O numero de cristãos tristes e
cansados com o evangelho, tem crescido assustadoramente. Não precisa pesquisa
para comprovar tal fato, basta ver o descompromisso de muitos cristãos com os
mandamentos de Deus. Entre os jovens, muitos
estão à beira de “chutar” tudo para o alto para “mergulhar” de cabeça no mundo
afora. Estão insatisfeitos com Deus, ficam comparando a vida que têm, com a
vida dos ímpios (Sl 73 nos fala disso). São incoerentes, tentando abraçar Deus
e o mundo. Querem escapar do inferno, mas não do pecado de agora. Querem
liberdade para pecar, para viver como pensam ser melhor, e ainda assim, estarem
corretos em sua maneira insana de crer que Deus os entenderá por serem jovens.
Desacostumados em respeitar autoridades terrenas, não suportam a ideia de viver
em obediência à Palavra de Deus. O semblante e o comportamento deles demonstram
o alto grau de insatisfação no coração. O grito do filho pródigo que pediu sua
parte na herança para viver fora de casa, está entalado na garganta de muitos
jovens insatisfeitos espiritualmente. Apesar de saberem o fim foi trágico que
teve o filho pródigo, insistem em crer que com eles será diferente. Será que a vida cristã é para ser assim mesmo,
cheia de insatisfação? Fomos salvos por Cristo pra viver tristes? Todos os
cristãos vivem mal? Até quando vou ter que viver assim? São algumas perguntas
que atormentam a mente de muitos cristãos, especialmente, os jovens.
Primeiramente, antes de tentar
responder a tais perguntas, devem responder a esta: “sou um filho de Deus realmente? Nasci de novo? Fui regenerado? Ou estou
apenas acostumado a ir numa igreja e me fazer de crente?” Esta pergunta é
crucial porque os que não nasceram de novo jamais poderão sentir-se alegres
tentando viver o Evangelho. Não há como tentar viver o o Evangelho. Precisamos
nascer de novo (João 3:3). Aos que têm
certeza da salvação e estão vivendo uma vida cristã triste, sem alegria, devem
examinar-se diante de Deus a causa que, geralmente, está associada ao pecado não
confessado; amor ao mundo, incredulidade, desobediência aos mandamentos de
Deus, negligência quanto ao uso dos meios de Graça, etc. Uma coisa deve ficar
clara em nossa mente: jamais o problema está do lado de Deus. Nós é que
precisamos ser transformados cada dia mais para obedecermos a Deus e
desfrutarmos de um relacionamento íntimo
com Ele.
Aqueles que foram verdadeiramente
salvos estão estragados para o mundo. O
problema, muitas vezes, pode não ser uma repulsa direta ao Evangelho, mas sim,
uma acomodação, uma tentativa de conciliar Deus e o mundo, que tem causado
tanta insatisfação. Esse é o diagnóstico correto de J. C. Ryle, em seu livro -
Fé Genuína, pag. 78:” A maior causa de dano à causa de Cristo é o
amor ao mundo. Milhares que pensam ser cristãos naufragam aqui. Não escolhem
deliberadamente o mal, nem rejeitam qualquer doutrina bíblica. Eles amam o
mundo e sentem que devem conviver amigavelmente com ele. É o seu amor para com
o mundo que os leva ao amplo caminho da destruição.” Tiago 4:4 diz a mesma
coisa, “..quem quer ser amigo do mundo
constitui-se inimigo de Deus”. A tristeza dos crentes verdadeiros está no
fato de tentarem viver a velha vida novamente, esquecendo-se de que hoje são
novas criaturas (II Cor 5:17) e que as coisas antigas se passaram. Esse é o problema dos jovens que desejam
curtir uma balada, bebidas, pornografia, sensualidade, mundanismo e sentir-se
bem com tudo isso como os ímpios. É o problema dos adultos que desejam
trabalhar, vestir-se, relacionar, negociar e desfrutar dos prazeres deste mundo como
os ímpios desfrutam. Os que são realmente filhos de Deus, sentirão muito mal ao
tentarem viver assim , buscarão arrependimento e Deus os concederá.
Devemos refletir: estamos
insatisfeitos com nossa vida cristã? Perdemos a alegria em ler a Palavra de
Deus, orar, reunir e ter comunhão com os irmãos? Em caso positivo, reconsideremos
nossos caminhos, escolhas, amizades, preferências? Temos feito uso diário dos meios de Graça (leitura da Palavra,
oração e comunhão com os irmãos)? A tristeza não vem por acaso assim como a
alegria também não. Elas são resultados de uma vida de obediência ou de
desobediência à Palavra de Deus. A tristeza ou alegria cristã, portanto, são
frutos que dependem diretamente de onde estamos fixando nossas raízes, neste
mundo ou na Palavra de Deus? Temos que refletir e orar a Deus para endireitemos
nossos caminhos e confessemos o que precisa ser confessado para experimentar
novamente a alegria da salvação como Davi pediu e foi atendido (Sl 51:12). A ordem de Deus é clara em Filipenses 3:1: "...alegrai-vos no Senhor"! Comentando este texto, o grande teólogo J. I. Packer, em seu livro Religião Vida Mansa, pag. 121, ensina: "Alegrai-vos no Senhor significa regozijar-se em ser de Cristo, em ter o Pai de Cristo como seu Pai, em estar com a vida acertada com Deus o Pai e ser herdeiro de sua Glória pela mediação de Cristo, e em possuir a salvação e a vida eterna como dádiva de Cristo. É para deixarmos a alegria fluir dessa fonte." Billy Sunday, sobre este mesmo assunto, afirma que "se não estamos tendo alegria na vida cristã, existe vazamento em algum lugar do nosso cristianismo". Ou seja, estamos buscando alegria em outro lugar, fora da única fonte verdadeira de alegria que é o Senhor Jesus. Portanto, como cristãos, como nascidos de novo, temos a fonte de alegria que é o Senhor Jesus á nossa disposição. Precisamos, porém, estar buscando nessa fonte, nos enchendo dEle mesmo, todos os dias, para que a alegria se manifeste em nossa vida, fruto de nosso relacionamento íntimo e pessoal com Jesus Cristo.
Um comentário:
Muito importante essa reflexão , gostaria de postar no meu blog,como?
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