as pessoas.  

A questão a ser considerada é que a real presença de Deus transforma-nos. Onde houver pregação fiel da Palavra, arrependimento genuíno dos pecados, exortação para sermos salvos deste mundo perverso, perseverança na doutrina bíblica, comunhão, oração, temor a Deus, alegria real, libertação do amor ao dinheiro e louvor somente a Deus, podemos dizer que Deus esteve presente e o povo então foi abençoado, mesmo sem haver barulho e multidão eufórica. 

Como já disse Samuel ChadwicK: "A pior maldição que um povo pode sofrer é ter uma religião movida à base de mera emoção e sensacionalismo. A ausência de realidade espiritual já é trágica; mas o aumento da falsa espiritualidade é pecado mortal"



Precisamos ter cuidado com movimentos em "nome de Jesus", porque podemos estar usando Seu nome em eventos que Ele jamais participaria se estivesse fisicamente hoje presente entre nós. Ser abençoado é andar nos caminhos de Deus e não, criar nossos próprios caminhos pedindo que Ele nos abençoe.

Alexandre Pereira Bornelli

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