É muito difícil distinguir o "eu posso" do "não devo". Pense você com o joelho machucado, onde o médico lhe diz: "você pode jogar, mas não deve exagerar".
Aí você é convidado pra jogar seu esporte preferido (você pode), mas, te convidam pra jogar/treinar por muito tempo (você pode, pois tem tempo para isto naquele dia, mas não deve porque está machucado). Você consegue jogar e treinar muito, pois tem preparo físico suficiente para fazer isso tranquilamente.
Mas, a questão é que não deve jogar muito, porque está com problema no joelho e a dor sempre volta quando há o exagero na atividade. Então, você poderia jogar, mas não deveria exagerar. As consequências deste exagero, como dores inflamatórias, podem e devem chegar no outro dia com toda certeza. Esse cara sou eu, infelizmente.
Assim acontece em outras áreas da nossa vida também. Às vezes podemos comprar algo, mas não devemos. Às vezes podemos comer mais, mas não devemos. Às vezes podemos ir a tal lugar, mas não devemos. Ás vezes, pelas placas de trânsito, podemos ultrapassar, mas não devemos fazer isto pelas circunstâncias.
É difícil termos condições de fazer, mas sermos controlados pelas motivações corretas, deixando de fazer algo não por não termos condições ou sermos incapazes, mas sim, por não precisarmos ou não podermos por questões diversas.
Como é difícil poder, mas ter o autocontrole de dizer "não devo continuar, não devo exagerar, etc". Só pela graça de Deus podemos dizer: "tudo me é lícito, mas nem tudo me convém". Essa falta de controle faz com que sejamos imprudentes, negligentes e irresponsáveis em nossas atitudes.
Alexandre Pereira Bornelli
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