PENSAI NAS COISAS DO ALTO

terça-feira, 15 de maio de 2012

A Verdade versus o Egoísmo


O pecado afetou drasticamente todo o nosso ser, bem como todo o universo. Uma das evidências foi fazer-nos amantes de nós mesmos. O amor próprio, este na forma exagerada e pecaminosa, tem sido o grande empecilho dos relacionamentos progredirem. Em nosso relacionamento com Deus o amor próprio atrapalha porque não cremos que somos vis pecadores e desprezíveis criaturas rebeldes para com seu Criador. Em nossos demais relacionamentos humanos, o grande mal que nos causa é fazer-nos egocêntricos. Nada mais importa se algo não nos importa. Quando estamos bem, isto basta. Cremos que somos a medida de todas as coisas e todas elas devem girar em nosso redor. Até mesmo a verdade deve ser subjetiva para sempre nos preservar. O amor próprio impede os cônjuges de se perdoarem porque ninguém quer assumir a verdade de que errou. Isto machuca o ego. Então, preferimos continuar nos amando a praticar a verdade. Amar a si mesmo na Bíblia nada tem a ver com ser egoísta e egocêntrico. Fala de nos aceitarmos como criação de Deus. Porém, o pecado deturpou este conceito, fazendo-nos pessoas ensimesmadas e egoístas. Tudo isto causa não somente disputas externas, entre nós e as pessoas as quais nos relacionamos, como também, disputas interiores, entre nosso ego que luta por preservação permanente e a verdade que quer prevalecer.  Toda vez que está em jogo a verdade ou nossa preservação, optamos na maioria delas por nossas preservação em detrimento da verdade. É o que Alberto Antonio de Moraes Carvalho: Nas disputas o maior inimigo da verdade é o amor próprio, que, ainda depois de convencido, não se dá por vencido". O egoísmo é algo que temos que mortificar todos os dias, sempre e sempre até a volta de Cristo.
Assim é que a Palavra de Deus nos diz enfaticamente em João 3:30: “Convém que Ele cresça e que eu diminua”. Na prática, quer-nos dizer o texto bíblico que nosso egoísmo deve ser substituído por nosso amor a Deus, pois quando amamos a Deus corretamente, também iremos nos amar como a Bíblia nos orienta. Não que iremos nos odiar, ou anular nossa personalidade, jamais. Mas que, quando amarmos a Deus correta e intensamente, iremos nos amar sem ser egoístas, porque iremos amar a Deus e ao próximo também. Willian Hendriksen, em seu comentário de II Tm, pag. 349, traz um exemplo interessante sobre o egoísta, dizendo-o ser igual ao ouriço que enrola-se sobre si mesmo, formando uma bola, deixando em seu interior a penugem suave e quente (amante de si mesmo, egoísta) e exibe os espinhos agudos para quem estiver do lado de fora (que agrada a si próprio, soberbo, arrogante). Mattew Henry, comentando o livro de II Timóteo, pag. 714, diz: “Quem não ama a si mesmo? Mas, aqui se tem em mente um amor próprio irregular e pecaminoso. As pessoas amam o seu eu carnal mais do que o seu eu espiritual. Elas têm prazer em gratificar seus próprios desejos mais do que agradar a Deus e cumprir seu dever. Em vez da caridade cristã, que cuida do bem-estar dos outros, elas somente se preocupam consigo mesmas e preferem sua própria gratificação à edificação da igreja”. O pecado, enfatizamos, deturpou o conceito bíblico de amor próprio.
O fato é que nascemos em pecado e por isso, somos egoístas e centralizados em nós mesmos. Somos unidos à nossa própria vontade egoísta e pecaminosa e isto causa divisão e tragédia em todos os nossos relacionamentos de forma que somente Jesus Cristo, ao nos regenerar e somente quando buscarmos a santidade diária, é que então iremos nos separar dessa união trágica, nos fazendo amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.
ALEXANDRE PEREIRA BORNELLI

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