PENSAI NAS COISAS DO ALTO

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

FAZER TUDO NÃO BASTA.


 Muitos de nós podemos ser ociosos e preguiçosos. Para estes, a Bíblia adverte comparando-os com a formiga. É o que lemos em Provérbios 6: 6 a 9: “Observe a formiga, preguiçoso, reflita nos caminhos dela e seja sábio! Ela não tem nem chefe, nem supervisor, nem governante, e ainda assim armazena as suas provisões no verão e na época da colheita ajunta o seu alimento. Até quando você ficará deitado, preguiçoso? Quando se levantará do seu sono?” Portanto, os grandes preguiçosos devem aprender esta preciosa lição com a minúscula formiga, de como trabalhar e não procrastinar as coisas. Porém, existem aqueles que não são preguiçosos por natureza, ao contrário, são ativos, dinâmicos e sempre dispostos. Enquanto alguém está pensando em colher espigas de milho, ele já fez o bolo. São rápidos, não medem esforços para fazer e ajudar os outros. Sabemos quem são os preguiçosos e quem são os dispostos. Basta precisarmos de ajuda para carregarmos uma geladeira num domingo a tarde que rapidamente, saberemos a quem chamar. Tem uns que não compensa o custo da ligação telefônica. Porém, ser disposto pode ser tão pecaminoso quanto ser preguiçoso.
A Bíblia nos exorta em Filipenses 2:14, Paulo diz: “Fazei tudo sem murmuração nem contendas”. O que isso tem a ver com as pessoas ativas e dinâmicas? Creio que Paulo está dizendo que não é suficiente ajudarmos sempre e que não é biblicamente correto apenas fazermos tudo que o tem que ser feito. Paulo não está ensinando ativismo religioso ou social. A triste realidade é que existem pessoas que fazem muitas coisas, são rápidas em ajudar, socorrer alguém, não medem esforços para se voluntariarem dia e noite pelos amigos e irmãos. Porém, fazem tudo isso murmurando, se fazendo de vítimas, dizendo, até mesmo e ainda que somente em seu próprio coração: “sempre sobra pra mim”, “porque ninguém mais ajuda?”, “logo essa pessoa que nunca me ajudou agora vem me pedir ajuda” e por ai vai. Suas mãos podem estar dispostas em ajudar, seu semblante pode dar a impressão de alegria por estar socorrendo alguém até mesmo na alta madrugada fria e chuvosa, mas seu coração não para de murmurar. Esse tipo de ajuda pode servir para as pessoas, pois elas muitas vezes não percebem nosso coração. Entretanto, Deus o conhece e julga-nos de acordo com nossas motivações. Precisamos então, aprender não apenas a fazer tudo, mas a fazer sem murmuração, e sem murmuração no coração, aquela que é discreta, mas que Deus ouve.
A murmuração, primeiramente é prejudicial a quem a pratica, porque como uma bola de neve ela, após iniciada, tende a aumentar progressiva e assustadoramente. Segundo, murmurar é pecado. Em Judas versículos 14 a 16, vemos que Deus julgará os murmuradores! Murmurar também é rebelião contra Deus, como vemos quando o povo de Israel murmurou contra Deus mesmo Deus os tendo livrado do Egito (Números 14:26 a 29). Toda murmuração, mesmo que dirigida especificamente contra alguém ou uma situação, na verdade, é contra Deus, conforme Números 14:27 diz:”Até quando esta comunidade ímpia se queixará contra mim? Tenho ouvido as queixas desses israelitas murmuradores”. Ora, a princípio, a murmuração do povo era contra Moisés. Contudo, Deus afirma que estavam murmurando contra Ele, porque Ele estava acima de Moisés, como está acima das circunstâncias da nossa vida também. A murmuração também provoca a ira de Deus, conforme versos 28 a 30 do capítulo 14 do livro de Números diz: “Diga-lhes: Juro pelo meu nome, declara o Senhor, que  farei a vocês tudo o que pediram: Cairão neste deserto os cadáveres de todos vocês, de vinte anos para cima, que foram contados no recenseamento e que se queixaram contra mim. Nenhum de vocês entrará na terra que, com mão levantada, jurei dar-lhes para sua habitação, exceto Calebe, filho de Jefoné, e Jousé, filho de Num.”
Aprendemos então, que tão pecaminoso quanto ser preguiçoso é fazer as coisas com murmuração. Deus não precisa de pessoas que simplesmente fazem. Ele não precisa de ninguém, na verdade. Mas, ele não usa, melhor dizendo, pessoas que simplesmente fazem tudo, mas que são murmuradoras. Ele quer nos ensinar a fazer tudo sem murmuração. Afinal, para apenas fazer as coisas, não precisa ser cristão. Mas, para fazer, mesmo não recebendo nada em troca, mesmo ajudando nossos inimigos, mesmo socorrendo aqueles que nunca moveram um dedo em nosso favor, sem murmuração, antes, fazer com alegria, como para ao Senhor, é imprescindível um coração regenerado, humilde, com motivações puras. Que Deus nos ensine, e oramos para que comece ainda hoje, a ter um coração tão disposto como são nossas mãos, tão sincero quanto devemos ser e tão alegres e contentes com a Bíblia nos ensina a ser. Que façamos todas as coisas, e não apenas algumas coisas, como para ao Senhor e que oremos e vigiemos para não pecarmos contra Deus sendo murmuradores.

ALEXANDRE PEREIRA BORNELLI

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