Geneticamente, carregamos as características de nossos
pais. É fácil as pessoas perceberem e identificarem em nós, algo que
também encontram em nossos pais. Mesmo não perdendo nossa individualidade, o
fato é que nosso jeito de falar, andar, olhar, argumentar, brincar, os dons
naturais que temos e nossos traços físicos denunciam aspectos inerentes
dos nossos pais, quer gostemos ou não disso.
A questão mais profunda que devemos refletir é o quanto
estamos, como cristãos, expressando as características do nosso Pai. Isso tem
me incomodado. Hoje foi um dia daqueles que essa preocupação veio mais forte em
minha mente. Então, me perguntei: o
quanto estou refletindo aspectos de Deus em minha vida? Até que ponto as
pessoas conseguem identificar quem é meu Pai, olhando para minha vida? Minhas
obras, meu temperamento, meu jeito de encarar a vida, de ser como pai e marido,
patrão ou empregado, nas horas de lazer, quando sou desprezado, contrariado,
mesmo exaltado, enfim em toda a minha vida demonstro ser um filho de Deus? Minhas
ações e reações são parecidas com as que Deus, em Jesus Cristo, teve enquanto
nesta terra e que ainda as têm como nosso Pai celestial? Cada um de nós precisa
refletir sobre isso. O fruto do Espírito registrado em Gálatas 5:22 e 23 "amor,
alegria, paz, paciência, amabilidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio
próprio" está presente e visível em nossa vida diária? Ou, estamos
fazendo força para que eles apareçam? Devemos lembrar que tal fruto é do
Espírito e não, nosso. Portanto, para que tal fruto apareça precisamos nos
encher do Espírito e não, obviamente, de nós mesmos. E, nos enchemos do
Espírito tendo uma vida de comunhão com Deus, de andar na luz, praticar a
Palavra e a Verdade, confissão de pecados e oração. Ou, por outro lado, o que
tem nascido e crescido em nossos relacionamentos, seja ele, em nossa casa, na
igreja, no trabalho, com os amigos, nas férias (longe de tudo e todos), são as
obras da carne descrita em Gálatas 5:19 a 21 "imoralidade sexual,
impureza e libertinagem, idolatria e feitiçaria, ódio, discórdia , ciúmes, ira,
egoísmo, dissensões, facções e inveja, embriaguez, orgias e coisas
semelhantes"? O fato é que quando não nos enchemos diariamente do
Espírito Santo de Deus, estaremos cheios de nós mesmos, e o que há de se
manifestar neste último caso, são as obras da carne, como Romanos 8:8 diz: “Os que estão na carne não podem agradar a
Deus”.
A questão urgente que devemos considerar é o quanto estamos refletindo
as obras da carne ou o fruto do Espírito em nossa vida diária? Não podemos
considerar apenas nosso comportamento durante encontros da igreja, reuniões ou
em momentos semelhantes, pois podemos estar sendo enganados por nossa própria
hipocrisia. O que conta realmente e mede nossa piedade é avaliarmos como somos
em nosso casamento, relacionamento marido e mulher, pais e filhos; no trabalho,
patrão e empregado; nos negócios, honestidade como testemunho para a Glória de
Deus; no trânsito, quando nos roubam uma vaga de estacionamento, ou quando
alguém buzina nos ofendendo; no esporte, quando perdemos ou quando alguém age
de forma errada; na universidade, quando todos estão fazendo coisas
pecaminosas; no namoro, se buscamos ou não a santidade; no uso da internet; na
vestimenta, se estamos preocupados em agradar e honrar a Deus ou sermos sensuais;
nas amizades e em tudo mais. São nesses aspectos da nossa vida que realmente
demonstramos se nosso cristianismo é real, se estamos realmente nos parecendo
com nosso Pai celestial. Pois, se fomos realmente regenerados e estamos
crescendo na santidade, mesmo imperfeitos e cometendo pecados, estaremos
evidenciando cada dia mais uma semelhança com Jesus Cristo em tudo, mesmo no
caso Ele sendo perfeito e nós imperfeitos, estaremos evidenciando frutos e
comportamentos que demonstrem e comprovem que somos de fato filhos de Deus.
Esforçar por evidenciar o fruto do Espírito não é o caminho apresentado pela
Bíblia. Um agricultor não precisa se preocupar se o limoeiro vai dar limão ou
maçã, mas sim, precisa cuidar, aguar e adubar a planta. Do mesmo modo, a
Palavra de Deus nos ensina a buscarmos a santidade, a adubarmos nossa vida nos
enchendo do Espírito Santo para que esse fruto apareça em nossa vida ao invés
de tentarmos, por nossa conta, produzir tal fruto. Lembremos: esse fruto não é
nosso, é do Espírito Santo de Deus. Portanto, nossa responsabilidade e a ordem
de Deus para todos nós encontrada em Efésios 5:18: “...enchei-vos do Espírito!
ALEXANDRE PEREIRA BORNELLI
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