FIM DO MUNDO OU FIM DO MÊS?

Seja honesto, o que te preocupa mais: o fim do mundo ou o fim do mês? Estamos numa época em que o fim do mundo não nos preocupa tanto quanto o fim do mês.
O capitalismo, o amor ao dinheiro, a ambição por ter mais, por viver regaladamente tem escravizado os cristãos a servirem com mais devoção o deus dinheiro. São tantas as preocupações com coisas materiais, adquirir mais, comprar mais, viajar mais, possuir mais, que nossa mente tem sido seqüestrada e levada cativa pela ansiedade e preocupações da vida. O que havemos de vestir, comer e beber tem ocupado nossos pensamentos ao deitar e ao levantar. Isto ocorre todo os dias, meses e anos. O ciclo nunca se acaba. Sai um mês e entra outro e tudo continua como está. A Bíblia quase não é mais lida como sendo a Palavra de Deus, mas sim, como um livro mágico que pode nos trazer sorte nos negócios. Queremos mais riquezas. Não nos contentamos mais com o básico para viver. Queremos tudo e em abundância. Por vivermos com esta ambição, não temos tempo para Deus, igreja, família e amigos. Temos nos dedicado aos negócios e ao lucro, por todo o nosso tempo. O celular e a internet são uma prova disto. Eles têm nos mantido plugados no mundo dos negócios diuturnamente. O amor pelo lucro e, consequentemente, o pavor pelo prejuízo tem dominado o dia-a-dia dos cristãos. O mundo é um grande cifrão para muitos de nós. Lutamos pelo lucro e pelas riquezas, custe o que custar. Só que não temos tido a coragem de assumir isto e confessar a Deus, embora ele já o saiba. E por querer subir na vida a todo custo, temos descido às profundezas de uma vida medíocre e insatisfatória em Deus. Tudo, devido à nossa desobediência à ordem Jesus em Mateus 6:24. Temos tentado servir a Deus e as riquezas. Parece que não cremos ainda na Bíblia quando nos diz ser isto impossível. Nossas vidas têm sido vividas em função do aqui e agora. Lucros, bens, propriedades, terras, imóveis, ações na bolsa, comprar, vender tem dominado nossa mente e feito com que nos esqueçamos da verdade bíblica que nada trouxemos a este mundo e nada dele iremos levar. É pecado ter bens? É virtude não os ter? Não, nem um, nem outro. O pecado está em amarmos as riquezas e fazermos do dinheiro, nosso deus, nossa fonte de prazer e segurança. E, a virtude está em termos e vivermos como se não tivéssemos ou não sendo rico e não vivendo ambiciosos por ser. O segredo é desfrutar do que Paulo nos ensina em Filipenses, quando diz ter aprendido a viver contente em toda e qualquer situação.
Com o sentimento misto de acumular riquezas e ao mesmo tempo com medo de não conseguirmos sobreviver financeiramente no mês, temos nos entregado dia-a-dia a escravidão total que o dinheiro exige. Temos nos esquecido que deveríamos nos preocupar muito mais em ajuntar tesouros no céu do que na terra. Cristo vai voltar e será que escutaremos a mesma sentença dita por Deus em Lucas 12:20 –“louco hoje mesmo pedirão a tua alma e o que tens preparado para quem será?”. O fim do mundo não tem sido motivo de nossa preocupação e oração, pois não temos tido tempo nem sequer de pensar sobre ele. Não temos buscado a santificação pessoal por estarmos tão arraigados neste mundo, nos esquecendo de quem sem ela ninguém verá o Senhor (Hb 12:14). Somente o fim do mês tem ocupado nossas mentes ainda tão carnais e terrenas. É hora de buscarmos arrependimento e a santificação pessoal, nos preparando para o fim do mundo, o nosso glorioso encontro com o Senhor Jesus, que pode acontecer antes mesmo do fim deste mês. E o que temos ajuntado, ou o que queremos ajuntar, para quem será?


Alexandre Pereira Bornelli