Vivemos
numa época que atribui excessivo valor a aglomerações. Quanto mais gente nas
ruas protestando, mais força o povo tem para conseguir seus objetivos. Mas,
aglomeração de cristãos tem a mesma força diante de Deus? Quanto mais pessoas
juntas, melhor? Ou, na linguagem para alguns entenderem: quanto mais pessoas
aglomeradas, maior a bênção?
Infelizmente,
muitos ainda pensam que Deus é semelhante às autoridades humanas que podem ser
impressionadas, vencidas ou constrangidas pelos barulhos de manifestações,
movimentos organizados, muita música e aparência de espiritualidade.
Basta
vermos esses movimentos e aglomerações de pessoas com o nome de “noite
abençoada” onde milhares de pessoas agitadas demonstram espiritualidade
coletiva. É possível haver ali pessoas bem intencionadas, mas confusas e mal orientadas a buscar realmente a Deus. Todavia, a maioria ali talvez nunca tenha buscado realmente a
Deus individualmente. O trocadilho é pobre, mas oportuno. Tais movimentos podiam ser nomeados
de “noite bem suada”, visto a quantidade de pessoas agitadas num mesmo lugar.
Onde
somos ensinados na Palavra de Deus a nos organizarmos com movimentos nas ruas, passeatas,
grandes shows e marchas para mostrar a força da nossa fé? Aliás, Jesus nunca se impressionou com as multidões. Multidão nunca foi sinônimo de espiritualidade. Muitos desses movimentos, senão todos, infelizmente,
são cópias que a igreja faz de eventos seculares.
No
conhecido caso de Atos 2, no dia de pentecostes e da mensagem do apóstolo Pedro
em seguida, vemos claramente acontecimentos que não se vê em movimentos
religiosos atuais.
Nos
versos 37, lemos que ouvindo estas coisas, foram levados a refletirem sobre
suas próprias vidas; 38 - Pedro disse: Arrependei-vos e sejam batizados para
remissão dos pecados; 40 – Pedro exortava: Salvai-vos desta geração perversa;
42 – Perseverança na doutrina dos apóstolos e na comunhão e orações; 43 – em
cada alma havia temor; 44 – todos os que creram estavam juntos; 45- foram
salvos do materialismo egoísta; 46 – diariamente perseveraram unânimes no templo,
tinham alegria verdadeira e por fim, verso 47 – louvor a Deus.
Não
queremos induzir a repetição deste evento histórico. A lição é para tirarmos
princípios bíblicos reguladores do que a verdadeira presença de Deus é capaz de
fazer nas pessoas.
Portanto, o
que importa não é o número de pessoas reunidas, não é o choro, a euforia, cartazes,
shows ou coisas do gênero. Isso, em si mesmo, nada significa para Deus, a
despeito de muito impressionar a cidade, os jornais e as pessoas.
A
questão a ser considerada é que a real presença de Deus transforma-nos. Onde
houver pregação fiel da Palavra, arrependimento genuíno dos pecados, exortação
para sermos salvos deste mundo perverso, perseverança na doutrina bíblica,
comunhão, oração, temor a Deus, alegria real, libertação do amor ao dinheiro e
louvor somente a Deus, podemos dizer que Deus esteve presente e o povo então foi
abençoado, mesmo sem haver barulho e multidão eufórica.
Como já disse Samuel ChadwicK: "A pior maldição que um povo pode sofrer é ter uma religião movida à base de mera emoção e sensacionalismo. A ausência de realidade espiritual já é trágica; mas o aumento da falsa espiritualidade é pecado mortal"
Como já disse Samuel ChadwicK: "A pior maldição que um povo pode sofrer é ter uma religião movida à base de mera emoção e sensacionalismo. A ausência de realidade espiritual já é trágica; mas o aumento da falsa espiritualidade é pecado mortal"
Precisamos ter cuidado com movimentos em "nome de Jesus", porque podemos estar usando Seu nome em eventos que Ele jamais participaria se estivesse fisicamente hoje presente entre nós. Ser abençoado é andar nos caminhos de Deus e não, criar nossos próprios caminhos pedindo que Ele nos abençoe.
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