PENSAI NAS COISAS DO ALTO

terça-feira, 6 de maio de 2008

O TEMPO PASSA E OS PECADOS FICAM

Meditação sobre o Salmo 32: 3 a 5


Há quem acredite que o tempo seja um precioso remédio. A crença no conhecido ditado popular “o tempo cura tudo”, faz muitas pessoas depositarem nele, toda a esperança de cura e de resolução de problemas. Entretanto, veremos que o tempo não é um bom remédio, pelo menos não para os cristãos. Espiritualmente, o tempo é um veneno e não, um remédio.
Um exemplo que derruba o argumento do tempo ser um bom remédio, está no Salmo 32: 3 e 4. Ali, Davi afirma: “Enquanto calei os meus pecados, envelheceram os meus ossos pelos meus constantes gemidos todo dia. Porque a tua mão pesava sobre mim, e o meu vigor se tornou em sequidão de estio.” Davi afirma que o seu silêncio ante o pecado cometido, não lhe trouxe benefício algum. Ao contrário, seu silêncio somente piorou sua situação física e espiritual. Os dias se passaram, mas as conseqüências do seu pecado permaneceram arraigadas em seu coração lhe causando dor, tristeza e abatimento. Bem que Davi esperou calado o tempo lhe curar. Todavia, a “ferida” espiritual causada pelo pecado foi infeccionando a cada minuto que protelava seu arrependimento e confissão, tornando-se insuportável.
Após este sofrimento resultado do seu silencio ante o pecado cometido, Davi demonstra ter aprendido a lição de Deus, ao dizer no verso 5: “Confessei-te o meu pecado e a minha iniqüidade não mais ocultei. Disse: confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a iniqüidade do meu pecado”. Este arrependimento seguido de confissão foi resultado única e exclusivamente da bondade de Deus (Rm 2:4). Foi somente então, que Davi se viu livre das algemas e da “mão pesada” do Senhor, coisa que o tempo não fora capaz de fazer. Enquanto Davi se calou, sofreu as duras conseqüências; ao confessá-lo, experimentou o refrigério que só perdão de Deus é capaz de dar.
Podemos aprender com esta preciosa lição e experiência vivida por Davi, que o nosso calar diante do pecado que cometemos somente nos traz angústia e paralisia espiritual. Vejamos que em nossa vida, o mesmo acontece. Todas as vezes que “empurramos nosso pecado para debaixo do tapete”, ao invés de nos arrepender e confessar, todas as vezes que nos calamos, que nos justificamos nosso pecado transferindo a culpa a outrem, bem como todas as vezes que confiamos que o tempo irá nos restaurar e restabelecer nossa comunhão com Deus e com as pessoas, sofremos as mais terríveis conseqüências que um pecado não confessado é capaz de causar. Nosso casamento, nossa família e todos os demais relacionamentos que temos são prejudicialmente afetados por nosso coração orgulhoso e endurecido que não quer confessar. Ficamos também abatidos pois nossa comunhão com Deus é rompida pela falta de arrependimento. O pecado não arrependido e não confessado, entregue ao tempo, somente aprofundará suas raízes em nossos corações, nos fazendo pessoas amarguradas, depressivas e abatidas, pois nos mantém afastados de Deus. Que, ao invés de nos calar, possamos nos arrepender e confessar nossos pecados, a fim de experimentarmos o perdão de Deus que nos traz refrigério, descanso, pois restaura a nossa comunhão com Cristo.
Alexandre P. Bornelli

Nenhum comentário: