Regularmente fazemos faxinas e jogamos no lixo, coisas inúteis que juntamos ao longo do tempo. Nada é jogado aleatoriamente. Qual é então, o critério utilizado?
Na verdade, jogamos fora aquilo que não tem valor para nós, seja valor financeiro ou pessoal. No entanto, por mais incrível que pareça, muitas pessoas, especialmente jovens, têm jogado a própria vida fora, mesmo sabendo que temos somente uma vida e que depois disso vem o juízo (Hb 9:27). Jogar a vida fora é apenas suicidar ou se acabar nas drogas e no álcool? Certamente que não. John Piper nos alerta para uma forma mais sutil de se jogar a vida fora: "Você pode não ter certeza de que quer que sua vida faça diferença. Quem sabe você nem se importa muito se faz uma diferença duradoura por amor a algo importante. Você só quer que as pessoas gostem de você. Se as pessoas só gostarem de estar ao seu lado, você já ficará satisfeito. Ou se você puder só ter um bom emprego, uma boa esposa ou esposo, uns dois filhos e um bom carro e fins-de-semana com uns poucos amigos, uma aposentadoria divertida, e uma morte rápida e fácil, e nenhum inferno - se você puder ter tudo isso (mesmo sem Deus) - você já ficaria satisfeito. Isso é uma tragédia que se aproxima. Uma vida jogada fora." Noutras palavras, como cristãos, se o que buscamos e desejamos ter e ser nesta vida é algo apenas terreno (dinheiro, fama, popularidade, festa, sexo, lazer, curtição, etc), estamos jogando nossa vida fora, ainda que estejamos com saúde ou obtendo sucesso no que fazemos. Diante de Deus, jogamos nossa vida fora quando a dedicamos para as coisas desta vida somente. Isto, porque fomos salvos deste mundo perverso (Gl 1:4), do curso deste mundo (Ef. 2), salvos para não amar este mundo nem as coisas do mundo (I João 2:15 a 17), salvos do amor ao dinheiro (Mt 6:24) e, com um fim específico de buscar as coisas do alto não as que são aqui da terra (Cl 3). Isto não quer dizer que não podemos ter, pela Graça de Deus, uma vida normal. Como pessoas salvas, regeneradas, devemos viver de forma diferente, amando a Deus e não as coisas deste mundo. Eis o teste simples e prático para diagnosticar se estamos jogando, ou não, nossa vida fora: façamos uma lista num papel como nossos planos, sonhos, expectativas e desejos. Depois, conversemos com uma pessoa que não seja cristã, lhe pedindo para nos falar seus planos, sonhos, expectativas e desejos. Anotemos todas as respostas. Num terceiro momento, comparemos as duas listas e vejamos se elas são idênticas. Se forem idênticas, algo está errado conosco. Afinal, nenhum incrédulo, em sã consciência, deseja o desemprego, um carro velho, não ter amigos ou uma família desestruturada. Para desejar apenas as coisas desta vida não precisamos da salvação de Cristo, o homem não regenerado também as deseja. Portanto, se não há nada da eternidade em nossos planos, se não há desejo de buscarmos cada vez mais as coisas do Alto ainda que para isso tenhamos que buscar menos as coisas da terra, fomos salvos de quê?
Por fim, respondamos a estas perguntas que nos ajudará a concluir se vivemos para este mundo ou, para a eternidade: a) em que sentido minha vida está fazendo diferença: como um cristão que ama a Deus mais do que as coisas da terra, ou como uma pessoa que vive inteiramente para este mundo perverso?; b) o que é mais importante pra mim: o que a Bíblia diz, ou o que os outros estão fazendo e falando pra eu fazer e ser?; c) Tenho jogado minha vida fora, mesmo participando regularmente das reuniões e acampamentos da igreja?; d) minha vida foi ou está sendo jogada fora? O que devo fazer diante disto? Posso esperar para amanhã ou deve tomar atitudes sérias agora mesmo? Não jogue sua vida fora!
Alexandre Pereira Bornelli
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