Todos
nós imitamos alguém, quer façamos isso consciente ou inconscientemente. Daí que
Paulo diz para sermos seus imitadores como ele era de Cristo (II Coríntios 4:16
e 11:1; Efésios 5:1; I Tes. 1:6). Ora, Paulo não queria popularidade ou atração
para si mesmo. Ele disse para o imitarmos assim como ele, Paulo, imitava a
Cristo. Ou seja, imitemos Paulo até onde ele estiver imitando fielmente a
Cristo. O alvo final a ser imitado é Cristo. A quem estamos imitando?
Assistindo
recentemente um determinado programa de TV, foi mostrado um método interessante
usado pela polícia americana.
Ela
pegava pessoas que estavam entrando para o mundo do crime e das drogas e os
levavam até o presídio para esses neófitos escutarem conselhos dos
prisioneiros. Entravam todos numa sala, iniciantes, prisioneiros, policiais e
alguns familiares dos novatos delinquentes. Então, os policiais pediam que o
prisioneiro nº tal (pois na prisão eles são identificados por números
e não pelo nome), um a um, falassem a dura realidade da vida na prisão. Todos
foram unânimes ao dizerem em tom ameaçador que ali era um lugar terrível,
perderam o contato com os filhos, família, sociedade, ali havia violência e
coisas piores. Os novatos apenas arregalavam os olhos e escutavam assustados.
Eram encorajados pelos próprios prisioneiros a abandonarem a vida, ainda no
início, que estavam vivendo. Assustados com o fim que iriam ter foram
repensando a vida. Então, logo após o ultimo preso falar, os novatos foram
fazendo seus votos a seus familiares prometendo mudar de vida, abandonar o
vício, o crime e as brigas. A reportagem mostrou um, dentre os novatos, que não
quis ouvir conselhos e preferiu continuar vivendo do seu jeito. Os próprios
presos e os policiais não deram muito tempo de vida pra ele, pois seu estilo de
vida envolvido em brigas iria lhe custar caro a qualquer momento. Os demais,
segundo mostrou a reportagem, no primeiro mês subsequente à visita na prisão
estavam conseguindo visíveis melhoras em sua vida. Ouvir o triste relato da
experiência dos presos não ajudavam todos, é verdade, mas muitos segundo o
chefe da prisão foram ajudados a sair dessa vida errada escutando e vendo o
exemplo dos que por ela já passaram e estão pagando caro por isso.
O
fato que me chamou a atenção foi o método usado pela polícia americana.
Imagine
se os cristãos novatos na fé, ou mesmo alguns que já estão caminhando na vida
cristã há um bom tempo, olhassem e vissem como está a vida daqueles cristãos
que começaram a brincar com o pecado, a abandonar a vida de santidade, a
flertar com a tentação, a caminhar com pessoas erradas, a ver filmes impróprios
e a frequentar lugares inadequados a cristãos! E, olhando para tudo isso, vissem
as duras colheitas espirituais de tais pessoas, tais como: o esfriamento da
fé, famílias arrebentadas, comunhão com
Deus interrompida e uma vida na prática do pecado. Além dessas duras colheitas,
víssemos outras naturais igualmente trágicas, como: perda de emprego, prisão, doenças
e dependência causadas pelo vício do álcool ou drogas e uma vida imersa na promiscuidade. É o que Paulo
fala em Gálatas 6:7: “Não vos enganeis:
de Deus não se zomba; pois aquilo que o homem semear, isso também colherá.”
Nosso Mestre a quem devemos imitar sem reservas é Jesus, que disse em Mateus
11:20 a 30: “aprendei de mim que sou
manso e humilde...”. Entretanto, é inegável que podemos, pela Graça de
Deus, aprender com os acertos dos outros, quando estes estão imitando a Deus e
aprender com os erros e pecados de outros quando estes abandonam a vida e a
comunhão com o Senhor. Vemos o benefício que um traz e a tragédia do outro.
Precisamos ser atentos e ver que o caminho de pecado que tal irmão entrou, o
levou ao fim do seu casamento, da sua família e a discórdia entre os filhos.
Aquele outro irmão que começou a brincar com a pornografia, hoje luta
arduamente para manter-se puro no casamento ou mesmo solteiro, luta para manter
sua mente limpa diante de Deus. O outro que brincou com a bebida alcoólica nos
churrascos de fim de semana, hoje luta contra o vício e as doenças advindas
dele. E o que dizer do outro irmão que dizia não ser tão importante a leitura
bíblica diária, a comunhão com Deus em oração e a vida da igreja. Hoje, está
fraco na fé e distante de Deus e dos irmãos, precisando de ajuda. Em vez de
condenarmos os que caíram, precisamos ter misericórdia porque se ainda não
cometemos tais pecados, isso se deve única e exclusivamente à misericórdia do
Senhor. Paulo nos diz em I Coríntios 10:12: “Aquele, pois, que pensa estar em pé, veja que não caia.” Olhemos
sempre para o exemplo de Jesus Cristo para lhe obedecermos e O imitarmos, com a
ajuda do Espírito Santo de Deus, embora nunca seremos iguais a Ele. Porém,
olhemos também para homens de Deus, pessoas que como Paulo também nos convocam
a imitá-los porque eles estão imitando a Cristo.
Então,
quer positiva ou negativamente, devemos cuidar de quem são nossos exemplos, de
quem são aqueles que estamos imitando e querendo seguir seus passos, pois nos
tornaremos semelhantes a eles.
Alexandre Pereira Bornelli
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